Alvo estava na enfermaria olhando para o papel que achou no corredor, claro sinal de que alguém descobrira o monstro que habitava as entranhas do castelo, o Basilisco de todas as criaturas, como não pensara nisso? Agora parecia que Eric perdera o controle que detinha, então se os canos deixavam a criatura se mover, haveria uma entrada, ele se lembrou de Murta, era a única fantasma do castelo que viajava pelos canos, nada mais justo do que ir perguntar a ela, enquanto era seguido por Minerva e Severo de perto, felizmente eles não precisaram perguntar nada quando viram a passagem aberta, ele não pensou duas vezes antes de pular, mesmo com os gritos atrás dele, tudo bem que Fawkes fora na frente, mas ele teria que ter certeza de que tudo ficaria em ordem. Ron ficou aliviado quando viu Dumbledore, mas o homem apenas abriu caminho com a varinha e não disse uma palavra, para seu pânico total, quem ficou com ele foi Snape. Minerva estava atrás de Alvo que andava rápido, seu marido praticamente corria. Harry derrotou o basilisco, o que era pura sorte e quando chegou perto de Eric, o mesmo sorriu para ele:

– Deve estar sentindo o veneno por agora, arriscaria dizer que tem apenas um tempo de vida. – disse ele.

Ele caiu no chão estatelado, sentia-se fraco e impotente:

– Eric, pare ele... Eu sei que consegue parar ele, você é melhor do que eu na maioria das coisas... – disse Harry.

Eric sorriu e olhou para o diário no chão:

– Como um livrinho tão bobinho pode fazer tanto estrago? – perguntou ele.

– Eric...

O sorriso no rosto de Eric vacilou e algo cintilara em seus olhos, Tom estava desesperado para retomar o controle, mas era tarde Eric apanhara a coisa mais afiada que havia por perto e cravara na capa do diário, o dente do basilisco:

– Ahh!

Alvo chegou na porta da câmara junto com o grito de Eric e então parou, vendo o menino cair no chão ao lado do irmão e Fawkes curando Harry:

– Harry... – Eric olhou para o irmão e então desmaiou.

Era madrugada quando Eric abriu os olhos, vendo um par de olhos brilhantes e azuis o olhando atentamente:

– Alvo! – ele praticamente caiu da cama quando se jogou para abraçar o homem.

– Faça silencio meu menino. – respondeu Alvo calmamente. – você está bem? – perguntou ele olhando clinicamente para Eric.

– Ele me controlou Alvo, eu usei toda a oclumencia que possuía, mas ele me controlou e não entendo como... Então eu acabei petrificando as pessoas e na câmara quase matei o Harry e...

– Calma. – Alvo fez sinal para que o menino respirasse. – eu sei disso tudo, realmente não importa agora, o importante é que esta tudo bem.

– Mas...

Alvo viu lagrimas se formarem nos olhos do menino que automaticamente abaixara a cabeça para que nenhuma delas fosse vista, ele chegou perto do garoto e levantou o rosto dele, vendo a trilha que as lagrimas formavam:

– Mas? – perguntou ele.

– Você confiou em mim, eu não consegui...

– Eric, eu sabia que as chances de que controlasse aquilo seriam muito poucas. – disse ele calmamente. – mas também sabia que seria melhor que estivesse com você, até descobrir como destruir, aliás você mesmo fez isso a horas atrás, você destruiu o diário, impediu Tom de voltar, além disso tudo salvou Harry mais uma vez. – Alvo abraçou o menino que agora soluçava de tanto chorar. – vai ficar tudo bem, já passou meu menino já passou.

– Mas é como se aquilo nunca vai me largar, eu...

– Sente como se estivesse invadido ainda? – perguntou Alvo.

– Sim.

– Você sentiu isso por meses é natural, preste bem atenção já acabou meu filho, já acabou e logo você vai dormir de novo e quando acordar pela manhã não sentirá mais isso. – ele fez o menino deitar e o cobriu. – vou ficar aqui até que pegue no sono.

Ele observou o menino por alguns momentos até ver o garoto em um sono calmo e tranquilo, logo em seguida se levantou e foi checar os outros alunos que receberam a dose da poção de mandrágoras, a primeira a receber por insistência dele foi a senhorita Granger, ela parecia bem melhor agora que seu corpo finalmente voltara ao estado normal, ela também estava acordada e sua cama ainda era rodeada por um biombo:

– Harry e o Ron, o basilisco. – disse ela parecendo assustada.

– Eles estão bem. – respondeu Alvo calmamente. – Harry matou o basilisco e teve uma noite cansativa, por isso ele está com Minerva nas salas dela, para comer algo e cochilar.

– Diretor, era o Eric, ele atacou as pessoas, ele me atacou... – começou Hermione chorosa. – por que ele fez aquilo? Onde ele está? Prenderam ele?

– Calma. – Alvo sentou na beirada da cama. – Eric não foi preso, ele está na verdade dormindo a duas camas a esquerda de nós agora, ele também teve uma noite difícil, na verdade um ano complicado.

– Ele vai ser expulso não é? – perguntou Hermione.

– Não, ele não vai ser expulso nem preso, provavelmente eu mesmo serei morto por Minerva quando contar a ela. – ele respirou fundo. – Eric estava sob o poder disso. – ele mostrou o diário furado. – ele ganhou isso de Lúcio Malfoy no Beco Diagonal, quando notou certas propriedades magicas, nós discutimos o que poderia ser feito, então no momento o que veio à mente de nós dois é que esse diário continuaria em seu poder, até acharmos um meio de destruí-lo, porque Voldemort ocupava esse objeto.

– Ele... Ele controlou Eric? – perguntou ela chocada.

– Sim e não. – respondeu Alvo. – nos primeiros ataques Eric o fez sim, sem hesitar os comandos de Voldemort, para que ele mesmo prevenisse mortes, Madame Noora e Colin Creeve, no entanto o diário passava as vezes a conseguir controle sobre ele, então temos Justino e você, na verdade creio eu que em algum momento ele conseguiu sair do controle e dar isso a você. – Alvo mostrou a página de animais fantásticos e onde habitam, onde falava sobre o basilisco. – onde achou isso?

– Estava na biblioteca, Madame Pince brigou comigo dizendo que deixei o livro no corredor, quis ver e quando me afastei caiu a página, eu assimilei os canos e quando sai fui petrificada. – respondeu ela.

– Ele sabia que você seria atacada e conseguiu tempo para que viesse com o plano que não a mataria. – disse Alvo olhando a página. – muito engenhoso na verdade, mas isso quase o levou a morte na câmara secreta.

– O que? – Hermione ficou lívida.

– Veja minha cara, Voldemort queria matar Harry e Eric não queria matar o irmão, então seu papel caiu e de alguma forma Voldemort não queria seu corpo de dezesseis anos de idade, queria o de Eric, sendo assim tomou o cérebro do nosso menino corajoso e controlou o basilisco contra Harry que conseguiu vencer a serpente com Fawkes, mas note algo, se o ultimo resquício de força de vontade de Eric não existisse, temo que teríamos perdido os dois últimos Potter vivos.

– Então ele terminou a amizade comigo antes...

– Para salvar você, mas infelizmente não deu muito certo, na verdade creio eu que ele falou com você com uma voz diferente, não é mesmo? – perguntou Alvo.

– No começo não, mas quando ele insistiu sim.

– Naquele momento ele perdera o controle. – respondeu Alvo. – sinto muito por arriscar tanto de vocês, mas agora devo ir falar com Minerva e Harry.

– E o Eric? – perguntou ela.

– Ele vai ficar bem, está dormindo. – Alvo piscou. – mas nada impede agora que se levante e veja.