Cartas para você - Cato e Clove escrita por Scoutt


Capítulo 41
Capítulo Final - Grande Casamento


Notas iniciais do capítulo

Esse é o último, aêeeeeeee ♥
O choro é livre, a tristeza tbm, mas ao menos agora eu terei férias AEEEEEE
Foi ótimo postar para vcs lerem, foi ótimo ser ameaçada quando não consegui postar algo, tô traumatizada :c



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Depois de toda aquela noite de extravagância, eu estava esgotada, só não digo morta, porque não lembro como é se estar morta.

Céci estava roncando em um ponto do meu quarto e Kaela em outro, ambas beberam mais do que deviam, e agora eu imaginava se minha madrinha e “convidada de honra” estariam bem à noite.

– Ai minha cabeça. – Kaela sibilou com a cabeça afundada nos braços encima da mesa.

– Idem, querida, a minha tá beirando a explosão. – fez coro Céci.

Olhei para aquelas duas segurando a têmpora e... Bam! Bati com o frasco de aspirinas na mesa.

– Aiiii Clove, não faça isso. – Céci fez biquinho. Sorri amarelo.

– Se vocês tivessem me ouvido e parado no 5º copo, não no 11º, talvez não tivesse com a cabeça ESTOURANDO! – ela berrou um ‘ai’ fraquinho, Kaela estava se entupindo de aspirinas... – KAELA! Me dê isso, duas já é até muito.

– É, eu queria que passasse mais rápido, que saco.

– Quem melhora? Bebam isso aqui. – coloquei os copos na frente de cada uma, que torceram a cara assim que olharam para a tonalidade verde.

– Er... Clove, você quer que eu beba essa gororoba verde?

– O quê é isso hein? - Kaela perguntou.

– Suco de couve, brócolis, couve-flor e repolho. – Kaela e Céci fizeram cara de que ia vomitar as entranhas.

– Era uma pergunta retórica Clove, mas eu realmente vou melhorar se tomar isso? – dei de ombros.

– Não sei, vi Emmett tomando isso depois do ano novo e ficando melhor depois, então vocês devem tentar, afinal faltam 5 horas pra festa.

– Oh merda, a festa! – Céci virou o copo garganta abaixo. – Ai que nojo! – fez careta novamente, Kaela fez o mesmo depois de também virar o copo.

•••

Depois de algumas aspirinas, banho gelado e colocar para fora toda aquela bebida que me deram, eu estava bem, Rocco e Kent pareciam totalmente acostumados aquelas noitadas regadas a biquínis e bebedeiras, coitada da Céci.

Começamos a nos vestir e foi então que Emmett chegou, ele olhou para cara de cada um e riu.

– Vocês só não estão uns trapos, porque são bonitos. Bom que eu preferi ficar com a minha namorada linda ao invés de ir pra noitada com vocês. – olhou pra Kent – Hey, eu sou o Emmett.

– Kent, prazer.

– Ei Emmett, quando você vai sair dessa vibe “eu tô apaixonadooooo” – Rocco cantarolou zombando.

– Invejoso. – Emmett disse isso, e todos, inclusive ele, começamos a rir. – Enfim, vamos logo se vestir, até porque as garotas devem estar fazendo o mesmo.

Assim que chegou a hora de irmos para a praça, meu coração escapando pela garganta e estava com vontade de socar algo, estava mais tranquilo quando no trem, indo para a Capital e depois para os jogos, era o que esperavam de mim, agora estar saindo de casa para casar? Acho que meu pai ainda deve estar pensando o que fizeram com minha cabeça.

•••

Enquanto nos vestíamos eu olhava para aquele vestido e então pra minha própria cara, o que diabos estava fazendo? Casando? Fazendo aquilo que prometi nunca fazer ou pensar na vida? É, acho que as coisas mudam. Eu estava em êxtase pelo que estava indo fazer, acho que tudo que vi e senti foi o suficiente para ver que temos que aproveitar a vida como queremos e não do modo que nós impõe que vivamos, eu queria ser feliz, sempre quis, e tenho certeza que depois de hoje eu serei muito feliz ao lado dele, porque Cato é minha felicidade.

– Clove vam.... Uau! – Chloe cortou a frase no ar.

– Ai meu deus, o que foi, já sei, tá feio né? Ai que droga, ai...

– Oh mulher histérica! – essa era a voz de Kaela - Tá perfeito, ok. – ela sorriu.

– Sim, sim. O mullet caiu perfeitamente, tenho que sequestrar Annie para ela fazer vestidos apenas para mimmmm- cantou Céci, aparecendo também no quarto.

– Jesus, quase que eu morro aqui. Então, vamos? – todas me olharam. – Quê foi?

– Sei que você gosta de causar, só que não. Mas acho que uma noiva de bobs não é legal. – Céci lembrou-me e caminhou para tirar aquelas coisas que ela pôs no meu cabelo.

Esperamos alguns minutos, minha mãe ficou falando o quanto eu estava linda e blá blá blá, até que o celular de Chloe bipou, Emmett mandou o sinal de ok, fora alguma baboseira de namorados e nós já podíamos ir.

•••

Kali

A cidade tinha um cheiro de peixe, o que diabos Kent havia vindo fazer nesse lugarzinho? Bem, ela não tinha nada melhor para fazer, então porque não segui-lo e o infernizar um pouco? A sua vida tinha poucas coisas boas, e infernizar os outros estava no topo da lista.

Credo, o que diabos Kent veio fazer pedaço de inferno marinho?, pensava consigo mesma, até que viu uma coisa que a fez ronronar como uma gatinha que viu um rato preso e pronto para ser abocanhado.

Kaela saia de uma casa com três garotas, uma delas enrolada em um monte de pano branco e foi como se uma equação se resolvesse em sua mente. A festa que Kent veio era um casamento, Kaela havia o chamado e agora os pombinhos seriam felizes e fim, sorriu de lado com a ideia, seria uma pena se ela não deixasse o “felizes” acontecer.

Caminhou até uma lojinha qualquer que havia visto quando saiu da estação e comprou um vestido, iria entrar e fazer o circo pegar fogo. No fundo da igreja ela viu toda aquela melação de ‘sim’ e ‘sim’ e ‘pode beijara noiva’, argh. Mas, o que lhe chamou a atenção foi à cara desconfortável que Kaela ostentava quando viu Kent, e por um minuto ela pensou que talvez ele tivesse vindo atrás dela? Oh ao, isso seria nojento, Kent não devia gostar de Kaela, credo, da Kaela não.

No final todos começaram a sair para a festa, e ela se colocou no meio e foi junto, mas sempre olhando Kent e Kaela, seguindo-os com os olhos, até que dois casais os empurraram e deixaram-nos cara a cara próximo a praia que ficava um pouco afastada da praça onde acontecia a festa.

•••

– Então você é a menina com quem eu tinha que encontrar? – Kent a olhava como se ela fosse responsável por tudo, oh ele não sabia nem da metade.

– Eu o quê? Kent o que você tá fazendo aqui? – Kent abriu a boca pensando na resposta, mas o espírito (de porco) da festa chegou antes.

– Kent você já achou... Oh, já. – Kali sorriu para Kaela a olhando de cima a baixo. – Hmm, azul não combina com você Kaela. – Kali sorriu como se estivesse dando uma opinião genuinamente séria para uma amiga. Kaela fez uma careta para Kent, algo como “vou te matar”. – Oh, ficou sem palavras?

– Na verdade eu estou pensando o que combina mais com a sua cara, minha mão ou meu pé? Porque vergonha passa longe dela não é? – Kent riu e se virou para Kali.

– Que droga você tá fazendo aqui? Como você sabia onde eu estaria?

– Kent, não precisa de teatrinho, é óbvio que vocês estão juntos, não? – Kali sorriu fazendo biquinho e balançou a cabeça confirmando.

– Eu, junto com isso? Ela tinha que ter pelo menos 60 centímetros a mais. E é CLARO que eu não estou com ela. – Bem, Kaela já estava com meio caminho andado para a festa e ele a seguiu.

•••

– Será que deu certo? – Clove e Cato já haviam se trocado e estavam prestes a começar realmente a festa.

– Não sei Clove... Olha Kaela tá vindo. – as duas sorriram para a amiga, mas os sorrisos foram morrendo quando viram a cara de Kaela, que beirava o ódio e o choro.

– Ok, de quem foi à ideia? – olhei para Céci, que estava olhando pra mim, maldita!

– Desculpa Kaela... – antes que pudesse falar mais coisas, Kent apareceu e atrás dele uma pessoa vinha andando no mesmo passo.

– Kaela, é sério, ela.não.está.junto.comigo.

– Quem pode provar isso Keaton? – a menina riu e Céci se colocou logo na frente dela.

– Talvez eu, meu namorado e o noivo? Quem é você hein?

– Kent, pega a Kali e vai embora daqui. Eu não quero te ver mais cara. – ela saiu andando para a praia e a única coisa que eu fiz foi olhar para aquela garotinha fofa, eu também era uma garotinha fofa... e entrei na arena, e matei várias outras garotinhas fofas, a maldade podia ser muito bem mascarada por um rosto bonito.

– Keaton, vai atrás da Kaela. – Kali fez menção de segurá-lo pelo braço. – Acho bom você não tentar, eu ainda tenho facas querida.

– Oh, sério, e o que você faria com elas, querida?

– Talvez retalhar o seu rostinho? – com o canto da festa ficando acalorado; Annie, Emmett, Chloe, Rocco, Cato, começaram a brotar ao meu lado perguntando se tudo estava bem, só vi uma real intimidação no rosto daquela peste quando ela viu Katniss se aproximando.

– O que houve Clove? Quem é essa aí?

– Nossa, porque todo esse grupinho? Coisa mais ridícula; vou atrás do Ken... – agarrei-a pelo ombro, ninguém se mexeu pra ajudar ela, o que é era esperado, apenas Katniss olhava com curiosidade.

– Escuta aqui Kali? É Kali? – não esperei ela responder. – A Kaela já me encheu muito, e eu estava realmente pensando em matá-la...

– Oh, é isso, então tudo bem, eu deixo... – ela me interrompeu; se fosse o eu de antes ela ficaria sem língua, no mínimo, cortei a frase dela.

– Me deixe terminar garota! Kaela agora está junto comigo, ela é minha... Hm, amiga, e eu quero você bem longe dela e se ela o quiser, de Keaton também. – ela estava sorrindo agora, debochada, mas sorrindo.

– Hm, me dê um motivo pra fazer isso? – que respondeu não fui eu, a voz de Katniss se fez ouvir antes que eu pudesse dizer algo.

– Se você não fizer terá uma vitoriosa como inimiga, fora que, se você viu a 74ª edição dos Jogos, você não vai quer fazer algo que a Clove diga não, está entendendo garotinha, ou quer que eu repita? – Kali a olhou com um pouco de receio, ah não dá, não dá mesmo.

– Céci, vai pegar minhas facas! – Céci me olhou como quem pergunta “quê facas?”, merda, eu realmente não tinha mais facas de combate, mas acho que tinha um faqueiro nos presente, ia servir.

– Você não conhecem essa garota, Kaela me fez tanto mal... – ela começou a forçar o choro, nisso Annie, Emmett e Chloe já tinha saído de perto e estavam iniciando a festa para os outros convidados não verem a discussão.

– Sério? Ai meu deus que dó... – ela me olhou, dava pra ver nos olhos dela a vontade de sorrir por sua vitória, coitada. – você atua pior que a Glimmer, e olha que eu achava a Glimmer bem ruim, agora se você não quiser que eu estreie meu faqueiro em você, sa-ia-da-qui.

– Ou espere mais um pouco, os pacificadores que estão te esperando na estação podem vir te busca. – todos nos viramos para ver Kriss.

– Kriss?! – Cato que falou.

– Quê, achou que eu não vinha? E você garota – ela apontou para Kali. – Enquanto eu tava aqui escutei seu nome e achei familiar, joguei no controle de segurança e adivinha? Você não podia estar aqui, seus probleminhas em Demeter só deixam você ir até o centro e olhe lá, uma escolta vai ter levar de volta. – dessa vez todos olharam para Kali, ela bufou.

– Merda.

– E graças a Kriss, a noite foi salva.

– Muito engraçadinho Rocco. – Céci beijou se namorado-quase-noivo e Cato me puxou dali para dançar, nem sequer parecia que tinha acontecido alguma coisa, mas eu estava preocupada com o que estava acontecendo na praia.

•••

Kaela e Kent

– Vai embora.

– Não até você me ouvir.

– Eu não tenho nada pra ouvir de você.

– Ah, tem sim. – ela parou na frente dele.

– Ouvir o quê Keaton?

– Não me chame assim, você só me chama assim quando está com raiva. – ele virou a cara, depois olhou pra ela de novo.

– Mas eu ESTOU com raiva Kent... Muita raiva, guardada a muito tempo.

– Você sabe que eu tive que ir embora, eu não queria.

Você podia ter ficado comigo. – ela percebeu, tarde demais, que tinha falado em voz alta, ele sorriu. – Mas, agora é tarde, ninguém quer ficar junto comigo, ninguém gosta de juntar cacos Kent, e eu fui quebrada, muito quebrada.

– Então que sejamos quebrado juntos, minha vida foi uma droga desde que eu sair de Demeter, eu queria voltar, mas você sabe, naquele tempo ninguém podia andar entre os distritos, droga Kaela!

Ela voltou a andar pela praia, ele seguiu atrás dela.

– Dois anos.

– O quê?

– Você teve dois anos Kent, faz dois anos que se pode ir e vir livremente pelos distritos e você nunca veio, porque só agora? Cansou das meninas da Capital? – ele sorriu de novo, ela o odiou mais do que achou que fosse possível. – Eu te odeio sabia? Porque você não volta pra Kali, ela deve estar te esperando.

– Espero que eu só encontre com ela no inferno, porque a única garota que eu vou correr atrás é você, tá difícil perceber isso Kaela? Será que é tão difícil pra você aceitar o fato de que eu gosto de você? – ela engoliu seco, deu as costas e correu pela areia, perdeu os sapatos no percurso e ouviu ele rindo, antes de vir atrás dela.

Caíram com um baque surdo na areia quando Kent se jogou nela rindo, ela sentiu seu rosto em chamas.

– Ainda vai fugir?

– Vou! – ela tentou se desvencilhar dele, sem sucesso.

– Acho que não.

– Me solta Kent.

– Também acho que não, te agarrar assim é tão bom. – ela queria gritar, morder, chutar, mas apenas sorriu, sorriu feito uma idiota para o idiota que estava sobre ela.

– Você merece alguém melhor que eu Kent. – ela virou a cara, olhando o mar.

– E você merece alguém melhor que eu, então... Pelo visto estamos todo errados, então vamos ser errados mesmo Kaela, dane-se tudo.

– É fácil falar, você acha que alguém no mundo vai aceitar me ver feliz? Parece que todos estão contra mim.

– Hm, então ficar comigo significa ser feliz? – ela não respondeu, apenas olhou para o rosto dele, e não teve tempo o suficiente de pensar em desviar do beijo.

Quando voltaram para a festa, ainda tinha areia no cabelo e nas roupas, qualquer um poderia insinuar coisas, mas não o fizeram, mesmo quando eles entraram de mãos dadas no espaço e começaram a dançar juntos.

•••

Aquele tempo pareceu uma eternidade, Kaela e Kent não voltavam nunca, eu estava prestes a ir atrás deles ver quem tinha matado quem quando os vi chegando, e senti uma tonelada ser tirada dos meus ombros ao ver suas mãos dadas.

– Clove, me dá um minutinho ok? – Cato pediu. Assenti. - Senta ali.

– Ok. – sentei-me à mesa dos noivos, o casamento tinha sido lindo, algo perto do que eu imaginei alguns dias antes, mas melhor, a realidade daquilo, o tornava mais bonito.

•••

Todos pararam de dançar quando eu subi no palco, Clove me olhou e colocou as mãos sobre o rosto, envergonhada. Ele sorriu para ele e Céci iniciou assovios que Rocco a fez parar logo em seguida.

– Olá a todos. Eu queria dizer que estou muito feliz hoje, por estar casando com aquela pequena ali, ela tirou meu sono em muitos momentos, mais do que eu posso contar e me fez repensar toda a pose que eu tinha antes de tudo. – Clove sorria mordendo o lábio, se segurando para não chorar.

– Sei que ela vai querer me matar, mas vou dizer uma coisa: o fato de eu estar aqui, casando, é todo culpa dela, todo mesmo. Foi ela que começou tudo isso com uma carta, e eu quero começar esse novo ponto com outra. – tirei o envelope de dentro do paletó.

“ ‘Olá Cato’, foi assim que tudo começou Clove, não vou mentir, sua letra é estranha, mas eu amei ler cada palavra que você escreveu para mim.

Você me escreveu que queria me matar muito antes da colheita, e acho que agora você deve estar querendo me matar ainda mais por estar lendo isso na frente de muitas pessoas.”

Clove limpou algumas lágrimas, minha mãe estava lançada ao choro também, a mãe de Clove parecia estar vendo uma novela com um lencinho inseparável dos olhos.

“ Lembro de quando você escreveu sobre o que Panem achava, lembro também do quanto quis pegar o trem e dizer para você que estavam certos. Acho que você achou minha primeira carta idiota, me esforcei em melhorar depois daquela.

Ah, e, por favor, não me chute quando eu estiver machucado, agora você tem que cuidar de mim, ok?”

Ela soltou uma risadinha e assentiu.

“ E eu tenho certeza que nessa altura da carta você deve estar chorando, espero que signifique que ela ficou boa.

E ah, eu sabia que você ia ficar sorrindo o tempo todo, você realmente se tornou uma menininha.

Eu só queria te dizer que te amo, não apenas hoje, mas amanhã, depois de amanhã e por muito tempo, também quero dizer que um dia que amo nossos filhos, porque a gente vai ter filhos né?”

De novo ela colocou a mão no rosto, mas assentiu e riu.

– Hm, gostei disso. – ele piscou pra ela. – Pode ser um menino e uma menina?

– Cala a boca e volta a ler, Cato.

– Seu pedido é uma ordem, minha senhora.

“ E eu devo confessar, eu não acreditava no amor, até eu te conhecer Clove, te conhecer e querer te proteger de tudo, ter sua vida pra mim.”

Houve uma chuva de suspiros, Clove riu.

“ Eu quero dormir ao seu lado cada noite, e acordar ao seu lado cada manhã, ouvir seu riso e rir junto, ouvir seu choro e te consolar, eu te quero inteiramente pra mim, como eu nunca quis nada na vida. “

Clove levantou o rosto e olhou diretamente para mim.

– Acabou? – assenti.

– Acabou. – ela correu o mais rápido que o vestido a permitiu e saltou no meus braços.

•••

Nada parecia vergonhoso naquele momento, agarrar Cato e beijá-lo desesperadamente me pareceu até normal, o que me despertou foram os gritos de Céci, porque sempre são os gritos da Céci?!

– Arrumem um quarto!

Nem liguei para Céci, mas tive que romper o beijo para respirar.

– Minha parceira, inimiga, rival, aliada, amiga, companheira, amada, você é meu tudo, e eu nunca mais quero te perder Clove. – Cato sussurrou para mim, e foi o suficiente para eu esquecer de tudo e beijá-lo loucamente de novo.

Antes do fanal da festa, tivemos um pedido de casamento oficializado, Céci ficou sem voz e demorou um pouco para falar o sim, Rocco se sentiu aliviado quando ela recobrou a fala e gritou ‘sim’. Emmett e Chloe estavam mais grudados que gêmeos siameses, Kaela e Kent conversavam seriamente sobre algo em uma mesa no canto, será que eles estavam planejando um contrato de namoro ou algo do tipo?

Cato parecia ter esquecido de “como não beijar sua esposa”,já que era a única coisa que ele estava fazendo, milhares de selinhos bombardeavam meu rosto e eu ria.

– Vamos fugir daqui? – ouvi o sussurro.

– Quê? – estava me sentindo tímida, oh céus eu não poderia mais me sentir tímida a partir dali.

– Vamos sair daqui, vamos pra qualquer lugar só eu e você. – ele beijou meu pescoço, e eu fiz caretas para aguentar, porque deus, aquilo era uma delícia.

– Vamos.

Cato me tirou da festa e me levou até o cais e me ajudou a entrar em um barco.

– O quê a gente tá fazendo aqui Cato?

– Relaxa – ele voltou a beijar meu pescoço enquanto me abraçava, habilmente abrindo meu vestido. – O barco é do Rocco, ele me emprestou para fugirmos da festa por pelo menos até amanhã. – em tempo recorde meu vestido estava no chão.

Olhei fazendo careta. – Que foi?

– Você ainda está vestido. – ele riu, o sorriso malicioso que eu vira tantas vezes.

– Não seja por isso. – afrouxou a gravata, mas parou – Gostaria de me ajudar, esposa?

– Se você me chamar de esposa novamente, vai precisar de ajuda para me parar. – ele ergueu uma sobrancelha.

– Sério, esposa? Adoraria ver minha esposa descontrolada nesse momento. – eu ri, mas promessa é promessa e eu arranquei alguns botões da blusa dele.

•••

Pela escotilha do barco eu vi o sol nascer, foi bonito, mas não tão bonito quanto ver Clove descabelada usando meu peito como travesseiro, aquilo foi quase um sonho.

Perguntava-me se era possível se apaixonar todos os dias pela mesma pessoa, acho que por Clove era.

Sai de baixo dela e fui atrás de umas coisas que Rocco, pro seu próprio bem, devia ter deixado ali, e deixou. Voltei com uma cesta, sim, eu estava romântico até o último fio de cabelo, mas e daí? Clove me encarava, enrolada num lençol.

– Bom dia.

– Bom dia, linda.

– Céus, como você tá gay.

– Tô é? – agarrei-a no chão, ela assentiu rindo. – E você acha que isso é culpa de quem, hã?

Ficamos agarrados mais um tempo, não só agarrados, mas isso não interessa, o que interessa é que aquele foi o melhor dia que eu tive junto com Clove, mas tínhamos que dar as caras agora.

•••

Emmett e Chloe haviam se mandado para a Capital, passear disseram. Kaela e Kent estava em um pé de guerra estranho, entre voltar para Demeter, ficar em Atlanta ou só passar em Demeter e ir para a casa dos pais dele na Capital. Já Céci e Rocco, bem, Céci e Rocco emanavam uma atmosfera sensual e estavam mais apaixonados que nunca.

Katniss e Peeta haviam se hospedado na casa de Annie por um tempo, Krystal estava amando a praia e parecia que Finnick estava amanhã tê-la por perto, ele corria cada vez que ela se aproximava um pouco dele, pobre criança. Katniss também havia dado uma notícia, estava grávida e dessa vez a responsabilidade de padrinhos caíra sobre eu e Cato.

Tivemos bons 2 meses de lua de mel sem nenhum incomodo, até eu começar a me sentir mal durante um almoço na casa de uma Katniss bem redonda e a pseudo-médica resolveu dar o veredito.

– Você tá grávida.

– Hein? – levantei a cara do vaso sanitário, onde eu tinha depositado meu café da manhã.

– É simples, grá-vi-da. Já estive duas vezes, pode ter certeza que eu tô certa.

– Mas eu não ia contar pra ninguém até ter certeza, agora que você sabe...

– Do que eu sei? – Katniss piscou e saiu acariciando sua barriga.

Ok, estava na hora de eu dar uma notícia a todos naquele almoço. Desci as escadas devagar, ponderando minhas opções sobre esconder por mais um tempo, mas desisti assim que vi Cato vindo na minha direção.

– Você tá bem Clove? – beijou minha testa. – Você passou um tempão lá dentro amor. – eu tentei, tentei mesmo, mas comecei a chorar.

– Ai meu deus. – abanei os olhos.

– Primeiro sintoma: instabilidade emocional. – Katniss soltou e riu.

– Você tá doente Clove? – Ah Cato, por que tão loiro?

– Não, seu idiota!

– Segundo sintoma: irritabilidade sem motivo. – Katniss disse, dessa vez olhando pra Annie.

– Ai meu deus, não acredito! – Annie sorriu de orelha a orelha.

– Gente, eu tô ficando preocupado. – Cato estava preocupado, tadinho, mas eu não estava conseguindo esboçar nenhum som.

– Cato, olha aqui. – Peeta levantou Krystal para Cato olhar.

– O que tem a Krystal haver com isso?

– Tem que em breve você terá uma dessas correndo pela casa, ou talvez um mini Finn? – Cato abriu a boca.

– Eu? Eu?! – olhou pra mim.

– É Cato, você vai ser... Hm, vai ser papai. – nem sei como eu disse isso, mas cai no riso ao ver a cara dele.

– Eba, vou ser tia! – Céci grito e Rocco a mandou calar a boca, se casariam em breve, mas acho que já dava pra saber quem materá a ordem da casa.

– Chegamosssss. – Haymitch declarou, com sua voz arrastada de sempre, mas mais sóbria impossível. – Eu quero que vocês conheçam meu uisquinho.

– Effie?! – Katniss e Peeta em coro.

– Oi pra vocês também. E para de me chamar de uisquinho Hay. – ela falou isso, mas deu um monte de risinhos depois.

– Ok, chega de surpresas por hoje, podemos voltar a comer? Aquele pão doce parece estar uma delícia.

– Delícia vai estar você quando estiver com a barriga enorme! – Cato tinha se recuperado muito bem do susto, quando eu ouvi o sussurro depois, eu tive plena certeza disso. – Nós ainda podemos dormir juntos né? Eu não sei se eu aguento ficar longe de você ou do seu corpinho.

Me engasguei e fiz careta para o sorriso malicioso que meu marido ostentava para mim, será que esse amor incontrolável que ele sentia por mim nunca acabaria? Eu espero que não.


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Notas finais do capítulo

Gente, beijos pra todos, espero que nos encontremos em futuras fics, bye bye ;*
Sobre a fic não estar marcada como "completa": ela está completa, tudo que eu queria dizer, foi dito, mas eu planejo postar um capítulo extra sobre o rumo que as coisas tomaram, então é sempre bom ter como fazer isso né? Bjs, e rezem pro extra sair MWHAHAHAHAHA



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