Cartas para você - Cato e Clove escrita por Scoutt


Capítulo 40
Preparativos


Notas iniciais do capítulo

E o último capítulo tá vindo num jegue aleijado, eu sei. Comecei a escrever essa semana e tô quebrando minha cabeça para ele sair perfeito, mas tá difícil dar fim a história de todos os casais em um só! Acho que terei que dividir o capítulo monster que vai dar.



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Quando sai da casa junto com Cato, ele ainda estava rindo achando que eu estava brincado ao dizer que havia convidado Kaela para o casamento, mas quando viu Kaela esperando na varanda com uma mochila...

– Clove, você estava falando sério? – ele parecia nervoso, se não soubesse que ele tinha raiva de Kaela o suficiente para manda-la para a arena em um segundo, eu diria que estava me escondendo algo que tinha haver com ela, sai de mim ciúmes!

– Nervoso Cato? – me aproximei e o dei um selinho. – Ora, vamos, estou apenas fazendo amigas! – pisquei um dos olhos e desci ao encontro de Kaela, enquanto Cato se despedia dos pais, que iriam ao fim de semana, e pegava sua mochila.

Peguei o braço de Kaela e a fiz andar um pouco mais rápido junto comigo.

– Ok Kaela, sem graçinhas e você sobrevive ao fim de semana. – ela fez uma careta engraçada, meio medo, meio vontade de rir? – Eu ia dizer que era brincadeira, mas não é... Hm, gostei do seu cabelo, dá muito trabalho?

– Hein? – ela olhou para os lados.

– Achei seu cabelo bonito, o meu sempre foi liso assim, nunca consegui fazer cachos bonitos nessa coisa lisa, sempre achei lindo cabelos cheios de cachos.

– Você gostou desse ninho de ratos? Deuses, eu sempre quis ter o cabelo liso! – rimos e percebi que talvez a Kaela que eu conheci, fosse apenas uma grande casca durona, protegendo alguém quem não queria ser ferida pelo mundo.

– Como é o nome dele? – Kaela parou de rir.

– Ahn, meu cabelo não tem nome... – ela tentou enrolar.

– Kaela, sabe bem do que estou falando, não me enrola. – fez beicinho.

– Oh merda, não tenho escolha, não é? – assenti – Keaton James, longa história.

– Ok. – anotei mentalmente aquele nome, uma surpresa aguarda minha companheira de caminhada aqui.

••

Clove e Kaela andavam lado a lado na minha frente, eu estava preparado para a qualquer momento ter que separar uma briga, quando elas começaram a rir de algo, e continuaram conversando e conversando, até chegarmos à estação e pegarmos o trem para Atlanta.

Eu havia sido jogado para escanteio, Clove e Kaela não calavam a boca e nem me chamavam para conversa, peguei meu celular na mochila e contei a novidade a Céci, que me respondeu de imediato perguntando se Clove já havia matado Kaela.

••

Quando eu trouxe Kaela para Atlanta, eu não havia pensado no seguinte: onde ela ficaria?

– Pode ficar com o meu quarto, eu durmo com a Clove. – Céci começou a dizer, então baixou a voz para mim. – Assim não acontecerá nenhum assassinato durante a madrugada! – revirei os olhos.

Deixamos Kaela no quarto de Céci e fomos para o meu, Cato havia nos deixado aqui e ido para a casa de Rocco.

– Céci, preciso de um favor. – ela jogou-se na minha cama e olhou para mim com uma sobrancelha erguida.

– Ok, o que é?

– Preciso que você encontre uma pessoa, e a traga para Atlanta, eu sei apenas o nome e acho que está em Demeter. Acha que consegue?

– Tenho meus contatos em Demeter, pode ser... Qual o nome da pessoa?

– Keaton James. – Céci sorriu. – Oh não, não é...

– Eu disse algo? – ela perguntou desconfiada, bufei – Ok, ok, vou ligar para uma amiga minha que está morando em Demeter, talvez ela conheça o cara, jura que ele não é um stripper pra despedida de solteira? – revirei os olhos e fui guardar roupas que minha mãe tinha deixado dobradas na cama, Céci, tinha que ser a Céci falando essas coisas.

– Alô, oi Benny, é a Céci. – ela deu uma risadinha – Preciso de um favor... Não, nada de beijos... – lembrei do que Céci havia dito sobre uma garota do 13 tê-la beijado, uh-ou – Hm, preciso saber se você conhece... – ela virou para mim tampando o fone com a mão – Como é o nome mesmo?

– Keaton James, err, Kent.

– B., é um cara que minha amiga está procurando, sim MINHA AMIGA, eu to comprometida até o último fio de cabelo querida... Tá, ta... Keaton James, talvez você o conheça como Kent? Oh sério?... Pode me dar o número dele?... papel, papel.. – ela pegou uma folha na minha mesa e rabiscou um número – Obrigado B., espero que nós vejamos em breve, beijos B, bem longe da sua boca.

– B., querida, boca... hmmm, bom que o Rocco não está aqui. – zombei.

– Amor, nada posso fazer se ela é uma faca de dois gumes e louca para me cortar. – Céci parecia meio orgulhosa de ser “irresistível”, vai entender.

– Certo, agora liga para o Keaton e dá um jeito de fazê-lo vir. – ela levantou a sobrancelha, oh droga.

– Eu já fiz uma ligação, então...aqui. – jogando o papel com o número em mim, ela saiu do quarto me deixando lá, sozinha, olhando para o número no papel.

Respirei fundo e peguei o celular, era ligar e chamar Keaton, ou esperar que Kaela explodisse algo.

– Alô? – ouvi a voz do outro lado da linha e respirei fundo, a voz era bonita e chegava a soar intimidante.

– Hm... Keaton James? – ele ficou mudo por um tempo.

– Err, sim, sou eu. Por quê?

– Oh, desculpe, eu me chamo Clove, e, hmm... Bem, uma amiga minha me falou que te conheceu e... hm... eu gostaria de ter convidar para uma festa no fim de semana?

– Me diga o nome da amiga, ou eu não vou, nem sequer penso em ir, nem levanto um dedo para tal. – eita menino chato, não era de admirar que Kaela gostava dele, bem ele podia ser chato, mas não era imune a facas.

– Keaton, você andou vendo a penúltima edição dos Jogos? – ele murmurou um sim – Ok, então lembre-se disso: você foi convidado para uma festa em Atlanta, no fim de semana... – ele tentou me driblar, mas... – E não esqueça quem convidou, Clove, Distrito 2, a garota das facas. – desligue antes que ele pudesse dizer algo mais, uma pesquisa e ele saberia que aquilo era possível, e bem, se ele não viesse, eu realmente iria atrás dele.

••

Emmett

Olhei para Benny, que me encarava da sua mesa.

– Gente maluca. – dei de ombros.

– O quê foi Emmett?

– Uma garota me ligou, dizendo que era a garota do 2, dos 74º jogos,vê se pode. – me joguei de volta na cadeira, Benny fez uma cara pensativa.

– Ué, pode. – olhei para ela – Minha amiga era enfermeira na Capital, e me contou sobre isso, fora que ela me ligou ainda pouco pedindo seu número, acho que ela ta em Atlanta.

– Oh merda, então eu acho que vou morrer se eu não for para onde fui chamado? – Benny assentiu. – Será que eu ferrei alguma amiga dela na Capital? – Benny deu de ombros.

– Olha, eu apenas espero que você tenha seguro de vida. – ela voltou a teclar no computador e me deixou lá, pensando em como me livrar da bomba que tinha em mãos.

••

O tempo passou, e agora eu tinha dois dias para decidir o que fazer, preferi resolver isso antes do fim de semana, pedi a Benny o telefone da amiga dela, e liguei.

– Hmm, alô? – do outro lado havia certo burburinho, como várias mulheres conversando ao mesmo tempo.

– É, Céci Alden?

– Ela mesma, em carne, osso e... – ouve um barulho e ela gritou em seguida - Droga Finn, Kriss!... Sou eu mesma, em carne, osso e muita purpurina... – baixou a voz - Não vai ter banho que tire isso. –nossa, ela era espontânea ou tonta? Eu ri. – Quem quer o quê comigo?

– Keaton James, você ligou para Benny e pegou meu numero não foi? – ela assoviou e pediu licença a alguém.

– Oh droga, B. me entregou! Sim, eu pedi seu numero, acontece que uma amiga minha precisa de você aqui em Atlanta para uma missão secreta. – falou em ar zombeiro.

– Ah,claro, e quem seria essa “amiga”?

– Clove Ellis, acho que você deve lembrar-se dela como a garota das facas do distrito 2. – me preparei para dizer o que eu achava, quando ela me cortou antes de qualquer palavra – E antes que você venha com o “Mas ela está morta”, saiba que a Capital tem muitos meios, acho bom você fazer o que ela pediu.

– Isso é uma ameaça?

– Bem, veja como um convite persistente, agora acho bom que você venha, afinal vai ser uma surpresa legal para uma nova amiga.

– Bem, Clove quer me matar? Preciso saber os riscos que corro ao ir para Atlanta. – alguém a chamou ao longe.

– Já vou Clove, espera um pouco. Bem Kent, eu posso te chamar de Kent né? – ela não esperou a resposta – Você não vai morrer, ou talvez vá, mas isso depende da pessoa com quem você vai encontrar, e eu acho que ela realmente pode te matar, merda hein. Mas, não tenha medo da Clove, ela é uma pessoa legal, além do mais vai ser o casamento dela, ela não vai matar ninguém nesse dia, apenas venha ok? – revirei os olhos, que obrigação eu tinha em participar daquilo?

– Vou pensar nisso, se eu decidir ir mando uma mensagem para você, pode ser?

– Ok, ai te encontro na estação principal.

Desliguei o telefone e olhei para a sala vazia do centro de pesquisas, Benny tinha saído para sabe-se lá o quê, eu ainda pensava no que Céci havia dito, Clove talvez não me matasse, realmente, mas quem era a pessoa que eu deveria encontrar? Quem seria? Meus pensamentos foram interrompidos pela chegada de Benny.

– ... é, você vai ficar no lugar dela. Sei lá, ela saiu do nada, agora então ela viajou e o trabalho aqui ta atrasado, Kaela me deixou na mão. – fui atraído pelo nome Kaela como uma mosca se atrai pela luz, não queria, mas aquilo me puxava na direção oposta. Benny falava com alguém que ainda não tinha entrado, quando ouvi a resposta eu sabia que não iria querer ficar ali por muito tempo.

– Ahh Benny, Kaela nunca foi muito responsável, eu já te disse que a conhecia antes? – Kali entrou e seus olhos me encontraram – Ah! Oi Kent, acho que vamos trabalhar juntos aqui. – ela sorriu, ergui uma sobrancelha – merda, merda, merda.

Levantei da mesa onde estava e caminhei para a porta de onde Kali já havia saído, e agora se postava na frente da mesa de Benny.

– Benny, to saindo. – nem esperei ela responder. – Tenho que fazer... éee... uma coisa. –tive um vislumbre de um meio sorriso de Kali, ela estava ali pra me provocar, eu tinha certeza disso.

Caminhei até a casa de Kaela, não sabia ao certo o que ia dizer pra ela, talvez a arrastar até qualquer lugar e gritar com ela até que ela entendesse que eu não tinha a abandonado nas mãos de Cali, não intencionalmente pelo menos, isso me perturbava, fazia um dia que havia a visto na cachoeira, e bem, não foi o melhor encontro da minha vida, não que eu tenha considerado um encontro... argh! Merda.

••

Parecia que não tinha ninguém em casa, mesmo quando chamei Kaela, ela não apareceu, ou ela estava me evitando, ou realmente não estava em casa, eu beirava desistir, quando a vizinha apareceu em meu socorro novamente.

– Kaela não está. – a mulher falou.

– Será que eu só dou azar? Ela nunca está em casa. – bufei.

– Há, mas dessa vez ela vai demorar, ela er... – ela demorou um pouco, como quem planeja o que vai dizer – Ela viajou! Mas eu não sei para onde. – algo no olhar me dizia que era mentira, ok, Kaela viajou para me evitar?

– Ok, eu desisto! – falei, mais para mim mesmo que qualquer um – Obrigado. – disse a mulher, e sai pisando duro, ela sorriu, isso era um complô contra mim agora?

Eu estava com raiva de Kaela, muita raiva, então eu pensei, por que não, é só uma garota mesmo. Teclei no celular e apertei enviar sem hesitar, que dane-se tudo, eu ia a uma festa!

••

– Esse vestido ficou bom Kaela! – ela olhou para baixo e levantou a cabeça fazendo uma careta.

– Nem pensei em falar que não gostou moçinha, nem pense! – Céci sibilou, e voltou-se para o celular que estava tocando.

– Clove, por favor... não... – cortei.

– Na-na-ni-na-não, vai ser esse, e fim! Azul literalmente é sua cor. – ouvi um gritinho de Céci e me virei para a ver pulando e apontando para o celular.

– Ele vem, ele vem! – sorri e fiz uma careta apontando sutilmente para Kaela, Céci entendeu o recado e baixou a bola.

– Quem vem? Achei que sei namorado já estava aqui Céci. – Kaela não perdia a chance de ser irônica, acho que isso me fazia gostar dela um pouquinho, já que eu fazia muito isso.

– É um... Primo da Céci! – Céci assentiu vigorosamente com a cabeça. – Faz muito tempo que ela não o vê, ai nos o convidamos.

– Ok, agora esse vestido... – Céci olhou para Kaela com cara de quem a mataria se ela falasse que não queria o vestido, de novo. – Ok, ok, eu vou vestir ele! Até que é bonitinho...

Kaela parecia feliz, algo diferente brilhava nos olhos dela, um sentimento quente e que não parecia destrutivo, não para todos, talvez apenas que se ferisse por ele fosse ela mesma.

••

Kaela

Sentia-me quase culpada de me divertir tanto, passei dias na praia, aprendendo com Cato e Rocco a fazer redes, o que resultou em o leve tom ouro da minha pele beirar o cobre; conhecera Annie, amiga de Clove e Céci, que era tão doce quando uma pessoa podia ser sem ser chata.

Cato ainda estava desconfiado da minha aproximação repentina com Clove, e Clove ainda estava esperando que Kali colocasse os pés ali, eu quase tinha pena de Kali se ela aparecesse... Quase.

Depois de Céci e Clove me obrigarem a ter um vestido para o casamento, um vestido a escolha delas, porque por mim eu usaria o mesmo vestido vermelho que eu havia achado no meio de coisas antigas da minha avó, mas, Céci negou-se enfaticamente a me deixar usar “aquilo”, como ela tinha se chamado.

– Não, não combina com sua pele! – ela fez uma carinha sofrida - Principalmente com essa cor linda que está agora, experimenta esse aqui... – pegando um montinho azul, ela o jogou para mim.

– Mas é seu e se você... – ela me cortou.

– Não, não, pode ficar. Eu trouxe um milhão de vestido de Eros, não sei nem o que fazer com tantos. – olhei para Clove como se pedisse socorro.

– Não olhe para mim, eu já devo ter ganhado uns 7 vestidos dessa louca, ela realmente trouxe vários. – deu de ombros, elas me olharam com certo pânico, e só vim entender o motivo quando senti minhas bochechas molhadas.

– Ai meu deus! Você não gosta de azul? – Céci perguntou visivelmente perturbada – Pode escolher qualquer um, eu tenho muitos, de muitas cores! – ela já se afastava para o armário, quando eu balbuciei algo tentando conter o choro.

– Calma Kaela, o quê houve? – Clove chegou perto e pegou minha mão, o choro contido foi pro brejo, a puxei para um abraço por sabe-se deus que motivo, depois de alguns momentos de hesitação, senti suas mãos subindo e descendo nas minhas costas, ela tentava me acalmar, Céci havia saído e agora voltara com um copo de água nas mãos, bebi metade em um fôlego só.

– Melhor? – Clove perguntou. Assenti e ela sorriu, Céci soltou um suspiro. – Se foi pelo vestido, você pode usar o seu mesmo.

– N-n-não foi pelo vestido. – funguei. – É idiota, mas é que ninguém nunca tinha me tratado como se se importassem comigo, eu só to... ahh, não sei, é só que me deu vontade de chorar. – Clove sorriu.

– Oh Kaela, eu me importo com você, afinal se eu te deixar sozinha quem sabe o que pode acontecer comigo depois? – ri.

– Então é isso, você vai usar esse vestido sim e ponto final! – depois disso eu ainda tentei driblar o vestido algumas vezes, mas elas não desistiam, e por fim eu achei que aquele vestido era bonitinho, e que por ser um presente das minhas amigas, as primeiras amigas que eu realmente tinha, eu deveria fazer uma força.

••

– Como assim uma semana?

– Err...

– Como você me avisa só agora moleque? Tá achando que isso aqui é casa de mãe Joana é? – Benny estava realmente fula da vida quando Kent cheguou de mochila nas costas, avisando que pegaria o próximo trem e só voltaria em uma semana. - O que você vai fazer durante uma semana afinal?

– Benny, sabe aquela sua amiga que te ligou? – ela assentiu. – Então, ela me chamou pro casamento de uns amigos meus que estão em Atlanta. – mentiu.

Ela respirou fundo, como se se acalmasse, então olhou por sobre o ombro dele.

– Ah, oi Kali, espera um pouquinho que eu to terminando aqui.

– Ah, ok. – Kali deu de ombros e encostou-se em uma das mesas.

– Ok, uma semana, nem mais e se puder menos. Vá para Atlanta e manda a maldita da Céci vir me ver um dia desses. – virou-se para Kali, que escutava atentamente a conversa alheia. – Kali, acho que você vai ter uma semana de folga também, sei que você ainda não começou, mas eu vou fechar o centro já que ele – apontou acusadoramente para mim – não vai estar aqui pra ajudar, e você ainda não sabe muito.

– Falou, eu tô me mandando, quanto mais rápido eu sair daqui, melhor. – Kent olhou acidamente para Kali, ela entendeu a deixa.

– Bom dia para você também Kent. – Kent, ele odiava o modo como ela falava seu apelido e sorria em seguida. Ele saiu como se o prédio estivesse pegando fogo, rápido e sem olhar para trás, deixando uma garota muito interessada no que ele faria naquela semana.

– Benny, para onde o Kent foi? Distrito 4? – balançou a cabeça – Quer dizer, Atlanta.

– É, uma amiga minha ligou e chamou ele para lá, não me pergunte detalhes, a Céci é doida. – Kali sorriu, ela não precisava de detalhes, um nome e um lugar era o suficiente, só havia uma coisa que ela precisava...

– Benny, é um casamento? – Benny assentiu. – Ai, eu amo casamentos! Quando vai ser? Você sabe?

– Acho que vai ser no fim de semana, por quê? – Kali reuniu toda sua fibra de atriz – péssima atriz.

– Fim de semana? Own, é tão romântico casar no fim de semana! Desculpe Benny, é que eu sonho casar um dia sabe... Posso ir? – apontou por sobre o ombro.

– Pro casamento? – Kali riu.

– Não boba, para casa. – Pro casamento não precisaria de convite, ela tinha seus meios.

– Ah, sim, pode ir. Eu também vou daqui a pouco mesmo.

••

“Tô na estação.” – o celular de Céci piscou com a mensagem de Kent.

– Aêeeee! – Céci berrou. Emmett e Chloe que estava agarrados em um canto notaram, enfim, que não estavam sozinhos e recompuseram, Emmett praguejou baixinho quando as bocas perderam a conexão que estavam mantendo por um tempo considerável.

– Que foi hein Céci? Que diabos tão falando ai? – Chloe perguntou.

– Ganhou uma passagem pro inferno? – Emmett sibilou, levando uma cotovelada de Chloe em seguida.

– Não, Chloe. Não idiota. Melhor que isso, ganhei um bilhete dourado! Agora eu vou buscar o prêmio para dar para... – calou-se, notando que já estava falando de mais e saiu, deixando o casal se encarando, por fim deram de ombros e voltaram ao momento casal-fofo-e-mais doce do mundo.

Céci procurou visualmente por Kent enquanto andava para a estação, viu um rapaz alto mexendo no celular e resolveu conferir.

“Estou na estação, pode me ver? Tô acenando.” – bingo! O rapaz levantou a cabeça e sorriu de leve quando a viu acenando antes de caminhar em sua direção.

– Céci? – ela sorriu assentindo.

– Kent? Prazer. Agora vambora daqui antes que a K... – lembrou-se que Kaela não sabia que ele estava ali, e que Clove mandara não dizer a ele que ela também estava, então deu a volta. – ... venha nos procurar.

– K?

– Ah, é a Clove, às vezes eu a chamo de K, porque C é muito estranho como apelido. – mentiu. Quando ele deu de ombro ela deu um salto por dentro, ele não havia percebido a desculpa fajuta que ela dara.

Eles caminharam até a praia, ela tinha deixado Kaela com Clove, logo não seria problema levar Kent para a casa de Rocco, que concordara em ajudá-las.

– Então Keaton, você vai ficar na casa de um amigo nosso, tudo bem? – perguntou um pouco hesitante.

– Ah, tudo bem. Nem ligo. – ele deu de ombros. – Mas quem é a garota que fez vocês me trazerem pra cá? – Céci hesitou, mas as desculpas fajutas saindo em propulsão da sua boca.

– Eu ainda não sei! Ela não chegou, e Clove não me disse o nome ainda. – deu de ombros dando pouca importância ao que falara e rezou para não precisar responder mais nada.

••

– É aqui. – param em frente à casa de praia onde Rocco morava sozinho há algum tempo, ela não bateu, abriu a porta e entrou, seguida por um Kent ligeiramente tímido.

– Rocco! Eu cheguei. Vem aqui! – Kent percebeu que sua guia devia ser uma pessoa espontânea, vendo ela se jogar no sofá despojadamente ele se corrigiu: uma pessoa BEM espontânea.

– Céci, qual é o seu problema com a ideia de tentar me encontrar pela casa ao invés de gritar? – a voz vinha do corredor e ia se aproximando, até que Kent reconheceu seu dono.

– Não acredito. Você? – ele riu.

– Quê que você ta fazendo aqui Keaton? Fugindo de alguma garota? - Rocco se aproximou do amigo batendo as mãos e dando tapas no ombro um do outro.

– Na verdade vim encontrar uma. Quase um encontro as escuras! – ouviram um limpar de garganta e olharam para Céci, uma sobrancelha erguida completando uma careta engraçada.

– Vocês se conhecem. – não foi uma pergunta, não precisava nem perguntar depois daquela cena, claramente ambos se conheciam.

– Céci, o Kent já passou por aqui faz um tempo...

– Um ano e meio. – Kent completou.

– Ok, ok, já que vocês são amiguinhos eu posso ir embora em paz e deixar o Kent aqui, bye byeee. – saiu voltando para casa.

– Mulheres... – Rocco disse, antes dele e Kent caírem na gargalhada.

••

– Ele me fez um milhão de perguntas, quase que eu dou com a língua nos dentes! – Céci disse ao ver Clove sozinha.

– Só mais um dia, só um dia e ele vai saber quem tá aqui para ele.

– Quem tá aqui pra quem? – Kaela apareceu na sala, sentou no sofá enquanto tentava fazer um coque nos cabelos. Clove e Céci se entreolharam.

– O primo da Céci que quer conhecer uma amiga da Annie.

– Ok. – Kaela deu de ombros.

– Kaela, você tem namorado? – Céci e sua vergonha na cara nível 1, pensou Clove.

– Err... Hm.. É... – ela parou e respirou. - Não.

– Legal, tenho alguém pra te apresentar no fim de semana. – Clove e sua cara de pau nível 1.000, pensou Céci.

••

Acordei no sexta nervoso, muito nervoso, o mais nervoso que eu já estive na vida. No andar térreo da casa, Rocco e seu amigo já batiam nas panelas e falavam alto. Só de pensar em comida minha boca salivava, mas só de pensar o que eu faria depois do meio-dia, meu estomago gelou.

– Catooooooo, meu bom amigo Cato! Pronto para a festa? – Rocco apareceu na porta aos berros.

– Rocco, não sei, acho melhor não... – antes de cato terminar...

– Ah Cato, para, Clove vai fazer o mesmo. – uma cabeça apareceu na porta.

– Ir para uma festa cheia de gostosas tirando a roupa?

– Claro que não idiota, ir para o lugar oposto! – Rocco e Kent começaram uma discussão sobre o que cada um dos grupos faria.

– Existe isso Rocco?

– Capital cara, existe todo tipo de lugar, até os fetiches mais bizarros ganham vez lá.

– Pessoal, saiam da minha frente com essa conversa. – Cato os empurrou e foi para o banheiro.

Clove vai fazer o mesmo? Com certeza ela não quer e a Céci tá a levando à força... não é?” – Cato sacudiu a cabeça tirando o pensamento.

.

O lugar para onde Rocco e Kent me levaram era uma loucura, havia garotas dançando em gaiolas, rodando em postes presos ao palco e exibindo seus biquínis mergulhando em um tanque, essa parte do tanque eu achei realmente estranha.

Mas ainda mais estranho foi quando nos sentamos em uma mesa e uma garçonete veio nos atender.

– Olá Rocco, então, qual deles? – Rocco, que já estava com um copo nas mãos, apontou para mim, o que fez a garota se lançar no meu colo.

– Uooooou. Hoje tem né danado! – Kent soltou, rindo.

– É... É... – antes que pudesse pedir para a garota sair, um dedo foi posto na minha boca.

– Shiiii gatinho, antes do gamer over, que tal um restart em todas as maravilhas da noite? – ela colocou uma gravata borboleta no meu pescoço, e me puxou da mesa onde estávamos. – Garotas, temos um azarado extremamente sortudo aqui essa noite, divirtam-no!

E aquela confusão louca de garotas dançando ao meu redor, foi o que Rocco chamou de despedida de solteiro, bem, eu poderia ter vivido sem aquilo.

••

‘Uma confusão de sungas’, se aquilo fosse um quadro, esse seria o nome.

– CÉ-CI, KAE-LA, VAMOS EMBORA! – grite por sobre a música.

– Quê? Tá louca? Acabamos de chegar. – Céci realmente sabia se fazer ouvi no meio daquela confusão, ela nem sequer gritava.

– Clove, amanhã a está hora você vai estar casada, aproveite hoje, por nós. – Kaela fez beicinho e sua cara estava meio corada, os copos na frente dela explicavam isso.

– Ok meninas, mas não me façam perder a hora do meu casamento!

– Fechado. – só nessa hora Céci resolveu gritar, mas o que ela foi gritar! – GATINHOS, MINHA AMIGA AQUI VAI CASAR AMANHÃ, SERÁ QUE VOCÊ ME AJUDAM?

E depois disso a única coisa que eu tinha no meu campo de visão eram bíceps e tríceps, até que eu acabei no palco dançando com algum gato de sunga.


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