Scars escrita por Blue


Capítulo 8
Capítulo VII.


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer pelas minhas leitoras lindas, Iasmin Pevensie, Jajabarnes, Mariana Bueno, Nyssa que comentaram o capítulo anterior, esse capítulo é dedicado á vocês!

Bom, esse capítulo é todinho da Susana já estava na hora né hahahah, e algumas partes foram tiradas dos livros "As Crônicas de Nárnia: O sobrinho do Mago" -

Devo citar que esse capítulo é de grande importancia, mesmo que não pareça agora, vocês entenderam depois!

Boa Leitura :))



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Capítulo VII -

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A brisa leve da noite estrelada entrava calma e fria por entre meus cabelos. Eu o observei, seu olhar estava perdido em algum ponto distante da paisagem imensa da qual ele mantinha os olhos fixos. Seus braços estavam apoiados sob a sacada. Ele parecia intocável, como o céu, como um sonho. Caminhei ate o seu lado e pôs-me a analisar seu belo rosto. Ele olhou de canto e sorriu a me ver ao seu lado.

– Oi – ele disse calmo como se nada pudesse afeta-lo, eu estranhamente sorri retribuindo-o.

– Não queria atrapalhá-lo.

– Você nunca irá me atrapalhar! – seus olhos negros encheram-se de alegria.

Ele aproximou-se para mais perto de meu rosto, e colou seus lábios aos meus, eu não me afastei, simplesmente deixe-me levar por aquele sentimento que queria me conduzir. Ele encerou o beijo, encostando sua testa sobre a minha. Mas quando o encarei não recebi o olhar e nem a afeição que eu esperava, na verdade ele me encarava com dor. Ele correu os olhos até o próprio peito, colocando sua mão no mesmo lugar ao qual ele observava. Uma mancha avermelhada começou a surgir entre o tecido da blusa, e ele fitou agora a mão ensanguentada. E antes que eu pudesse dizer ou fazer algo, ele cambaleou para o lado, apoiando-se na sacada.

– Não! Caspian, Caspian! – abaixei junto ao seu corpo, colocando minha mão em seu rosto pálido e gelado – Não me deixe aqui sozinha!

– Desculpe atrapalhar o momento romântico, não era minha intenção! – uma voz desdenhosa e irônica surgiu, levantei meu olhar para o dono, era Rabadash, ele carregava em suas mãos sua espada ensanguentada.

– Dash como você pode! – fitei os olhos de Caspian que começavam a fechar-se.

– Eu te amo Susana, e sempre vou te amar – Caspian suspirou, e sua afeição se paralisou para sempre, afundei-me em seu peito, lagrimas escorriam por meus olhos. A dor era insuportável em meu coração.

– Ele está morto não vê Su, seu plano foi concluído com sucesso, o grande rei de Nárnia está morto – fitei minhas próprias mãos sujas de sangue – Está na hora de voltar para casa Susana!”

Um barulho estrondoso percorreu pelo quarto, acordando Susana. Ela fitou a porta de vidro que dava para a sacada se abrir com os ventos da tempestade que ameaçava cair. Susana encarou as mãos limpas, lembrando-se do sonho que havia tido há poucos segundos atrás. A porta abriu-se mais com o vento, levando a brisa gélida até Susana que sentiu um calafrio percorrer sua espinha.

As cenas de Caspian caído ao chão em volta do próprio sangue voltaram à mente de Susana, ela sentiu um aperto no peito. De algum modo estranho para ela se lembrar de tal cena fazia seu coração se importar com Caspian. Mas ela sabia que não poderia dar-se ao luxo de ter um pingo de compaixão com o rei.

Susana procurou por algo em baixo de seu travesseiro até encontrar e pegar uma pequena caixinha marrom com pequenos detalhes em prata. Ela a abriu cuidadosamente e retirou um frasco que continha um líquido transparente – como água – dentro. Susana chacoalhou levemente o frasco surgindo pequenas bolinhas em seu interior.

– Tão pequeno, porém tão nocivo – ela pôs a observar o que tinha em mãos – Quem imaginaria Caspian que sua morte viria de um pequeno frasco como este que tenho sob meu poder!

Um longo e estrondoso barulho de trovão surgiu novamente pondo toda a atenção da garota novamente para a sacada. Relâmpagos surgiram, iluminando partes do quarto, naquele mesmo momento Susana jurou ter visto algo grande, como se fosse um enorme animal selvagem na sacada. Seus olhos arregalaram-se, porém a figura desapareceu repentinamente assim como os clarões dos relâmpagos. Ela rapidamente voltou o frasco para dentro da caixinha, guardando-a em baixo do travesseiro novamente.

Susana acendeu sua luminária, e levantou-se da cama, ela caminhou lentamente iluminando todas as partes de seu quarto, mas nada encontrou. Ela decidiu fechar a porta. Assim que a trancou, Susana percorreu com os olhos novamente por todo o quarto, até que seu olhar caiu sobre o livro dourado que estava sob a escrivaninha. Seria uma boa hora para ler já que havia perdido o sono, caminhou e sentou-se na cadeira fitando o livro.

Susana percorreu os dedos pelas bordas douradas do livro e pelo titulo e por algum motivo, um sorriso brotou em seus lábios. Cuidadosamente ela o abriu.

Para todos aqueles a quem desejam conhecer-me melhor”

Era o que estava escrito ao centro da primeira pagina, e logo Susana deduziu que seria uma fala de Aslam para aqueles que ingressariam na leitura de tal livro. Ela folheou as outras páginas, pulando as partes que continham as dedicatórias do autor.

“Muitos de nós já ouvimos as varias historias provindas da criação de Nárnia, mas qual será a real? Quem seria Aslam? E onde se encontraria o seu país?”

As perguntas vindas do próprio autor aguçaram a curiosidade de Susana, e ela logo voltou sua atenção para a leitura.

De todos as historias vinda sobre o surgimento de Nárnia, a minha favorita e a mais bonita.

Contos antigos dizem que no escuro, finalmente, alguma coisa começava a acontecer. Uma voz cantava. Muito longe. Nem mesmo era possível precisar a direção de onde vinha. Parecia vir de todas as direções. Certas notas pareciam à voz da própria terra. O canto não tinha palavras. Nem chegava a ser um canto. De qualquer forma, era o mais belo som que alguém já ouvira. Tão bonito que chegava a ser quase insuportável. Outras vozes reuniram-se à primeira, e era impossível contá-las.

A escuridão em cima cintilava de estrelas. Elas não chegaram devagar, uma por uma, como fazem nas noites de verão. Um momento antes, não havia nada lá em cima, só a escuridão. Em um segundo, milhares e milhares de pontos de luz saltaram, estrelas isoladas, constelações, planetas, muito mais reluzentes.

O céu do oriente passou de branco para rosa, e de rosa para dourado. A voz subiu, subiu, até que todo o ar vibrou com ela. E quando atingiu o mais potente e glorioso som que já havia produzido, o sol nasceu.

Era um Leão. Enorme, peludo e luminoso, ele estava de frente para o sol que nascia. Com a boca aberta em pleno canto, ali estava ele, a menos de trezentos metros de distância.

Era ele o cantor, o filho do imperador de Além Mar, o criador de Nárnia. Era Aslam”

Susana observou a imagem ao lado, era exatamente igual ao descrito no texto, enorme, peludo e luminoso. Ela percorreu com os dedos a figura. E lembrou-se da figura que surgiu a sua sacada, Susana estremeceu ao pensar na possibilidade da visita de um enorme leão ao seu quarto. Ela pulou mais algumas paginas até parar em uma que lhe chamou a atenção.

O País de Aslam.

Onde o céu e o mar se juntam doces ondas lá espumam, para encontrar o que procura direto ao leste rumo.

Quando o grande leão criou todo o nosso universo, ele dedicou uma parte para o seu próprio país, aquele que seria destinado às almas que já não poderiam mais viver pela terra. Porem as portas de seu país estariam abertas apenas para almas de bom coração.

Para aqueles cujo coração havia sido corrompido, Aslam lhes dariam uma nova chance. A chance de arrepender-se. Para os que aceitassem, eram destinados a caminhar com Aslam durante um período de tempo para provar tal arrependimento. Para aqueles cuja segunda chance, eles negaram. Eram mandados de volta para a terra, em outra forma de vida, em outro tempo, em outro corpo. Talvez como um modo de não voltarem a praticar os mesmo atos já cometidos uma vez.”

Susana fechou o livro. Seria o seu coração corrompido, ela não queria ser assim, ter que voltar para pagar pelos pecados cometidos aqui uma vez. Ela queria ter a aprovação para entrar ao país de Aslam, se é que ele realmente existia. Mas ela sabia que não podia voltar atrás, não agora.

Então seria assim segundo o livro o seu destino. Após consolidar seu plano, quando o seu tempo aqui na terra acabasse, ela encontraria com Aslam. Susana questionou se seria capaz de aceitar uma segunda chance. Mas e se por algum motivo ela nunca se arrependesse de matar Caspian. O que seria de sua alma? teria que vagar mais uma vida pela terra.

Ela guardou o livro na gaveta, não havia sido uma boa hora para a leitura. Talvez tivesse sido melhor se Caspian nunca desse aquele livro para ela. Porem por mais que o livro havia mexido com Susana, nada mudou em seu conceito. Ela ainda estava aqui para acabar com a vida de Caspian, ou era isso que ela queria pensar.


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Notas finais do capítulo

Eai o que acharam? Será que a Susana está indecisa ou ainda continua firme em seu plano maligno? Deixem suas opiniões!

E para as leitoras que ainda resistem a serem fantasmas, seja mais forte que sua preguiça, deixe um review, também gostaria muito de saber sua opinião!

Beijoos, á todos e até mais :))