O Mundo Das Almas escrita por Lis Bloom


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer a Débora e a Skull por terem lido e comentado, espero que gostem desse capítulo!
P.s: Por incrível que pareça eu imagino o Ryan como o L do Death Note!



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Mesmo quando voltamos a andar aquela sensação de plenitude ainda pairava ao meu redor, estávamos sem assunto por quase uma hora, foi então quando resolvi perguntas:

_ Ryan, você já se apaixonou por uma humana? – Sinto o seu corpo se retesar do meu lado.

_ Não, mas prometo que se um dia isso acontecer você será a primeira pessoa, a saber – Diz ele disfarçando a sua tensão com um sorriso.

Dou o meu silêncio como resposta, e continuamos a andar, até que a minha cabeça começa a queimar de dor, me encolho e começo a gritar:

_ Isso dói muito. – Tentando com as mãos pressionar a minha cabeça para que a dor passasse.

_ Joana, acalme-se. – Diz ele tentando me desvirar do chão, até que eu vejo David, como é que eu poderia ver ele, se ele estava no mundo das almas? O seu corpo estava pendurado de cabeça para baixo, e ele grita, como se o seu corpo estivesse pegando fogo, vejo o relance de alguém dando uma enorme gargalhada logo atrás.

_ Deixe ele em paz! – Grito em direção dessa pessoa que eu já sabia quem era. – Eu juro por tudo o que é mais sagrado que quando eu te encontrar eu irei te matar de todas as formas possíveis, você irá sofrer tudo o que eu e David estamos sofrendo. – Logo quando eu termino de dizer isso, ele se aproxima, chegando mais e mais perto de mim e diz:

_ Te desejo uma boa sorte. – E assim toda a cena desaparece, tento acertar um soco em seu rosto, mas acabo acertando a do Ryan.

_ Uau. – Diz Ryan massageando o maxilar. – Belo soco.

_ Ryan, o que está acontecendo? Porque a minha cabeça começou a queimar, eu juro ter visto David e o demônio.

_Você teve uma visão. – Responde ele com um semblante sereno.

_ David. – Sussurro. – Ele estava sofrendo muito, nós temos que chegar até ele o mais rápido possível, não podemos ficar aqui parados.

_ E quem disse que estamos parados? Falta pouco para chegarmos.

Levanto-me do chão, e seguimos viagem à frente, às vezes nos deparamos com aberrações totalmente inusitadas e outros elementos, até que nos deparamos com uma pequena cabana, bem rústica, com uma fumaça saindo pela chaminé, por incrível que parece, essa cena me fez lembrar a história dos “Três Porquinhos”.

_ Chegamos. – Diz Ryan apontando para a cabana.

_ Puxa, eu pensei que o mundo das almas fosse mais aterrorizante.

_ E quem disse que aqui é o mundo das almas, aqui é a entrada para o mundo das almas, mas antes temos que recarregar as nossas energias, ou melhor, as suas energias, para que você possa continuar a jornada.

_ Até que enfim você disse “recarregar as nossas energias”, estou caindo de tanto sono.

_ Então vamos. – Diz ele, estendendo a sua mão para mim.

Bato na porta três vezes, até que uma senhora atende, levo um susto quando a vejo, ela era realmente muito feia, baixinha, corcunda, com alguns fios brancos na cabeça, em vez de olhos ela tinha duas fendas, a sua pele era totalmente transparente, podendo ver todas as suas veias, e para piorar tinha a língua bifurcada.

_ Tem certeza que é aqui? – Sussurro em direção ao anjo do meu lado.

_ Absoluta. – Sussurra ele de volta. – Senhora, precisamos atravessar para o mundo das almas, mas antes precisamos de um pouco de comida, e cama.

_ Você sabe muito bem que não pode atravessar para o outro lado. – Respondo a velha com uma voz totalmente rouca e medonha.

_ Eu sei. – Responde ele com um tom de voz firme. – Ficarei com ela até o término da estalagem, então ela seguirá sozinha.

_ E quem é você? – Pergunta ela abruptamente em minha direção.

_ Joana. – Respondo dando um passo para trás. Logo após ter falado o meu nome, percebo um brilho em seus olhos, alguma coisa dentro de mim dizia para não confiar nela, como é que Ryan, a voz que estava dentro de mim, não tinha percebido isso? Resolvo ignorar, talvez fosse imaginação minha.

_ Joana. – Diz a velha com o tom de voz mais doce. – Pode entrar meu bem, temos um quarto ótimo que vocês dois irão adorar. – Diz ela nos guiando até um corredor estreito e sombrio, como aquilo tudo poderia caber naquela minúscula cabana?

Paramos em frente a uma porta, a velha abre a porta e por incrível que pareça, o quarto é enorme, aquele lugar com certeza era mágico, o problema era que tinha apenas uma cama enorme de casal.

_ A senhora não tem um quarto com duas camas ou algo assim? – Pergunto ignorando o olhar de Ryan sobre mim.

_ Não, tenho apenas este, o jantar chegará em breve. – Diz a velha fechando a porta abruptamente.

_ E ainda serve nos quartos, isso é que é sonho mesmo. – Digo me jogando sobre a cama que era extremamente macia. Mesmo estando com vários problemas, e com David sofrendo, eu precisava me relaxar um pouco.

_ Ryan, eu estou indo tomar um banho. – Digo pegando a minha mochila e indo em direção ao banheiro.

Tranco a porta e começo a me despir, ficando apenas com a roupa de baixo, olho para o espelho e levo um susto, eu estava igualzinho a uma laranja, só o bagaço, o meu cabelo estava todo embolado, como se algum animal tivesse mastigado ele, o meu rosto era de total cansaço, não conseguindo mais ver aquilo, tiro o resto da roupa e vou para o chuveiro, pena que não tinha água quente, o que era estranho, pois estávamos no inferno, tudo ali devia ser quente, mas só o fato de ter chuveiro no inferno já era estranho, então tudo bem.

Termino de tomar o banho, que tinha descarregado tudo de ruim que tinha em mim e voltei para o quarto, Ryan já estava devorando toda a comida.

_ Nossa, eu não sabia que anjos da guarda era tão esfomeados assim. – Digo secando o meu cabelo e me sentando na cama.

_ Apenas uma coisa é comum em todos os seres que existe nesse universo, todos nós amamos comer, é isso que nos alegre, que dá a felicidade para a nossa vida pacata. – Diz ele com a boca cheia de comida.

_ Ok, ok, já entendi, agora me dá um pouco aqui. – Digo tentando pegar um pouco da comida de seu prato.

_ Não, não, não, a sua comida é essa aqui. – Diz ele apontando para um prato, com lasanha, a minha boca já estava babando. – Eu tentei pedir para ela se podíamos trocar, mas ela disse que o seu era especial. – Aquilo acendeu um alerta em minha cabeça, mas mais uma vez eu a ignorei, estava com muita fome para ligar para essas coisas.

Logo após termos terminado de comer, o Ryan já caiu na cama, entrando em um sono profundo, isso sim era descansar, logo após ele ter dormido, algo puxou a minha consciência para o fundo, me deixando extremamente sonolenta, aquilo era muito estranho já que eu não estava com tanto sono assim, e em questão de segundos acabo caindo ao lado de Ryan, e dormindo no que eu achava ser um sono profundo e tranqüilo.


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Notas finais do capítulo

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