Renascer escrita por Mariana Lanza


Capítulo 5
Capítulo Quatro


Notas iniciais do capítulo

Co - Editora do Capitulo Ana Moraes



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Mari ligou o gravador e me lançou um olhar interrogador.

– Você morava em Nova York durante toda a sua vida, então deve conhecer tudo por lá e eu já soube que você deu seus passeios por aqui; sabemos que essa cidade não é como Nova York mas você acha que aqui deveria se igualar a lá?

– Sinceramente essa cidade não tem nada de Nova York – ela me fuzilou com o olhar...

– Olha o pessoal daqui não vai gostar de como você falou da cidade deles. – Revirei os olhos.

– Mas como meu pai dizia toda cidade é única e especial, realmente dia após dia ela vem me surpreendendo.

– Melhorou. – Ela analisou a folha. – Muita gente hoje já dizia que você é uma patricinha, você se considera uma?

– Eu devia me considerar uma patricinha só porque caipiras me chamam assim? – Ela me lançou um olhar de advertência. – Se patricinha você quer dizer, rica, linda e com estilo? Considero-me.

– Em Nova York você era uma das melhores lideres de torcida, e aqui pretende?

– Pelo que vi lá fora não vai ser difícil.

– Patrícia seu ego é meio grande né? Então faça o seguinte, aqui somos humildes, – ela se corrigiu – a grande maioria é – ela devia se referir a alguém - você parece gostar de ser popular, faça o seguinte abaixe esse ego e seja mais você, porque a garota que agarra dois em uma noite não pode ter um ego tão grande, e se eu quiser público nesse jornal o que eu acho que você seja e acabo com uma reputação que você ainda não tem. Vamos responder isso direito?

– Só porque você é do jornal da escola acha que pode mandar, desmandar e ditar as regras da escola? Tenho uma noticia para você, minha reputação sou eu quem faço e não meia dúzia de palavras na folha suja do seu jornalzinho de segunda, tenho fotos e noticias minhas me elogiando no New York times. Sinto em lhe dizer mais sou assim nariz em pé, patricinha, sabe o porque? Porque eu posso, sou rica; agora se quiser alguma notícia interessante no seu jornal comece a me tratar direito e expor minha visão sobre tudo, sei o que estou fazendo. – Se ela tivesse uma metralhadora me matava ali mesmo mais apenas respirou fundo me fuzilando com os olhos.

– Você e o Matt se conheceram como? – Ela ainda me fuzilava.

– O que ele tem haver com a minha entrevista?

– É mais sobre a briga que houve no shopping, disseram que você foi o motivo.

– Eu não tenho nada haver com aquela briga, e se você pudesse mudar o assunto eu agradeço.

– Mas o que você estava fazendo no shopping? – Eu revirei os olhos.

– Como todos lá eu fui me divertir.

– Você foi acompanhada?

– Sim.

– Por quem?

– Erick. – Disse revirando os olhos. Ela não iria conseguir o que queria.

– Como se conheceram?

– Eu estava na praia e o cachorro fofo dele veio em na minha direção e ele veio falar comigo.

– E então ele te convidou para ir ao shopping?

– Foi.

– E então lá vocês se beijaram?

– Para que você quer saber sobre isso?

– Fofoca, tenho fotos do beijo de vocês preciso de detalhes.

– E você acha que eu lhe daria detalhes sobre o meu beijo?

– Os seus beijos né?

– Acho que a entrevista acabou! – Disse me levantando.

– Não, acabou não. Não acabei com as minhas perguntas. – Disse ela me puxando para me sentar.

– Mas eu acabei com as minhas respostas. – Me levantei e abri a porta da sala e sai em direção ao primeiro andar, a caminho do ginásio.

Escutei passos atrás de mim, e vi a sombra da Mary entrei na primeira sala em que vi para me esconder dela e vi ela passando pela janela da porta. – Se ela achava que eu diria algo a mais ela estava enganada, eu nem a conheço; o que a fez pensar que eu contaria a ela sobre o meu beijo? Que por sinal eu nem me lembrava, quer dizer eu não me lembrava de nada daquela noite esquisita, pensei que as perguntas seriam apenas sobre mim mais não ela teve que perguntar sobre o Erick e o Matt, que não conheço nem um, nem o outro. E o que fazia acreditar que éramos amigos ou alguma coisa parecida?

Ele é legal e lindo, mas nem o conheço e ele já anda atrás de mim na escola como se fossemos grandes amigos ou... Namorados? Ele acha que temos alguma coisa? Se ele acha preciso acabar com essa suspeita. Vou dizer a ele que não temos nada e que acho legal ele me mostrar a escola mas posso ver isso sozinha ou melhor sem a ajuda dele. – Abri a porta e olhei em volta a Mary já devia ter descido as escadas caminhei na maior velocidade possível em cima dos saltos da minha bota e achei o campo onde no lado esquerdo os garotos do futebol faziam uma serie de exercícios como flexão, agachamento e toque de bola. Reparei Matt lá com uma blusa toda suja com o numero 10 nela, ela tocava a bola para alguém que estava em sua frente, ele fazia aquilo parecer tão fácil, tão descontraído mas focado, até que ele fez uma embaixadinha com a bola e a pegou no alto e olhou na minha direção, Ops! Ele sabia que eu o espiava? Há quanto tempo? Quando ele reparou? Ele nem tinha olhado antes ele jogou a bola no chão e voltou a tocar e olhou para seu lado segui seu olhar e o Erick também estava lá quando o percebi entrei para o vestiário feminino e escutei um falatório, as meninas ainda estavam lá não me atrasei.

– Pensei que fosse demorar mais. – Disse a pequena Maggie. – Mary então não pegou tão pesado.

– Você nem imagina. – Ela fez uma cara que entendeu.

Eu caminhei ao meu armário e peguei o que a pequena menina loira havia deixado lá, tinha a saia de líder azul com vermelho, os tênis All Star e a mine blusa azul e branca de líder.

Tirei minha saia e pus a de líder e logo tirei minha botas pondo o All Star vermelho, abri minha blusa branca e pus a mine blusa de líder de mangas cumpridas, prendi o meu cabelo em um rabo de cavalo.

– Ficou bem em você esta roupa. – Disse a Maggie

– Porque a sua é diferente?

– Não tenho idade para vestir essas roupas, a norma da escola não permite. – Levantei as sombra celhas impressionada que aquele colégio houvesse regras.

Nós seguimos para o campo onde vira o Matt e o Erick eles não estavam mais lá me senti aliviada.

– Não acabei a sua entrevista. – Olhei para trás e lá estava a Mary se aquecendo enquanto falava comigo e a uns 5 metros a Rafaella ela me encarava com uma câmera na mão.

– Mais eu sim. – Eu corri até as meninas e ousei a olhar para trás e a Mary se preparava para correr ao lado de outras garotas a professora apitou e ela praticamente voou pela pista de atletismo, e por fim chegou em primeiro 5 segundos antes que as outras e quando parou não parecia nem um pouco cansada se é que estava.

Reparei um fleche da direção oposta e reparei que a Rafaella tirava algumas fotos de mim.

– Rafa nada de fotos dos nossos treinos já falei isso com você. – Disse a Kathy, a loira com cabelos cacheados que agora estavam presos em um coque mal feito.

– Kathy são só algumas fotos para a entrevista que a Mary fez com a nova integrante de vocês, e outra vocês não chegam nem nas semi finais do estadual não faz diferença. – A Kathy ficou vermelha e sua sobrancelha se juntou.

– Rafaella sai daqui agora, seu lugar não é aqui sua gorda nerd... – Ela iria falar mais só que duas meninas ruivas a seguraram.

A Rafaella continuou a olhando como se aquelas palavras não tivessem efeito algum nela e tirou uma foto da Kathy se debatendo no braço das duas ruivas ela ficou mais furiosa, mas meninas a seguraram. A Rafaella se virou e subiu para as cadeiras do campo, reparei que todos no campo olhavam para nós e a Kathy passou bufando para o banheiro.

– Gente a Kathy não vai treinar hoje, vamos fazer como nas outras vezes. – Disse uma garota negra com os cabelos lisos.

E todas começaram se aquecer eu estava começando a me aquecer quando a garota negra chegou perto de mim.

– Olha não se assuste a Kathy sempre se estressa com a Rafa, elas são inimigas juradas de morte.

– Porque? – Perguntei curiosa.

– A Kathy namorava o Erick e a Rafa entrou no ano seguinte; a Rafa logo demonstrou que estava a fim do Erick, a Kathy não se incomodou porque muitas garotas amavam o Erick e no baile de férias o Erick deu um pé na bunda da Kathy e apareceu no baile com a Rafa que também ganhou a coroa de rainha do baile, desde então a Kathy não é mais rainha de baile algum e todos falam que a Rafa é melhor que ela, e é mais bonita que ela sem fazer esforços; quer dizer a Kathy é linda, mas a Rafa é diferente ela veste qualquer coisa e todos a acham linda; mas eu a acho brega. – Nós duas rimos. – Olha mais a Kathy não gosta mais do Erick, tô sabendo do lance de vocês.

– Não tem lance nenhum.

– Sei... Quando tiver me conta. E a Kathy tá te adorando por tirar a coroa a miss ali. – Ela apontou para a Rafa que parecia focada em algo mais distante, olhei e lá estava o Erick e o Matt jogando em times opostos, o Erick usava um colete azul enquanto o Matt continuava com a blusa do time.

– Esqueci de me apresentar, sou Carolaine mas me chama de Carol. – Sorri. – Então, eu vi uns vídeos seu na internet no mundial de líderes de torcida ano passado, e é claro que você está na equipe e quem te diria isso seria a Kathy, mas queremos você como a nossa coreografa de equipe.

– Aceito.

Vi o que elas conseguiam fazer, e era pouco, elas são péssimas mas eu ajudei e mostrei como era a minha coreografia do ano passado, elas gostaram, as ensinei o básicos e elas foram rápidas em pegar; mas perdemos tempo demais conversando. Quando acabei tomei banho e quando estava indo para o meu carro o Erick esperava encostado no carro dele.

– O que você tá fazendo o que aqui? – Perguntei.

– Eu vi que seu carro estava ainda aqui... – O interrompi.

– Como se você não estivesse me observando durante o tempo todo que passei com as lideres. – Eu havia reparado seu olhar diversas vezes em mim aquela tarde. Ele me olhou e sorriu sem graça.

O sol se pondo no horizonte batia em seus olhos, os deixando mel ou talvez verde e fazia seu sorriso ser muito mais cativante e lindo – eu não sabia o que sentia sobre ele, ele me deixava nervosa como o Matt, mas algo me fazia não confiar nele assim como algo também não me fazia confiar no Matt; mas o Matt era diferente, me sentia segura ao lado dele já o Erick, difícil de explicar; eu acho que sentia medo dele. E tudo que pensei aquela tarde logo após a entrevista com a Mary me veio a cabeça, precisava acabar com isso já estava me intimidando.

– Eu só queria saber se estava bem.

– Obrigada pela preocupação, mas isso não é do seu interesse; sei que você quer ser apenas agradável, mas por trás disso vejo segundas intenções e como lhe contei quando te conheci perdi meus pais há um mês e não quero me envolver com ninguém. Posso estar errada mais me sinto intimidada com você me olhando por ai. – Sua pupilas estavam arregaladas seu olhar era duro e de repente se suavizou como se algo passasse pela sua cabeça.

– Desculpe se fui rude, não era a minha intenção, te julguei mal não é nada indefesa, desculpe por qualquer coisa. – Seu olhar caiu. Eu senti um sentimento de culpa.

– Olha, não quero que fique um clima ruim entre a gente, você foi um bom amigo só não quero me envolver agora entende?

– Tudo bem, peguei pesado mesmo. – E seu olho estava brilhando novamente e um sorriso maroto apareceu em seu lábio.

Eu me despedi e entrei na minha Mercedes™.

A semana se passou rápido quando percebi já era sexta feira, fui para o ensaio da lideres e depois fui ao shopping com as meninas, precisava a voltar a fazer meu esporte favorito: Compras! A Kathy não se próximo muito de mim, mas as outras meninas me adoravam; na quarta a Mary publicou a entrevista, o que eu achei que me deixaria em maus lençóis; ela tentou me degradar mas o pessoal passou a comentar mais de mim e sim eu era popular.

Eles não me achavam falsa, pelo contrário me achavam verdadeira, porque eles acham o mesmo que a cidade deles um fim de mundo e todos me perguntavam sobre Nova York, e eu não gostava do que estava acontecendo, eu sabia que Nova York era linda, brilhava era perfeita, mas era como se cada detalhe estivesse sendo apagado da minha memória; como uma semana naquela cidade parecia que fosse a minha vida toda, eu precisava voltar a Nova York o mais rápido possível nem que fosse a passeio.

Entramos em algumas lojas e elas compraram muita coisa já eu, nada; ali não tinha nada que me atraísse completamente, mas estava ficando sem roupas, eu precisava de roupas novas. Fui para casa e logo vi a Kelly ela estava sentada na varanda lendo alguma revista.

– Cadê meu irmão? – Ela abaixou a revista e me encarou.

– Saiu mais já esta voltando. – Virei de costa e ela continuou. – Vamos jantar lá em casa hoje, o Gabe vai pedir para os meus pais a minha mão em casamento. – Revirei os olhos e entrei.

Ter que aguentar aquilo tudo de novo? Ninguém merece, e o pior estou sem roupa.

Subi, deitei na minha cama e olhei para a tela do meu computador que estava ligado e piscava sobre algo, olhei e era um e-mail de uma de minhas amigas, ela dizia que estava morta de saudades de mim, que eu precisava ir passar o natal lá, enquanto eu respondia alguém bateu na porta.

– Entra. – O Gabe entrou.

– Hoje vamos jantar na casa da Kelly, vou pedir ela em casamento aos pais.

– Nossa Gabe você é corajoso... – Ele revirou os olhos.

– Vamos sair às oito.

As sete e meia eu comecei a olhar o guarda roupa não vi nada que prestasse, sentei na cama e enquanto olhava para as roupas o Gabe bateu na porta; ele estava com uma blusa social, blaser na mão, de calça do terno e sapatos italianos.

– Você ainda não se arrumou?

– Não tenho roupa.

Ele abriu meu armário e puxou um vestido rosa brilhoso.

– Esse vestido é lindo.

– Isso é do inverno passado e usei umas três vezes, tá muito repetido.

A Kelly entrou no quarto ela estava com o cabelo colado na cabeça e uma maquiagem preta e marcante, com vestido de mangas compridas colado no corpo com a parte das costas aberta em V e salto de bico fino.

– O que foi Patrícia?

– Eu não vou não tenho roupa.

– Como é? Você tem tantas roupas que não tem nem espaço no guarda roupa e ainda tem roupas suas dentro das malas.

– São velhas coleções passadas usadas, odeio repetir roupa. – Ela me encarou.

– Gabriel da um jeito. – Ela saiu do quarto.

– Patty esse jantar é muito importante para mim o pai dela é muito rigoroso e eu já falei sobre você, então ele acha importante a família estar toda unida, por favor, por mim?

– Gabe você me tirou tantas coisas importantes. – Lembrei de Nova York, da casa dos meus pais, das minhas amigas, da escola da minha vida e das minhas lembranças.

– Não foi por querer, não tinha escolha.

– Tinha sim e optou pela que é melhor para você, não pensou em mim nem por um segundo.

– Claro que pensei, e é por isso que estamos aqui.

– Porque, me explica.

– Não posso, é melhor para você. – Ele afagou as mãos nos olhos.

– Me explique. – Insisti.

– Vou ter que fazer algo no qual não queria. Se não se arrumar em – ele olhou para o relógio – vinte minutos você vai ficar sem mesada ate Junho, vou tirar seus cartões, seu carro, seu celular e vou te tirar da lideres.

– O que? Você não é meu pai você não é minha mãe, você não pode fazer isso comigo, eu não tenho roupa.

Ele virou as costas fechando a porta do quarto. – O que ele estava pensando que agora iria me obrigar a fazer as coisas assim? Ele quer que eu vá aquele jantar, eu vou mais ele vai se arrepender.

Coloquei um vestido vinho com as mangas até o cotovelo com um pouco de ombreira, colado no corpo, um salto cor de areia aberto na frente, coloquei alguns anéis, um cordão de corrente com um pequeno diamante, brinco um pouco discreto, nem grande nem pequeno; fiz uma trança embutida deixando minha franja solta meio rebelde, passei uma maquiagem leve e batom vermelho, desci e logo vi os dois quase pegando.

–Ah! Existe quarto sabia? – Eles me encaram e eu sai, lá fora havia outro carro uma Ranger prata.

Olhei para trás e A Kelly passava uma chave para a mão do Gabe que apertou e a Ranger piscou. Eu abri a porta de traz e entrei e logo vieram os dois.

O Gabe dirigiu para um lugar um pouco mais longe que o shopping me deparei com longos portões de ferro dourados, a Kelly falou algo ao porteiro que nos permitiu a entrada e os portões se abriram como mágica e passamos por várias casas enormes com os quintais maiores ainda, estávamos em um condomínio para a classe mais nobre da cidade; olhei mais a frente e havia ruas como uma mini cidade, as casas eram uma mais linda que a outra.

– Eu estou vendo uma casa para nós morarmos por aqui o que acha? – Disse o Gabe.

– Ate que em fim você esta fazendo algo que preste. – Ele ficou em silêncio.

Subimos a rua principal e quando ele virou a esquerda reparei mais ruas e as casa não eram nada pequenas e atrás delas entre as cercas vivas de plantas dava para ver piscinas – definitivamente amei o lugar não podia ver a hora de me mudar para lá.

Chegamos na casa dos pais da Kelly, passamos por outro portão dourado que já se abriu assim que viu o carro, reparei um segurança na guarita o carro entrou pelo enorme quintal que tinha algumas estátuas gregas sem braços e no meio um chafariz, com lindos canteiros de flores brancas, rosas e amarelas. A casa era branca incrivelmente linda duas colunas gregas ficavam na divisória entre os degraus e a porta de carvalho.

Saímos do carro e a Kelly foi à frente com uma chave branca na mão e pôs na maçaneta de cobre e abriu a porta.

Ela caminhou até a sala que também era branca com um enorme sofá de canto de couro branco de nove lugares, havia um tapete peludo branco, algumas flores lindas dentro de uma jarra de vidro sob umas mesinhas, ao lado algumas fotos o chão de mármore preto quase não se via a divisória a sala era linda, linda não, divina.

– Paaai! – Disse a Kelly entrando em ouro cômodo enquanto eu observava as fotos.

Escutei vozes vindas do mesmo cômodo em que Kelly entrara e vi seu pai. Ele tinha alguns fios grisalhos no seu lindo cabelo castanho claro, seus olhos são verdes ele usava uma camisa social branca com três botões abertos, calça social preta com um avental amarrado na cintura, lembrei que ele era dono do restaurante; provavelmente ele estivera cozinhando o nosso jantar, ele aparenta ter seus 50 anos, ele lembrava um pouco os portugueses d ele não parecia nada rigoroso ele foi ao Gabe e o cumprimentou apertando sua mão e um belo sorriso revelando seus dentes brancos e perfeitos.

– Gabriel, vejo que esta cuidando bem da minha filha. – Ele olhou em minha direção e caminhou até a mim.

– Então você deve ser a irmão do Gabriel, muito bonita. – Ele beijou minha mão e se ergueu me dando um beijo em cada bochecha. – É assim que fazemos no Brasil quando vemos um moça tão bonita.

– Então o senhor é brasileiro?

– Sim; nasci lá e fiquei até meus quinze anos, depois fui para o país do meu pai, Portugal.

– Reparei, o senhor lembra muito um português.

– Já foi a Portugal?

– Fomos, quando Gabe fez quinze anos.

– Fomos?

– Eu, Gabe e os meus... – Eu baixei o olhar ainda me doía pensar nos meus pais, ainda mais depois de discutir com Gabe minutos antes por tudo o que ele me tirou.

– Sinto muito por eles. – Ele baixou o olhar olhando nos meus olhos. Será que ele era mesmo pai da Kelly ele era muito mais legal.

Uma mulher desceu as escadas, ela era loira aparentava ter uns vinte e cinco anos talvez ela fosse irmã da Kelly, tinha um lindo corpo, seus seios eram fartos mais não era normal, com certeza era silicone, seu sorriso era forçado botox com certeza, ela usava um vestido vermelho, com um enorme decote.

– Patrícia. É Patrícia não é? – Ele perguntou eu assenti. – Essa é a minha esposa Dayanna. – Esposa? Ela tinha idade para ser filha dele.

Ela desceu e me cumprimentou dando beijinhos sem encostar.

– Você é realmente incrível. – Ela me disse enquanto eu a olhava, reparei que a Kelly revirava os olhos.

Então ela não gostava da madrasta novinha? Interessante!

– Pai cadê a Kathy?

– Está lá trás com um amigo.

– Vou levar a Patty para conhecê-la.

A Kelly passou por umas portas de vidro e eu a segui passamos por um canteiro de flores e chegamos na piscina que era enorme e lá estava a Kathy, a Kathy da escola era irmã da Kelly agora olhando assim da para ver o quanto eram parecidas. Ela usava uma blusa branca, uma saia de cós alto preta, seu cabelo estava liso e ela usava um Scarpin preto; ela estava de frente para nós conversando alguém.

– Eu já conheço a Kathy da escola.

– Duas agora para me perturbar?

– Você e sua irmão não se dão bem?

– Como você e o Gabe.

– Nós não somos filhas da mesma mãe, a mãe dela tentou dar um golpe no meu pai e se deu mal, mais por causa da mãe dela meus pais se separaram.

– Mas ela não tem culpa.

– Ela pode não ser filha do meu pai, e foi só por isso que meu pai casou com a mãe dela.

– Seu pai nunca fez DNA?

– Fez deu positivo mas daquela mulher desconfio de muita coisa.

– Então você desconfia que vocês não sejam irmãs? – Ela assentiu.

E então quem estava de costa para agente se virou e era o Matt. – O que ele fazia aqui? Ele estava namorando a Kathy? Aquilo me machucou não sei porque. Mas não gostei quando o vi ali, se eles estavam juntos ali naquele jantar juntos é porque estão namorando.

– Oi Kathy esta é a irmão do Gabe.

– A Patty? Já nos conhecemos da escola, ela também é uma líder de torcida.

O Matt me olhava nervoso, será porque eu descobri sobre ele e a Kathy, e talvez quisesse ter algo comigo e eu descobri que ele tinha outra pessoa? Eu estava pensando o que? Quando o vi, que ele era um cara legal que não tinha nenhuma garota... E porque eu me importava com aquilo? Não tivemos nada além de conversas.

Mais no domingo passado ele ali na minha cozinha me preparando waffles foi tão lindo, parecia que tínhamos algo a mais... O que importa agora ele tem uma namorada e era a Kathy.

A Kelly olhou para o Matt e com certeza se lembrou do jantar e fez um olhar de desgosto.

– E quem é seu amigo. – Seu tom era falso.

– Matt, ele é camisa dez no time de futebol da escola.

– Matt você foi nosso garçom na sexta passada né? – Ele sorriu sexy como sempre fazia e aquilo me derretia por dentro.

– Fui sim senhorita Star.

– Espero que não derrame nada hoje. – Ela disse secamente. E a Kathy ficou claramente brava.

– Com certeza senhorita Star, seria péssimo estragar o seu vestido dessa vez. – Eu e a Kathy rimos sem esconder.

– Vou entrar Patty vai ficar? – Disse a Kelly brava.

– Vou. – E ela se virou e saiu pelo mesmo lugar em que chegamos.

– Então pertencemos à mesma família agora. – Assenti tentando não olhar o Matt. – Como seu irmão aguenta ela?

– Não sei de repente porque são farinhas do mesmo saco.

– Ahhhh não, o Gabe é super fofo e legal.

– Com você, só se for. – Senti o olhar de o Matt cruzar o meu e rapidamente desviei.

Alguém apareceu no corredor no qual eu e a Kelly viemos, uma empregada.

– Senhorita Katharine, Selena no telefone.

– Já volto.

E ela foi a onde estava a empregada e sumiu.

– Tá namorando a Kathy? – Não pude conter a pergunta. Pude ouvir uma gargalhada.

– Não somos apenas amigos.

– Você não sabe mentir.

– Porque se importa com isso?

– Não me importo.

– Você não sabe mentir, posso ver que esta com ciúmes. Você fica vermelha e suas pupilas dilatam – passei a mão no cabelo e desviei o olhar – você passa a mão no cabelo e desvia o olhar. – Olhei nos seus olhos tentando me manter firme. E ele apenas sorria sexy.

– Para de fazer isso.

– Isso o que? – Perguntou ele confuso.

– Me seduzir.

Ele passou um dedo o meu lábio inferior e pôs um fio que não se prendeu na trança atrás da orelha, estávamos bem próximos, muito próximos; senti sua respiração e o calor do seu corpo, ele segurou minha mão esquerda, apertou contra a sua, me olhou nos olhos sorrindo e me roubou um beijo rápido, tão ligeiro não deu tempo de sentir se era bom ou ruim, só o tempo de dar um tapa na cara dele, não senti quando percebi minha mão já estava em contato com a sua face e seus olhos fechados.

Eu puxei minha mão e logo fiquei arrependida, como fiz aquilo? Foi tão rápido o beijo, o tapa... Ação e reação? Talvez.

– Me desculpe. – Eu levei minhas mãos ao seu rosto parecendo que iria desfazer aquilo ele segurou minhas mãos e riu.

Eu fiquei com raiva do sorriso dele eu tava ali toda desesperada por dar um tapa no rosto dele logo após um beijo que ele me deu sendo que eu queria tanto quanto ele e ele esta rindo? Sorrindo? Daria outro tapa se ele não parasse.

– Você esta rindo de mim? – Ele estava vermelho de tanto rir e fez que sim com a cabeça, por não conseguir dizer com a boca.

Eu estava com muita raiva porque ele ria de mim? Eu era uma idiota que batia e depois pedia desculpas? Eu devia ter batido bem mais forte olhei para trás dele e lá estava a piscina de eu desse pouco impuros nele ele cairia.

Ele ainda ria como um idiota dei um impuro nele e ele continuava a rir perdendo o equilíbrio dei mais um e ele foi inclinado para trás ele ficou sério e se segurou em mim fazendo eu cair junto.

A água estava gélida mês de Dezembro, inverno e esse idiota me puxou para cair numa piscina. Eu mergulhei e logo consegui por a cabeça para fora e todos estavam lá eu fiquei séria e o Gabe me encarava seriamente e o pai da Kelly me olhava com um olhar de seriedade. Procurei Matt e ele estava atrás de mim e a empregada chegou com toalhas.

– Maria entregue a toalha a senhorita Patrícia e o senhor Mattyus. – Disse o Pai da Kelly e entrando.

O senhor bonzinho desaparecera e em seu lugar um senhor autoritário dono da verdade aparecera.

Eu tentei sair da piscina pela borda e o Matt me ajudou a Maria me entregou a toalha e em seguida ao Matt.

– Vamos subir a secadora seca à roupa de vocês em um instante. – Disse a Maria e percebi os olhares de alerta do Gabe em minha direção.

Entramos e subimos uma escada que ficava na sala de estar caminhamos por um corredor com muitas portas e viramos a direita e tinha duas portas e a lavanderia.

– Entre nesses quartos e me dê as roupas, tem uma roupa seca em cima da cama caso não queiram esperar, no máximo leva uns dez a vinte minutos.

Eu entrei no quarto e fechei a porta, era lindo e aconchegante e era maior que o meu, branco em todos os detalhes, cama branca, cômoda branca. Janela branca, tudo branco.

E sobre a cama de lençol de seda um vestido branco tomara que caia leve e lindo, provavelmente era da Kathy mais reparei que havia um banheiro e entrei e lá havia um roupão branco, preferi me enrolar nele e fui entregar a roupa molhada a Maria Me voltei para o banheiro e me olhei no espelho para ver o estado da minha maquiagem e estava um caos, o rímel era o único que não era aprova d’água e estragou minha maquiagem por inteira, fui ao Box e peguei um sabonete, lavei meu rosto e lá estava a Patty quando acordava pela manhã com os olhos sem lápis e uma boca sem batom, sem bochechas rosadas e olheiras imensas. Mas me recusava a ir pedir maquiagem a Kathy e muito menos a Kelly. Minha trança estava molhada e alguns fios agarraram no meu corpo sequei o meu cabelo com a toalha e penteei com os dedos fiz um coque meio frouxo e me olhei no espelho não estava tão mal, foi quando bateram na porta.

A roupa já estava seca?

Abri e lá estava o Matt só com uma calça jeans preta e mais nada.

– O que esta fazendo aqui? – Disse me lembrando daquele ataque de risadas que ele teve na piscina revelando o propósito de estarmos aqui, a culpa era toda dele se ele não tivesse me beijado não teria dado o tapa e ele não teria caído naquela insuportável gargalhada e eu não teria o jogado naquela piscina e aquele idiota não teria me segurado.

– Vim ver se você estava bem, eu fiquei preocupado. – Escutei passos no corredor e o puxei para dentro. – Nossa se você me quisesse aqui falasse antes.

– Idiota tem alguém vindo para cá.

Ouvi os passos pararem e ele se silenciou-se o barulho de uma pegada mais forte parou do outro lado.

– Talvez seja a sua namorada. – Disse sussurrando.

– Eu não tenho namorada. – Disse ele.

Tampei sua boca a minha mão esquerda e ele olhou para ela ficando vesgo e voltando o olhar para mim.

E o passo voltou para o meu lado e alguém bateu na porta.

– Quem é? – Gritei.

– Sou eu Gabe, preciso falar com você.

– Gabe conversamos em casa, estou me secando.

– Você sabe sobre o que vamos falar.

–Sei.

– E vamos resolver isso hoje.

Se resolver isso queria dizer: dar um basta em nossas brigas, ele teria que me explicar sobre o que ele anda me escondendo, sobre o porque ele falava que meus pais eram os errados, porque havia tantos porquês e explicações estranhas e incompletas.

Recobrei minha consciência e eu e o Matt estávamos naquele famoso clima, olhos nos olhos, respiração rápida, coração a ponto de uma parada cardíaca e lábios desejando loucamente por um beijo. – Como chegamos àquela situação? Não sei, mas enquanto eu estava perdida em meus pensamentos sobre o meu passado familiar não estava consciente para fazer um clima romântico. Quando eu estava com o Matt era como se por alguns minutos ou uma noite inteira desaparecera eu não me lembrava de segundos que haviam acabado de ocorrer mas eu gostava de como as coisas acabavam só não gostava do fato de não me lembrar porque não me lembrava? - Para a minha felicidade ainda não tínhamos nos beijado – eu percebi que perdia a consciência quando caia em meus longos pensamentos, então não cairia mais neles. – Ele ainda não havia se rendido a mim, mas desde que chegara a cidade estava louca para ver a hora de tocar aqueles lábios que formavam aquele sorriso sexy, passar as mãos pelo seu cabelo negro bagunçado e me fixar só no momento.

E o beijei , ele me tocou com cautela como se quisesse aproveitar aquele momento tanto quanto eu como se fosse me perder depois e ai então começou o beijo que eu esperava apaixonante, arrasador, selvagem e nada delicado suas mãos caçavam minha pele por cima do roupão eu prendi minha mão em seu cabelo procurando não tocar em sua pele em chamas.

– Senhoria Patrícia sua roupa. – Bateu a empregada na porta do quarto.

Foi quando ele parou rispidamente e eu o puxei para mais um rápido beijo que ele correspondeu sem pestanejar.

Ele abriu a porta e saiu a Maria nos olhava assustada e ele pegou a roupa dele e entrou no seu quarto sem nada dizer.

– Obrigada. – Disse sem graça, pegando a roupa.

Me arrumei e arrumei meu coque que o Matt havia desfeito. Me olhei no espelho e toquei meus lábios e me lembrei do beijo, desse sim eu me lembrava e foi o melhor beijo da minha vida. Eu queria mais e fiz um esforço enorme para me lembrar do primeiro mas era como se nada tivesse acontecido naquela noite no shopping.

Eu sai do quaro e lá estava ele parado arrumando a gravata amarelo ouro, com uma blusa social branca e calça social; ele deu o seu famoso sorriso sexy e como se já fossemos íntimos ele me puxou para me dar um selinho e eu corei.

– Você fica linda quando mostra quem realmente é. – Disse isso como se me conhecesse a muito mas tempo que uma semana.

– E quem eu realmente sou?

– Você não é essa patricinha superficial, que todos acham que é sem sentimentos, e sim uma menina tímida e batalhadora que consegue as coisas com muito trabalho. – Gostei das palavras dele.

– Então quer dizer que eu lutei pelo o seu beijo?

– Não, eu que batalhei contra o seu. – Ele sorriu e se virou pegando minha mão como ninguém nunca havia pego antes, me sentia realmente uma menininha segurando a mão do seu pai, sua mão cobria a minha completamente e ele era bem alto com quase dois metros.

Descemos os degraus sem fazer muito barulho e escutei a risada da Barbie siliconada e logo pude ver todos com taças de vinho, eles não me repararam suas conversas eram tão interessantes que nem me viram e olhando eles ali me perguntei o que fazia naquele lugar. Aquela nunca será a minha família, meus pais eram tão unidos lembrei-me da historia que a Kelly me contara e aquilo que chamavam de família não passava de falsidade a Kelly odiava a irmã, apesar de ter desavenças com o Gabe no fim de tudo de certa forma ele só quer me proteger do que, eu não sei, mas nada entre nós era falso de mentira, dizíamos quando estávamos com raiva e por mas que magoasse era verdadeiro e era assim que nos mantemos. Eu não queria ficar naquele lugar nem mais um segundo.

– Quero sair daqui.

– O que? – Perguntou o Matt.

– Não quero mais ficar aqui.

– Achei que era o único. – Ele sorriu e segurou mais firme na minha mão.

Acabamos de descer a escada e ele me levou a caminho da cozinha sem passar por eles todos na cozinha nos olharam e passamos pela porta dos fundos e saímos na piscina passamos pelo corredor e saímos no quintal da frente onde cheguei com o Gabe e quando cheguei não havia reparado, mas no jardim ao lado de onde Gabe estacionou estava a moto do Matt ele subiu e me estendeu a mão eu me encolhi.

– Você não caiu da outra vez e não vai ser agora. – Olhei ainda com medo e ele me entregou um capacete. – Confia em mim.

Subi na moto e me agarrei na sua cintura senti sua risada.

– Tá rindo do quê?

– De nada.


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