Pan, the Devil escrita por Lu Falleiros


Capítulo 16
Cap. 15 - Minha Lumi?


Notas iniciais do capítulo

Gente, tenho alguns avisos + perguntinhas antes do capítulo.
1- Qual você mais gosta? Aramis ou Pan (ao lado de Lucy~~ Nã~~~)
2- Está curioso para saber o fim?
3- Como você imagina o final? (Não vou mudar o fim, só estou curiosa mesmo)
4- Se leu as perguntinhas e vai reponde-las, por favor, deixe seu review, normal, falando o que achou e responda depois... Por aqui, ou por MP! :3

Agora os 2-3 avisos.
1- Eu estendi a história em mais um capítulo (para alegria de vocês, o sofrimento do último suspiro será adiado por um tempo)
2- Depois deste capítulo (que na programação não existiria), eu só irei postar quando tiver o final, por quê?
Porque quero que leiam até o final sem me decapitar! :3 Hihi... Ou seja, vocês terão os 3 ou 4 últimos capítulos de uma vez! (O que acham?) (Ou querem ser torturadas e ter um por vez?)
3- Eu vou fazer 2 capítulos ou 3 especiais sobre os personagens secundários e um sobre os principais, que será postado depois do fim, então please, se não acompanha a fic, depois do fim tem os especiais! Aguarde!
Acho que é isso.... Vou postar a mesma coisa no próximo!
AH! ME ESQUECI DO MAIS IMPORTANTE!
4- Eu quero agradecer a todos os reviews, eu adoro vocês, de verdade, eu amo o apoio que recebo com vocês... :3 E quero agradecer de todo coração pela linda recomendação da Carrie, que foi uma das primeiras leitoras da Fic, eu fico muito feliz, aprecio muito, realmente, fico feliz que tenham gostado para recomendar! Muito mesmo! (E a recomendação tá linda e emocionante~~ *snif*
*chega~~*



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POV: Lucy

O que era aquilo que eu sentia? Eu não conseguia expressar? Era raiva? Era medo? Era tristeza? Era apreensão? Era misericórdia? Dó? Pena? Alegria? Não era nada disso... Agora eu entendi, antes que eu pudesse impedir, eu o amava, o sentimento inexpressível...

É o amor.

– O pesadelo... – Balbuciei após quase uma hora no escuro e no silêncio.

– O quê? – Perguntou Pan.

– Meu pesadelo... Meu demônio... Não é você. – Assenti, Pan parecia em dúvida, como se eu tivesse enlouquecido. – Meu pesadelo é não ter você. Meu demônio é te perder... – Arregalei os olhos, ele fez o mesmo, mas estava tão surpreso que só professou baixinho.

– Quê?

– Eu... Pan... Eu... – Apertei os olhos tentando ter certeza, mas não tinha. Não era legível, era algo maior do que eu podia ver. – Amo...

– Ama o quê? – Perguntou Pan, ainda, talvez mais ainda, confuso.

– Porra! – Gritei. – Eu te amo!... – Disse por fim.

As palavras no ar deixaram Pan estático, e a mim também, não imaginei que diria, e de uma forma tão.... Não romântica. Eu finalmente ficara vermelha. Pensei que Pan ficaria vermelho, mas isso não fez com que seu sangue parasse de correr. Suas bochechas ficaram instantaneamente vermelhas, eu quase ouvia seu coração batendo de onde estava, tão menina.

– Quê? – Ele empacou.

Ri para ele. – Eu te amo.... – Suspirei. Ele ficou em silêncio novamente, olhando-me, vermelho.

Sininho colocou-se de pé sobre o meu ombro. – Finalmente... – Ela disse sorrindo.

– Filha da puta! – Pan gritou, não consegui entender se para mim ou Sininho. Ao menos ele teve uma nova reação. – Estava fingindo? – Disse ele.

Ufa! Era para ela, já ia começar a xingá-lo. Eu demonstrando o que sentia e ele me xinga? Claro que eu palavriei antes de dizer o que sentia, mas era diferente.

Sininho respondeu. – Ao menos... – Ela suspirou, começando a gritar. – VOCÊ E ELA FORAM SINCEROS! FILHOS DA PUTA SÃO VOCÊS!!! – Ela esbravejou.

Não evitei de rir, de nervoso e diversão.

– Eu não aguentava mais essa melação sem sentido, vocês deviam era se foder logo e fazer direito... Porque naquela maldita casa da árvore dá para ouvir tudo! – Ela disse sendo ainda mais grossa, antes de adentrar na minha algema para me libertar. - Vocês meninos ficam fazendo coisas, que são audíveis do meu quarto! Não é... Legal... E muito menos bem higiênico!

Meu riso parou e eu fiquei brutalmente vermelha. Não havíamos nem nos beijado direito e veja só o que ela nos diz?! Pan estava vermelho, de orelha a orelha, e parecia estranhamente nervoso.

– Para de pensar besteira. – Disse eu a ele.

– Mas eu não... Ah... Eu.... – Ele gaguejou.

– Gaguejou, perdeu... – Balbuciei, irritada.

Ele ficou quieto, não me olhava no rosto. Ele estava mesmo pensando em besteiras... Não é?

– Prontinho, Lucy. – Disse Sininho. Um instante depois eu caí no chão, livre finalmente. – Pan, fique quieto. – Ele sorriu em resposta para ela, que não muito depois havia libertado a nós dois.

– Obrigada, Sininho! – Sorri para ela.

Escapamos por onde o feixe de luz entrava, eu segurada por Pan. Estranhamente próximos, não conversamos um com o outro e não olhamos um para o outro, o que era muito, muito estranho.

POV – Aramis

Minha cabeça ardia, e meus lábios estavam dormentes, eu havia comido alguma coisa que não devia? Parecia que pimenta Capsicum baccatum var. Pendulum* havia roçado em minha garganta por horas!

Abri os olhos devagar, sentindo que o sol que transpassava por entre algum tipo de vitral me segaria.

– Mas... O quê? – Chamei baixinho colocando-me sentado. Eu estava no palácio, em uma cama. Aquela cantiga que me traumatizara tocava de leve, era a cantiga de Lucy, a cantiga de seu pai e da Rainha.

– Aramis! – Chamou a voz feminina, preocupada. Virei o rosto para ela. – Está bem? – Concordei com a cabeça. – Por favor, sinta-se em casa... – Pediu. Concordei com a cabeça. Aquele lugar já fora a minha casa.

– E os outros? – Perguntei.

– Estão chegando. - A Rainha, sentada ao meu lado, como há muito não fazia, respondeu.

– Hum... – Emanei.

– Sabe, como está Lucy? – Perguntou. – É ela mesma?

– Possivelmente... Mas não se lembrava muito do que aconteceu. – Disse colocando a mão na cabeça, ela não se lembrava de mim... Aquilo me deixara triste nos últimos dias.

– Ela era muito pequena. Eu tenho que agradecê-lo... – Sorriu para mim.

– No fim, acabamos com a mesma idade... – Ri.

– Sim. – A Rainha sorriu.

Pena que nada do que eu queria gritar eu podia... Suspirei colocando-me de pé.

– Vou até os meninos... – Pedi, curvando-me para ela. – No final das contas, acho que o ápice dessa Guerra Fria, finalmente vai acabar...

– Você... acha? – Os olhos da Rainha brilharam, tanto de apreensão quanto de alegria.

– Acredito que sim. – Disse por fim saindo do quarto.

POV – Lucy

Não demorou muito para que víssemos o castelo em cor prateada na nossa frente, como era de se esperar, um lugar sinuoso e muito mais alto que qualquer outro prédio.

– É aqui? – Perguntei para Pan, apesar de que, havia outras coisas que eu queria saber.

– Ainda pergunta? – Ele bateu com o dedo indicador na minha testa.

– Ai! – Reclamei.

– O que foi?

– Como é que fui gostar logo de você?! – Pergunto, na realidade, seria apenas internamente, mas quero ver a reação dele.

Virando o rosto com força para não ter que me encarar ele olha para o céu.

– O que foi? – Pergunto sorrindo maliciosamente, finalmente, havíamos trocado de papel.

– Nada... – Ele chia.

O portão, antes mesmo que pudéssemos nos pronunciar abre, permitindo que nós entrássemos.

– Olá? – Chamo por dentro do salão e um eco interminável se repete.

– Lucy? – Uma voz conhecida chama.

– Aramis? – Corro para perto da voz, o jovem aparece na minha frente, e sem evitar corro e o abraço, um abraço longo e caloroso como se ele fosse uma das coisas mais importantes na minha vida. Respiro fundo sentindo um aroma que nunca antes havia reparado, era um cheiro ácido, mas muito bom, assemelhava-se à limão ou morango...

– Lu... – Ele hesita... – Lucy? – Passa as mãos pelas minhas costas e sinto o calor de seu corpo emanando para mim.

– Fico feliz que esteja bem... – Sorrio para o jovem me distanciando, ainda com o cheiro característico na minha cabeça.

De repente o jovem fica vermelho e desvia o olhar, o que não me impede de fitar suas bochechas. – Obrigado. – Assente ele.

– Aramis, como veio parar aqui? – Perguntei ainda um tanto em dúvida.

– Acho que sabe que eu era um dos paladinos? – Perguntou ele.

Concordei com a cabeça.

POV – Aramis.

Nem acredito que ela estava ali, na minha frente, achei que iria morrer antes de vê-la de novo.

– Lucy? – Chamei por ela.

– Sim... Aramis... – Ela balbuciou. – Ou devo chama-lo de Paladino? – Perguntou.

– Não... Aramis está bom. – Sorrio para ela me sentindo realmente contente, de alguma forma, me lembrei de quando ela era pequena... Fez a mesma pergunta. – Vem aqui? – Pedi. – Por favor?

Ela me acompanhou, Pan logo atrás. – Peter? – Chamei.

– Eu sei... Só vou me sentar ali. – Pan aponta para um dos sofás do salão.

– Obrigado. – Assenti para ele.

– Eu sou um demônio, mas tenho noção de vez em quando. – Nós dois trocamos uma piscadela e acabamos rindo. No final, ele era uma ótima pessoa.

– Aramis, o que foi? – Perguntou Lucy, observando-me com os olhinhos curiosos e apreensivos, como sempre fazia.

– Quero que conheça alguém... – Assenti respondendo-a e a carregando pela mão até a sala do trono.

– Lucy? – Uma voz feminina ecoou por entre as paredes do cômodo.

– Sim? – Piscou ela algumas vezes tentando reconhecer a voz.

– Eu não tenho direito... Mas... – A Rainha pela primeira vez pensava no que falar.

– Sim? – Perguntou Lucy.

– Eu sou sua mãe. – Ela disse sem observar a garota nos olhos, com medo de sua reação.

Assim como quando era pequena, Lucy não fez perguntas. Ela sorriu para a Rainha com ar de compreensão.

– Prazer. – Sorriu Lucy. – Desculpe não me lembrar de muita coisa... – Ela se forçou a dizer.

– Tá... – Algumas lágrimas que haviam se formado no rosto da mais velha finalmente transbordaram sem cerimônia.

– Não chore.... – Lucy começou a se desesperar.

– Vou deixar as duas a sós. – Assenti.

Lucy e a Rainha olharam-me de uma forma muito semelhante, concordando. Saí para o jardim, observando as delicadas Middlemist Camélia** que estavam desabrochando pela primeira vez em anos. Que estranho, a última vez que essa rosa desabrochou foi quando Lucy foi levada daqui, são flores tão belas, com seu rosa vivo, parecem um copo com suco de morango. Pena que são tão raras fora da Floresta Encantada... Reclamei em minha mente tentando entender porque as pessoas eram tão cruéis com a natureza.

Enquanto caminhava pelo jardim que a tanto não via, os devaneios cobriam minha mente, dando-me espasmos de alegria, prazer e saudade.

‘- Aramis... Aramis! Cadê você? – Uma garotinha pequena, mais baixinhas que as outras, de quatro anos corria de um lado ao outro do jardim florido.

– Te peguei!!! – Grito ao agarrar a pequena garota de vestido lilás.

Eu em meus quinze anos, não conseguia deixar de acha-la fofa. Ela era completamente linda, sua risada era maravilhosamente deliciosa, seu sorriso era animador, seus olhinhos esperançosos, ela era um anjo que surgiu só para mim.... Não é? – Suspirei ainda vendo-a correr, agora sem mim, junto de uma borboleta.

Em meus devaneios mais profundos, eu me imaginava casado com ela, tocando seus lábios nos meus. Sim, aquilo era horrível, mas se ela fosse apenas alguns anos mais velha... – Suspirei novamente ao ouvir do estrondo de um corpinho pequeno caindo no chão.

– Ahhhhhhhhhhh.... ARAMIS!!! – Gritou a vozinha que eu tanto gostava de ouvir, angustiada e mais apertada que o normal, segurando as lágrimas.

– Lucy! – Gritei correndo para onde ela antes estava, ao tentar pegar a borboleta. – Tudo bem, tá tudo bem... – Eu não chegara a tocar nela, ela era de porcelana, ela era totalmente frágil, mas estava ao seu lado, seu cotovelo vermelhinho e raspado.

– Aramis! – Gritou Lucy, secando as lágrimas que ainda transbordavam.

– Que foi Lumi? – Perguntei. Lumi é luz, na verdade Lumus, em latim, ela era a minha luz, nada mais certo que o nome Lucy, Lumi.

– Me pega? – Pediu erguendo-me seus bracinhos e juntando os dois no meu pescoço. Ela era tão carente, tão fofa, tão meiga, tão... Ela...

Peguei-a em meus braços como a uma princesinha, ela ocupava menos da metade de meu colo, e acredito que ainda hoje não ocuparia muito. Acariciava seus cabelos e deixava que molhasse meu ombro enquanto chorava leve e baixinho.

– Não... Não chora... Ou vai virar cristal... – Suspirava para tentar fazê-la parar.

Ela riu baixinho. – Tá mentindo. – Observou-me com seriedade.

– Tô não... – Disse fazendo um biquinho.

Ela fez também, deixando seu beiço maior. – Tá sim, eu não vou virar cristal.

– Mas você brilha, é uma Lumi, é minha Lumi. – Disse para ela ainda com beicinho.

– Sou sua Lumi? – Seus olhinhos brilharam.

– Sim, é minha Lumi... – Suspirei.

– Aramis? – Ela perguntou com a voz num sussurro.

– Que foi? – Perguntei sendo totalmente transparente.

– Você vai ser só meu paladino e casar comigo? – Perguntei.

– Ah? – Olhei-a entortando a sobrancelha, eu era só dela, não havia dúvida, não para mim.

– Sim! Vai? – Perguntou ela, tão séria, que eu quase acreditei ser totalmente verdade.

– Sim... Eu caso. – Respondi sério também.

O sorriso que havia sumido ressurgiu com maior intensidade, talvez, fosse a mesma, mas, de perto, ela parecia mais angelical, mais palpável, mais bonita, mais fofa, mais teimosa, mais bicuda, mais doidinha, mais ela.... Mais minha...’

– Aramis? Aramis? A. Ra. Mis? – Ouvi uma voz chamando, parecia Lucy, mas estava mais alto, mais real.

– Lucy? – Perguntei ainda devaneando.

– Ah! Te achei. – A Lucy grande, mas não tanto, ainda ocuparia só metade do meu colo, e de dezessete anos apareceu na minha frente.

– Oi... – Senti-me ruborizar.

– Eu já vim aqui? – Ela perguntou. Concordei.

– Eu lembro dessas flores... – Suspirou sentindo ao aroma. – Aramis? – Assenti ainda vermelho por estar pensando nela.

– O quê?

– Nada... Só senti vontade de falar seu nome.... – Ela ainda era a mesma, bonita, teimosa, doidinha, sorridente, deliciosa, iluminada, Lumi, minha Lumi.

– Lumi... – Suspirei.

– O que disse? – Perguntou.

– Nada... – Assenti, sentindo-me quente novamente.

– Você está vermelho.

– Tô não.

– Tá sim...

– Tô não...

– Tá... – Desviei o olhar para seu braço. Um pouco acima de seu cotovelo, uma marca que parecia um coração quando ela cruzava os braços era aparente, ela percebeu. – O que foi? – Ela perguntou olhando para o braço.

– Como fez isso? – Perguntei.

– Eu não sei.... – Assentiu. – Acho que caí. Eu sempre fui meio tonta... – Riu, parando logo depois. – Foi em um lugar assim, e tinha alguém mais velho comigo, alguém de cabelos longos...

– Lumi? – Chamei de novo, desta vez erguendo minhas sobrancelhas. Ela me olhou por alguns instantes. De repente, sua mão estava em sua boca.

– Aramis? – Chamou ela.

– Sim? – Curvei-me de leve, em sua direção. – Lumi? – Chamei...

Lágrimas caiam aos poucos de seu rosto.


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Notas finais do capítulo

*Pimenta dedo-de-moça.
**Vejam a flor aqui: http://bioretro.eco.br/wp-content/uploads/2012/09/flor00011.jpg
E uma mini-história da planta: É provavelmente a planta com a flor mais rara do mundo, por que existem apenas dois exemplares conhecidos. Uma pode ser encontrada em um jardim na Nova Zelândia e outro está situado em uma estufa na Grã-Bretanha. A planta foi trazida para a Grã-Bretanha a partir da China por John Middlemist em 1804. Desde então, foi completamente dizimada no país. A planta na Grã-Bretanha permaneceu estéril durante anos e só começou a dar flores recentemente. As flores são, ao contrário do seu nome, rosa brilhante. Acredita-se ser altamente possível que mais exemplares desta espécie tenham sobrevivido nos jardins das pessoas, sem o conhecimento delas, pois já foi vendido diretamente ao público por John Middlemist.