–Vai embora demaciano, eu volto para acabar com você, assim que eu cuidar desse pequeno incômodo. – Katarina esboçava um sorriso sarcástico.

–Como você é insolente Lâmina Sinistra, até mesmo quando seu próprio corpo lhe entrega, você continua sendo irritante e convencida, uma típica Du Conteau. – Dárius largou o corpo do irmão em um canto próximo a ele, e ajeitou seu machado em sua mão.

“L-Lâmina Sinistra? Aquela mencionada no diário de Swain? Então.. Não é uma arma e sim, uma pessoa?!” Os lábios de Garen secaram ao pensar naquilo, mil coisas passavam pela sua cabeça, mas foi interrompido quando Darius apontou o machado em sua direção.

–Você! Seu merdinha! Vai deixar uma mulher ferida lutar por sua vida?! Que tipo de babaca é você?! Seu covarde! – Seguido dessas palavras, Garen saiu de seu devaneio, mas antes que pudesse falar algo, Katarina virou-se rapidamente para ele.

–Vai embora agora! Se não eu juro que sua morte vai ser pior do que você pensa!

–Eu vou ti ajudar! Essa luta não é só sua, ele quer me matar não quer?! Então é minha luta também!

–Se quer tanto me ajudar, dê o fora daqui seu idiota!

–Para de me tratar como se eu fosse inferior a você! Sou tão forte quanto! E olha só para você, já está mais do que acabada! Não to nem aí se você quer ou não quer minha ajuda, eu vou ficar, e vou lutar! Você é que devia ficar de fora!

Garen e Darius se posicionaram, os dois se encaravam com o mesmo olhar, de ódio e empolgação, mas antes que alguns dos dois pudessem ao menos se mover, algo saiu das folhagens, a figura pulou em frente à Garen, era Talon, ele estava sério, e também confuso, por mais que não demonstrasse. Mas se Darius ameaçava Katarina, então ele iria defendê-la, mesmo que isso significasse matar A Mão de Noxus.

–Talon, vai embora não quero sua ajud...

–E eu pedi sua permissão? – Talon não encarava-a, por mais que estivessem no mesmo ângulo, ele somente olhava para a grama que cobria a sola de seus sapatos.

–Ora ora, a mandona já levou dois foras, acho que a luta já não está em seu controle, garota. – Akali saiu lentamente de trás de uma árvore, ela carregava em suas mãos suas duas lâminas de batalha.

–Ninja de Ionia, você vai ajudar essas pessoas de Noxus por qual motivo? Até onde eu sei, Ionia não é aliada de Noxus. – Darius perguntava sério, ele aparentava estar calmo, por mais que tivessem 4 pessoas contra ele naquele momento.

–Não somos mesmo não, mas não posso suportar ver você atacar duas pessoas que já estão em mais do que seu limite, é covardia e desonra demais, até mesmo para você, Darius.

–Estou apenas seguindo ordens, fique fora disso, antes que por sua tolice, Ionia toda tenha que pagar o preço da fúria de Noxus.

–Cala essa boca, não quero sua opinião a respeito de minha cidade e nem a respeito da minha vida.

– Katarina, por que ajuda esse demaciano? Sua missão é justamente matá-lo! Eu realmente não consigo entender qual o seu problema.

–Você é o meu problema, eu farei isso sozinha, não quero ajuda desses cães que meu pai e esse velhote aleijado insistem tanto em mandar! Eu vou provar para meu pai que posso fazer isso sem ajuda, vou provar que posso me cuidar sozinha! – Katarina cuspia as palavras, ela praticamente rosnava para Darius.

–Se cuidar sozinha? Francamente Katarina, olha só para você! Se não fosse pelo Talon, você já teria morrido! Voc...

–Se não fosse pela luta contra o Talon, eu teria energia para acabar com esse demaciano!

Talon finalmente encarou-a depois daquele comentário, sua expressão era indecifrável, não sabia o que ele pensava, nem o que sentia naquele momento, ele apenas encarava-a, mas logo direcionou seu olhar para o inimigo novamente.

Darius estava completamente na desvantagem, por mais que ele não quisesse admitir, com certeza se ele ficasse, morreria. Seus olhos se encontraram com os olhos verdes de Katarina, a assassina segurou o olhar intimidador de Darius por minutos.

–Katarina, você está traindo Noxus?

–De jeito nenhum! Não fale idiotices! – Katarina se aborreceu no mesmo instante.

–Então que diga porra! Me diga por que você está lado a lado com o que deveria ser seu alvo!

–Eu já disse! Vá embora daqui, eu vou matá-lo sozinha! E vê se leva esse cão com você! – A assassina dizia, apontando para Talon, que preferiu ignorá-la.

Darius cerrou os dentes, mas enfim, começou a recuar, dando a Katarina o gostinho da vitória, ela sorria de orelha a orelha, o que deixou Darius com uma enorme raiva.

–Vá com ele Talon! – Katarina cruzava os braços, mas Talon nada disse, apenas encostou-se em uma árvore próxima e logo em seguida deslizou suas costas pelo tronco, começando a assobiar o Hino de Noxus.

–Saco! – Katarina bateu o pé no chão. – Que seja, mas fique fora do meu caminho verme. – A assassina passou pelos três campeões, mas Garen segurou seu pulso.

–Você vai aonde? Eu sei que você quer me matar, mas tanto você, eu esse Talon aí, estamos cansados e feridos, principalmente você! Deixe essa luta para daqui a uma ou duas semanas se necessário, volte para Noxus, e então teremos nossa batalha.

Katarina encarou-o emburrada, queria lutar agora, mas ela sabia que seria tolice demais. Olhou para Talon, mas ele continuava sentado assobiando agora outra música qualquer.

–Está certo demaciano.

–Garen, pode me chamar de Garen. – O homem dizia, se aproximando um pouco mais, deixando Akali e Katarina com uma expressão de dúvida.

Katarina então puxou brutalmente seu pulso da mão do homem.

–Vamos Talo...

–Hey, já está escuro, um conselho, achava melhor vocês esperarem amanhecer, aqui a noite costumam-se vagar bastantes criaturas da Ilha das Sombras, e do jeito que vocês dois estão exaustos, garanto que será uma caminhada bastante frustrante e perigosa. – Akali dizia, fazendo seu caminho de volta ao acampamento.

–Droga! – Katarina dizia, olhando para cima, o céu, agora escuro, estava deslumbrante, algumas corujas já haviam até começado sua serenata para a lua cheia que se apresentava lentamente no céu.

–Você pode dormir no acampamento hoje, falarei que vocês são amigos de dívidas. Considere um agradecimento por ter salvo minha vida, Katarina.

–Certo, obrigada, demaciano.

Os três fizeram seu caminho ao acampamento, quase todos os soldados demacianos encaravam Talon e Katarina, alguns cochichavam, outros estranhavam, e alguns assobiavam para Katarina, deixando-a com uma enorme raiva, mas ignorou-os, afinal ela já tinha matado os outros, matar esses também sendo uma visita seria demais.

–Ham... as tendas estão sujas com bastante sangue e alguns cadáveres que não foram recolhidos ainda... Só tem uma Tenda sobrando, você é acostumada e dormir no mesmo quarto que Talon? – Garen dizia, um pouco vermelho, a pergunta tinha saído mas estranha do que já parecia, Katarina ficou vermelha.

–Claro que não! A gente é irmão! Não é possível que não tenha mais tenda nenhuma sobrando...

–Bom, se você quiser, pode dormir com meus homens mas...

Katarina ficou ainda mais vermelha, provocando a Talon uma crise de gargalhadas. Uma série de risos femininos saíram de atrás de uma tenda próxima a Garen, era Akali, ela estavam com a mesma roupa de enfermeira, mas essa não estavam suja e rasgada.

–Eaí garota vai divertir os nossos rapazes hoje? Eles estão muito tensos, seria interessante...

Katarina estava tão vermelha, que provocou até em Garen uma crise de risos.

–Brincadeirinha, minha tenda tem bastante espaço, se quiser pode dormir lá. – Akali dizia, dando os últimos risos e fazendo Katarina aliviar-se completamente.

–O-obrigada Akali.

–Se você não quiser dormir com a Akali, pode dormir na minha tenda comigo, eu arranjo um espaço pra você.

Outra série de risos veio, mas Katarina já estava farta da zoação e foi para a fogueira jantar, seguida alguns minutos depois dos outros três campeões. Estavam servindo carne de veado, salmão e beterraba, e também sopa de cogumelos.

Xin’Zhao aproximou-se rapidamente de Garen, que ainda estava comendo sua sopa de cogumelos.

–Garen, por deuses você está bem?! Fiquei lhe procurando na floresta o dia inteiro! Onde estava?

–Eu estou bem, tive alguns problemas com ursos e guaxinins raivosos, e como você sabe sou contra matança de animais por caso desnecessário, então foi difícil lutar sem poder feri-los.

–Entendo. Garen, o Jarvan III nos mandou uma pomba correio, perguntando por que ainda não voltamos e se algo deu errado, e se deveria mandar reforços.

–Não, diga que tenho muita coisa para explicar, mas não é necessário o envio de reforços.

–Sim senhor, e também quero informar que o corpo do general noxiano sumiu, encontramos os três guardas mortos e o corpo havia sumido.

Garen imediatamente olhou para Katarina do outro lado da fogueira, ela havia escutado, mas fechou os olhos e tomou outra colherada da sopa quente. Garen revirou os olhos.

–É uma pena, depois vou me certificar de procurá-lo um pouco mais. – Garen dizia, ainda fitando a jovem ruiva com a sopa.

–Stuart! Meu rapaz! – O homem deu um leve tapa no ombro de Talon.

Talon olhou para o rosto e imediatamente levantou-se, largando a carne de veado e apertando a mão do homem.

–General Reinton, Como vai? – Talon dizia, olhando para Katarina que o olhava com dúvida.

–Vou bem meu rapaz, sabe, você é um bom soldado, estavam pensando em promovê-lo, sua patente é baixa demais para sua bravura meu jovem.

–P-promover-me?! Eu... não precisa.

–Como não Stuart?! Você é forte, corajoso, eu preciso de mais soldados como você. A propósito, você já sarou?

–Ham... Sim, Akali gentilmente cuidou perfeitamente de meus ferimentos.

–Que notícia boa, eu gostaria de conversar mais de seu futuro mais tarde meu rapaz, estou com muita fome.

–Sim senhor. – Talon disse, abrindo espaço para o general passar e pegar um prato.

Após servir-se o general sentou-se ao entre Talon e Katarina, finalmente notando a presença da assassina.

–E quem seria essa linda e encantadora jovem? – O homem dizia, fazendo uma reverência a Katarina, que ignorou-o completamente, continuando a tomar sua sopa.

Talon revirou os olhos, ele sabia que Katarina era chata e irritante, mas ignorou completamente até mesmo uma pessoa simpática e legal como Reinton?!

–Senhor General, é uma convidada minha, devo alguns favores que foram pagos à alguns instantes atrás, já nos acertamos, mas como ela estava claramente faminta e exausta, fora que já estava escurecendo e como o senhor sabe, monstros da Ilha das Sombras vem vagando por aqui, eu ofereci-a uma noite conosco. – Garen dizia, montando outra tigela de sopa e sentando-se mais próximo a Reinton.

–Entendo, é você sabe mesmo como tratar uma dama. – Reinton disse, confortando-se mais na grama em volta da fogueira.

Katarina revirou os olhos.

–Eu já volto, obrigada pela comida. – Katarina largou a tigela em um balde com os pratos sujos e foi para a floresta.

–Que moçinha encantadora não?! – Reinton dizia, comendo alegremente.

Garen levantou-se, e foi à procura de Katarina, ele havia falado mais de mil vezes para ela não andar a noite pela floresta por causa das criaturas, mas mesmo assim ela foi. Garen andava cautelosamente e silenciosamente, “ Droga, pra onde é que ela vai sozinha uma hora dessas? Ela quer morrer?!” Garen aproximou-se e avistou uma pessoa na cachoeira, ela estava longe, mas seus cabelos vermelhos logo o chamaram atenção.

–Droga Kataraina você some assim para ir pescar uma hora dessas? – Garen gritava, se aproximando.

Katarina virou-se e abaixou na água, cobrindo o corpo nu.

–Que merda! Você ta maluco seu babaca?!

–V-você ta pelada? – Garen dizia se virando de costas, completamente vermelho.

–Eu só to tomando um banho seu idiota! Tarado!

–E-eu não sou tarado! Eu achei que você tava pescando! M-me desculpe.

– Vai embora eu to bem, só to tomando um banho, a propósito você devia tomar um também, seu cheiro podre está chegando aqui.

–Tudo bem. – Garen disse tirando a roupa.

–NÃO IDIOTAAAA!!!! Agora não! Eu to aqui, ta maluco?! Seu sem noção! – Katarina disse cobrindo os olhos com a mão, vermelha.

–Ah sim! Desculpe. – Garen disse, vestindo-se novamente.

Passaram-se alguns minutos se encarando.

–Vai embora.

–Não vou deixar você sozinha.

–E por que não? Desde quando se importa?! Se manca idiota!

–Eu já disse, eu vou me vingar dos meus homens que você matou, mas em uma luta justa, não quero que você morra até lá.

–É ta, lindo isso, mas dá pra cair fora?! Eu quero me vestir!!!

–Não me importo em você ficar assim. Peça por favor. – Garen dizia cruzando os braços.

–Você vai levar uma surra quando eu sair daqui...

–SE, você sair.

Katarina deu um longo suspiro.

–Por favor. – Disse baixinho.

–Não ouvi direito, pode repetir?! – Garen botou a mão atrás do ouvido.

–POR FAVOR, MERDA!

–Não precisava gritar, tudo bem eu saio relaxa. – Garen disse, sentando-se atrás de uma árvore.

Katarina saiu do rio e começou a vestir-se, Garen virou um pouco a cabeça, mas se deparou apenas com Talon, em sua frente, tampando.

–Você não estava pensando em espiá-la, estava? – Talon disse, erguendo uma sobrancelha.

–Cla-claro que não! – Garen bufou.

–Não pense, que eu vou permitir tal coisa, seu sem-vergonha.

–Ô Stuart sai da minha frente. – Garen disse, levantando-se.

–Babaca, não esqueça que somos inimigos. Nunca esqueça disso, antes que eu lhe force a se lembrar. – Talon sumiu no mesmo instante, mas tudo o que Garen viu, foi uma Katarina indo para o acampamento, vestida.