Pan, the Devil escrita por Lu Falleiros


Capítulo 6
Cap. 5 - Fadinha


Notas iniciais do capítulo

GENTE MIL PERDÕES!!!
*LE ME BATO VÁRIAS VEZES*
Eu demorei. Demorei. Muito.... Desculpem.
Irei explicar. Espero que me perdoem. Meu quarto está sendo reorganizado/reformado, e só para vocês terem noção, essa semana o computador foi parar no armário de toalhas~~ XD
Bom, espero remediar o atraso.

MAKING OFF, Pan, the Devil:

Sininho: Lucy, você é uma graça. Mas deveria ser mais sincera consigo mesma. - Ela passava base na bochecha esquerda.

Lucy Green: Sincera? Sou transparente. Qual o problema? - Perguntou jogando-se de pé.

Sininho: Sabe, para mim já é óbvio. Mas você não está... - Ela foi interrompida por Lucyanni.

Lucyanni: Sininho. Nada de Spoilers! - Sininho mordeu o lábio saindo do camarim em seguida.

Lucy Green: Também vou indo... - Bateu no batente, saindo do pequeno cômodo.

Lucyanni: MENINOS!! - Chamou. Oito moleques de tamanhos e rostos variados entraram. - Chega de correr, já vão entrar em cena! - Reclamou retocando a maquiagem deles. - Boa leitura!

*Continua~~*



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Ainda sentindo-me com vergonha olhei para baixo. O que era aquilo?!? Ele sabia a distância que estava do chão?

– É... - Comecei a falar. Ele olhou para mim.

– O que foi? - Perguntou com uma das sobrancelhas levantadas sem entender.

– Não estamos muito alto? - Perguntei segurando mais forte na sua roupa.

– Apesar de seu peso, não vou te soltar, não se preocupe... - Belisquei-o de leve. – Faça isso de novo e eu solto. – Riu.

– Não me chame de gorda. – Pedi.

– Nunca falei isso – Limpou a garganta.

Mas se deu a entender... Eu pensava em falar mas, desisti. Como é teimoso com certeza continuaria a discutir.

Ainda em seu colo ele começou a descer. Me soltei para poder ir para o chão quando lembrei do machucado e segurei nele, pelo menos ali, ele fazia pressão no meu lado e meu tornozelo não sangrava tanto.

– Isso. Segura. - Seu olhar era preocupado, mas ainda assim, parecia muito sombrio. O que será que estava realmente acontecendo ali?

Caminhou comigo pela campina, muito semelhante a de antes, só que desta vez, entrando na floresta havia um tronco de árvore oco. Não parecia que eu ou ele conseguiríamos entrar.

– É aqui? - Perguntei. Ele mordeu o lábio inferior. Segurou-me com uma das mãos e com a outra tampou meus olhos. O ouvi sussurrar, 'Sininho'.

E antes que percebesse ele libertou meus olhos. Estava mais escuro que do lado de fora. Mas parecia uma casa... Até que bonitinha. Um lugar iluminado por algumas poucas velas, vários quartos, e alguns objetos... Dos mais diversos tipos, de punhais e sabres até caixinhas de músicas e... Finalmente, roupas.

– Posso ficar no chão? - Pedi. Ele concordou, ainda apoiando meu braço na sua cintura para que eu pudesse equilibrar. Ok. Lado... Não sei se aquilo poderia ser chamado de cintura. Soltou-me completamente. Eu estava no chão mas, não andei. Não sabia aonde deveria ir. Ele sumiu.

– Pan? – Chamei.

– Olá! – Ouvi uma risadinha animada contra o meu ouvido esquerdo. Assustei-me batendo várias vezes no ar. Senti o ser, ou o que quer que seja voando para o outro lado.

– Já se esqueceu de mim? – O bicho perguntou.

– Sininho. Não... – Respondi baixinho. Espera. Por que estou cochichando?

– Sabia que Peter tinha interesse em você, mas não esperava que fosse te despir de uma hora para outra, no primeiro dia... – Voltei minha atenção ao meu busto trajado apenas por um sutiã. Argh! Não era nada disso. – O que fez aí? – Ela perguntou tocando de leve no que era a minha camiseta, agora manchada de sangue.

– Sereias... Ou um tipo de piranha. Não sei. Pan me explicou mas não entendi bem... – Suspirei, ainda sem me mover. Para onde eu poderia ir naquele ninho enorme e labirintoso? Além de tudo, muito pouco iluminado.

– Entendi... – Ela se sentou em meu ombro e ficou em silêncio.

Decidi quebrar um pouco o gelo enquanto Pan não retornava.

– Então é amiga do Pan e não apenas empregada dele.

– Aqui não se deve dividir em amigos e empregados. Somos parceiros, eu, ele e os garotos.

– Garotos? – Estaria falando dos garotos perdidos? Eu não acredito. Eles também existem...

– Sim. Os garotos que também nos ajudam. Protegemos uns aos outros. Tipo uma família. – Ela hesitou em continuar a falar, voltando a voar.

– Proteger... Proteger do quê? – Perguntei.

– Bom... De... – Ela foi impedida. Uma camiseta, ou algo muito semelhante a uma voou sobre mim, cobrindo meu rosto.

– Vista isso. – Ouvi a voz profunda do garoto irrompendo em meus tímpanos.

– O que é isso? – Olhei a roupa, tentando vesti-la. Infelizmente não conseguia erguer o braço direito, do lado machucado.

– Dá aqui. – Ele tirou o tecido de minha mão bruscamente. – Pelo amor... – Mordeu o lábio passando a camiseta pela minha cabeça.

– Se não quer ajudar não ajude. – Disse irritada. Para quê ajudar se vai reclamar tanto! Falei de cara feia.

– Cale a boca. – Ele virou bruscamente deixando que eu terminasse sozinha. Suas orelhas pareciam ter se avermelhado, mas a pouca luminosidade prejudicaram minha percepção.

Um sussurro leve preencheu meu ouvido. – A blusa é dele... – Uma risada. – Você deve ser importante para ele não dar uma dos meninos... – Mordi o lábio com o fim da frase de Sininho. O que era que ela estava falando? Revirei os olhos tentando evitar de ficar vermelha. Mesmo assim, sentia um morno próximo das maças do meu rosto.

– Vamos comer. – Pan ordenou, pegou meu punho e me puxou. Coloquei o tornozelo no chão, fraquejando em seguida. Ele estalou a língua, irritado.

– Deixa. – Ordenei. – Eu te sigo. – Disse, tentando me levantar.

Ele revirou os olhos e me ofereceu sua mão. Pegou-me novamente no colo, depois de me ajudar a levantar, colocou-me sentada em um banco de madeira, ao redor de uma mesa grande, como aquelas que vemos em filmes de família. Claro, nada com toalhas e talheres. Mas ainda assim, grande e... arrumadinha.

– Vai fazer o jantar? – Debochei.

– Cala a boca. – Retrucou, ainda com as orelhas avermelhadas de costas para mim, andando para um lugar onde não o via.

– Relaxa. Ele é assim, mas não se importe. – Ouvi a fadinha.

– Por que me importaria? – Entortei as sobrancelhas tentando ficar mais confortável no pequeno banquinho.

– Ah... Deixa para lá. – Sininho se sentou na mesa, ficando na minha frente, deitada. Estava com uma pose como quem iria dormir.

– Ok... – Afirmei cruzando os braços.

– Coma. – Pan jogou um pratinho, parecia de barro na minha frente. Lá havia algum pão e algum bicho.

– Não se preocupe. Não é veneno. – Ele se sentou na minha frente. Sininho ainda na mesa parecia uma vela. – Sai, fada.

Ri com a reação de Sininho que puxou um pouco o cabelo de Pan antes de voar até o quarto. Pareciam irmãos. Sendo Pan o mais velho e chato. Um sorriso triste surgiu em meu rosto, Diana e Daniel em minha mente.

– Não vai comer? – Ele perguntou.

– Não. Desculpe. – Pisquei algumas vezes tentando desviar meus pensamentos. Parti um pedaço de pão junto da carne e coloquei em minha boca. Era estranhamente bom. Meu olhar deve ter demonstrado minha satisfação, pois um sorriso surgiu na face do garoto, ainda, apenas observando.

– Sou demais. Fala sério... – Ele riu.

– Não vai comer? – Perguntei ignorando seu narcisismo.

– Sim. Mas vou esperar os outros.

Outros? Ah... Sim. Os garotos perdidos.

Quando meu prato se tornava escasso Sininho retornou, voando balbuciante.

– Boa noite. – Sorriu para nós. Sorrimos de volta.

– Durma bem. – Sorrimos em uníssono. Não pude evitar de sorrir um pouco.

Um bocejo escapou por meus lábios antes que pudesse evitar. Pan pareceu ignorar retirando o prato, vazio, de minha frente.

Pegou-me novamente no colo e caminhou comigo pelo labirinto quase sem luz, saindo do que seria a sala de jantar para um corredor cheio de pequenos quartos. Jogou-me em uma cama.

– Pode dormir aqui. – Disse bruscamente. O que estava havendo. Por que ele sempre é tão gentil um momento e no outro não mais?

– Aqui aonde? – Perguntei. De quem era a cama?

– É a minha.

– E você? – Perguntei mordendo o lábio, não queria que dormisse comigo, mas, também não queria que não tivesse onde dormir.

Ele sorriu maliciosamente com minha pergunta. Caminhou para cima de mim laçando minhas pernas na dele. Ele estava a cima de mim, deixando-me totalmente deitada, de fronte para ele, ele agora me cobria totalmente na pequena cama de solteiro.

– Nós conseguimos dar um jeito nisso. Não é mesmo? – Ele se aproximou aos poucos, seu rosto a centímetros do meu. Meus olhos, mesmo sem que quisesse se fecharam de nervoso. E agora, o que vai acontecer?!?

– Pan!

– Idiota.

– Cadê o grande?

Várias vozes em tons, ritmos e timbres diferentes inundaram meus ouvidos. Agora curiosa abri os olhos. Ele ainda me fitava, com seus olhos escuros penetrantes, seu lábio parecia rígido.

– Droga! – Ele sussurrou. – Malditos... – Praguejou. Agora entendi. São os meninos. Isso quer dizer que ele vai sair de cima. Não é mesmo?

– Ah. Ele está aqui. – Uma das vozes encontrou-o. – E quem é essa? – O moleque perguntou.

Sai! Sai! Sai! Eu estava gritando mentalmente para Pan.

– É minha. Sai. – Ele retrucou irritado para os garotos, sete ou oito, que agora se aglomeravam no minúsculo quarto.

– Desculpe incomodar. – Um menor disse. – Por favor, continuem.

Pan olhou para eles, em seguida para mim, meus olhos arregalados, minha mão com vontade de batê-lo. Por que não tinha força para arrancar minha mão de baixo da dele?!?

– Com vocês olhando não tem graça. – Pan resmungou. – Aí eu não serei o único a vê-la.

Não sabia se estava vermelha de raiva ou de vergonha. Talvez dos dois.

– O QUÊ! NINGUÉM VAI VER NADA. – Comecei a me debater. – ME SOLTA! SAI DE CIMA! SAI DAQUI! VAI EMBORA! TODO MUNDO! ESPERO QUE DURMA NO FRIO! INFERNO! MALDITO! SAI! – Praguejei mais alguns nomes feios que é melhor não constar aqui.

Alguns dos garotos riam, outros porém, estavam vermelhos de vergonha, ou atônitos com o meu grito. Pan riu. Gargalhou, desatou a rir desesperadamente ainda a cima de mim.

– Desculpe. Não aguento. – Ele deitou do meu lado, quase jogando um dos braços na minhas cabeça. Consequentemente me soltou. Quase caí da cama, tentando fugir de seu corpo agora ao lado do meu. Ele riu mais um pouco antes de terminar. – Vamos garotos. Vamos jantar.

Todos animadamente saíram do quarto. Assim como ele, que parou na porta para completar, eu ainda vermelha na cama, sem conseguir me mexer pelo machucado. Ao menos eu conseguia gritar.

– Não esperava essa reação. – Ele bateu no batente da porta, sorrindo marotamente.

Que criança. Qual o problema? Meu coração disparado, penso eu, pelos gritos. Realmente estava sem conseguir dormir. Mordi o lábio olhando para o teto, o quarto parcialmente claro.

Não sei como nem quando dormi. Mas os garotos já não mais riam na mesa. Ouvi alguns me dando boa noite. Respondia suspirando baixinho “boa noite”. Pan também não voltou ao quarto. Como adormeci não tive a coragem e muito menos a cara-de-pau de me por de pé para ir vê-lo. Onde quer que estivesse, o que quer que estivesse fazendo, poderia esperar o dia seguinte.

Adormeci. Um suspiro leve corria minhas narinas. E pela primeira vez em muito tempo eu sonhei. Um sonho simples, colorido, divertido. Esperançoso.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Tentarei postar o próximo ainda hoje.
Mas está ficando tarde, tenho coisas para arrumar na casa, e pior, tenho tarefa de alemão! T.T~~~
Não terminei de ler o livro...
Então se não conseguir, desculpem. Deixem um review!!! o/
Obrigada!