Renascer escrita por Mariana Lanza


Capítulo 3
Capitulo dois




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Olhei para a esquerda e para a direita, mas o garçom não estava mais na rua; caminhei em direção à direita, olhei para um beco e de lá saiu ele em cima de uma moto, ele subiu a rua tentei correr atrás dele mais não consegui, não sei o que me fez pensar que conseguiria e nem sei por que fazia aquilo; olhei para trás mais não queria voltar para o jantar dos pombinhos, decidi voltar para casa a pé tentei lembrar o caminho que o Gabe fez de carro e fui andando, na metade do caminho tirei o salto e quando estava em uma rua deserta vi a moto do garçom estacionada na frente de um bar, caminhei ate a entrada e olhei para dentro, e ele estava jogando sinuca.

Dentro do bar havia algumas mesas de sinuca, outras de pôquer e alguns games, muitos homens das faculdades locais entre 17 a 25 anos. Poucas garotas umas três sem contar a atendente do bar.

Entrei e me sentei em um banqueta do balcão do bar, olhei disfarçadamente para a onde ele estava e não reparou quando eu entrei, ele continuava sobre a mesa, estava com a camisa aberta, seu cabelo estava bagunçado como se alguém tivesse bagunçado, ele parecia estar ganhando seu sorriso era bem largo.

– Então garota o que vai querer? – perguntou à atendente do bar, ela passava um pano encardido em um copo tentando limpa-lo ela cuspiu no fundo e passou novamente o pano, fiz cara de nojo; ela tem um franjão que insistia em cair sobre seus olhos e ela a cada 5 segundos ele jogava o cabelo que tinha algumas camadas rebeldes e era ruivo, ela usava uma regata branca que estava amarelada e uma blusa xadrez vermelha e branca e calça jeans escura skini.

– Nada. – respondi.

– Então pode sair, se não consumir nada não fica.

– Calma Angie – disse o garçom, não queria que ele me reparasse – Ela ta comigo – olhei para ele, e ele tinha um sorriso de canto muito sexy.

Ela bufou.

– Matt, para que você trás essas garotas para cá?

Ele apenas sorriu para ela, e ela foi atender aos outros clientes.

– Então, está me seguindo? – ele perguntou.

– Me perdi e resolvi entrar aqui para pedir ajuda.

– Onde você mora?

– Para que quer saber?

– Te dou uma carona.

– Não, eu vou sozinha.

– Não confia em mim?

– E devia?

– Devia.

– Você é um estranho e não devia, só quero uma orientação, prefiro pedir ajuda a ela a um cara que há uns 15 minutos atrás estragou o meu vestido de marca.

– Mas não fui eu que te segui, e estou sendo até bacana.

– Eu não te segui, foi uma conhecidencia, te econtrei por acaso.

– Não existe conhecidências, existem garotas que seguem rapazes no meio da noite.

– Se para satisfazer seu ego de macho alfa você prefere acreditar nisso, ok! – Ele sorriu falsamente.

– Prazer Matt. – Ele estendeu a mão, dei de ombros.

– Então, Matt é um nome ou um apelido?

– É mais um apelido, você não disse seu nome. – Ele disse interessado.

– Apelido para que? Quer dizer qual é o seu nome? – Disse ignorando totalmente a pergunta dele.

– Seus pais não lhe ensinaram que quando alguém se apresenta você deve se apresentar também?

– Eles me ensinaram a não falar com estranhos. Mas já que estou falandocom um estranho, falar o meu nome é de mais.

– Não sou estranho, fui seu garçom há alguns minutos atrás.

– É estranho, pelo menos para mim. – disse afirmando.

– E se eu lhe pagar uma bebida? – insistiu ele.

– Você não vai deixar de ser um estranho. – cantarolei a palavra “estranho” . – Você sabia que eu poderia ser uma assassina em série, poderia matar você, esquartejá-lo e mandar certos pedaços para sua mãe, isso tudo numa linda manhã de domingo. – Disse eu viajando.

Meu celular vibrou olhei e era meu irmão, já havia três chamadas perdidas dele eu recusei.

– Namorado? – perguntou ele.

– Não, meu irmão.

– Então, tem namorado?

– Não. – só depois de dizer percebi o que disse.

– Pelo menos uma informação da senhorita assassina em série. – Seu sorriso se estendeu.

– Não sou assassina.

– Como posso saber? – olhei para a mesa onde ele jogava e os caras o chamavam.

– Sabe jogar?

– Sei – menti, ele sabia que era mentira, e seu sorriso se alargou.

– Então se eu ganhar você me diz seu nome.

– E se eu ganhar?

– Você resolve.

Jogamos três partidas ele ganhou duas, tive uma leve impressão de que a que ganhei ele me deixou vencer.

– Então, qual é o seu nome? – Ele me perguntou.

– Você roubou. – o acusei.

– Ou você não sabe jogar.

– O que? Como você ousa dizer que não sei jogar? – Me fiz de santa.

Ele me encarou com cara de “fala a verdade”.

– Tá bem, não sei jogar. – admiti.

–Então seu nome?

– Patrícia.

– Combina com você.

Ele se aproximou de mim e nossas bocas se encostaram. E meu celular vibrou novamente.

Era meu irmão, recusei, reparei à hora e era 00h30min.

– Preciso ir. – Disse.

– Para onde?

– Para casa. – Disse soando meio obvia.

– Então te dou uma carona.

– Não vou na sua moto.

– Como sabe que piloto uma moto?

– Você tem cara de quem dirige um moto.

Ele me olhou desconfiado mais não insistiu.

– Você já falou com um estranho hoje, andar de moto não vai fazer diferença.

– Não vou subir naquilo. – Dei de ombros e fui em direção a saída.

Ele veio atrás de mim, me pegou pela cintura e me pos no seu ombro.

– Me solta, me solta, socorro, ele é maluco!

A garota do bar saiu.

– Quer fazer a patricinha ai, andar na sua moto? – Ela perguntou como se eu fosse delicada de mais para subir em uma moto e o Matt ria sem nem tentar esconder.

Ele me pos no tanque da moto e se sentou no banco.

– A onde você mora? – Ele perguntou.

– Uma rua após a praça central. – Disse me agarrando ao seu peito.

Nunca havia andado em uma moto e morria de medo, nunca fui do tipo de ser medrosa. Mas motos me davam repulsa.

Quando ele ligou a moto eu me apertei mais forte contra o seu peito senti que ele gostou, pois ele riu.

– Não to achando a mínima graça.

– Não disse nada Patty.

– Não me chama de Patty.

Dez minutos depois estávamos na minha casa.

– Agora pode me soltar. – Ele disse a mim.

– Haha. – Eu ri, mas não tinha graça. – Não achou que eu ficaria agarrada em você pelo resto da vida, ou achou?

– Então porque não me largou ainda? – Eu me soltei dele e pulei para ir ao chão, enquanto me soltava eu pude sentir seu tanquinho e seu cheiro era amadeirado, só pra constar eu adoro cheiro de madeira, não sei por que, mas é um cheiro incrível.

Virei-me e fui em direção a varanda de casa, ele me puxou pelo braço.

– Obrigado se usa. – Ele disse.

– Pelo o que? Por me trazer em uma máquina mortífera de duas rodas? – Tentei soltar meu braço, mas ele mais forte do que eu.

– Então é assim Patty?

– Já falei para não me chamar de Patty, não te conheço para você me chamar pelo o meu apelido. E da para soltar o meu braço ou vai querer ficar com ele?

Ele soltou elevando as mãos na defensiva. Ele caminhou até a moto e eu o acompanhei enquanto ele ia embora. Entrei em casa e meu irmão estava sentado no banco da cozinha e ele olhava na minha direção em olhar de advertência. A Kelly ainda estava de vestido, mas sem as jóias e estava do outro lado da cozinha com um copo d’água na mão.

– Pronto a princesa apareceu. - Disse a Kelly, dessa vez ela não fazia o papel ridículo do jantar.

– A onde você estava? – perguntou o meu irmão.

– Andando por ai. – Menti. – Não queria atrapalhar o casal em um momento tão querido de vocês.

– Não queria, mas atrapalhou. – Disse a Kelly.

– Kelly! – Disse meu irmão a advertindo.

Eu subi a escada ignorando o que o meu irmão ainda dizia, fui para aquele cubículo que era meu quarto. Não tinha nem cama ainda para que eu pudesse me jogar me sentei no chão e me deitei sobre as malas e voltei a chorar.

A dor que eu sinto não passava e nem sumia só piorava, mas parece que com o Matt ela havia começado a se cicatrizar, mas agora eu havia arrancado a casca do machucado e voltou a sangrar. Eu não sabia como aquela dor, aquela ferida podia sarar e nem queria era uma forma de manter eles vivos em mim se o Gabe não se importava eu me importava; ele não sabia o quanto a indiferença dele me fazia mal. Ele poderia estar me ajudando e não movia uma única palha para isso mudar, eu também não iria me comportar bem para ele, se ele queria me ver mal eu faria ele se ver pior ainda.

Eu acabei pegando no sono e acordei no meio da madrugada, o vestido estava me apertando o brinco machucando o meu rosto e o cordão me enforcava, tirei tudo e desci para tomar um banho. Depois do banho fui à cozinha pegar um copo de leite. Voltando para subir a escada olhei, na sala rapidamente e vi uma sombra negra, olhei novamente, a sombra vinha e minha direção, a sombra tinha o formato de um homem, eu gritei e derrubei o copo de leite, subi correndo pela escada e cai, quando olhei para frente novamente não havia nada. Eu fiquei meio receosa, mas desci alguns degraus ate estar no pé da escada olhei em volta e não havia ninguém, a janela da sala estava aberta e do lado de fora ventava muito e fui fechar. Havia um carro parado em frente a minha casa e parece que quando a pessoa que estava dentro da casa me viu, saiu ligou o carro e saiu correndo.

– Tudo bem? – Perguntou o Gabe na porta da sala.

– Acho que tinha alguém aqui.

– Como assim? – perguntou o Gabe e a Kelly se aproximara por traz dele.

– Acho que era um ladrão, mas não conseguiu levar nada porque desci a tempo.

– Querida se fosse um ladrão não correria por te ver, e outra estamos em uma cidade do interior de Washington, nada acontece por aqui o último cara preso aqui foi na década passada e foi preso por roubar bananas na feira. – Disse a Kelly.

– Eu sei o que eu vi. – Subi para o meu quarto.

***

Eu usava roupas de dormir e estava descalça, podia sentir as pedras incomodarem os meus pés. Alguém passou do meu lado correndo, mas não consegui ver quem era, a pessoa se meteu entre as arvores; e derrepente passei a correr rápido, muito rápido como nunca havia corrido antes. Porque eu corria? Era eu, era o meu corpo, mas eu não tinha ação alguma com ele, era como se outra pessoa o controlasse. Não sabia o porquê só sabia que tinha que correr, eu corria em uma trilha, haviam muitos galhos e eles batiam em meu rosto, as pedras me machucavam cada vez mais, até que eu tropecei em uma pedra no meio do caminho e cai; meu pé estava torcido e a dor me fazia chorar.

Olhei para todos os lados até que vi uma luz forte, me levantei e fui mancando em direção a luz, havia alguém lá, como a luz vinha atrás dele não conseguia ver seu rosto. Ele é alto, forte, sua blusa era azul marinho e usava calça jeans e também lembrava a sombra que vi na sala. Por mas que ele fosse à única pessoa naquela floresta não queria ir à direção dele, ele não parecia ser nada de bom, mas eu continuava mancando em sua direção, ele me viu e vinha em minha direção eu ergui os braços para ele.

Porque fazia aquilo? Não queria, mas algo me dizia que poderia confiar nele e me dizia também que ele iria me proteger do quer que fosse que estava atrás de mim, ele me salvaria. Eu o abracei com tanta força que poderia esmagá-lo só com um abraço.

– Está tudo bem agora meu amor! – Sua voz era calma e serena e me transmitia segurança. Ele me deu um leve beijo na testa.

Seu cheiro era familiar um cheiro amadeirado, sua voz também, e o seu corpo já havia tocado antes, mas não como agora e o que antes me fazia ter repulsa agora me dava segurança, me fazia sentir amor. Um vento frio soprava da onde vinha o que me fazia arrepios, eu me encolhi, ele envolveu-me em seus braços, me apertando fortemente contra seu peito.

– Não se preocupe com o frio, calor, dor, ou qualquer coisa que te faça mal a partir de hoje vou te proteger de tudo. – Suas palavras foram tão seguras que eu poderia ter certeza que pelo resto da minha vida ele me protegeria de tudo.

Eu levantei o rosto, fechei os olhos e o beijei; ao toque de nossos lábios senti um arrepio na espinha uma pontada em cada osso do meu corpo como se eles fossem se quebrar. Abri os olhos e vi seu rosto, era o Matt.

Acordei, estava ofegante e suava muito. Eu estava assustada pelo invasor da noite passada e por ele se parecer tanto com Matt, será que ele queria dinheiro? É por isso que me trouxe para casa para saber onde eu moro e mais tarde passar aqui para roubar algo? Ou pode ser coisa da minha cabeça, estava escuro e o homem era alto como o Matt existem muitos homens altos como e com o porte como o do Matt, no escuro seria difícil não se confundir.

Na manhã inteira do outro dia passei no quarto arrumando minhas coisas, Gabe me ajudou a montar uma cama de solteiro simples minha cama antiga não caberia no quarto, nunca tinha trabalhado tanto, se isso fosse há um mês eu teria empregados para fazer isso, mas agora eu tinha que por a mão na massa e não gostava dessa nova idéia.

Quando deu duas da tarde, resolvi sair de casa não aguentava ficar lá nem mais um segundo, para onde quer que eu fosse a Kelly estava, e por mas insuportável que fosse ela antes eu preferia ela daquele jeito, porque agora o Gabe de certa forma come na mão dela, e eu odiava isso. Peguei o carro do Gabe e fui da uma volta na cidade; depois de uma hora e meia rodando não encontrei nada do que gostasse as lojas eram bregas, os lugares eram sem graça e os lugar onde adolescentes costumavam se encontrar no fim de semana era uma pista de patins até que parecia legal, mas por enquanto me recusava a conviver com aquele povo, parei na beira da praia que eu nem imaginava que havia por aquelas bandas. Ali haviam muitos senhores e senhoras, algumas mães com seus filhos e algumas pessoas caminhando com seus cães.

Achei um pano dentro do carro do Gabe o forrei na areia, me sentei e enterrei meus pés na areia. – Lembro da minha mãe falando que não havia esfolheante natural melhor que a areia da praia, ela sempre enterrava os pés na areia.

Pus a cabeça sobre os joelhos e brinquei com a areia, até que um cachorro pulou em cima de mim me derrubando para a areia e lambendo o meu rosto como se eu já o conhecesse, eu olhei para ele segurando suas orelhas e ele fazia de tudo para me lamber. Ele era um Bull Terrie branco, e o reconheci, era o meu cachorro Spike que se perdeu na viagem dos meus pais

– Spike. – Gritei, disse o beijando o abraçando. – Como veio parar aqui? – Ele só me lambia. – Também to feliz por te ver.

– Bob... – Gritava uma voz masculina, olhei na direção e era um garoto com a minha idade, seus cabelos com cachinhos loiros como de um anjo, seus olhos azul piscina que pareciam refletir o oceano, seu sorriso era largo e iluminador, usava camisa gola V rosa com um símbolo da paz nela, bermuda florida e chinelo de dedo, seu porte era atlético provavelmente vivia em academias. – Bob, deixa a menina em paz.

– Desculpa, mas fui eu que o agarrei. Ele se parece muito com meu cachorro que perdi.

– Eu o achei há algumas semanas perdido na estrada.

– Não pode ser o meu, o perdi em Nova York, antes de me mudar.

– Ele te sujou toda.

– Não liga amo cachorros e por um tempo pensei... – Minha voz falhou não iria contar da minha vida para um estranho. De certa forma eu precisava desabafar com alguém e aquele garoto e seu cão fossem as pessoas que eu precisava.

– Pensou? – Insistiu ele.

– Nada.

– Conta. – Insistiu mais uma vez, ele se sentou ao meu lado.

Eu realmente queria contar, só tinha medo de ele me achar louca.

– Confia em mim. Quer dizer, sei que sou um estranho, mas pode confiar em mim, às vezes é só o que precisamos compartilhar um problema com estranhos.

– Tudo bem. – Eu olhei no fundo dos seus olhos. – Eu perdi meus pais há um mês... – Respirei fundo para não chorar.

– Sinto muito.

– Tudo bem. E antes disso minha vida era perfeita. E fui obrigada a mudar para cá, e essa cidade não se compara a Nova York, desculpa falar assim, mas aqui não tem nada é um fim de mundo. – Ele riu e assentiu. – E a namorada do meu irmão é uma peste em pessoa e é isso... E quando vi o Spike, quer dizer, o Bob me lembrou dos bons tempos.

– Nossa uma barra grande, mas você vai se surpreender com esse fim de mundo.

– Espero mesmo.

– Prazer Erick! – Disse ele estendendo a mão.

– Prazer Patrícia! – Apertei a mão.

O telefone dele tocou.

– Um minuto. – Ele disse para mim.

Ele olhou na tela do celular e pela cara que fez não queria atender, mas atendeu.

– Fala. - Vim dar um volta com o Bob. - Não, eu vou falar com ela. - Já vou ir lá.

Ele desligou.

– Um amigo. – Disse ele. Eu Assenti. – Bem, vou ter que ir. – Disse ele se levantando e prendendo o Bob na coleira.

– Até mais. – Disse me despedindo .

– Até. – Ele foi andando em direção ao calçadão e voltou. – Olha hoje ta abrindo um shopping na cidade, e das oito até ás noite vai ter uma festa lá, e queria manter um contato com você e se você não tiver nada mais tarde...

– Tudo bem, eu vou.

– Então, eu te busco as oito em ponto?

– Tá bom, eu moro uma rua após a praça central, numero 27. – Dessa vez ele se abaixou e me deu um beijo no rosto e foi em borá.

Fiquei lá até as cinco e depois enquanto voltava para a casa, o peneu furou. Um homem que passava na rua me mostrou um borracheiro que ficava ali perto;

Tinha um homem de costas mexendo em um carro que tava no alto ele estava com os braços esticados de certa forma mostrando seus músculos, ele estava com o macacão enrolado na cintura, nas suas costas tinha a tatuagem de asas de anjo e outras tatuagens menores por outras partes das costas.

– Oi será que você poderia me ajudar? O pneu do meu carro furou logo ali.

Ele se virou e era o Matt, seu peito nu tinha mais tatuagens, na barriga e eu vi o pássaro da noite passada, e o tanquinho bem definido, no seu rosto estava bem sujo e havia uma linha de graxa bem abaixo do olho, seu sorriso se abriu ele usava um boné que estava tão sujo quanto ele.

– Me seguindo de novo é Patty.

– Não me chama de Patty. – Disse nervosa, nem sabia o porquê do nervosismo, mas estava nervosa.

– Calma Patrícia, me leva no carro me deixa dar uma olhada.

Eu me virei e ele pegou um pneu e um macaco, e levou até o carro. Ele olhou o pneu.

– Ta furado mesmo.

– Sério Matt? – Fui sarcástica. – Nem sabia! - ele gargalhou em seco.

Em alguns minutos ele trocou o pneu. Eu estava entrando no carro quando ele me chamou.

– E o agradecimento?

– Quer quanto? – Peguei a carteira e tava pegando uma nota de 100 dólares, devia pagar o pneu e o trabalho até que ele me puxou pelo braço e ficamos cara a cara, senti sua respiração na minha, olho no olho, e a vontade de beijá-lo foi imediata, mas me contive.

– E hoje à noite? – Ainda estávamos bem próximos, seu bafo era quente.

– O que tem hoje à noite? – Perguntei ainda em transe.

– Você vai estar ocupada?

Nossos lábios se encostaram eu recuei antes de um beijo. – Eu estava nervosa, mas me recusava a demonstrar.

– Eu tenho compromisso hoje. – Estávamos a quase um metro de distancia e eu ainda acho que não era o suficiente, eu respirava rápido e meu coração estava acelerado.

– A é compromisso?

– É.

– Então deixa para a próxima. – Ele virou as costas e foi para a Mecânica.

Eu entrei no carro e liguei o ar no máximo.

***

– Patty? – Meu irmão me deu um susto quando cheguei a casa. – Tudo bem?

– To sim, você só quase me matou de susto.

– Hoje tenho um jantar de negócios da empresa, quer ir?

– Não. Eu vou à estréia de um shopping aqui na cidade.

– É eu vou estar nesse shopping. Eu te dou uma carona.

– Não precisa, vou com um garoto que conheci na praia.

– Já conquistando corações!

Eu ri. Subi a escada e a Kelly estava enrolada no roupão.

– E ai princesa? – Bufei.

Fui para o meu quarto, quando deram sete horas meu irmão saiu e me avisou que só voltava amanhã e que dormiria na casa da Kelly. – Cheguei a pensar que ela não tinha casa. – Fui me arrumar, tomei um banho e botei um vestido branco que parecia bem um dos vestidos antigos todo rodado com bolinhas pretas na barra, pus um scarpam preto e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo só deixando a franja solta; a maquiagem foquei, mas nos olhos e só uma pulseira de brilhantes simples.

Ouvi a buzina de um carro, olhei pela Janela e o Erick estava de pé ao lado dele.


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