Renascer escrita por Mariana Lanza


Capítulo 7
Capitulo Seis




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– Pensei que era a Barbie e sua amiga. – Disse a Angie quando eu e Rose entramos.

Passei o olhar pelo local à procura do Matt, mas nada havia alem de uns caras no fundo jogando pôquer e duas meninas em um dos flipers.

– Nossa ela me chamou de Barbie? Sempre quis ser Barbie. – Disse a Rose fazendo um sorriso falso da Barbie.

– Então O que devo a honra das bonecas aqui? – A Angie passou um pano branco com outra parte suja sobre o balcão de madeira.

– Então vim passar o fim de semana aqui com a Patty e a gente queria ficar meio altinha, só umas bebidinhas. – A Rose já estava sentada na banqueta. – E cadê o seu “namorado”? – Ela dizia namorado como o Erick disse.

– Angie cadê o Matt? – Eu me apoiei sobre o balcão.

– O namorado não é seu?

– Ele não é meu namorado e o carro dele ta lá fora.

– Ele deixou há alguns minutos pegou a minha moto, e foi sei lá acho que encontrar você.

– Mas nós só marcamos de nos ver às oito horas.

– Liga para ele.

Peguei o meu celular do bolso e a Rose pedia duas margueritas, passei os números e então lembrei que ainda não tinha o numero do Matt.

– Angie você tem o numero dele? – Ela botava as duas Margueritas sobre o balcão.

Ela limpou a mão com o pano branco e levou ao bolso pegou o celular mexeu nele por alguns instantes e me mostrou o numero dele anotei no celular e liguei para ele e só dava caixa postal.

– Ta dando caixa. – Ela deu de ombros e foi atender dois outros clientes que haviam acabado de entrar.

– Patty relaxa daqui a pouco você vai ver o gatinho. – Ela já estava meio alterada.

Rose nunca foi muito boa com bebidas.

Ficamos ali por uma hora e meia a Rose há esta hora muito mal ficava de pé eu só havia bebido uns três copos das margueritas, mas parecia que eu estava, mas sã que a hora que cheguei depois disso peguei o carro e fomos para casa tomamos um banho e nos trocamos para ir ao boliche, a noite ainda estava fria mas nada que fizesse eu e a Rose usarmos nossas melhores roupas, a Rose pos uma saia escura xadrez, uma meia rastão branca com duas linhas brancas na altura da coxa, uma blusa preta de manga comprida e um scarpin azul marinho. Eu por outro lado escolhi um vestido branco com a estampa de crochê preta um sobre tudo branco e uma meia calça rendada preta e uma bota curta preta prendi meu cabelo para o lado e pus uma boina francesa preta.

Enquanto descíamos vi um bilhete do Gabe sobre a bancada da cozinha que dizia “Fui a um jantar de negócios na capital Washington, chego amanha depois das quatro da tarde, almoce no restaurante do pai da Kelly tem uma mesa reservada para você. Beijo Gabe.

– Iremos Almoçar fora amanha. – Disse a Rose que desci a escada cambaleando.

– Amiga acho que vou ficar não estou muito bem.

– Então vou ficar aqui com você não vou te deixar sozinha.

– Vai curtir com o seu gato, o chama para almoçar com agente e chame um amigo dele não quero segurar vela. – Ela se jogou no sofá. – Ela sabia o quanto eu queria ver o Matt não parei de falar sobre ele um segundo que seja hoje é por isso que ela é a minha melhor amiga.

– Tem certeza? – Me sentei ao seu lado.

– Só me de uma aspirina. – Fui à cozinha e entreguei a ela com um copo d’água. – Vou dormir, manda um beijo ao seu gato por mim. – Ela subiu a escada e eu sair.

***

Tive que estacionar o carro uma rua depois do boliche porque no estacionamento não havia mais lugar, tentei ligar para o Matt antes de alugar o meu par de tênis, mas só dava caixa postal estava começando a achar que a Angie me dera o numero errado, então deixei uma mensagem na caixa postal:

– Matt acabei de chegar aqui no boliche se estiver por aqui me ligue não estou te vendo beijo.

Aluguei um par de tênis trinta e oito e fui para a lanchonete pedi um suco de morango e fiquei sentada por vinte minutos, liguei diversas vezes e só dava caixa – pronto levei um bolo, porque ele não me atende? Porque ele marcou comigo sendo que ele não iria vir? Me senti uma idiota esse tempo todo aqui sentada olhando para todos que vi durante a semana na escola e vendo que eu levei um bolo. - Revirei os olhos paguei o suco e fui para a saída já tirando o tênis.

– Patty desculpa pela demora eu tava com alguns problemas... – Eu cansei das desculpas dele.

– E esqueceu que tinha marcado comigo, nem me atender você atendeu, poxa Matt fiquei vinte, VINTE minutos aqui como uma pateta te esperando todos olhando para a minha cara e todos sabiam que eu estava esperando você tem noção? – Eu estava com muita raiva de ter ficado esperando odeio esperar eu odeio que vejam que eu esperei é como ser humilhada.

– Me desculpa, por favor? – Seus olhos demonstravam sinceridade.

– Não Matt eu não desculpo, como assim você esqueceu? Tinha problemas? Danem-se seus problemas ao menos ligasse avisando... – Ele me interrompeu.

– Eu não tinha seu numero.

– Mas eu te liguei à tarde, quando cheguei aqui te leguei deixei uma não varias mensagens na caixa postal. – Ele queria mudar a historia que a culpa fosse minha? Negativo ele era o culpado.

– Mas agora eu to aqui.

– Mas antes não estava.

– Primeira briga do casal? – Olhei e era a Mary tirando uma foto minha totalmente revoltada.

– Mary agora não.

– Por você Matt só por você, porque a Patrícia não merece nada de mim, ainda me deve algumas perguntas.

– Acho que não. – Disse finalizando a conversa dando as costas e tirando o sapato.

Peguei minhas botas e saí de lá descalça antes que o Matt conseguisse me alcançar eu não sei explicar derrepente estava fazendo tempestade no copo d’água, mais eu estava com tamanha raiva dele.

Fui para o lugar a onde estacionei o carro a uma rua depois do bar, entrei na Ranger e acendi os faróis e lá estava ele parado, pois a mão sobre o capo do carro.

– Posso me desculpar?

– Não sei, eu to com muita raiva. – Eu ameacei avançar com o carro ele nem se afastou. - Odeio esperar.

– Me deixa consertar? – Ele diz com cara de cachorro pidão.

Ele foi para o lado do volante e eu fui para o banco do carona ele saiu da rua a caminho da saída da cidade não a saída do túnel e sim a que leva a próxima cidade.

– A onde estamos indo?

– Você vai ver.

Ele dirigiu por mais dez minutos desviando o caminho da próxima cidade para a reserva local, ate que parou no meio da estrada pegou a minha mão e entramos numa mata fechada eu estava apavorada o barulho de corujas e grilos não me fazia muito bem e chegamos ao fim, a um despenhadeiro e logo em baixo o mar turbulento e agitado.

– O que estamos fazendo aqui? – Perguntei revirando os olhos e cobrindo meus braços numa péssima tentativa de me aquecer, o vento vindo do leste estava me fazendo tremer.

Ele tirou a jaqueta preta e a jogou nas pedras cobertas de musgo verde vomito e escorregadio a luz da lua eu pouco enxergava, mas deu para ver quando ele tirou a camisa de manga curta e retirando as botas.

– O que esta fazendo? Matt ta frio.

– Vou saltar.

– Não você não vai você disse que iria se desculpar.

– A desculpa ta lá em baixo vem buscar. – Ele estava na ponta de uma pedra grande agarrada no barranco eu tremia mais do que ele. Quer dizer ele não tremia seu rosto transpirava confiança e felicidade.

Não sei qual era o problema dele, no frio que estava fazendo ele queria pular no mar e outra ele poderia bater a cabeça numa rocha ou morrer afogado com as ondas fortes.

– Você me deixou esperando de propósito?

– Não mais queria te mostrar esse lugar e nada melhor que essa noite linda – realmente a noite estava linda a lua cobria grande parte do céu e as estrelas estavam bem brilhantes e apesar do frio não havia nenhuma nuvem no céu escuro. – Vem! – E ele saltou.

Meu Deus cadê ele? Um momento ele estava aqui e no outro nem o via mais, Onde ele estava fui um pouco mais para a beirada do que minha coragem permitia e escorreguei, e lá eu estava sentindo meu cabelo ao vento e eu tampando o nariz guardando um pouco de ar que ainda me sobrava e PUSH!!!

A água não estava gelada, não como eu esperava e estava muito boa curti a sensação e eu me sentia livre e toda aquela raiva realmente havia sumido e cadê. Cadê o Matt, olhei para um lado e para o outro e levei um cachote do mar e fui para o fundo e quando voltei levei outro as ondas estavam me engolindo e eu já não tinha mais ar e foi quando eu vi o Matt com enormes olhos arregalados me puxando do fundo do mar.

Abri os olhos e ele estava sobre mim com seu rosto a poucos centímetros e água estava saindo da minha boca e ele pôs uma mão atrás da minha cabeça me fazendo sentar e cuspir aquela água que havia engolido do meu afogamento para fora.

– Ta tudo bem? – Ele me olhava ainda preocupado.

Toci um pouco e ele me deu leve tapas nas costas ate que eu me desengasgasse.

– Acho que sim.

– Não devia ter insistido no pulo.

– Eu gostei me senti por poucos segundos como um passarinho, não iria pular, mas escorreguei. – Ele sorriu.

Olhei em volta e estávamos dentro de uma caverna de pedras transparentes e brancas que faziam parte do lugar se clarear entre a luz da lua que parecia estar a baixo d’água não era nem de longe pequena só não havia muita parte para que pudéssemos ficar seis metros de terra e uns vinte metros de água uma espécie de laguinho.

– A onde estamos? – Perguntei enquanto ele fazia uma fogueira.

– Numa caverna submersa. – Eu olhei confusa. – Na quele lago ali subindo vamos para o lugar a onde pulamos.

– E porque essas rochas na parede são transparentes?

– É uma espécie de cristal. – Ele ascendeu à fogueira iluminado o lugar.

– Como sabe?

– Pesquisei.

– Como encontrou esse lugar?

– Não encontrei li em livro e vim ver se era verdade e realmente é. – Ele se aproximou de mim e sentou ao meu lado passando os braços em volta da minha cintura.

– Você me surpreende nunca imaginei lendo.

– E você lê?

– Não tenho esse habito.

– Do que gosta de fazer?

– Comprar. – Derrepente senti-me vazia, enquanto ele lia livros e sabe lá mais o que, o que fazia para passar meu tempo? Fazia compras, e derrepente aqueles pensamento sobre ele ser rico e ter dinheiro não passava de mera mesquinharia eu era tão mesquinha em pensar em me apaixonar por uma pessoa só por ela ter dinheiro ou não, acho que foi por isso que nos meus namoros anteriores nunca tive sorte olhei pelo lado do dinheiro e não pelo lado dos verdadeiros sentimentos.

– Desenhar? Pintar? Música?... – Nunca desenhei era tão péssima com desenhos e pintar? Não sabia definir Picasso de Vangog, será que eles pintavam mesmo? Música? Só as mais conhecidas da era pop mais não era algo que me chamava à atenção podia viver sem ela.

Percebi que passei minha vida sendo educada por pessoas muito requintadas e finíssimas, mas o que eu aprendi com elas? O que eu vou passar para os meus filhos sobre os meus pais? Nada e eles nem estavam mais aqui para aprender com eles e não porque eles não me ensinaram eu com minha ignorância tamanha que passei a se importar apenas comigo e nem com o que eles pensavam o que eles pensavam sobre mim? Eu devo ter sido uma péssima filha e uma pessoa ainda pior.

–... Filme? – Claro, filmes, amo cinema e os filmes do Elvis e aqueles em preto e branco, musicais. – Amo cinema, os filmes do Elvis são os melhores, e também amo músicas ainda mais quando são transformados em peças da Brodwei.

– Sabia que isso você amava sua cara musicais, acho que todos Nova yorkinos amam musicais.

– Meu pai odiava, Ah é ele não era de Nova York. – Lembrei-me e ele riu.

– E da onde ele era?

– Daqui, Washington.

A roupa molhada estava me incomodado.

– Não tente me tarar ta? Vou tirar essa roupa e ficar de lingerie.

– Vou me segurar para não te agarrar. – Eu sorri zombando.

Em vez de ficar do se lingerie eu pus o, sobretudo molhado mesmo.

Deitamos sobre minhas roupas encharcadas e ficamos a noite toda conversando quando eu não peguei no sono e em todos os momentos que acordei durante a noite ele estava lá ao meu lado acordado, mas me observando dormi e me acariciando – ao lado do Matt eu percebi o quanto mesquinha eu sou e que ignorei tudo aquilo em que os meus pais me ofereceram e pensei só em mim e pensando bem eu não passava lá muito tempo com eles eu passava, mas tempo no shopping ou com as minhas amigas do que com os meus pais e agora estou fazendo isso com o Gabe olhando pelo lado dele ele abriu mão de muitas coisas por mim ele tinha uma vida sem responsabilidades com uma menina de dezessete anos e agora por mais que sejamos ricos ele cuida de mim procura o meu bem, por mais que seja da sua forma ele me protege e por mais que ele não se entendesse com os meus pais e ele tinha seus motivos qual eu não sei, mas ele não queria que eles morressem ele não queria estar comigo e estragar a sua vida e eu estava só piorando tudo fazendo tudo estar, mas difícil nossa ele também era filho deles e eu estava fazendo a dor que ele não expressava ser maior, no dia do enterro quando ele chegou em casa e ficamos vendo aquelas fotos eu vi nos seus olhos que ele realmente se importava com os meus pais ele não queria que nada aquilo estivesse acontecendo e eu devia desculpas ao meu irmão e aos meus pais por estar sendo tão idiota por esse tempo todo. – O Matt veio como um anjo na minha vida ele é a única pessoa que me estressa e ao mesmo tempo me faz bem, ele consegue me fazer rir e esquecer minha dor principal a morte dos meus pais ao lado dele é como se eu ainda estivesse em Nova York, ele me iluminava quando meu caminho é escuro por menos tempo que estejamos juntos parece que nos conhecemos a muito mais tempo do que apenas uma semana.

***

Dei um ultimo beijo no Sam antes de sair da sua Ferrari preta.

– Então posso vim te buscar amanha para ir para a escola? – Ele mordia o lábio superior e passava a mão no seu topete intocável.

– Não sei não – digo revirando os olhos, fazendo uma cena.

Ele me da um ultimo beijo e salto do carro e entro na minha casa, que esta com todas as luzes apagadas olhei a procura dos meus pais ou da Rosa mais não os encontro olho no relógio do um pulso e velho à hora provavelmente já estavam todos dormindo fui a cozinha peguei uma bandeja e pus um pedaço do bolo de limão e outro de chocolate pus um copo de leite e subi em direção ao meu quarto e vi uma movimentação no corredor do quarto dos meus pais e fui ate lá olhei pela fresta e vi minha mãe olhando para o espelho da sua penteadeira tirando um dos brincos de perolas e chorando borrando sua maquiagem quando iria entrar meu pai berro:

– Não vamos desistir entramos nisso junto sairemos disso junto, vai me dizer que se casaria comigo se eu fosse pobre? – Ele virou a cadeira da mamãe para trás e olhou nos seus olhos, seu rosto estava vermelho.

– Eu nunca me importei com o dinheiro – disse ela choramingando. – Só queria você.

– Agora é assim? “Nunca me importei com o dinheiro”, mas quando as coisas apertaram você foi a primeira a me deixar se fiz aquilo foi por você. – Ele se virou claramente irritado passando a mão nos seus cabelos cinzentos.

– Não, não diga que foi por mim – ela se levantou quase tropeçando no seu vestido longo – nunca te deixei se me separei alguma vez de você foi pelo o que fez com o seu pai, o dinheiro subiu a sua cabeça você só pensava em você, você, você e você. – Ela estava com o dedo no peito do papai apontando para ele.

– Linda não há como voltar atrás do que fizemos... – Eu encostei com a bandeja que estava com o bolo na porta fazendo um barulho ensurdecedor.

Meu pai caminhou até a porta e me olhou com os olhos mais calmos do mundo.

– Patty, Patty, Patty – eu olhava sem entender porque ele chamava o meu nome – Patty. – Abri os olhos e era o Matt.

– Você estava suando, ta tudo bem?

– To sim, só estava tendo um pesadelo.

– Já amanheceu vamos? Aqui costuma ficar quente durante o dia.

– Por quê?

– Aqui tem um vulcão não esta ativo há anos mais a larva fica de baixo do mar a noite como é fria faz aqui ficar em um clima bom de ficar, mas durante o dia mesmo no inverno fica muito quente por aqui.

Mergulhamos de volta e subimos a estrada ate o carro, realmente o ar estava frio comparado ao da caverna submersa ele entrou na mata a procura de suas roupas e dez minutos voltou já vestido e me entregando sua jaqueta preta ele dirigiu ate o estacionamento do boliche que só havia o seu carro nós, nos despedimos ali e combinamos de nos encontrar na hora do almoço no mesmo restaurante que dias atrás ele socou a cara do seu ex-patrão e ele levaria um amigo.

***

– Nossa amiga não acha que você esta indo com muita pressa nesse relacionamento você já dormiu a segunda noite seguida com ele. – Disse a Rose quando entrei em casa ela estava sentada com seu baby doll de flanela com ursinhos desenhados no banco que dava acesso a bancada da cozinha comendo um cereal de bolinhas coloridas.

– Ursinhos? – Disse caminhando a área de serviço e jogando as roupas encharcadas na maquina, ainda usava o sobre tudo com a jaqueta de couro do Matt por cima sem nada mais que uma calcinha e sutiã por baixo.

– Velhos hábitos... E como ele é na cama? – Disse ela rindo.

– Não fizemos nada apenas dormimos um do lado do outro.

Ela olhou bem para mim como se estivesse vendo que eu estava de calcinha e sutiã por baixo do sobre tudo.

– Nada tem certeza? E por baixo desse sobre tudo?

– Uma longa historia mais resumindo fomos nadar.

– Nesse frio?

– Como disse longa história.

***

Dei meu nome à recepção e o atendente nos guiou ate a nossa mesa que ficava dessa vez no primeiro andar perto de umas janelas.

– Eu estou esperando, mas duas pessoas, um deles já trabalhou aqui o Matt conhece? – O recepcionista não era o mesmo da ultima vez que estive aqui.

– Sim senhora. Vai querer alguma coisa para agora?

– Uma coke diet e você Rose?

– Também sem gelo. - Disse Rose retirando as luvas e pousando a mão sobre a mesa.

– Vou ligar para o Matt. – peguei o meu celular enquanto tirava a touca e liguei para o Matt.

– Oi Patty. – Ele atendeu do terceiro toque.

– Já estou aqui no restaurante. – Escutei uma bufada no fundo. – Matt você esqueceu?

– Não, não é só que vou me atrasar. – Escutei uma voz feminina no fundo.

– Quem é que esta com você? – Estava extremamente irritada como ele poderia ter esquecido? E ainda estava com outra?

– É a Angie, passei no bar dela para buscar o Jake. – Ele não se esqueceu e nem estava com outra, eu tenho que começar a confiar nele.

– É só dar seu nome a recepção quando chegar.

– Chego por volta de uns dez, não quinze minutos.

– Beijo. – Ele desligou.

– E ai? O gato vem ou não vem? – O garçom, pois a nossa coke diet sobre a mesa junto com uns copos e nos serviu.

– Mas alguma coisa senhorita?

– Não, vamos esperar nossos amigos. – Ele se revirou e saiu.

– Será que ele é gay? – Disse a Rose mordendo o lábio inferior.

– Quem?

– O garçom, ele é gatinho. – Ele acenou com os dedos para ele que ficou vermelho e quase deixou cair o que levava numa bandeja de prata.

– Garçom? – Perguntei revirando os olhos.

– É o garçom, vem cá o seu gatinho de bronze aê não era garçom? Agora ele trabalha numa como é mesmo o nome...? – Ela apertou os olhos procurando a palavra, ainda olhando para o garçom.

– Mecânica.

– Nossa ele é mecânico? Que sexy. Imagine um pôster dele em um daqueles calendários, com o abdômen tanquinho amostra com o macacão enrolado até a cintura sujo de graxa fazendo aquelas poses sensuais – lembrei da tarde em que o vi na mecânica ele estava do mesmo jeito só que sem as poses sensuais e o calendário. – Você já o viu assim?

– Não. – Disse tímida.

– Claro que viu, olha a sua cara. – Disse ela quase berrando no restaurante apontando para mim como uma daquelas crianças irritantes “Foi ela, foi ela”. Olhei em volta e todos os olhares estavam sobre nós.

Ela olhou ruborizada e se acalmou fazendo de conta que não era nem com ela.

– Então ele tem tanquinho?

– Volta o foco para o garçom que você diz ser gatinho. – Ela lançou outro olhar para ele o deixando vermelho como um pimentão.

– Então vou chamá-lo para sairmos mais tarde quero aproveitar um pouco mais esse fim de mundo antes de eu ir.

– E o amigo do Matt? – Perguntei lembrando-a.

– Ah é ainda tem esse gatinho.

– E ele é gatinho de verdade.

– Tipo como.

– Olha para traz. – O Matt vinha até nós com um sorriso preguiçasdoramente sexy e casual com a mão no bolso da frente do seu moletom cinza com uma toca preta na cabeça, seu jeans surrado e a bota preta, ao seu lado seu amigo dos dreds com um casaco do time de futebol da escola com um B grande bordado nele e por dentro uma camisa xadrez azul e branca aberta e uma regata branca com algum jeans que parecia novo a não ser por um pequeno rasgo na borda da calça e um all star os dois seguiam o recepcionista que parecia pequeno na frente dos dois que pareciam não pertencer aquele lugar, uma senhora de cabelo loiro quase branco de vestido florido rosa com um cordão de perolas junta de suas amigas os olhavam com tom de descrença concertesa pensavam “Como deixaram esses arruaceiros entrar aqui?”.

– Qual é o meu? – Antes que eu pudesse responder. – Não importa os dois é um grande espetáculo.

Levantei-me e dei um longo beijo no Matt que passava suas mãos grandes na minha cintura fina, fazendo todos os meu pelos eriçarem.

– Casalzinho, oi pombinhos, prazer em conhecê-lo Matt, mas estamos aqui. – Disse a Rose com um sorriso sínico no rosto.

– Prazer Rose. Rose é um nome?

– Rosena, mais esse nome é de caipira... Ops! Vocês são caipiras.

– Não conheço nenhuma caipira chamada Rosena e você Matt. – Disse o Jake.

– Ah oi qual é o seu nome?

– Jacob, mas me...

– Sente-se Jake e vamos pedir, e perdão em dizer estou morrendo de fome. – Nós rimos.

Fiz sinal para o garçom que estava super vermelho e não olhava para a Rose de jeito algum.

– Já vamos pedir. – Ele tirou alguns cardápios do bolso do avental e nos entregou.

– Vou querer macarrão a bolonhesa. – Disse a Rose entregando o cardápio ao garçom forçando-o a olhar para a ela o fazendo ficar mais vermelho.

– Também. – Disse não vendo nada de melhor no cardápio.

– Também. – Disse Jake entregando seu cardápio.

– Já que todos comeram o mesmo me uno a vocês, também vou querer. – Disse o Matt de maneira tão formal que olhei uma segunda vez para ter certeza que o que ouvi saiu de sua boca.

– E para beber? – Perguntou o garçom lançando o olhar a todos da mesa desviando o olhar da Rose que ria com os olhos com a timidez do menino.

– Como todos nós estamos dirigindo e somos menores de idade que tal um refrigerante. – Reparei o olhar de desaprovação da Rose.

– Coca-cola para todos. – Disse o Matt por fim e o Garçom se foi.

– Então porque o garçom parecia estava tão sem graça? – Perguntou o Jake lancei um olhar para a Rose que revirou os olhos.

– Eu estava paquerando o garçom – disse ela fazendo a famosa cara de arrependimento da Rose. – Mais você é mais gatinho, quer dizer, você é daqui mesmo?

Todos riram, após o almoço o Matt foi resolver algumas coisas e eu e Rose fomos ao shopping ela insistia que eu devia ir ao salão, lá fizemos uma mega hidratação, pé, mão, e uma massagem só para relaxar fomos para casa e encontrei o meu irmão por lá e graças a Deus sem sua noiva, não marcara nada com Matt esta noite então meio que foi a noite das meninas sem contar quando a Rose pegou no sono pois estava totalmente embriagada com uma garrafa de Vodka que roubara do mine bar que meu irmão tinha em casa depois desci e passei o fim do domingo no sofá com o meu irmão vendo um filme preto e branco do Elvis, papai adorava os filmes do Elvis e meio que contagiou a família por inteiro.

Pela manhã levei Rose à rodoviária após o café da manha e depois fui para a escola, duas semanas se passaram voando sem nem eu perceber eu e o Matt não nos desgrudávamos nem por um segundo dormíamos algumas noites juntos e quando não estava com ele era como se faltasse parte de mim, passei dezessete anos da minha vida sem ele e agora não poderia passar nem algumas horinhas sem ele, algumas vezes recebia um olhar feio de outras meninas e muitos do Erick que parou de falar comigo e fazia de conta que nem me conhecia, segundo boatos que a Mari negou no seu jornal para proteger a amiga Rafa que o “suposto” relacionamento dos dois havia acabado por causa de mim, Mari escrevera em seu jornal que o suposto relacionamento nunca existira e que o casal só não passava de bons amigos certa vez fui ao banheiro para retocar a maquiagem e a Rafaela chorava no banheiro saiu no mesmo momento em que entrei.

Mas voltando ao assunto Matt, ele era o namorado, mas perfeito que poderia existir e quando estávamos juntos passavam ate cenas bem rápidas em minha mente de um casamento meu e dele e nossos filhos, todos lindos, de pele levemente bronzeada, cabelos negros com um ondula mento nas pontas dois meninos de olhos cinza como os meus e uma linda menina de olhos negros como o dele, mas eram apenas imagens pensava em uma vida com o Matt bem diferente de filhos e um casamento tradicional ele não parecia o tipo que casaria em uma igreja e nem que teria filhos o importante para mim era estar ao seu lado.

Mas nem tudo é flores às vezes o Matt era muito estranho, não dormia pelo menos não que eu visse sempre que eu acordava no meio da noite lá estava ele sentado na poltrona lendo ou ao meu lado me observando dormir, não sentia frio perto das outras pessoas sempre estava agasalhado mais não quando estávamos a sós ele andava pela casa sem camisa e tomava banho gelado, tudo bem no verão mais no inverno? É o mesmo que tacar sal depois que se machucar, e quando ele falava algo como se estivesse lendo meus pensamentos isso era o que mais me assustava, alem de sumir no meio da noite para resolver sempre problemas que não tinha nem pé nem cabeça ou resolver algum problema com a Angie, Rafa e Erick quando na escola ele nem falava com o Erick ou o fato do seu pai nunca ligar? Nem ter fotos deles pela casa e nem em lugar nenhum tudo bem que não se viam muito, mas nem fotos? Nem quando era criança? Eu procurei pela casa e ele disse que perdeu tudo em um incêndio recente. E ele também nunca comia não na minha frente, mordiscava ou mordia algo, mas nunca comia por inteiro a não seu o almoço quando Rose ainda estava por aqui, ele sempre diz que comeu já ou que não esta com fome.

E o Natal chegara e eu passei com o Gabe e a Kelly na casa do pai dela, nossa relação melhorou um pouco nada que eu fosse a tratar melhor mais a guerra havia tido um cessar de fogo e o dela pai me olhava como uma delinqüente pela ultima vez que havia estado por aqui, eu e Matt não iríamos nos ver ele havia ido para Londres para ver seu pai, que também era aniversario dele mais ele estaria de volta para o ano novo, apesar de ter prometido as meninas ir para Nova York no ano novo tive que adiar essa viagem para as férias de primavera, Matt iria passar a noite do ano novo comigo, iríamos jantar em um restaurante não o do pai da Kelly um que ficava na próxima cidade, como um jantar de namoro.


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