Stereotypes escrita por Bruna


Capítulo 4
Lauren.


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo. Desculpa ademora pessoal, mas esse capítulo estava dificil, não esperava que Lauren tem um teperamento ruim de escrever



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Lauren Wilds.

— ELA QUER ME COMER!

Grunhiu ao sentir que voltara para a realidade, por algum trouxa que insistia em gritar “socorro”.

Se sentou na cama e coçou os olhos tentando entender o motivo da gritaria que acabara de a acordar. Ficou cerca de 40 segundos com cara de retardada até que conseguiu associar a imagem de Susie, sua cadelinha, mordendo o pijama do Jeremy.

— Que porra é essa? — Esbravejou, fechando a cara por ter acordado antes do despertador pelo escândalo do primo. — Susie!

O enorme cão preto parou de brincar com o idiota do Jeremy e pulou em cima na cama. Acariciou os pelos macios e brilhantes da sua companheira.

— Quantas vezes vou ter que dizer que não é para comer porcaria?

— EI! — Discordou Jeremy, se pondo de pé. — Eu que fui atacado por essa… por essa coisa. Olha só o que aconteceu com a minha calça!

O que era uma calça listrada rasgada perto de ter um sonho com o Ryan interrompido por alguém que gritava feito uma menininha? Nada. Além disso, sabia que Susie não teria feito isso por mal, sua garotinha só queria brincar com o tapado do Jeremy.

Por que insistiu ao Ben e Scott para que Jeremy dormisse aqui mesmo?

— Cala boca, Berry! — Rosnou, mostrando o punho direito a ele.

Jeremy ajeitou os óculos de “Harry Potter” nervosamente.

A porta se abriu, revelando a figura de Scott, sem nenhum boné sobre os cabelos cor de areia.

— O que aconteceu aqui? — Ele perguntou preocupado, segurando a maçaneta da porta.

— Jeremy sendo o idiota escandaloso como sempre.

O olhar do Scott posou na Susie.

— Hum… entendi. Venha cá Susie! Vamos comer ração.

Sem nem menos esperar uma segunda ordem, Susie foi como um foguete para fora do seu quarto. Scott deu uma risada e encostou a porta.

Se levantou da cama e começou a forrar a cama, xingando até a décima geração de quem é que fosse o pai do Jeremy, por tê-la feito acordar tão cedo.

Tinha acabado de dobrar o cobertor quando percebeu Jeremy a olhando distraído e com um sorriso bobo na cara. Não pensou duas vezes, tratou logo de tacar o travesseiro na cara dele. Infelizmente, o primo tinha pensado rápido e conseguiu se abaixar antes que fosse atingido.

— Você está louca? — Ele a questionou, protegendo a cabeça com ambos os braços.

Colocou a mão na cintura.

— Você que fica com essa cara de tapado me olhando! Isso me irrita! — Respondeu. — Do que você estava achando engraçado, hein paspalho idiota?

— Nada, nada, nada! — Ele gaguejou de leve. — Melhor eu ir escovar o dente, né?

Grunhiu ao vê-lo sair furtivamente do quarto, deixando claro que ele deveria está rindo dela. Se jogou na cama de braços abertos, na tentativa de se acalmar um pouco, antes que saísse atrás do Jeremy para bater nele.

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O vento assobiava e balançava as folhas alaranjadas do velho carvalho. Era tão ótimo ficar ali embaixo da sombra daquela árvore, sentada com as pernas em posição de “índio” em uma roda junto com o Jeremy, o Rich e a Yumi esperando o início do primeiro período. Positivamente, trazia uma bela paz, negativamente, uma péssima visão.

Arrancou a grama do solo e a amassou, imaginando que no lugar da grama fosse a cabeça da Nicky Jones. Aquela que naquele momento estava tão próximo do seu Ryan.

Ryan estava no grupinho dos “populares” de mão dadas com namorada dele, Nicky Jones. Logo após, a loira se inclinou e beijo o Ryan. Comprimiu os lábios engolindo a vontade de gritar e dar uma voadora naquela garota superficial que só dava um “oi” para garantir a coroa de Rainha e continuar popular. Ryan era tão legal, fofo, educado e gentil que merecia mais do que ficar com aquela loira. Ainda bem que ele iria terminar com ela.

— Aí então eu disse “Snow, não é porque você faz parte do time de futebol e que boa parte da população feminina de Verona lambe o chão que você passa que EU, Yumi Ishida, devo aceitar sair com você!” — Yumi terminou o relato, colocando uma mecha rosa atrás da orelha. — E é por isso que agora ele está me perseguindo e me chamando toda hora para sair com ele.

Voltou a atenção para a amiga de traços orientais. Deu tapinhas amigáveis nas costas da amiga e a felicitou.

— É isso aí, japa! Não se deve dar confiança para esses populares metidões!

Jeremy tossiu chamando a atenção deles para falar algo.

— Lauren, não acho que você tenha moral para dizer isso para Yumi. — Argumentou o primo, meticuloso.

— E por que não, hein Berry?

— Quer mesmo que eu conte? — Perguntou Jeremy, sorrindo irônico e dando uma olhadela em direção ao Ryan.

Socou o ombro dele.

— Cala a boca, Berry! — ordenou, semicerrando os olhos da forma mais ameaçadora possível.

— Você tem alguma coisa para nos contar, Lauren? — Perguntou Rich, de aparência volumosa, coçando o queixo com a mão livre.

— Não tem segredo nenhum! — cruzou os braços — Não sei do que ele está falando!

— Tem sim!

— Não tem!

— Tem!

— Ora seu paspalho, não tem nada! — urrou.

Começou a estalar, um por um, os dedos da mão direita, porém Jeremy não pareceu se amedrontar, pois ele ajeitou os óculos e lançou um sorrisinho triunfante sobre ela.

— Sabe o Ryan Miller? — Rich e Yumi se inclinaram na direção Jeremy para poder ouvir o sussurro dele. — Adivinha quem está tendo um caso dele desde que voltou nas férias?

Não sabia se pulava na direção do primo e o deixava permanentemente marcado por marcas rochas ou se abaixava a cabeça para esconder o embaraço do segredo revelado. A segunda opção foi a mais fácil e seguir.

“Porra, Berry!”

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Péssimo. Essa era a palavra mais certa que poderia definir o seu dia.

Primeiro o nerd tapado do seu primo resolve dar uma de fofoqueiro e fez com que seus amigos, Yumi e Rich, ficassem chateados por ela ter escondido isso deles. Depois teve uma maldita prova de álgebra surpresa. S-U-R-P-R-E-S-A! Além de ter passado o dia inteiro sem ter um momento a sós com Ryan e ter que vê-lo desfilando para cima e para baixo com a miss perfeitinha. E agora, na aula de Biologia II, a maldita sra. Blood resolveu que os alunos teriam que abrir um porco cadáver.

Estava ao redor de uma mesa retangular ao lado de outros alunos com cara de nojo, tapando o nariz e que não paravam de repetir “Eca! Eca!”. As pinças, tesouras e bisturis estavam todos lá, brilhando cruelmente. O pequeno porco estava com feições tão serenas que nem parecia que estava morto e seria usado para objetivos bárbaros.

— Sra. Blood! — Acenou a mão livre.

A professora de biologia, um dos poucos professores afro americanos de Verona, a ignorou e continuou escrevendo energeticamente as instruções no quadro-negro.

— Sra. Blood! — Tornou a chama-la.

— Hoje não, senhorita Wilds!

— Mas, sra. Blood, não acho certo mutilarmos esse pobre animal e…

Blood jogou o giz branco no chão e se virou irritada.

— Eu já disse que hoje NÃO!

— Por que não? Não entendo porque devemos usar esse pobre animal! É desumano abrir a barriga do pobre coitado que não tem como se defender.

— Olha aqui, Lauren Wilds, se você não quiser assistir a aula está convidada a se retirar! — Sra. Blood caminhou até a porta e abriu sugestivamente.

Estava prestes a sair da sala, como quase toda aula fazia, quando pensou melhor e decidiu não ser mais uma covarde. Como futura veterinária, era seu dever proteger os animais!

— Eu não irei enquanto esse Sus domesticus não tiver um enterro digno! — cruzou os braços — Esse porco também tem sentimentos e como somos Homo sapiens devemos respeitá-lo!

De repente, estranhou o modo que a classe ficou quieta para ouvir a discussão dela com a professora. Sorriu consigo mesmo e se aproveitando do silêncio, resolveu subir na mesa mais próxima e começou a gritar o seu discurso.

— CIDADÃOS AMERICANOS, VOCÊS QUEREM MESMO DESRESPITAR O DIREITO DOS PORCOS DE SEREM ENTERRADOS? QUEREM ABRIR ESSE POBRE ANIMAL E CRUELMENTE TIRAREM AS TRIPAS DELES? E NÃO ESTOU SÓ DIZENDO ISSO SÓ POR CAUSA DELE, MAS DE TODAS AS VEZES QUE FOMOS SUBMETIDOS A USAR UM SAPO, GATO OU RATO PARA AULA DE ESTUDOS! ISSO É CORRETO? NÃO, É CLARO QUE NÃO É CORRETO! QUEM ESTÁ COMIGO?

Encheu o pulmão de ar e aguardou as várias cabeças murmurarem entre si para decidirem.

— REPETINDO: QUEM ESTÁ COMIGO?

Cri, cri, cri…

Nenhuma manifestação. Abaixou a cabeça tentando esconder a raiva e a frustação evidentes em sua cara. Na verdade, já até desconfiava que esses otários não iriam a apoiar.

— PORCOS! PORCOS! PORCOS! — sorriu surpresa por a sala resolver a apoiar e decidiu se juntar ao grito de guerra.

Enquanto protestavam através dos gritos “PORCOS!”, batucando na mesa ou até mesmo fazendo como ela e subindo numa mesa, a sra. Blood tentava acalmá-los, sem sucesso.

E, quando estavam cantando “WE ARE THE PIGS, MY FRIENDS” alegres, a diretora Crawford entrou pela porta, calando todo mundo e, principalmente, a deixando imóvel como uma estátua.

— Parou com a palhaçada! — Ordenou a diretora, carrancuda. — Quem é o responsável por isso.

Vários dedos apontaram para ela.

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De semblante sério, Ben tinha ambas as mãos firmes no volante do carro. Desde a hora que saíram da Verona, ele não estava trocando nenhuma palavra com ela.

— Olha, eu que deveria está assim! — resmungou cruzando os braços enquanto se encostava no banco dos passageiros — Não foi você que foi expulso do time de futebol feminino injustamente!

Benjamin Wilds deu a seta e, ainda a ignorando, tirou um fio ruivo que estava escapando do penteado dele.

Enrolou uma mecha do cabelo pintando vermelho, numa falsa tentativa de imitar os ruivos de Bem, no dedo. Agora só faltava as sardas e os olhos azul-claros, para ficar parecida com ele.

— Eu só acho errado mutilar pobres animais indefesos! — Insistiu, dessa vez tentando se defender perante ao ruivo.

Ben suspirou.

— Eu também não acho certo você arrumar confusão por nada! — Ele retrucou, finalmente falando com ela.

— Eu não arrumo confusão, ela que vem atrás de mim!

Sr. Wilds passou a mão no cabelo.

— Não? E o que dizer daquela vez que você causou uma guerra de comida no intervalo?

— Eu já disse que a culpa não foi minha, caramba! — esbravejou — Foram aquelas malditas Barbies anoréxicas que começaram!

— E quanto aquele jovem que teve o nariz quebrado?

— Ele mereceu!

Fechou os punhos pensando naquele babaca que decidiu mexer com ela. Quem mandou o Peter Snow dizer que ela era filha de “veadinho”, levou um soco na cara bem merecido.

— Quantas vezes vou ter que te explicar que violência não resolve nada, Lauren? — Ben explicou, já um pouco rouco e com o rosto parecendo um tomate de tão vermelho que estava.

— Resolve sim! Depois de ter dado aquela surra, ele nunca mais venho me encher o saco. — “Se não ele teria que suar uma dentadura pelo resto da vida”, completou mentalmente.

— Mas você não deve ficar usando golpes de karatê em outras pessoas!

— É kick-boxing! — o corrigiu — E eu só testei alguns golpes.

O carro parou bruscamente em frente a uma casa de dois andares e que era igualzinha as outras, só mudando a cor e alguns acabamentos e enfeites.

— Ótimo Lauren! Você está pedindo por um castigo de 2 semanas sem computador, — o fuzilou — além de não ir assistir ao jogo de beisebol do San Franciso Giants!

Arregalou os olhos, incapaz de acreditar no que havia acabado de ouvir.

— Não!

— Sim!

— Você não pode fazer isso comigo. — Rugiu.

Ben deu de ombros. Grunhiu

Saiu do carro e bateu a porta com toda a força que possuía.

— Droga! Droga! Droga! — praguejava em alto e bom som para quem quisesse ouvir— Mil vezes droga!

Abriu a porta com violência e entrou pisando duro na casa.

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Deitada na cama, fitava o teto branco do seu quarto.

— Ninguém me entende, Susie! — Desabafou para a enorme montanha de pelos pretos. — Principalmente o Benjamin, — afagou os pelos macios dela. — ele vive pegando no meu pé.

Virou para o lado e pegou o celular no criado-mudo. Olhou a foto dela abraçada ao Ryan.

— Pensando bem… acho que o Ryan me entende. — sorriu. — Já falei que ele é muito fofo e cavalheiro?

Susie latiu.

— Só acho que ele está me enrolando muito para terminar com aquela… aquela loira siliconizada. — bufou — Mas estou confiante que ele vai assumir o nosso namoro.

Depositou o celular na cama.

— Isso se ele não quiser levar um gancho de direita, né Susie?

Ouviu uma batida na porta.

— Pode entrar! — Consentiu.

Scott Murphy adentrou pela porta. Tinha cabelos da cor da areia e olhos castanhos amendoado, sem falar do sorriso de lado que sempre exibia.

Ele se sentou na beirada de sua cama. Continuou na mesma posição, sem vontade de encará-l.

— Veio aqui me colocar de castigo também? — Sussurrou.

— Não. — Respondeu Scott compreensivo. —O Ben me falou o que você aprontou hoje na aula de Biologia e, também, que você está de castigo e não vai poder ir ao jogo e eu sinto muito. Sei o quanto você queria ir.

Sentou-se espevitada. Susie deu um pequeno latido descontente.

— É claro que eu queria ir. Poxa… é o meu time favorito…— Admitiu com a voz vacilante

— Eu sei. Você até disse que ia levar um ‘amigo’ — Ele fez aspas no ar.— para ir ver o jogo conosco.

— Pois é! — Se jogou novamente na cama.

— Olha… você vai ter outra oportunidade…

— Isso se ele não estragar novamente.

Sr. Murphy sorriu.

— É só você não ser tão impulsiva e…

— Não sou impulsiva. — Cortou. — Só me defendo.

Scott se levantou e passou, pela segunda vez, a mão pelos cabelos.

— Ok, ok. — Ele foi em direção a saída. — Tente se comportar pelo menos se quiser ir assistir o San Francisco.

Respondeu com um ‘jóinha’, enquanto a risada de Scott ficava mais baixa ao ele se afastar pelo corredor

Encarou o teto branco mais uma vez.

“Estou começando a odiar branco.”, constatou.

Tinha até um pressentimento que morreria de tédio. Estava proibida de entrar no facebook e jogar algum joguinho ou conversar com o grupo de vegetarianos que tinha. Susie era sempre animada de mais, mas hoje tinha decidido não brincar mais. Nem mesmo tinha como ligar ou enviar SMS para Rich e Yumi, eles ainda continuavam sendo injustos com ela. O único que ainda continuava a falar normalmente com ela, era o Berry. Ele era o verdadeiro culpado pelo o dia azarado de hoje.

Estava tão distraída com os seus pensamentos que quase não percebeu o celular vibrando ao seu lado. Sentou e o pegou preguiçosamente e abriu o SMS que havia acabado de chegar.

DE: Ryan

Tem como você me encontrar agora em frente

Ao Loyd Lake do Parque Golden Gate?

Praguejou baixinho. Não iria conseguir se encontrar o Ryan, por causa do castigo do Ben. Ansiava encontrá-lo o mais rápido possível.

Estava pronta para responder com um pedido de desculpa e uma explicação, quando avistou o livro de álgebra em cima da mesinha do computador. Uma ideia lhe passou pela cabeça.

PARA: Ryan

Já estou a caminho.

Enviou.

“Hora de ir dar uma revisada na matéria de álgebra com o meu querido priminho.”

Saltou da cama e pegou o livro grosso. Nunca havia gostado de álgebra, até agora.


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Notas finais do capítulo

Postem reviews com suas opiniões e com criticas construtivas!



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