Falso Anjo escrita por Don Rafael


Capítulo 7
Talvez um sonho




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Tirish dormia profundamente. Estava sonhando. Via pessoas que não se lembrava de antes de seu aprisionamento. De repente viu um rosto familiar. Uma mulher com cabelos tão claros quanto os seus. Era linda. Era sua mãe. Não tinha certeza, mas sentia que era isso mesmo.

– Mãe. – Chamou o feiticeiro. Mas nenhum som saía de sua boca. – Mãããe.

A mulher olhou diretamente para Tirish, ainda não saia som de sua boca, mas a mulher o encarou mesmo assim, e gritou. Os olhos da mulher entraram em chamas, literalmente. Luzes flamejantes irradiavam dos globos oculares. Em questão de segundos a mulher estava totalmente queimada, caída no chão. Sua pele estava toda deformada. Ela sangrava por toda parte. O feiticeiro a encarou por segundos e começou a chorar.

– Acorde seu fraco. – Falou um homem no sonho, que apareceu atrás de Tirish. – ACORDE.

E assim o fez. Tirish acordou de solavanco suando frio. Não chegou a ver o rosto do homem no sonho, mas sentiu medo, mais do que quando despencou no Limbo seiscentos anos atrás. Mas a sensação não havia passado. Ainda sentia a presença maligna daquele ser. Então o viu. Estava sentado em uma poltrona perto da porta do quarto no Instituto.

– Você ronca muito alto. – Estava escuro e Tirish não conseguia ver o rosto do homem sentado, mas sentia que sabia quem era. – Já faz muito tempo meu caro. – Sentiu o homem dando uma risadinha baixa. – Mais de dois mil anos na verdade.

O feiticeiro queria dizer algo, chutar o homem para fora do Instituto, pedir ajuda à Alec e Magnus, mas como no seu sonho, nenhum som saía de sua boca.

– Fale alguma coisa. – Ordenou o homem na escuridão.

– Quem é você? – Finalmente perguntou Tirish.

– Ah, meu caro feiticeiro, sou seu único parente vivo. – Riu. – Pelo menos que eu me lembre.

– Im... Imp... Impossível. – Gaguejou Tirish. – Vo... Você não pode sair do inferno sem ser invocado

– Isso é o que as más línguas falam meu filho. – Do nada, todas as luzes no quarto se acenderam e Tirish conseguiu ver o rosto de seu pai finalmente. Ele não parecia com nenhum demônio que já havia visto. Ele era muito bonito, seus cabelos eram negros como as sombras que cercavam o quarto segundos antes, seus olhos tão claros quanto o céu da manhã, e seu sorriso era incrivelmente atraente aos olhos.

– Mesmo que seja mentira, você não pode entrar no Instituto. – Encarou-o. – Você é um demônio.

– Engana-se meu filho. – O homem agora estava sério. – Sou chamado de demônio, não mentem em dizer isso, mas além disso, sou também um anjo. E posso entrar em qualquer lugar sagrado que eu queira.

Um silêncio constrangedor surgiu entre Tirish e seu pai. Os dois se encaravam. Uma mais sério que o outro. Tirish estava visivelmente apavorado, mas ainda não conseguia gritar pela ajuda de Magnus e Alec.

– Eu encantei seu quarto. – Quebou o silêncio. – Pode gritar por ajuda a vontade. Seus amiguinhos não irão ouvi-lo. Fora que estão muito ocupados preenchendo o corpo um do outro.

– O que você quer?

O anjo caído ficará sério novamente.

– Cobrar o que lhe pedi dois mil anos atrás. Você pode finalmente vingar-me. Destruir o céu e a terra. Fazendo com que o inferno domine finalmente.

– Eu nunca faria isso. – Irritou-se Tirish. – Eu nunca ajudaria você. Não importa se sou seu filho ou que seja do submundo. Odeio os demônio, sempre odiei, e nem que minha vida dependesse disso eu o ajudaria.

– Tocou em um ponto importante. – O homem havia desaparecido da poltrona e reaparecido em pé ao lado de Tirish. – Sua vida depende disso. Você me ajuda ou você morre. – Asas dourados brotaram das costas de Lúcifer. – E seu amigo feiticeiro e o namorado Caçador de Sombras dele também. Você decide meu filho.

O anjo caído tocou a testa de Tirish com o dedo indicador e o fez dormir novamente. Na manhã seguinte, Tirish havia acordado com uma dor incrivelmente forte de cabeça. Se lembrava claramente do que havia acontecido na noite passada. Embora agora, tudo parecesse um sonho. O feiticeiro ficará apavorado. Queria que nada daquilo tivesse ocorrido. Mas estava claro, a história de Magnus era verdadeira. Ele era o filho de Lúcifer. E sabia o que tinha que ser feito.


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