Tudo pelo Povo escrita por Raquel Ferreira


Capítulo 22
Caçadores, idiotas e a família real!


Notas iniciais do capítulo

Bem, gente, eu tentei não demorar muito tempo, mas ultimamente não tenho tido motivação nenhuma para escrever, tanto que as minhas fic's andam um pouco paradas! Sorry!
Mas.... o cap apareceu! Então espero que gostem, porque vamos ter um pouco de interação Scorose!
Beijinhos



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Scorpius POV

A minha cabeça doía. Isso era estranho! Porque é que ela doía?

Para falar a verdade, todo o meu corpo estava meio que dorido. Desde quando o meu colchão é tão rijo? E esta claridade toda, normalmente as cortinas estavam fechadas!

A minha cabeça latejou e eu abri os olhos. A primeira coisa que vi foi o verde. Demasiado verde! O meu quarto não era verde! E sem dúvidas não tinha… aquilo era uma árvore? O que raio estava eu a fazer no meio da floresta?

– Oh, vejo que já acordaste. – Ouvi uma voz atrás de mim e olhei. Joanne sorria-me, com um ramo de ervas na mão. Que erva era aquela? Não conheço e eu lembro-me de ter de estudar herbologia quando era mais novo. – Como te sentes?

Sentei-me e deixei a mão correr pelos meus cabelos, despenteando-os.

– Onde estou? – Perguntei confuso.

– Na floresta – disse ela, como se fosse óbvio. – Perto do castelo.

– Como vim aqui parar? Aliás, o que tu fazes aqui? – Questionei.

Joanne encaminhou-se alguns metros para a minha frente e colocou as plantas numa rocha. Depois começou a moer algo dentro de um almofariz, que eu só agora reparei que existia.

– Encontrei-te ontem caído no chão – informou ela. – Estavas a sangrar da cabeça, então resolvi cuidar de ti. Dormiste até agora…

– Que horas são?

– Por volta das quatro da tarde – disse. – Dormiste muito tempo – sorriu. Joanne colocou algumas ervas dentro do almofariz e voltou a moer.

Olhei à minha volta, desta vez prestando mais atenção. Havia alguns frascos espalhados e um ou dois livros. Uma enorme taça com água. Uma mochila cheia de roupas e, também, uma espécie de cama feita de plantas e folhas, onde eu estava deitado. Franzi o sobrolho.

– Moras aqui? – Perguntei sem acreditar.

Vi-a colocar a mistura que estava a moer dentro de um copo com água e mexer.

– Passo grande parte do meu tempo aqui – constatou. – Mas não lhe chamaria “casa” – disse. Esticou-me a mão que continha o copo. – Bebe, vai ajudar-te com as dores de cabeça e de corpo.

Aceitei o copo, relutante. Quem era ela?

Imagens da noite anterior alcançaram a minha cabeça. A lua cheia. A floresta. O vento. O vestido… Olhei para as suas roupas, tão diferentes das usadas ontem. Joanne usava umas calças castanhas de couro e uma camisa branca larga, nos seus pés estavam botas, também, de couro. A sua vestimenta era tão diferente da que eu estava habituado a ver nas mulheres…

– Ainda não me respondeste ao que estás aqui a fazer – comentei.

A morena sentou-se numa pedra perto de mim.

– Em Hogwarts? Nem eu sei ao certo – admitiu.

Assenti com a cabeça, mesmo sem entender.

– E nesta floresta? – Questionei apontando em redor, com as mãos.

Ela suspirou e olhou-me nos olhos. A cor azul era-me familiar, mas talvez fosse apenas devido ao facto de termos dançado juntos.

– É um bom lugar para se esconder quando não queremos ser incomodados – disse, olhando para baixo. Então, ela estava-se a esconder… mas de quem? – Poucas pessoas se aventuram nas florestas em redor de Hogwarts. Apenas os caçadores, os idiotas e a família real. – Levantou os olhos para mim. – O que me lembra de que já são horas de tu voltares. Devem estar todos à tua procura, afinal o príncipe não pode desaparecer, ainda mais agora!

Franzi a testa.

– Agora? O que tem o agora?

Ela sorriu.

– O baile das rosas – comentou. – Eu estava lá, eu sei que houve um ataque - afirmou. – Toda a cidade comentou o acontecimento – informou. – Hogwarts estava sob ataque, ainda pode estar. Nesse caso, a segurança da família real é muito importante.

– O baile das Rosas? – Perguntei para mim mesmo. Depois lembrei-me. – Tu avisaste-me! – Joanne olhou-me confusa. – Tu avisaste-me do ataque! - Vi-a ficar preocupada. – Como sabias?

Encolheu os ombros.

– O facto de ser mulher permite-me aproximar-me sem ser notada – disse ela. – Eu ouvi uns homens comentarem sobre isso!

– Quem? Conhece-los? – Questionei, preocupado e esperançoso. Talvez ela soubesse quem eram os atacantes.

Joanne levantou-se e limpou as calças.

– Lamento, príncipe – disse. – Mas eu disse-lhe tudo o que sabia sobre eles!

Levantei-me.

– Certo, obrigada, – agradecei. – E obrigada também por tomares conta de mim – sorri.

– De nada – afirmou. – Mas, de qualquer das maneiras, devias saber que é feio espiar os outros – acusou ela, a sorrir. Abri a boca para falar, mas fui interrompido. – Não vale a pena perguntar, eu não posso dizer o que estava a fazer.

Assenti com a cabeça. Algo me dizia que não valia a pena insistir.

– Poderias ajudar-me com o caminho? – Perguntei, olhando à minha volta. Eu não fazia ideia de onde estava. – Acho que me vou perder…

– Claro, príncipe…

– Scorpius – corrigi-a. Ela olhou-me, confusa. – O meu nome é Scorpius. Usa-o!

A morena sorriu enquanto começava a andar.

– Isso foi uma ordem? – Perguntou divertida.

– Depende – sorri. – Vais cumpri-la? – Segui-a por entre as árvores.

– Depende – imitou-me. – Qual o meu castigo se não a cumprir?

Soltei uma risada baixa.

– Enforcamento? – Provoquei a sorrir.

Joanne riu-se e olhou para mim.

– Não existe pena de morte em Hogwarts – constatou. – O teu pai fez questão que isso fosse aprovado quando assumiu o trono – continuou ela. Arquei uma sobrancelha. Poucas pessoas sabiam disso. – Então, eu acho que não há problema se não cumprir a ordem!

– Tudo bem – afirmei. – E se for um pedido?

Ela encolheu os ombros.

– Nesse caso, eu posso chamá-lo de Scorpius – concordou a morena, a sorrir. – Agora, vamos… se queremos chegar ao castelo antes do por do sol – exagerou.

Recomeçamos a caminhada, desta vez lado a lado. Era engraçado como eu tinha tantas perguntas para lhe fazer e agora, que a encontrei, não me lembrava de nenhuma. Engraçado e um pouco stressante.

Caminhamos em silêncio. Eu observava-a sem que ela se apercebesse. Vi a sua testa franzir várias vezes, como se Joanne pensasse em algo confuso. Vi-a morder o lábio inferior, tentando-se conter a perguntar algo. Vi a sua mão correr o cabelo castanho, num tique nervoso.

– Queres perguntar-me algo? – Questionei curioso.

Ela olhou para mim e sorriu.

– É assim tão óbvio?

– Um pouco – sorri. – Apenas para quem estiver a tomar atenção!

A sua sobrancelha arqueou e um pequeno sorriso apareceu nos seus lábios.

– E tu estavas a tomar atenção? – Perguntou, divertida. Encolhi os ombros e passei a mão pelos cabelos, despenteando-os. Joanne continuava a olhar para mim e, quando viu que eu não ia responder, sorriu. – Eu estava a perguntar-me o que farias agora que já não estás comprometido. Quer dizer, vinte e dois anos… a maior parte da nobreza já está casada com essa idade…

Franzi a testa. Não esperava este tema de conversa. O que faria eu?

– Bem, eu acho que me convenci que ia casar com a Rose e não planeei mais nada. Quer dizer, a ideia do casamento não me era muito agradável, mas eu já me tinha convencido que iria casar com a Weasley – admiti. Joanne observava-me atenta às minhas palavras. – Eu não precisava de mais planos. Era simples. Casar, ter filhos, ser rei. Um plano simples e fácil. Sem grandes desvios!

– Mas isso não aconteceu – comentou a morena.

– Não, obviamente, não aconteceu – disse e sorri, tentando não deixar as minhas palavras tão agressivas.

– A ideia do casamento – começou Joanne, - nunca pensaste em casar com outra pessoa?

Olhei-a. Depois, desviei o olhar para o caminho em frente.

– Eu nunca me apaixonei – admiti. – A ideia do casamento nunca me passou pela cabeça, apenas como um contrato que os meus pais fizeram antes mesmo de Rose nascer – disse. – Mas se pensarmos bem, até que ela daria uma otima esposa!

– Tu achas? A Rose? – Perguntou Joanne tentando soar divertida. Mas o som da sua voz mostrava incredulidade.

Olhei-a.

– A Rose podia ser muitas coisas – indiquei. – Era ela teimosa e um pouco diferente do que se espera de uma mulher, mas era alguém que eu sabia que podia contar, percebes? – Perguntei e vi Joanne assentir. – Eu sei que se tivesse um problema, ela iria ajudar-me mesmo que eu não pedisse – comentei. – E ela tinha toda aquela energia e força dentro dela. As coisas estão um pouco paradas desde que ela se foi embora – afirmei. – E, é claro, sem contar, o mistério todo que a envolvia.

– Mistério? – A morena estava confusa.

– Sim – confirmei. – Eu sempre me perguntei o porquê de ela ser assim. O porquê de ela, simplesmente, não aceitar as regras e as ordens do pai. – Lembrei-me da noite do piano. – Uma vez, eu vi-a tocar piano. Ela toca lindamente – elogiei. – E mais incrível, toca de olhos fechados. É como se a música já fosse parte dela, percebes? É claro que não percebes – disse, vendo o olhar confuso de Joanne. – Mas, a Rose é… bem, Rose é a Rose!

– A Rose é a Rose… - Joanne repetiu as minhas palavras como se tivesse a tentar entendê-las. – Tu falas dela no passado!

Soltei o ar pelo nariz, como uma risada.

– Ela foi-se embora, não foi?

– E achas que não vai voltar?

– Acho que o motivo que a fez ir embora, talvez seja demasiado forte para que ela volte – admiti. – A ruiva é teimosa… e, eu não sei o motivo, o pai dela nunca contou sobre o que eles os dois falaram, mas eu tenho uma ou duas teorias – informei. – Conhecendo a Rose, ela só volta depois de provar o que tem a provar, para ela e para o pai.

Joanne olhava-me de olhos arregalados e boca aberta.

– O que foi? – Perguntei, preocupado.

Vi-a abanar a cabeça como se quisesse soltar-se de um pensamento e depois sorrir, embora tenha sido um pouco forçado.

– Nada, Scorpius – disse. – Chegámos, – indicou, apontando para o castelo que eu não tinha visto ainda.

– Oh – fiquei surpreso. Não tinha reparado no caminho que percorríamos e ver o castelo assim, tão perto, foi uma surpresa. – Obrigada pela ajuda – agradeci, ela sorriu. – Vou ver-te novamente, ou vais voltar a desaparecer?

Joanne riu-se.

– Eu acho que vamos voltar a vermo-nos – disse ela, com um sorriso. – Afinal, só três tipos de pessoas entram na floresta…

– Os caçadores, os idiotas e a família real, – completei.

– Exato – sorriu. – Adeus, Scorpius!

Vi-a afastar-se e desaparecer na floresta, antes de ir em direção ao castelo.

Espera! Ela estava de calças?


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Notas finais do capítulo

Hey Hey Hey!
Wait? Ela estava de calças e depois? O que será que o Scorpius pensou? Humm??
Acho que isso fica para outra altura, nao? ahahha
O que acharam do capitulo?

Eu estou a começar a escrever outra fic Scorose, mas quero acabar esta primeiro e a Ordem de Fénix também.... então preciso de motivação, pessoal!!! Dêem-me comentários!!!
Beijo



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