Pan, the Devil escrita por Lu Falleiros


Capítulo 10
Cap. 9 - A Verdade


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente quero pedir desculpas pela demora.
Segundamente... Hahaha.. X3 Quero desejar um feliz Natal para todos (Sim, não é legal colocar a culpa no nascimento de Jesus, mas a culpa do meu atraso foi do Natal...)
Não vou atrasá-los mais do que isso. O próximo já estou escrevendo também, vou postar - se eu conseguir me manter acordada - na madrugada!
:3
Boa leitura!



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Chegamos a um lugar frio e escuro. Aquilo era uma Floresta Encantada? Eu não podia imaginar, estava mais para muquifo mal-assombrado. Pelo menos estava segura, de certa forma. Apertei minhas mãos contra Pan, para ter certeza de que estava ali. Pelo menos ele deixava as coisas parecerem menos assustadoras, e ele não estava me enchendo o saco sobre como sou medrosa ou algo assim. Preferia ficar em seus braços que pisar naquele chão.

Pan percebeu minha reação. – Você este com medo? – Perguntou sentindo eu apertar sua roupa um pouco mais forte quando tentou me pôr no chão. – Ou quer me assediar na floresta? – Perguntou divertindo-se, falei cedo demais, o Pan Idiota voltou.

Minha mão levou menos de três segundos para passar de sua roupa a sua bochecha atingindo-a em um tapa estalado. – Calado. – Mandei. Mesmo assim, não o deixei me pôr no chão. Ele voltou a voar saindo do "covil" da floresta.

Ele mexeu o queixo várias vezes. -Sabe... – Pan suspirou, ajeitou-me em seus braços. – Além de forte, você pesa. Tem certeza de que não é macho? – Disse olhando para frente.

– Obrigada... – Falei ironicamente. – Não são todos que sabem voar. – Assenti.

– Estou cansado. Acho que vou solta-la em qualquer lugar e depois te busco.

Dei um tapa novamente, não só pela raiva, mas o medo de ficar sozinha naquele lugar era horrível. - Não ouse! - Gritei.

Já me bastava uma floresta encantada, que de encantada não tinha nada! Eu ainda tinha que o aturar? Mordi o lábio com sentimentos de raiva e tristeza misturando-se em meu corpo.

– Consegui. – Assentiu, agora ria.

– O quê? Levar um tapa? Me irritar? – Perguntei. Aquilo não parecia nada difícil para ele.

– Queria fazê-la se distrair um pouco. Viu? Funcionou. – Terminou sua explicação. - Não parece mais tão preocupada com a escuridão da floresta. - Ele sorriu para o céu.

Era tão simples, tudo para ele era sempre tão simples, e ele estava estranhamente tão gentil. O que vai acontecer? Tentei descobrir. Não sei. Só sei que alguma coisa ruim. Isso, certeza. - Deveríamos ir à cidade, já que você pelo visto é contra se hospedar na floresta e... – O interrompi.

– Vamos ficar na floresta. – Ordenei sem maiores explicações

Ele parou abruptamente de voar me encarando sem entender. – Por quê? – Quis saber.

– Nada... – Indaguei sem ter a possibilidade de encarar seu olhar. – Só quero ficar aqui. – Jamais admitiria para ele que não queria ele na cidade. E se acabar sendo preso? Ou algo pior acontecer? Se ele não gosta daqui deve haver um motivo.

Concordou com minha resposta sem fazer mais perguntas. Pelo visto ele queria também ficar na floresta. Pousou em uma campina, que apesar de escura assim como a outra parte da floresta, não me era tão assustadora, eu ao menos enxergava o chão graças a luz da lua.

– Vou às docas, já volto. – Assentiu colocando-me sentada em um troco.

Pus-me de pé o mais rápido que consegui colocando a mão em seu ombro. – Vou com você. – Retruquei.

– Não vai não. – Ele assentiu. Eu ainda estava a segurar os dois sabres. Apertei-os com força.

– Vou sim. – Teimei.

– Não vai.

– Vou!

– Não! – Ele gritou mais alto fazendo eu ficar assustada, por que não queria que eu fosse de jeito nenhum? Normalmente ele aceitaria depois de algumas tentativas.

– Vou! – Tentei mais uma vez, não conseguindo fazer minha voz parecer tão incisiva quanto a dele.

Cruzou os braços. Estava visivelmente irritado. – Por quê? – Quis saber pondo as duas sobrancelhas para cima.

– Por que não posso ir? – Devolvi. Novamente, não admitiria que estava com medo de algo acontecer a ele.

– Não quero que te vejam... – Ele sussurrou. Se não fosse o silêncio mortal da floresta, eu provavelmente não teria ouvido.

Eu também não queria que vissem ele. Juntei minhas mãos pensativa. – Por quê? – Perguntei de novo no final das contas.

O sussurro saiu de novo, e parecia ficar cada vez mais baixo – Vão te tirar de mim.

– Não podem me obrigar! – Respondi. Do que ele estava falando? Ninguém vai me tirar dele, a não ser que eu queira.

– Aqui podem sim. – Pan completou. – Você não sabe de nada. – Terminou.

– Então por que não me explica? – Pedi quase berrando, com um chiado de raiva imitido por minha garganta logo em seguida.

Ele estatelou os olhos correndo para perto de mim, me jogando sentada contra o tronco. Sua mão tapando minha boca tão forte que quase não consegui respirar. – Sua idiota. – Ele assentiu, seu corpo estava a cima do meu. Sua mão era a única coisa que separava nossos lábios. O que foi que eu fiz agora? Ouvi o mato balançar atrás de nós. Agora entendi. Pan estava tentando me esconder. Será que é um bicho, um urso? Um soldado? O quê? Apertei os olhos com medo.

– Pan? – Uma voz amigável chamou.

– Droga... – Ele falou colocando-se de pé e logo depois ajudando-me a levantar. – Robin? – Confirmou?

– Achei que não vinha. – Um jovem que não aparentava ter mais de trinta anos, com uma barba e cabelos aloirados, os olhos castanhos a luz da lua, fitava-nos. Logo atrás dele surgiu um grupos de homens e uma mulher. Além de Sininho. Ao ver seu conhecido brilho minha espinha tremulou. Não acreditava que a veria de novo.

Apesar de Sininho estar lá quis saber, quem eram eles? Franzi a testa em dúvida.

– A necessidade move o homem. – Pan falou como um sábio. Espera, sábio?

– Garoto. – Corrigi. Nunca que Pan seria um homem. Senti um beliscar contra meu braço feito por Pan. Ai! Pensei.

– E a idiotice também. – O homem loiro indagou, ignorando-me totalmente. – Não deveria estar aqui. – Ele disse por fim com um pouco de pesar.

– Sempre gostei de aventuras. – Retrucou.

– Verdade, verdade... – O monólogo continuou. – Por que a trouxe?

– Porque ela quis vir.

– E meu filho?

– É o motivo por eu ter vindo.

Os dois ainda conversavam como velhos conhecidos quando me aproximei de Sininho, sem conseguir desviar dos estranhos rostos tentando descobrir suas intenções. – Quem são? – Perguntei.

– Robin Hood... Sabe? – Disse. – Aquele que rouba dos ricos para dar aos pobres?

– Ele faz isso mesmo? – Arqueei a sobrancelha um tanto em dúvida.

– Ele rouba... Dos ricos. – Sininho assentiu. – Mas, agora, está resolvendo um problema muito mais complicado.

– Ahhhh... – Assenti. Queria saber mais, mas não sabia como perguntar.

– Vou te explicar o que puder. – Ela pareceu entender minha angustia.

– Obrigada. – Agradeci, seguindo-a para fora da campina. Mas antes que saísse do meio de rodinha em que estavam todos, Pan saltou na minha frente deixando Robin Hood a falar sozinho. Nossos rostos a centímetros um do outro.

– Para onde vai? – Ele perguntou. Mesmo estando no chão, sem flutuar, ele era muito mais alto que eu, seu olhar negro sobre o meu deixava-me intimidada. Normalmente ele só estava tão próximo quando voávamos, e não era uma diferença de altura tão grande assim, ao menos, não parecia.

– Vou com a Sininho e... – Assenti.

– Ah. – Confirmou. Lembrei do que ele havia dito “Não quero que te vejam”. – Vou com vocês. – Respondeu.

Abri a boca para negar, mas a voz que pertencia a Robin Hood me impediu.

– Não vai não. Você, agora que está aqui, precisa de atualizações.

– Por quê? – Pan perguntou irritado, como quem quer fugir de trabalho.

– Porque tudo que está acontecendo aqui, é culpa sua.

O garoto revirou os olhos mas concordou em seguir Robin. - Não é como se a culpa fosse minha. - Retrucou baixinho. - Qualquer coisa grite. Estarei atento – Assentiu para mim ainda me observando.

Concordei com a cabeça.

– Volte aqui quando for dormir. – Disse, agora de costas para mim.

Concordei de novo. Logo em seguida nos separamos, acredito que fazia mais de uma semana que eu e Pan não nos desgrudávamos. Cada um para um lado... Uma sensação estranha de insegurança percorreu meu corpo.

– Lucy, você só correria perigo se Pan estivesse com você. Não se preocupe. – Sininho assentiu ficando do meu tamanho. Assustei-me quase pulando para trás. – Lucy, vamos a taverna. – Ela entrelaçou nossos braços. Percebi, que até mesmo ela é maior que eu.

– Quantos anos têm? E como fez isso? – Perguntei, uma em relação a taverna, ela não parecia ser maior de idade, e eu não era. E a outra por surpresa, como ela ficou do tamanho de um humano normal?!?

– Eu sempre pude fazer isso. Mas em Neverland, não tem necessidade. – Sininho deu de ombros rindo com a outra pergunta. – Não se preocupe. Sou mais velha que você e Pan.

– Ah. Agora sim, preciso beber alguma coisa. – Coloquei a mão na cabeça. Aquilo só ficava cada vez mais maluco. Sininho riu com minha péssima encenação.

Com ela me guiando e me distraindo a floresta não parecia algo tão horrível, e antes que percebesse estávamos em uma cidadezinha, uma vila. Ela carregou-me pela mão até uma taverna, um lugar rústico, porém animado e barulhento.

– Quem são? – Um olho por detrás da porta de entrada encarou-nos perguntando. O que eu deveria responder?

– Eu sou a Fada Roxa. Confidente da rainha. – Sininho mentiu. – Está é a Brinna, afilhada da rainha... – Ela mentiu também sobre mim. Por quê?

– Sini... – Interrompi. – Fada, o que quer dizer?

– Quieta. – Disse apenas enquanto a porta se abria. – Aqui poderemos conversar, e quem sabe, até descolar alguns gatinhos... – Sininho disse eriçada. Observando os jovens nas mesas. Revirei os olhos, não que eles fossem feios, mas, era mesmo hora para isso?

Sentamos nos bancos próximos do balcão, o lugar era escuro e um pouco à frente do bar havia um palco onde provavelmente passaria alguma apresentação.

– Sininho, de verdade, quantos anos tem? – Perguntei.

– Em idade humana? – Ela confirmou dando alguns goles em uma bebida arroxeada. – Vinte e sete. – Assentiu.

– Quantos anos tem Pan? – Perguntei agora com um pouco de medo. Ele não tinha cara de ser tão mais velho do que eu.

– Dezenove. – Ela assentiu sem sobra de dúvida.

Como aquilo tem dezenove anos?!? Eu tentei raciocinar. Que coisa mais sem sentido. Como assim?!? Mordi o lábio um tanto preocupada, eu parecia quase da idade dele e ainda estava para completar dezessete, por sinal, meu aniversário estava chegando. Suspirei tentando notar quantos dias já haviam se passado desde que tinha sido raptada. Minha mãe e meus irmãos deveriam estar preocupados.

– Hum. – Assenti no final.

– Não tem mais dúvidas? – Perguntou. – Quero um deste aqui, é de porco, né? – Sininho falou com o garçom que concordou. – Quero um.

Pedi o mesmo que ela, não sabia o que eram a maioria dos itens no cardápio, então porco deveria estar bom. – Tenho sim, aquele é Robin Hood. Aquela senhorita com ele era sua esposa?

Sininho descordou. – Não. – Ela balançou a cabeça mais algumas vezes. – Aquela é Mulan.

– Mulan?!? – Perguntei um pouco mais alto.

– Abaixe o tom. – Mandou. Concordei. – Sim, ela entrou para o grupo de Robin depois que Felipe e Aurora morreram no último ataque da Rainha.

– E quem são esses dois? – Perguntei.

– Bela Adormecida e seu principezinho ridículo? – Ela disse em tom de uma dúvida irônica como quem diz, "como não sabe disso?".

– Ah... E por que Mulan estava com eles? – Perguntei.

– Mulan é a princesa do Oriente. – Sininho começou a contar. – Seu reino fora devastado pela Rainha alguns anos atrás, desde então ela segue como nômade buscando uma forma de vingar seu povo. Mas, ao mesmo tempo, quer reconstituir seu reino de alguma forma...

Aquela história não era nem um pouco parecidas com as histórias dos livros, eram algo totalmente diferente.

– E quem é a Rainha? – Perguntei.

– A Rainha é a Imperatriz de todos os reinos, menos Neverland, considerado a região dos rebeldes, deve ser porque lá só há crianças, e o Gancho, que também não gosta muito de Regina - hesitou. - E o Pan, que apesar de tudo, não é mais criança.

– Regina é a Rainha? – Perguntei confirmando. Sininho concordou.

Que coisa confusa. Nossos pratos chegaram. – Daqui a pouco é a hora do show, alguma última pergunta? – Ela confirmou.

– Por que a Rainha parece ser tão má? – Perguntei.

– Dizem que ela não é verdadeiramente má, mas que é controlada por um mago muito poderoso, Rumpelstiltskin Gold. – Ela assentiu. Não pude deixar de rir um pouco.

– Vai me dizer que ele levou o filho da garota embora e por isso ela obedece a ele.

– Exatamente. - Engasguei com um pedaço de porco. - Mas não é um filho... Era uma garota. – Sininho completou, deixando as últimas palavras no ar, depois disso, nossa conversa fora interrompida pelo show.

Um jovem com uma espécie de cítara subiu no pequeno palco, iluminado apenas por algumas poucas velas, com o instrumento em mãos girando várias diferentes notas que se soltavam no ar. Ele balbuciou, junto da música, uma pequena história:

“O mundo meus amigos, um mundo que poucos conseguem entrar, este lugar é Neverland. Um lugar ao qual até a Rainha teme. Um lugar onde dinheiro não lhe leva e traz, onde sempre jovem vai ficar, onde não há príncipes, isso não há. Apenas um relógio “tic-tac” que acabou de parar.

Um lugar estranho e arisco, um lugar onde quem reina é um demônio, alguém maior do que todos os outros, alguém ao qual as crianças querem ver crescer, mas nunca o vai fazer. Alguém que maior do que isso, devemos temer.

Foi aquele, o Cruel, fez o pobre menino parar, e algo nele cresce sem se ver. Uma sombra, um ódio, um desejo. O Cruel, o controle perdeu, mas, mesmo assim, ele não diz. Agora, mais forte, ele vai raptar, vai trazer, vai roubar. Não devemos deixar. Mas ele vai dominar.

Seu olhar é frio. Seus olhos e cabelos são negros como a noite, sua voz é áspera como o machado, suas mãos fortes como cavalos, quem não há de temer?

O Fim vai chegar, você só deve esperar. Porque no final é o menino que nunca cresceu, o Demônio, quem vai ganhar.”

Todos bateram palmas. Estaria ele falando de Pan? Mas antes que pudesse perguntar para Sininho, ele voltou a falar.

“Mesmo assim, esperança sempre há, pois em uma história do que se precisa? Um final feliz.

E para todo demônio existe um anjo, que não necessita de asas. Um anjo que não saiba voar. Esta será a ajuda a qual ele precisa, alguém que o irá consolar, alguém que nos foi arrancado a muito. Alguém a quem a Rainha almeja, alguém, que ela perdeu.

Aquela pessoa irá salvar, não apenas você e eu, a Rainha e eles, mas também, ao menino que nunca cresceu.”

Agora assim, o jovem terminou, e apesar de ser uma história interessante, era um conto triste. Provavelmente eu não havia entendido corretamente nem um terço do que o jovem recitou, mas me parecia uma realidade triste, para ambas as partes, o anjo e o demônio. Um conjunto oposto, como poderia dar certo?

– Este é o mito de Neverland. – Sininho afirmou tirando-me dos meus devaneios.

– O que quer dizer? – Perguntei.

– A filha da rainha, ela é a única que pode curar Pan, segundo a lenda.

– Qual a doença de Pan? – Perguntei.

– Você não tem como saber, assim como eu. Mas, todo ano, isso cresce, e a guerra recai mais pesadamente sobre nós.

– Isso é culpa da Rainha! Não de Pan. – Fui interrompida, mas não por Sininho, uma dama de cabelos negros, e um jovem de cabelos loiros sentaram ao nosso lado, estavam provavelmente escutando a conversa.

– Está errada queria. Pan é uma bomba-relógio “tic-tac; tic-tac; tic-tac.” – Fez a senhorita.

– Por quê? – Perguntei.

– Não ouviu a história, lá o tempo não passa, mas ele corre, por fora, ao sair, a bomba começa a contar, e quanto antes retornar melhor para nós, para nós e nossa Rainha, o único jeito de Pan, o Demônio, não vir à Floresta Encantada, é com ela obedecendo Rumpelstiltskin.

– Quem é você? – Perguntei irritando-me com a jovem.

– A filha adotiva da Rainha. – Ela disse. – Branca de Neve. – Afirmou.

– Sou Encantado. Seu noivo. - O jovem loiro que parecia não ter palavra para nada afirmou. Sempre odiei príncipes encantados. São tão idiotas, nem personalidade tens.

– Minha missão é encontrar minha irmã. Dizem que ela brilha, e que seus olhos são tão inocentes quanto aos dos anjos.

Que idiotice. Revirei os olhos, Pan jamais faria mal a nada, e o que é pior, não há de existir uma pessoa tão inocente quanto anjos.

– Sou Chapéuzinho Vermelho. – Uma dama de cabelos longos e corpo volumoso, quero deixar claro, não gorda, peituda, muito peituda, se aproximou de Branca de Neve. – Se Branca confiou em você para falar isso, também eu confiarei. Não se aproxime de nada, nem ninguém que conheça Pan. Até onde sabemos, ele é muito pior que Rumpelstiltskin.

– Já o viram? – Perguntei inocentemente. Todos negaram. – Ahan... Obrigada. Como acabei de chegar, não sabia dessa história.

– De onde vem? – Perguntaram todos, alguns parecendo mais desconfiados que outros.

– Do Mundo das Fadas. – Mentiu, Sininho me ajudando. - Acabou de nascer.

– E a trouxe aqui? - Perguntou Chapéuzinho.

– Ela tem que conhecer as histórias. - Sininho assentiu. Eu ficara quieta, era o melhor.

– Boa sorte em sua caminhada. – Disse Branca de Neve.

– Obrigada. – Assenti levantando-em e saindo com Sininho. Ainda bem. Não sabia mais quanto tempo aguentaria sem socar a fuça daquela queridinha da Rainha. Argh! Queria gritar. O que havia acabado de acontecer? Ao menos o vento gelado da calada da noite me acalmava, o recém silêncio próximo da entrada da floresta, também.

– Volte para onde estava, e não fale disso para ninguém. Só vá, não pare. Eles agora te conhecem. – Sininho mandou. Não sabia porquê não podiam me conhecer mas concordei, e corri pela horrenda floresta chegando até a campina. Pan estava deitado em um monte de plantas, no canto mais escuro do local. Cheguei perto dele.

– E você falou que ficaria atento... – Sussurrei abaixando-me próxima de sua cabeça. Sua mão agarrou meu punho e ele me jogou no chão, puxando-me para perto dele e me abraçando com força. – Me solta. – Pedi. Minha voz entrecortada, eu estava com dificuldade para respirar com a força que me esmagava.

– Shii... – Pediu Pan. – Eu não conseguiria dormir sem saber onde você estava.

– Ok. Agora me solta que... – Respirei. – Vou dormir do outro lado.

– Não é seguro. – Ele assentiu apenas.

Reclamei por vários minutos ordenando minha liberdade, ele apenas me segurou me abraçando mais e mais forte. Depois de quase meia hora, desisti. Pelo menos assim estava mais quentinho, tentei me convencer.

– Obrigado por voltar. – Ele disse apenas. Será que ele acha que eu suspeito dele? Apenas concordei com a cabeça. Ele me apertou um pouco mais, dormindo comigo nos braços.

Antes de dormir refleti sobre o que havia acontecido. Cada gente louca. Não há como ele ser uma coisa tão cruel quanto um demônio dominado por Rumpelstiltskin. Aquilo tudo era loucura. Decidi para mim mesma. E caso aquilo fosse verdade, Pan diria a mim, não diria?

E tem mais, quem achavam que eram aqueles cães de caça ridículos da Rainha. Senti meu corpo tencionando. Pan me apertou mais, como se estivesse sonhando. Olhei para seu queixo que estava junto de minha cabeça.

– Você é muito melhor que qualquer Príncipe Encantado sem personalidade ridículo. - Afirmei. Ele estava dormindo, né? Ele não demonstrou reação. Agradeci com um leve suspiro, logo em seguida, eu havia adormecido também.


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer aos lindos reviews que recebo! Muito obrigada! (Vocês que fazem com que eu queria escrever~~ De verdade! :3)
E também obrigada pela recomendação Danica Valdez! Fez meu Natal muito mais feliz!! *w*