Pan, the Devil escrita por Lu Falleiros


Capítulo 18
Cap. 17 - Tempestade


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! *Que saudade~~ T.T*
Eu estou correndo contra o tempo... Hahaha...
Mas decidi postar alguns capítulos (3) para vocês... Eu espero que leiam com calma e não me matem até o fim da história! (PROMESSA DE MINDINHO!!!!) >.



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Por que decidi fazer aquilo? Eu sou idiota? Eu tinha problemas mentais? Só podia ser? Por que havia iniciado uma guerra se nem ao menos sabia direito o que fazer?

Antes que pudesse pensar em uma resposta, a lâmina de minha espada correu a outra para me proteger, um monstro que se assemelhava a um porco tentava me acertar com sua espada.

– Ora, ora... Queridinha. Como vai? – Perguntou ele cuspindo saliva para todo lado.

– Calado! – Eu não conseguia nem pensar, quanto mais ter uma resposta inteligente. Meu único recurso era tentar vencer, e ser grossa com os outros... Por que eu tinha uma personalidade tão ruim?!

Acabei cortando a cabeça do porco, e seu sangue, respingando pelo meu corpo me fez querer gritar, acabei me contendo, muitos outros sofriam do mesmo mau. A guerra era mesmo a solução certa? Suspirei tentando decidir em milésimos de segundos que eu continha para respirar, sem que outro ser - desta vez uma árvore negra - me atacasse.

Novamente, tentei cortar fora o ser, ao melhor, parti-lo pela metade, mas era difícil. Muito grande e grosso para que eu pudesse fazê-lo em pouco tempo, apesar disso, a atividade me dava um pouco de tempo para pensar mecanicamente, sempre voltando à mesma pergunta:

O que é o certo?

Eu não sabia o que deveria fazer, mas ninguém mais sofreria por minha causa, era imensurável o quanto Pan e Aramis sofreram por mim, o quanto Demócrates, Philos, a Rainha, D’Artagnan, Agis, Argeu, Sininho, o povo. Ninguém mais sofreria por minha causa; o banho de sangue começou.

O último pensamento surgiu quando a árvore caiu em uma frente, para trás, fazendo com que não só ela pairasse sem vida, mas também, alguns goblins e anões.

A ânsia ao ver um tipo de sangue verde - ou melhor - a seiva da planta, rojando até que tivesse fim pelo chão de mármore rosado fez novamente com que eu me sentisse péssima, eu não queria fazer aquilo. Então, por quê? Eu sou um demônio. Culpei-me algumas vezes, dando alguns passos para trás.

– Lucy! – Gritou alguém do alto. Era Pan. – Você não fez nada! – Ele gritou. – Eu sou seu demônio. Não eles! Nem você! Eu sou o demônio. – Pan gritava várias vezes fazendo com que eu quisesse chorar. Ele não era, não podia ser. Papai, me ajude! Pedi para o nada. – Por favor Lucy. Aguente. Só mais um pouco. – Ele implorava enquanto sua espada trocava rangidos com outra. – Você consegue fazer isso por mim? – Pediu. Eu conseguia. Tinha que conseguir.

Minha lâmina contra o de mais tantos monstros, que eu nem mais ao menos conseguia calcular a quanto tempo estava a fazer isso. Eu me proibia de pensar em qualquer outra coisa.

Flechas zuniam dentro do palácio, era difícil calcular de que lado elas viam e fugir delas era mais pior ainda. Tantos corpos caiam na minha frente, e tanto sangue eu tinha no meu corpo, meus músculos ardiam, perdendo mais sangue do que estavam acostumados, e fazendo mais força do que jamais imaginei ser possível.

Ao fundo ouvia o grito rouco de Pan, ele estava no chão?

– MALDITO!!!

– Quem é você para falar? – Rumpelstiltskin sussurrava se divertindo enquanto as lâminas batiam e Pan se esquivava, ele começara a ficar irritado, os golpes ficaram grosseiros e pouco pensados.

Ele me ajudou, eu deveria ajudá-lo também.

– SE CONCENTRA SEU IDIOTA! – Berrei pelo salão. Ele riu em resposta, colocando maior compostura em seus movimentos, eu ficava impressionada com ele. Pan conseguia ser uma pessoa muito... surpreendente.

A Rainha efetuava tudo com classe, em um momento seu vestido fora rasgado por um gobling, ela o pegou pelo pescoço e o tacou contra a parede, perceptivelmente irritada.

– Nunca lhe disseram que é errado estragar a roupa de uma dama? – Perguntou ao ser já inconsciente, provavelmente morto. Ainda fervorosa rasgou seu vestido, permitindo que seus movimentos ficassem mais soltos e divertidos. – Senti falta de lutar. – Ela riu-se para o nada, voltando a correr contra uma pilha de ogros.

Argeu, D’Artagnan e Agis, pequenos como eram, correram até o jardim e buscaram pedras, atacavam pequenos monstrinhos, semelhantes marsupiais, são bichos que parecem ratos, mas não posso chama-los disso. São bichinhos estranhos que irritam a briga mordendo os pés dos lutadores, ouvi os pequenos chamando-os de Boggy-Players, o que não traduz muita coisa.

Demócrates era incrível, nunca vi ninguém lutar como ele, deve ter treinado por muito tempo, tinha certeza em tudo que fazia, e o rosto era impassível, apenas demonstrando um sorriso divertido em alguns instantes, como se aquilo fosse algum tipo de festa ou brincadeira. Como ele poderia ser assim? Olhou para mim e acenou, forçando-me a virar, um monstro-da-árvore agarrou meus pés, por que esses monstros me amam? Forçando-me a usar os braços para cortá-la ao meio, cai de costas no chão, sem conseguir evitar de rir. Eu estava achando tudo aquilo divertido?

Na realidade, não. Não era divertido, mas estávamos juntos. Juntos lutando por algo que acreditávamos, e isso. Isso sim era motivo para se orgulhar, sorrir, mesmo que perdêssemos, teríamos tentado.

Sininho e Philos lutavam juntos, eu jamais teria sabido que ele estudava magia se não fosse por isso. Todos os seres das trevas, feitos de névoa eram impedidos pelos dois. Que trabalho em equipe!

Ainda com minha lâmina e corpo lutando com tudo que podia, vi Aramis de relance, ele era inalcançável, seu corpo perfeito, seus movimentos magníficos. Distraí-me. Senti a sombra contra meu corpo, um Ciclope? Pensei virando a cabeça. Uma adaga acertou o único olho do bicho fazendo-o cair para trás, olhei para ver quem havia atirado, sorri para o garoto, Aramis. Ele correu para perto de mim.

– Eu disse que iria te proteger. – Ele agora lutava com uma espécie de serpente.

– Obrigada. – Respondi. Ele era mesmo um paladino, o meu paladino.

Corri para o outro lado, usando minha espada e toda a minha força para cortar ao menos de leve a maior dimensão de monstros que conseguia. Aquilo era horrível, no final das contas, a guerra jamais seria algo bom, eu percebia.

Argeu havia sofrido um grave ferimento de raiz de árvore-amaldiçoada na cabeça, estava inconsciente. Philos cansava-se com maior frequência, e não conseguia impedir todos os monstros como antes, até a rainha parecia começar a fadigar. Pan continuava como antes, forçando-se ao máximo, ainda a atacar Rumpel que parecia inabalável. Eu respirava ofegante.

Apesar de tudo isso atingir o nosso ânimo, nada teria me abalado como o que estava para acontecer.

De repente, senti um frio gelando a minha espinha, eu tremulei, de alguma forma, eu não conseguia me mexer, um corte rente ao meu pescoço forçou-me a parar, o sangue agora corria, de minha cabeça ao meu pescoço, escorria, sem precedentes sabia que não podia me mexer.

O monstro estava na minha frente, parecia um centauro, e detinha um chifre como um unicórnio. Eu sempre pensei que eles seriam os mocinhos... O mostro agora forçava a espada contra o corte recém feito.

– Desiste? – Perguntou.

– Nunca. – Assenti esperando para que ele cortasse a minha cabeça fora.

Sua lâmina subiu em puro sinal de apatia. Apertei meus olhos, mas a dor demorou a vir, o final parecia não chegar. Foi abrir os olhos para ver Pan na minha frente, lutando contra o animal.

– Obrigada... – Sussurrei para ele.

– Sai daqui... – Mandou. O obedeci, correndo para um dos recantos do salão, buscando agora por Gold.

Se Pan não estava a lutar com ele, quem estaria?

– Está atrás de mim? – Ele chamou nas minhas costas, fazendo minha lâmina tilintar com a sua. – Você não pode me vencer... – Ele assentiu.

– Talvez não, mas não vou deixar de tentar.

– Garota tola...

POV – Aramis

Vi Pan correndo para perto de Lucy, isso, idiota, faça o que deve fazer. Aqueles bichos pareciam não acabar. Só havia uma forma de tudo aquilo terminar.... Suspirei sabendo do sacrifício que Pan teria que fazer. Será que Lucy já havia entendido do que teria que abrir mão?

De alguma forma, depois de tanto tempo, eu o considerava meu amigo. Sou mesmo um imbecil.

Onde está Lucy? Rodei os olhos pela multidão. Ela está com Rumpel? Como eu deixei isso acontecer?! O idiota a distraia com a espada em uma mão, mas se preparava para arrancar seu coração com a outra. Como ela podia ser tão besta!! É mesmo uma criança, tenho que ficar perto dela!

Corri o mais rápido que conseguia, tentando me aproximar dela e dele, empurrei-a no último instante.

Eu...

Sinto...

Frio...

POV – Lucy

Senti um empurrão de alguém e só depois fui ver que teria morrido se não fosse por... Aramis? Meu coração queimou, enquanto meu sangue gelou. Por que ele estava no chão? Corri para onde ele estava, ainda sem conseguir acreditar.

Bati a mão do lado dele com força. – LEVANTA! – Eu gritava. – LEVANTA! VOCÊ NÃO VAI ME LARGAR AQUI! NÃO!!! LEVANTA!!!

Seus olhos um tanto cobertos pelos cabelos negros, pareciam umedecidos, como se ele estivesse chorando, mas não estava. O que molhara seu rosto e seu cabelo não era as lágrimas deles. Eram as minhas. Elas caiam com força - como toda lágrima - em seus cabelos, fazendo com que tudo se molhasse.

– Aramis!! Não me deixa aqui! – Berrei para ele que já quase não estava mais consciente.

– Lu... – Ele gaguejou, erguendo uma das mãos.

Peguei-a, estava tão gelada, ela já parecia estar morto.

– Aramis. Você não pode me deixar aqui! – Implorei. – Eu te amo! – Gritei para ele, no final das contas, ele forma meu primeiro príncipe encantado, ele era lindo, meu amigo, a pessoa que me conhecia mais do que eu mesma. Como não amá-lo?! Ele tinha que ficar do meu lado.

– E... Eu... Te... nho... – Ele hesitava a cada sílaba. – Quarenta anos... – Suspirou.

Sua mão gelada agora recebia minhas lágrimas. – Mas... Por quê? – Ri de leve, como ele conseguia pensar em algo assim?!

– Obrigado. – Assentiu. Seus olhos atreveram-se a fechar e eu bati minha mão em seu peito, que estava sem o coração, tentando fazê-lo abrir os mesmos.

– Pelo quê? – Perguntei, sem mais prestar atenção do que ocorria ao nosso redor.

– Você sorriu para mim.... – Suspirou, forçando as últimas palavras a saírem em um nível muito menor que a de um solfejo. – Eu te amo... – De seus olhos saiu uma única lágrima, e sua mão pesou na minha.

O gelo de seu corpo agora não mais vivo, deixava-me assustada, eu não queria me mexer. Abaixei o seu peito, tapando meu rosto contra sua roupa. As lágrimas agora molhavam seu gelado - e vazio - peitoral. Como aquilo foi acontecer?! Por que logo ele... Ele ia abrir os olhos... Apertei os meus, sentindo as lágrimas escorrerem por todo o meu rosto, descontroladamente. Ele ia sim abrir os olhos... Se erguer e me abraçar como fazia quando eu era pequena.

– Ah... Porbrezinha. – Suspirou Rumpel. Ele balançava as mãos como se estivesse limpando o pó do coração de Aramis das mãos. Como ele conseguia pensar tão pouco das pessoas. Aquilo era nojento. Eu me ergui, ainda balbuciante.

Peguei a minha espada e uma das de Aramis. – Ele é uma perda irreparável, nem mesmo se eu matar você... Você não chegava a um milésimo do que ele foi. Mas ainda assim, você vai pagar. – Ordenei, correndo contra ele uma segunda vez e arrancando uma de suas mãos com a espada que antes era de meu Paladino.

– Maldita! – Rumpel gritou.

Atacando-me, fez com que meu corpo irrompesse com o chão, mas antes que o choque de minhas costas estrondasse no chão, um par de mãos quentes se fez presente nas minhas costas. – Pan? – Sussurrei, ainda de olhos fechados.

– Quem mais? – Recebi sua resposta irônica.

– Quem deixou você tocar nela?! – Pan gritou para Rumpel que ria no chão, ele mais parecia protegendo uma peça de seu restrito grupo de miscelâneas .

– O que vai fazer? Beijá-la? – Perguntou.

– É exatamente isso que vou fazer. Eu a amo! – Assentiu Pan, fitando-me nos olhos.

Como em uma batalha era possível se sentir envergonhada eu jamais irei saber. Pan olhou para mim e aproximou seus lábios do meu rosto, tocando primeiro minha testa, em seguida, com os lábios semicerrados, roçou por todo contorno de meu rosto – o que me causou calafrios. – pousou em minha orelha e sussurrou.

– Sinto muito... Não sou o príncipe que você queria... – Assentiu.

– Não mesmo... – Respondi. – Você é o meu Peter Pan.

Ele se afastou, olhando-me um tanto em dúvida, eu concordei com a cabeça.

– O final dessa história, não é feliz... – Pan recitou.

– Isso é o que vamos descobrir. – Apoiei minhas mãos em sua nuca, forçando-o para perto de mim, e, finalmente, selando nossos lábios, tornando-os um só.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado~~
Fãs do Aramis, não me matem! Por favor, leiam ao menos os próximos capítulos para entender o que realmente aconteceu e o que vai acontecer... U.U *Obrigadinha*
Eu espero que tenham gostado e que acompanhem até o - próximo - final.