–Garen! Garen! Acorda agora! – Xin’Zhao entrou mas rápido que suas falas na tenda, seu rosto estava suado e tinha uma expressão de um certo desespero.

Garen abriu lentamente os olhos, desde que entrou na tal missão de recuperar os restos do noxiano, que por sinal foi um fracasso, não conseguia dormir direito.

–O que foi Xin? – Garen disse, enquanto esfregava brutamente seus olhos cansados. –É bom ter um ótimo motivo pra me acordar às... – Olhou no relógio próximo a ele. – 5:00 da manhã.

–Reinton! Reinton está morto! – O homem gritou o tão alto quanto podia, parecia que ia enlouquecer a qualquer momento.

–M-morto?! Do que diabos está falando? – Garen levantou-se imediatamente.

–Exatamente o que você ouviu, ele morreu! Assassinado com certeza! Sua cabeça foi decapitada, estamos procurando algum vestígio dela, mas até agora nada! – Xin’Zhao ajoelhou-se no chão e afundou o rosto nas mãos, soluçando. – Eu, eu sou um fracasso! Não consegui defendê-lo! Não consegui fazer nada... Meu próprio general e, e eu não fiz nada! Eu sou tão inútil eu... – O demaciano perdeu a voz devido às constantes lágrimas, enterrando ainda mais a cabeça nas palmas, agora molhadas.

–Não pode ser! Não pode... Como?! COMOOO???!! – Garen berrou com toda a força que tinha, socou o chão inúmeras vezes, futilmente tentando liberar a raiva, só parou quando suas luvas começaram a rasgar.

Após longos minutos de soluços e lágrimas, Garen der repente levantou-se, como se tivesse acabado de descobrir algo importante. Ele aproximou-se de Xin, com os olhos cobertos de ódio e tristeza, encarou o amigo, colocando a mão no ombro dele.

Aproximou-se tanto o rosto perto do de Xin’Zhao, que se dava para sentir a respiração um do outro. – Eu vou vingá-lo! Não importa quem seja, vou fazê-lo sofrer como nunca! – Garen berrou.

Xin’Zhao escolheu-se no canto da barraca escura, abraçando suas pernas e enterrando o rosto nos joelhos.

–Ele era como um pai pra mim. Sempre se importou comigo, na verdade, não só comigo, ele tratava todos da mesma forma que tratava os filhos. Eu não pude nem ao menos dizer obrigado! No fundo, eu acho que ele substituiu a dor no coração de ter perdido os filhos, adotando novos. – A voz continuava melosa e fraca. –Ele fez tanta coisa por nós, sempre nos cobria das besteiras quando a gente arranjava confusão quando jovem, ele me ensinou tanta coisa, nos salvou inúmeras vezes, e eu não pude retribuir o favor a única vez que ele realmente precisou de mim, eu sou patético, eu-

–DROGA! Não fala como se você fosse o único inútil! Não se esqueça que ele também era meu 2° pai! – Interrompeu. – Você não pôde fazer nada por ele?! Mas ainda pode! Vamos vingá-lo! Vamos acabar com os desgraçados que fizeram isso! Vamos fazê-los arrepender - sem de terem pisado no nosso território! De terem desafiado Demácia! De terem nascido! Eu vou acabar com todas as esperanças de que alguém vai salvá-los do sofrimento que vou causar! – Estendeu a mão à Xin’Zhao, seu rosto era de apenas ódio e lágrimas secas, nada a mais, nada a menos.

–Droga Katarina você acabou com a manteiga?! Podia pelo menos deixar um pouco! Maldita! – Talon gritou, encarando Katarina do outro lado a longa mesa de jantar.

–Usa margarina oras! – A expressão da noxiana era tranqüila.

–Margarina?! Margarina não tem o mesmo gosto que manteiga! – Disse levantando-se.

–E você por a caso virou uma espécie de cozinheiro pra saber a diferença? – Mordeu o pão, encharcado de manteiga.

–Droga não precisa se cozinheiro nem nada pra saber uma coisa tão simples! E você nem come isso tudo de manteiga! Por que fez isso? – Encarou-a pacientemente, como um gato encara um rato antes de atacá-lo.

–Por que eu não queria que você acabasse com a manteiga. –Mordeu. – Você sempre enche o pão de manteiga sem ao menos considerar quem vai comer depois, eu tive o esforço de levantar-me mais cedo somente para acabar com a sua felicidade com uma coisa tão simples como manteiga. – Mordeu. – Ganhei meu dia.

–Mas o que?! Você acabou com a manteiga de qualquer jeito, idiota! –Bateu o punho na mesa.

–Hmm... – Engoliu calmamente. – Bem, acorde mais cedo da próxima vez. – Sorriu.

–M-maldita! – Talon andou em direção a porta atrás de si, resmungando.

–Aonde vai?

–Comprar manteiga desgraça! Não vou comer droga de margarina! – Rosnou.

–Mas tem várias coisas, tem geléia, tem queijo, tem-

–EU QUERO MANTEIGA! – Fechou brutalmente a porta, deixando Katarina rindo sozinha.

–Você podia ao menos ter um pouco mais de consideração com ele. – Disse Marcus, sentando-se onde Talon estava a momentos atrás.

–Besteira! Ele teve o que merecia. – Mordeu.

–O acampamento já voltou para Demácia de acordo com as minhas fontes. Está um verdadeiro caos por lá. – Marcus disse, analisando o pote vazio de manteiga.

–Eles já tem algum suspeito em mente? – Katarina encarou-o.

–Óbvio que já suspeitam de vocês dois, afinal, seria muita coincidência vocês abandonarem o local que iriam dormir sem ao menos falar com ninguém, e no mesmo dia que vocês sumiram, o general deles aparecer morto der repente não é mesmo?! – Marcus dizia, sua expressão estava mais calma do que o normal. – Bem, mesmo que o plano tenha saído do planejado, acabou dando o mesmo resultado, fico bastante satisfeito com isso.

–Certo obrigada, se me der licença vou tomar um banho. – Katarina levantou-se, deixando as empregadas recolherem a mesa.

–Sente-se por favor, tenho assuntos a tratar com você.

Katarina bufou, sentando-se logo em seguida.

–Antes queria saber se você gostaria de acrescentar alguma observação ou informação a mais desta missão, para podermos encerrar este assunto e partirmos para o que preciso falar.

– Apenas uma coisa, esse tal de Reinton é pai de uma campeã dos campos de justiça, igual ao Talon e a Cassiopéia.

–Por favor seja mais precisa.

–Seu nome é Akali, O punho das Sombras pelo que a chamam. É uma espécie de ninja, que luta pelo equilíbrio. Ela geralmente está incluída em um grupo de três campeões que até onde eu sei, também são ninjas e tem o mesmo propósito que ela.

–Interessante. Você a considera um problema?! Algo que você não seja capaz de fazer com suas próprias mãos, depois de tanto treino?!

–N-não senhor. – Desviou o olhar.

–Fico feliz de ouvir isso. Bem, é só essa informação que tem a acrescentar ou descobriu algo mais?

–Pelo que eu sei, Reinton Coffisk só tinha dois filhos no seu núcleo de relacionamentos, ambos foram mortos, então provável que não haja conflitos de famílias querendo “vingança”, porém, a fonte não é segura, já que não é possível a certeza dessa informação.

–Por hora vamos acreditar que esse fato seja favorável.

–Certamente. Não tenho detalhes ou informações a mais que não sejas estas.

–Creio que não. Bem, então vamos a sua 2° missão. – Marcus ajeitou-se na cadeira. – O conselho de Noxus decidiu colocá-la na liga da justiça, eles crêem que lá você terá maiores chances de obter informações sobre Demácia e também será um meio de você conhecer as habilidades de outros dos demacianos, já que soubemos que há vários deles dentro dessa liga. Será bom para você descobrir informações, táticas de batalhas e habilidades dos inimigos, fora que você poderá treinar e ganhar ainda mais experiência como guerreira. Estes são os pontos positivos, já os negativos , seria o reconhecimento de suas habilidades e meios de luta, o que pode nos prejudicar em uma possível guerra, e se você não vacilar em escapar informações sobre estratégias futuras em Noxus, isso não será reconhecido como um ponto negativo-

–Fala sério! Como se eu fosse vazar alguma informação para inimigos! Parece até que você não está me reconhecendo...

–Que lindo, mas não me interrompa novamente. – Sorriu no canto da boca. – Então, obviamente há muito mais pontos positivos do que negativos. Resumindo, sua missão é entrar na liga, você lutará em nome de Noxus, assim como muitos outros guerreiros habilidosos. Não deixe vazar qualquer informação e, por mais que você seja minha filha, tente não arranjar confusão no primeiro dia.

–No primeiro dia tudo bem. – Sorriu. – E quando eu parto?

–Amanhã, arrume suas malas com tudo que for necessário, por que você vai ficar um bom tempo lá. Eu não sei como esse negócio funciona direito, mas pelo que eu sei, você pode visitar Noxus ou tirar algumas férias, o que eu não aconselho obviamente, quando quiser.

–Certo. Bem, parece que com essa conversa meu dia apertou-se bastante, vou indo. – Levantou-se novamente.

–E mais uma coisa Katarina. – Marcus disse, fazendo a ruiva parar de andar.

–Talon vai acompanhá-la, ele tirou férias da liga temporariamente para ajudá-la na missão, então ele irá voltar junto com você.

–Tsc, quando eu finalmente achei que tivesse me livrado desse cão, empurram o osso pra mim, fala sério. – Katarina subiu as escadas em direção ao seu quarto.

–Manteiga... manteiga... Droga aonde que um mercado não vende manteiga?! Eu não volto mais aqui não em! – Gritou para o homem do caixa, que preferiu ignorá-lo.

Avistou em uma prateleira próxima, o último pote de manteiga, quando correu na direção e foi pegá-la, der repente outra mão, mais rápida, pegou o pote, Talon virou-se frustrado para encarar o ladrão de manteiga, que tinha um sorriso largo e confiante no rosto.

–Tinha que ser esse desgraçado! Hey idiota devolve minha manteiga!

–Odeio manteiga, mas vou levá-la só por que você quer, afinal, é o último pote. Hahahaha

– Você parece uma criança Draven, ta com raivinha só por que levou porrada?! Calma, um dia você ganha à gente e... Não pera...

–Desgraçado eu vou-

–Vamos embora Draven, já nos acertamos com o Swain, esqueça isso, o que importa é que a missão foi concluída. – De trás de uma prateleira apareceu Darius, com algumas faixas e curativos devido à missão, assim como Draven.

–Você tem muita sorte seu merdinha. Se você acha que sozinho, tem alguma chance comigo, tsc... Só dá vergonha para o nome de Noxus você ser tão burro assim. – Draven disse, indo embora logo em seguida.

Após alguns minutos, quando Talon chegou à mansão, foi informado na nova missão. Katarina avistou o noxiano sentado no chão, no canto da sala.

–Talon, já soube da missão?

–Sim, parece que vou ter que ti aturar até chegarmos lá. – Talon disse, sua expressão era um pouco preocupada e melancólica.

–E é por isso que está com essa cara? – A ruiva sentou-se do seu lado.

–Não, pra ser sincero, eu até gosto às vezes de estar com você, mas só às vezes.

–Ata, obrigada eu vou considerar essa ofensa um elogio.

–Que seja. – Sorriu um pouco.

–Então por que estava triste afinal de contas?

–Minha manteiga... Aquele safado levou ela.