Scars escrita por Blue


Capítulo 10
Capítulo IX.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todas as leitoras que deixaram reviews no capítulo anterior, esse é dedicado á vocês!

BOA LEITURA.



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Capítulo IX -

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Lucia caminhava calmamente em direção a cozinha para ordenar o que seria servido no jantar daquela noite, a morena também aproveitaria para beliscar os vários tipos de comida que aquela cozinha armazenava. A morena levou uma das mãos até a barriga – Seria uma boa hora para um lanchinho afinal! – ela pensou consigo mesma. Lucia então apertou os passos, mas assim que chegou onde queria a pequena fome que começava a surgir há poucos segundos atrás sobre ela desapareceu assim que Lúcia pôs os olhos sob Rillian que estava ali, sentando em um dos pequenos bancos de madeira cabisbaixo com as mãos levadas a sua cabeça.

Uma das cozinheiras atravessou a cozinha indo ao encontro de Rillian com um pano que envolvia algo em mãos, e o entregou para o rapaz que logo colocou o mesmo pano sobre um dos olhos.

– Para ajudar amenizar um pouco da dor! – a cozinheira disse, e olhar de Rillian caiu sobre Lúcia.

– Lúcia...

– O que aconteceu? – a morena franziu a testa.

– Parece que o garotão aqui andou brigando por ai... – a cozinheira tomou liberdade para falar.

– Eu posso falar por mim mesmo! – Rillian retrucou a mulher, que bufou e voltou a fazer seus deveres resmungando algo que nem Lúcia e Rillian puderam entender.

– Então, me diga o que aconteceu? – Lúcia disse calma sentando em um dos bancos ao lado de Rillian envolvendo sua mão na dele.

– Não suportei vê-la hoje à tarde com Edmundo jogando lhe charme, então resolvi conversar com ele, mas as coisas não saíram muito bem para o meu lado.

– Não acredito que ele fez isso! – Lúcia fitou o pano que deveria ser gelado sob o olho esquerdo de Rillian – Caspian precisa saber disso, é a nossa chance.

– Creio que não – o louro sorriu triste.

– E por quê?

– Ele sabe sobre nós, e fez questão de dizer que não conta para Caspian, pois prefere ver sua felicidade – Rillian fitou Lúcia que estava com um bela afeição de confusão – Não acho que Edmundo irá aceitar perder você e o cargo de general para mim, e eu sei tanto quando você em que Caspian mais confia!

Lúcia não concordava com Rillian, mas fatos eram fatos. E qualquer um naquele reino sabia que a lealdade de Edmundo era muito grande diante de Caspian, e que o rei jamais deixaria de duvidar de seu general, mesmo se Edmundo inventa-se algo para incriminar Rillian para não perder seu cargo. Então nesse momento a coisa mais sensata a se fazer era deixar Caspian fora da situação.

– Deixe-me ver como está? – Rillian tirou vagarosamente o pano revelando um grande hematoma em tons de verdes e roxos em volta de seu olho.

Lúcia sentiu certa nostalgia ao olhar para o ferimento. Mas logo a raiva tomou conta de seu corpo. Como? Como Edmundo foi capaz de fazer tal ato contra Rillian. – E a cada momento que ela olhava para o hematoma, mas sua raiva crescia. Lúcia ergueu-se do banco rapidamente tomando postura.

– Não se preocupe tudo ficará bem!

– Do que você esta falando? – Rillian voltou o gelo ao olho.

– Depois lhe procuro para ver como está.

– Lúcia! Espere! – mas já era tarde demais para Rillian tentar fazer Lúcia voltar, ela já caminhava para fora da cozinha e logo o louro a perdeu de vista.

A morena pode ouvir a voz de Rillian chamando-a, mas Lúcia não queria dar explicações do que iria fazer. Desde que conheceu Edmundo, ele havia sido tão carinhoso e prestativo com ela, e agora ela sentia raiva dele. Lúcia apertou o passo queria o encontrar o mais rápido possível e dizer poucas e boas para ele. A morena já havia percorrido boa parte do castelo, mas não conseguia encontrá-lo. Foi então que ela viu um grupo de soldados parados à porta da reunião em guarda. Ele deve estar ai – A morena sorriu.

– Onde está seu general? – ela perguntou para um dos guardas.

– Ele está lá dentro em reunião com o rei, majestade.

– Deixe-me entrar! – Lúcia disse autoritária.

– Desculpe majestade, mas as ordens são de não importunar o rei.

– Então você soldado está dizendo que eu a princesa sou importuna?

– Não majestade longe disso – o soldado disse sem graça.

– Então me deixe entrar agora!

– Mas e o rei, majestade?

– Deixe que de meu irmão cuido eu, agora abre essa porta ou você sofrerá as conseqüências soldado! – o soldado nada disse, apenas saiu da frente de Lúcia que tomou a frente a abriu as portas ferozmente.

Caspian foi o primeiro a encontrar com os olhos de Lúcia, que estavam perdidos a procura de alguém. Ela logo o encontrou, seus olhos esbanjavam raiva e intimidaram Edmundo.

– Lúcia o que está fazendo aqui? – Caspian disse serio levando suas mãos a cintura.

– Quero falar com o seu general! – ela disse ríspida e firme.

– Desculpe Lú, mas sua conversa pode fica para outra hora estamos em um reunião, caso não percebeu.

– Não sou estúpida, é claro que percebi – Lúcia fitou Caspian – Mas não me importo com o que estão conversando, preciso falar com ele e tem que ser agora!

– Acalme-se minha irmã, e diga o que está acontecendo? – Caspian aproximou-se de Lúcia que se afastou para trás.

– Caspian não me faça perguntas, não agora! – ela encarou os olhos do irmão – Apenas me deixe conversar com Edmundo será rápido, mas é de extrema importância para mim – o rei pareceu refletir por alguns segundos, também estava cansado haviam ficado quase três horas naquela sala conversando sobre os mesmos problemas de sempre, uma folguinha agora seria de grande agrado.

– Está bem, mas conversem aqui, é mais seguro! – Lúcia assentiu e Caspian encarou a morena um tanto confuso sem entender as intenções da irmã sobre Edmundo – Qualquer coisa estarei em meus aposentos.

– O que deseja falar comigo? – Edmundo disse ao ver Caspian sair pela porta.

– Você teria algo do qual quisesse me contar?

– Sobre o que exatamente? – o moreno franziu o cenho.

– Não sei, mas mesmo assim você não deseja me contar nada?

– Desculpe Lúcia, mas não estou lhe entendendo – Edmundo fitou a garota – E creio que não tenho nada a te confessar.

– Sabe eu fico aqui a me perguntar, se você deseja tanto ver minha felicidade, então porque bate covardemente no homem a quem amo! – Lúcia soltou as palavras afinadas como navalhas e Edmundo pode senti-las.

– E eu ainda quero vê-la feliz acima de tudo, mesmo que tenha que ser com aquele soldado – os olhos dos dois se encontraram – Mas as coisas que Rillian ousou a me dizer, ele mereceu o que teve!

– Eu sei e posso compreender, mas isso não lhe da o direito de machucá-lo.

– As coisas não são bem assim... – porem Lúcia tomou a frente de Edmundo antes que ele continuasse o que estava dizendo.

– Você já parou para pensar o que te aconteceria se Caspian soubesse que você agrediu um de seus soldados, sem nenhum motivo plausível?!

– O que causaria a mim ou ao Rillian? - Edmundo a questionou, e a velha questão voltou à mente de Lúcia a confiança de Caspian por Edmundo – Escute Lú, eu gosto de você e isso nunca foi nenhum segredo para você – ele aproximou-se, mas Lúcia recuou ao mesmo instante – Não faça isso comigo, eu quero sua felicidade, eu preciso dela, preciso de você! – Edmundo aproximou mais uma vez pegando nas mãos de Lúcia – Se você pudesse apenas me dar uma chance...

– Ed, você sabe que eu gostei de você desde o primeiro momento em que te vi entrar pelas portas desde castelo, e ainda me lembro do quanto fiquei feliz por você quando Caspian o nomeou general da guarda principal. – Lúcia sorriu, a raiva que antes estava alojada em seu coração havia saído sentia-se leve – Mas eu o amo, e sempre amei Rillian, era ele que esteve ao meu lado quando eu caia, era ele que me ajudava a levantar e seguir em frente, sempre foi ele!

– Lúcia, por favor... – mas a morena interrompeu Edmundo.

– Você jamais deixara seu cargo ou Nárnia para me seguir aonde quer que eu vá ou esteja, pois você pertence aqui, o seu lugar sempre foi estar ao lado de Caspian – Lúcia encarou Edmundo – Você pode não conseguir ver, mas um dia você perceberá que o que trás a sua felicidade aqui, não sou eu e nunca foi, o que a trás é você estando aqui para defender Nárnia e seu povo é isso que te faz feliz!

– Não Lúcia, você está errada, você não pode compreender meus sentimentos por você!

E antes que Lúcia pudesse argumentar Edmundo outra vez, ele a trouxe rapidamente para junto de si e a beijou. Ao primeiro momento Lúcia resistiu, mas logo se deixou levar pelo beijo. Foi quando a imagem de Rillian veio à mente de Lúcia e ela o parou afastando-se de Edmundo, que soltou um meio sorriso.

– Você... – a morena olhava com os olhos arregalados para Edmundo – Nunca mais ouse fazer isso novamente! Nunca mais! – Lúcia saiu em disparada para fora da sala antes que Edmundo pudesse dizer algo.

Lúcia corria, seu coração palpitava tão rapidamente que às vezes ela tinha a impressão de que ele poderia sair por sua boca a qualquer instante. Sua cabeça estava a mil com as imagens do beijo com Edmundo que se misturavam com as boas lembranças que Lúcia tinha junto de Rillian – O que eu fui fazer, eu o amo tanto, como fui capaz de me entregar aquele beijo! – Lagrimas começaram a brotar de seus olhos claros, e sua visão começou a ficar cada vez mais embaçada com a chegada de mais e mais lagrimas.

Ela não queria para de correr, queria fugir para sempre, para longe, longe de Nárnia, de Caspian, Edmundo, e todas as lembranças ruins que ainda guardava em seu coração. Ela queria apenas ter consigo Rillian e nada mais. Lúcia correu mais rápido quando avistou a porta de seu quarto, e entrou apressada, debruçando-se em seu travesseiro.

As imagens do beijo com Edmundo voltaram a sua mente, e por alguma razão algo bem pequeno dentro de Lúcia sentia algo, algo bom – E aquela sensação de estar livre cobria todo o seu corpo. Mas as lembranças de Rillian massacravam esse algo bom, e Lúcia voltava a se odiar por dentro.

Seu travesseiro já estava bastante úmido de tantas lagrimas que ainda ousavam a surgir. Foi quando uma brisa leve entrou soprando por todo o quarto e bagunçou levemente os cabelos de Lúcia. Ela sentiu uma sensação boa a envolvê-la, como um abraço de mãe. E naquele instante Lúcia sentiu toda aquela angustia, magoa e ódio ser retirada de seu coração.

Lúcia sorriu, ela sabia muito bem quem havia passado em seu quarto para aliviar aquela dor em seu peito. No fundo ela sempre acreditou nele, e em seu poder. Ela sabia que Aslam sempre estaria ali para ajudar todos em Nárnia.


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Notas finais do capítulo

Eai o que estão achando? Concordaram com a atitude da Lúcia?
Vejo vocês no próximo.
Beijoos, até



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