LEIAM AS NOTAS FINAIS

Já de banho tomado, roupa trocada, espada em forma de broche presa na minha blusa, eu sai do quarto. Só faltava meia hora para o próximo desafio e a sala plataforma estava muito estranha. No lugar das cadeiras e do sofá, havia quatro túneis que subiam para o teto. Cada túnel tinha um número gravado e na parte de dentro uma pequena plataforma. Eram como minis salas plataformas. Pude perceber que dois deles já não estava mais lá. Olhei os números e percebi que era o número um e o número sete. Shad e Sabrina, respectivamente. Menos dois arrogantes na minha vida, pensei. Mark estava parado do lado de fora do seu, as mãos enfiadas nos bolsos. Ele parecia... Pensativo.

– O que houve? – perguntei me aproximando.

– Bem... Eu não queria contar para ninguém, mas você é minha amiga e está apaixonada pelo Summy – eu corei. – então não me importo se você souber.

– Se eu souber... – incentivei.

– Eu estou apaixonado por Sara.

– Tipo... A Sara? – ele acenou. – Irmã da Mandy Vaca? – ele acenou de novo. – Cara! Isso é incrível!

Ele corou.

– Mas ainda não explica o porquê de você estar pensativo. – conclui.

– O que você acha que eu devo fazer quando chegar ao acampamento?

Eu observei as hipóteses. Mark devia ter uns 15, a mesma idade da Sara, ou um ano mais velho, não sei, nunca pergunto sobre idades. A Sara adora praia e o Mark é filho do deus dos mares. Eu tenho benção de Afrodite, tenho certeza disso agora.

– Você pode chama-la para um encontro na praia. – sugeri. – E quando ela parecer entretida, você pode fazer as ondas baterem no ritmo da música “Diana” da One Direction.

– A ideia parece muito boa. Mas eu não conheço essa música.

– Bem, acho melhor você começar a conhecer, porque a Sara é totalmente apaixonada pela One Direction. Ela divide o quarto com a Mandy e a metade do quarto que é dela é cheia de pôsteres deles.

– Hum... Quer dizer que se ocorrer de eu entrar no quarto dela... Digamos, daqui a um ano... – eu ri, já até sabendo em o que ele estava pensando para daqui a um ano. – Eu vou me deparar com um monte de caras de boyband?

– Provavelmente ela vai tirar os pôsteres caso queira que você entre lá. É o que geralmente as garotas fazem.

– Hey! – exclamou uma voz animada que eu reconheci imediatamente como Carol.

– Oi Carol. – falou o Mark. – A Beky estava fazendo o seu papel enquanto você estava fora.

– Que papel? – ela parecia confusa.

Eu e Mark rimos.

– O papel de péssima conselheira amorosa.

– Ei! – eu protestei. – A ideia da praia é legal!

– Como alguém pode levar a garota para um encontro na praia? – se revoltou Carol.

– Eu levaria uma garota para um encontro na praia. – se aproximou Summy.

Ele parecia um pouco distante e parecia sério. Tive vontade de abraça-lo e ao mesmo tempo bater nele por ser tão perfeito, mesmo emburrado.

– Eu também. – afirmou Mark. – E eu vou levar a Sara para um primeiro encontro na praia.

– Vocês meninos são trágicos. – concluiu Carol. – E Beky, você que colocou isso na cabeça deles. Depois não reclame se o Summy decidir te levar para um encontro na praia.

Eu corei e o Summy também.

– Bem, essa é minha deixa pra sair. – falou Mark.

Eu lancei um olhar raivoso para ele, enquanto o via entrar no túnel e sumir lá em cima. Carol fez o mesmo e o Summy simplesmente virou as costas e fez a mesma coisa!

– Te deixaram no vácuo. – falou Leae, me dando um baita susto. Quando ela tinha chegado ali?

– Eu não consigo entender os garotos. – afirmei.

– Você é a que mais consegue. – ela disse antes de entrar no seu túnel e sumir.

Eu caminhei em direção ao número treze. A plataforma do número doze (Selly) já havia sumido. Entrei no meu túnel e no mesmo instante a passagem se fechou e subiu rapidamente. Então tudo ficou escuro. O tubo deu viradas e foi para o lado, girou e finalmente subiu de novo. Então eu apareci em uma sala, ainda dentro do tubo. No tubo em minha frente estava Summy.

– Beky. – ele falou assim que me viu.

Eu não sei como, mas eu sabia que o meu adversário no desafio de Ares seria ele. Subitamente, senti uma pontada no peito, uma coisa na minha garganta também.

– Summy. – eu comecei. – Preciso te falar uma coisa. Não. Preciso te falar MUITAS coisas.

Ele me olhou.

– Porque agora? – ele indagou.

– Por que... Bem, porque eu só tenho coragem para falar agora.

– Mas provavelmente, se você falar agora eu não conseguirei lutar com você. Na verdade eu não conseguirei lutar com você de qualquer modo, então pode falar.

Hesitei um instante, mas logo continuei.

– Bem. No ano passado, eu achava você muito bonitinho e fiquei muito feliz quando você veio me visitar na enfermaria. Não sabia que você se importava comigo o bastante para isso. Depois, no inicio da Guerra Gelada, você me salvou do centauro e foi quando eu tive certeza de que gostava de você. Esse ano, quando eu estava treinando escondido esgrima e você apareceu, meu coração estava martelando. Depois, no lago, quando você quase me beijou e a trombeta tocou, eu tive vontade de ignorar e te beijar mesmo assim. Aconteceu a mesma coisa na árvore, só que você caiu. Então naquele dia você me beijou e eu tive vontade de matar a Selly por ter interrompido. E quando você me contou que estava com medo e eu beijei sou bochecha, tive vontade de escorregar um pouco e te beijar de verdade. E de novo quando você começou a chorar no meu quarto, eu tive vontade de virar o rosto para que o beijo que você me deu na bochecha acabasse na minha boca. Eu fiz isso, mas fiquei tão bobamente apaixonada que quando eu fiz você já estava fora do quarto. E então o Mark me disse que você tentou impedir ele de me acordar e de repente você ficou tão mais sério. Agora eu sei qual foi à outra coisa que seu pai te disse. Ele disse que ia me colocar como sua adversária no desafio dele.

Eu simplesmente desabei tudo, quase sem parar para respirar. Depois de tudo isso a expressão do Summy ela ilegível.

– Eu não vou lutar com você. – ele parecia confiante. – Porque eu estou apaixonado por você.

Eu tive vontade de quebrar aquele vidro que me separava dele e ir correndo para os seus braços. Eu ia fazer isso, mas nesse instante os tubos começaram a subir.