Pan, the Devil escrita por Lu Falleiros


Capítulo 11
Cap. 10 - Gancho, o Capitão.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Novamente eu agradeço aos reviews e quero dizer, finalmente o Gancho, que tantas queria apareceu.
Quero avisar que neste capítulo ele faz apenas uma ponta, mas no próximo ele será o segundo principal, sendo os primeiros Regina e Rumpelstiltskin. Eu espero que gostem.
Só mais um aviso. Este capítulo tem dois momentos, um entre Lucy e a cambada que vocês estão cansados de ver, e outro entre Gancho, Regina, Branca de Neve e a outra cambada que apareceu no cap. anterior.
Obrigada. Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/441360/chapter/11

Momento Pan/Lucy/Meninos

Acordei com o marejar, para cima e para baixo, para um lado e para o outro. Aonde estava? Abri os olhos, não encontrei o corpo de Pan contra o meu e o seu rosto ao topo de minha cabeça. Em minha frente estendia-se o mar, só de vê-lo ficava enjoada, eu estava em um barco, e na minha frente alguns homens me encaravam. MEU DEUS! O QUE ACONTECEU?

– AHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!! – Gritei em desespero. Não queria entender o que estava acontecendo. Tentei me por de pé para correr mas estava amarrada. QUe loucura estava havendo?

Uma mão úmida e enorme cobriu minha boca e grande parte do meu nariz. Quem? O quê? Como? Qual? Por quê? Sim, eu estava nitidamente desesperada.

– Quieta, pequena... – Alertou o senhor que vestia um capuz vermelho.

Lurei contra ele jogando meus braços para cima e para baixo, mas os mesmos se encontravam amarrados. Tentei falar "Ninguém me chama de pequena seu imbecíl." - Mmmmmppphhhmmmhhhppp.... – É, eu não consegui. Apesar de totalmente abafado, minha voz saia bem alta. Eu estava realmente gritando.

–----

Enquanto isso no fundo do navio, os meninos perdidos se ajeitavam para fazer como Pan havia ordenado. Ele havia aparecido no início da madrugada antes de ser propositalmente raptado para nos deixar avisados para o ataque. Ouviram o grito de Lucy, muitos deles se assustaram e Demócratis riu:

– Ela grita bem alto. - Disse.

– É uma garota forte. - Assentiu Porthos.

– Será que ela aguenta? - Disse Philos querendo ver melhor.

– Calados. - Aramis parecia irritado com a situação, mais até do que o normal. O que há com ele?

– Tem razão, devemos fingir até o momento que Pan nos chamará. - Disse D'Artagnan.

– Pan contou para ela? - Perguntou Philos ainda agitado.

– Cretino do jeito que é. É claro que não. E nem contará. - Aramis disse novamente mais seco ainda.

– Vamos ficar quietos ou Aramis irá matar cada um de nós. - Athos pediu. Todos concordaram e o silêncio novamente ponderou sobre todos eles enquanto esperavam a hora certa para entrar.

–----

O senhor de mão suada continuava a falar comigo sem soltar meus lábios. - O capitão está ocupado, então, quietinha.

– Ond... Es... Pã...? – Perguntei com sua mão ainda na minha boca. Maldição, ao menos me deixe respirar...

– Pan? Está junto do Capitão, eles tem coisas para resolver.

– Quer.... A... Su... Ão... – Ordenei.

– Ah.... Desculpe. – Ele tirou a mão e antes que qualquer um pudesse ter qualquer reação sobre seu ato eu comecei a gritar feito uma louca.

– PAN SEU IDIOTA! SE ME DEIXAR AQUI PARA MORRER EU VOLTO DO TÚMULO PARA TE ASSOMBRAR! E SEU CAPITÃO CRETINO! EU ENJOO NO MAR! DÁ PARA ME DESAMARRAR! CARALHO! SEUS NOJENTOS! ME DEIXEM VER O PAN PARA QUE EU POSSA ESCALPELA-LO ATÉ A MORTE PORQUE ELE FEZ COM QUE FOSSEMOS RAPTADOS! JÁ É A SEGUNDA VEZ!!!! MALDIÇÃO!!! VENHA AQUI PARA QUE EU POSSA TE BATER SEU CRETINO IDIOTA! MELHOR! OS DOIS VENHAM AQUI!!! – Eu berrava como uma louca, sem parar, cada vez mais irritada e vermelha de raiva.

–----

– Ela não vai parar? - Demócrates voltou a falar com vontade de rir.

– Ela sabe o que faz... - Disse Athos se divertindo.

Argeu a partir de Philos disse:

– Ela é louca. Mais louca que Pan.

– Calados. - Aramis disse novamente.

– Ela não vai parar, como ainda tem fôlego? - Perguntou Porthos com Lucy ainda gritando.

– Calados. Ela é uma garota forte. - Disse Aramis novamente.

– Mas... - Agis reclamou com a ajuda da voz de seu irmão.

– Calem a boca. - Aramis apertou o arco com força, parecendo cada vez mais irritado. Ninguém entendia. Só ele sabia, o que ele sentia.

–----

Finalmente perdendo o fôlego parei para respirar. De dentro da cabine, que se estendia atrás de onde eu estava amarrada ouvi uma risadinha irritante, mais até do que a de Pan.

A porta de tal sala se abriu e senti o cortar das amarras de minha mão. Coloquei-me de pé e virei para quem havia me desamarrado.

– Quem é você? – Um senhor que aparentava ser mais jovem que o baixinho da capuz fitava-me, seus olhos eram castanhos e ele detinha os cabelos negros nos ombros. Um gancho na mão e nada de perna de pau. Senti-me decepcionada por um tempo antes de me contentar.

Antes que ele pudesse falar levantei a mão e completei. - Sem perna de pau? Que sem graça. Teremos que arrumar uma para você. Não é mesmo? - Ouvi risadinhas ao fundo. Pareciam vir de baixo. Seriam os meninos? Preferi não perguntar. E além de tudo. Sem sinal de Pan.

O pirata ficou vermelho de raiva e com a voz rouca gritou:

– Smith!!! – O senhor ignorou ambas as minhas perguntas.

– Si...Sim Capitão Gancho. – O baixinho gaguejou.

– Como não conseguiu controlar uma pessoa tão pequena?!? – Ele perguntou incrédulo.

– Não sou pequena. - Respondi.

– Oh.... Valente não é mesmo... - Gancho passou a lamina que era sua mão bem rente ao meu rosto abrindo um pequeno corte em meu maxilar. - Pan, deveria ter ensinado mais modos a ela. - O pirata brincou enquanto todos os outros que se encontravam no convés riam.

A voz de Pan ecoou e ele apareceu atrás do pirata. - Solte-a. - Pediu. Sua voz estava rouca e sussurrada, olhei para seu rosto, distanciando-me de Gancho que tampava minha visão dele completamente. Pan estava totalmente surrado, de sua boca um machucado recém-formado sangrava, seu olho esquerdo estava levemente inchado e sua roupa, assim como seus braços e seu rosto detinham cortes tanto superficiais quanto alguns mais profundos. Em um primeiro momento tentei ficar calma, mas meu coração estava disparado, por que Pan deixara aquele homem, que já entendi, era o tão famoso Capitão Gancho, fazer aquilo com ele? Sentia-me trêmula. Eu estava com medo, não é mesmo? Mas mais que isso, estava com raiva.

– Desculpe garota... – Hesitou Gancho apontando o instrumento, que era sua mão e ainda detinha um pouco de sangue em sua lamina, para mim. – Você está chorando? – Ele levantou ambas as sobrancelhas incrédulo. Sua mão na cintura o fazia parecer meio mais para lá que para cá, mas por enquanto vamos ignorar tal situação.

Toquei meu rosto nervosa, senti a umidade das lágrimas em minhas bochechas, toquei-as mais um pouco tentando fazer com que cessassem, eu não conseguia. Mas... Mas... Por que estou chorando?

– Tem certeza de que é ela que estava gritando? – Gancho se aproximou tocando no meu cabelo por um instante, instintivamente desviei dele. – Ela parecia muito mais agressiva. – Ele indagou agora com um sorrisinho tosco no rosto.

Eu ainda estava chorando, mas não ia deixa-lo tratar-me assim, e muito menos a Pan.

Gancho que era muito maior que eu estendeu a mão conseguindo puxar meu cabelo, colocando-me ao seu lado.

– Ah! ME SOLTA! – Mandei socando sua costela. Ele me soltou instintivamente.

– Alguém, segurai-a. – Ordenou com a mão na parte que havia recebido o golpe.

Vários pares de mãos rodaram cada parte de meu corpo e eu não conseguia gritar, não conseguia expressar sentimento algum, estava paralisada. Olhei para onde o corpo de Pan estava alguns instantes atrás. Ele não mais se encontrava perto da porta.

– Gancho. Isso já é demais... – Pan estava voando.

– Não a soltem. – Apesar do comando do Capitão muitos dos marinheiros se tornaram assustados com a reação de Pan e afrouxaram meu corpo.

– Tudo bem.... – Os olhos de Pan mais do que nunca pareciam gélidos, como no primeiro dia que o vi. Eu não via brilho algum, nem uma mísera centelha de qualquer sentimento que fosse. – Meninos... – Pan gritou.

Os meninos saíram dos galpões do navio segurando arcos e pedras, estilingues e sabres. Uma comoção se iniciou dentro do navio. Eu nem conseguia acompanhar. Agora totalmente solta eu cai sentada, meus joelhos não se moviam.

– Lucy? – Ouvi uma voz grave bem acima de mim. Olhei para o dono daquela melodiosa e apática voz, Aramis. O garoto alto de quase um metro e noventa estendia a mão para mim.

– Obrigada. – Sorri para ele.

– Agradeça depois, na minha festa de aniversário. E por favor, não chore... – A última parte saiu tão baixo que mal escutei, devo ter imaginado. Ele partiu deixando-me no recanto do navio, porém, agora de pé. Além de tudo era seu aniversário. Ele então era da minha idade? Suspirei. Ele passava o aniversário lutando? Olhei para a situação. Sangue escorria do sabre de cada um, eu não conseguia entender, ainda não. Por quê?

–Lucy! Tira essa cara de tonta e vai lutar. – Pan gritou do céu jogando-me um sabre.

–Não. – Implorei. Com algumas lágrimas voando enquanto negava com a cabeça.

– Aqui não é assim. Só faça o que deve para sobreviver.

Escutei-o, mas não queria compreender. Apesar de todos os meus princípios, no fundo, eu sabia que ele estava certo. Engoli o choro juntamente com todo o remorso que sentiria depois e corri para o meio do “campo de batalha”. Piratas brotavam do chão, e cada vez mais o sangue rojava, eu sentia uma ardência em algumas partes de meu corpo. Eu sabia que havia sido cortada em vários lugares. Mas eu queria apenas acabar com aquilo. Antes que eu pudesse sentir mais dor, e ao mesmo tempo, causa-la.

O som da voz de Pan irrompeu por todo o mar, fazendo com que parássemos. Todos, sem exceção. Ninguém se movia, os sabres não tilintavam, um silêncio mortal. O que havia acontecido? A pergunta era geral.

– Chega. Agora não. Nossa batalha não é agora. – Ele ordenou que os meninos saíssem, senti uma mão em meu braço esquerdo, com o sabre no outro direcionei-o com toda a força para a garganta do dono da mão.

– Sou eu. – Os olhos de Aramis pararam sobre os meus. Seu sabre contra minha espada. – Você é forte... – Ele riu baixinho embora sua voz não demonstrasse emoção. – Vem comigo. Concordei. Ele segurou-me na cintura e saltou na água segurando-me. Nadamos até a beirada. A praia nem um pouco parecida com Neverland, a areia era grossa, cheia de pedregulhos e não grãos, acinzentada e o mar tão escuro que mal se via a areia ao fundo.

– E Pan? – Perguntei já na praia.

– Ele só quer “conversar” com Gancho um pouquinho mais. – Demócrates respondeu.

– Vem, temos um lugar para todos. – Athos assentiu. O pequeno estava praticamente loteado e demarcado por cortes. Como Pan permitiria algo daquele tipo, a um garoto? Um pobre garoto!

Fiquei estática enquanto os outros se distanciavam. Uma mão novamente tocou meu ombro. Assustei-me, mas a voz do dono da mão me tranquilizou.

– Não se preocupe. – O som profundo percorreu meus ouvidos.

– Por que eles fazem isso? – Perguntei as lágrimas novamente rolavam.

Aramis agora ao meu lado, enxergava seu perfil. – A guerra nunca é bela. – Começou. – Mas todos fazem isso porque querem, não somos obrigados. – Ele respirou. Olhei para ele, seus olhos estavam agora fitando os meus.

– Pan um dia nos ajudou. Sabemos a verdade, ou uma delas. Queremos retribuir o favor.

– Mas por que assim? – Perguntei.

Ele sorriu tentando me acalmar secando uma das lágrimas.

– Somos garotos, não sabemos fazer muito mais do que isso.

Ri de leve, apesar de ainda estar triste. Aramis pegou um frasquinho de seu bolso, colocou o líquido esverdeado na boca e puxou meu queixo para cima. Tocou seus lábios onde o corte que Gancho havia feito ardia. Movei seus lábios jogando o líquido contra o machucado, depois fez o caminho contrário lambendo o machucado. Senti minha espinha eriçar com tal ato, minhas bochechas ruborizaram e eu fechei os olhos paralisada.

Um sorriso brincalhão surgiu na face de Aramis. - Relaxa. Não estava te molestando. - Ele disse no tom de voz de sempre.

– Não... o pe... ense.. ei nis... sso. - Gaguejei.

Ele riu de novo. - Gosto de venenos mas não quer dizer que só faço isso... - Disse. - É um líquido medicinal feito a base de Frangaria vesca*, irá cicatrizar mais rápido. - Sorriu.

– Obrigada. - Assenti.

– Vamos. Tenho mais gente para cuidar. – Ele pegou minha mão apertando-a. Apertei a dele de volta.

– Obrigada. – Assenti andando ao seu lado.

– Por quê? – Perguntou.

– Lá no barco. Eu teria morrido e agora também você... – Ele me interrompeu.

– Não teria não. – Ele assentiu duro, decidi concordar. Caminhamos até o acampamento dos garotos e fiz um tipo de comida com os suprimentos que tinham e Aramis tratou dos ferimentos mais graves de cada um.

Coloquei um pouco para cada e uma porção maior para Aramis. D'Artagnan foi o primeiro a reclamar:

– Isso é injusto. Ficou xavecando ela, né? Seu chato! – Mostrou a língua para o mais velho.

Philos foi o primeiro a responder – Aramis tem amor à vida, não tocaria na amada de Pan.

Neguei veementemente com a cabeça, até parece. Aramis teve a mesma reação. Argeu interrompeu a partir do intérprete, novamente, Philos. – Mas queremos saber por que ele tem mais.

– É seu aniversário. – Todos pareceram se lembrar. Todos ainda sujos de sangue e suados. Eu também, só minhas mãos haviam sido lavadas decentemente e a maioria de meus machucados, fora o da face, assim como os mais fraquinhos deles, ainda estavam abertos. – Depois do jantar vão se lavar. – Sentei na ponta da rodinha para me alimentar.

Conforme foram terminando fizeram um turno para irem ao mar tomar um banho melhor e Pan retornou com o sabre apoiado no ombro, este com o sangue já seco. Ufa, ele não matou ninguém no caminho. Conclui piscando.

– E ai? – Ele sorria, seu rosto completamente mutilado, isto é... Parecia mais uma tela de pintura vermelha que um rosto. Como podia estar feliz?

– O que você fez? – Perguntei.

– Só conversei com Gancho. Ele ficou irritado.

– O que disse a ele? – Perguntei assustada pensando se deveria tocar em seus machucados ou apenas deixa-lo morrer por seus atos idiotas.

– Que ele era um traíra que estava ao lado da Rainha e que ele não tinha o direito de voltar a Neverland... – Pan chiou como uma criança.

– Cresça. – Mandei esvaziando o caldeirão colocando a porção de comida para ele. Agora era sério. A comida havia acabado. Teríamos que ir à cidade amanhã.

– Olha quem fala, quem chorou no meio da briga.

– Isso não tem nada a ver com amadurecimento. – Forcei seu pote contra seu peito, irritada. – Esses meninos morrerão por você e você está aí levando tudo na brincadeira. Qual o seu problema? Não percebe que há algo errado. Tome consciência. – Mandei.

– A vida é uma miséria e somos todos servos inúteis, sempre apenas fazemos nossa obrigação. – Pan ressaltou entre as garfadas.

– Isso foi retirado das cartas de São Lucas**. Seu imbecil. – Reclamei. Pisando duro antes de deixa-lo sozinho.

– O que foi que eu fiz... – Pan recitou sozinho. Cantarolando uma canção para a lua agora sem ninguém ao seu lado. Pela primeira vez em muito tempo, um brilho brotou em seus olhos. Não eram alegrias, ou qualquer sentimento.

Uma...

Uma única...

Uma única lágrima....

Escorreu de seus olhos.

Momento Regina/ Rumpelstiltskin/ Gancho/ Branca de Neve/ Chapéuzinho/ Encantado.

– Abra! – Ordenou a Rainha Regina como se não tivesse coração. Cada engano que as pessoas detém. Ela era uma das pessoas mais gentis que já conheci. – Branca! – Gritou para mim que já estava de pé ao lado de Encantado e Chapéuzinho.

– Sim mamãe. – Curvei-me.

– Encontrou algo? – Ela perguntou parecendo desesperada.

–Não. – Assenti.

– Muito bem... – Ela voltara a ficar cabisbaixa.

–Mas... – Chapéuzinho começou a falar. Tentei impedi-la, mas ela era mais forte que eu e sua voz mais alta. No fundo não queria que minha Mãe tivesse qualquer progresso na busca de sua filha, se não, o que aconteceria comigo? Fiquei a pensar.

– Dizem que Pan voltou à Floresta Encantada. – Ela continuou.

– Quem lhe disse isso? – Perguntou minha mãe cheia de esperança.

– Quem o trouxe para cá. – A porta novamente se abriu e dela adentrou Capitão Gancho. Ele parecia ter levado uma surra.

– O que houve com você? – Minha mãe olhou-o de cima a baixo como se estivesse enojada. Ri de sua ação, como queria tê-la só para mim. E um dia eu também, ser Rainha.

– Pan senhora. E ele trouxe mais alguém... – Assentiu gancho.

– Alguém? – Minha mãe parecia intrigada.

– Sim, Majestade, irei lhe contar... – Mas antes que Gancho continuasse minha mãe estendeu a mão.

– Saiam! – Mandou nós três. Não havia como desobedece-la. O que quer que Gancho fosse falar para ela, eu sabia, ela sentia que era importante. A porta se fechou em minhas costas.

Bati firme contra a madeira grossa da porta que mais parecia uma muralha.

– Você e seus princípios idiotas... - Assenti para Chapéuzinho.

– Não quer ver sua mãe feliz? Sua hipócrita. Só quer vê-la morrer sem achar a filha para assim ter o trono.

– E daí? Até marido tenho. Por que ela não me dá o trono? - Encantado ao meu lado.

– Por que ela sabe que você não merece. - Assentiu Chapéuzinho virando de costas para mim.

Bati o pé forte contra o chão. Um dia, eu teria a coroa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

* Morango silvestre europeu.
** Verdade, Cartas de São Lucas, Bíblia Sagrada. *Depois eu caço os versículos e o capítulo...

O próximo capítulo, acho que já falei isso, será um espercial contado por Regina espero que gostem! Até lá.