Jogos Vorazes - Reerguendo das Cinzas escrita por Herdeira de Sonserina


Capítulo 9
Capitulo 9


Notas iniciais do capítulo

O clima está esquentando!
Daqui a alguns dias Lisa ira por seu plano em pratica!
E irá surpreender a todos!
Esperem :)



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Levantei das cobertas, tentando lembrar-se da noite passada. Da declaração de James. Do meu plano. Da minha vida. Sentei entre uns travesseiros atravessados entre a seda e fiquei avistando a Capital. Será que eu conseguiria mesmo acabar com esse monopólio? Será que meu plano iria dar certo? Tinha que dar certo!

Hoje eu absolutamente não queria sair do meu quarto. As entrevistas. Últimos retoques para o inicio dos jogos e para o inicio do meu plano. Levantei da cama com as pernas um pouco dormentes. Quando entrei no banheiro, encarei um majestoso espelho pendurado na parede. Olhei para o meu rosto. O rosto da Deusa Dourada do Distrito 8. Meus olhos azulados afundados em olheiras. Meus cabelos embaraçados. Meus lábios secos. Essa era a verdadeira Lisa White do Distrito 8. A Lisa sem armadura. A Lisa sem maquiagem ou sem gliter no cabelo.

Abri a torneira e afundei meu rosto na água fria – espero que isso tire meu sono -. Depois de um banho demorado, sentei em minha cama para desembaraçar meus cabelos. Aquela seria minha ultima manhã de descanso. Lindsey estranhamente não havia batido em minha porta. Cochilei de toalhas na cama por alguns minutos e acordei. Vestir as roupas da colheita. Minha velha calça de couro com a blusa branca básica. Lembrei-me dos três mosqueteiros. Os três irmãos que ainda haviam restado. As três migalhas que a Capital não havia derrotado.

Sai do meu quarto e avistei Derick.

– Onde estão os outros? – digo.

– Em suas camas. Já viu que horas são? – fala ele. – acordando cedo? – Fala.

– Deu vontade... Acho que o dia ira ser bom hoje! – Falo.

– Espero Querida! Não se esqueça de nossas aulas à tarde tudo bem? – fala ele.

– Não se preocupe, estarei lá em ponto! – Falo.

Para passar o tempo caminho entre o nosso andar. Acho que todos os tributos devem estar dormindo esse momento. Passo na frente do quarto de Mirla e ele esta trancado. Parece que todos querem privacidade aqui. Lindsey estava roncando – dei pequenas risadas para não acorda-la. – O quarto de James estava silencioso. Iria passar despercebida. Mas seu braço me puxou para dentro.

– Que susto, seu...seu...

– Seu oque? - Diz ele rindo.

– Seu Maníaco. – Falo tirando suas mãos dos meus braços.

James estava praticamente ‘’em casa’’. Usava um short de dormir e estava sem camisa. – Veste uma camisa, menino! – Falo, rindo. Dava para ver sua tatuagem melhor agora. Era linda. Um sol estampado em sua pele branca.

– Oque estava fazendo aqui sozinho? Acordei e você não estava mas lá! – falo sentando em sua cama.

– Depois de algumas horas você estava dormindo profundamente e eu não queria te acordar. Voltei para meu quarto, mas não conseguir dormir! – fala.

– Então oque você estava fazendo, tão quieto? – digo.

– Lendo...Amo ler meus livros! – Fala.

– Livros? – Dou pequenas risadas.

– Oque foi? – fala ele.

– Nada. Um garoto do Distrito 8 passando seu tempo lendo livros, isso é muito ‘’raro’’. – digo.

– Foi à única coisa que quis trazer de lá. Meus livros. Minhas pequenas portas que me transportam para outro mundo. – ele diz.

– Que lindo! – digo. – e esse desenho em seu braço? – pergunto.

– isso? É um Prisma. – fala ele.

– Prisma? Nunca ouvir falar! – digo.

– Prisma é uma tatuagem espiritual que define você. Algumas famílias têm essas tradições. Minha mãe disse que os Prismas são mais usados no Distrito 8. – fala ele mostrando um sol resplandecente.

– E oque significa esse seu prisma? – Falo.

– Luz. Minha mãe disse que eu sou garoto iluminado. Não sei por quê. Só sou um simples carregador de tecidos. – Diz ele com um tom baixo.

– isso explica suas cicatrizes. – falo, mas me arrependo de ter tocado no assunto.

– muitas vezes sim. Deixo cair os grandes rolos de tecido e os pacificadores não ficam satisfeitos. Açoitam-nos como bois. – Fala.

– Eu pensava... que você vinha de uma família rica! Que ilusão a minha. Não existem famílias ricas naquele lugar em que nem podemos chamar de distrito. – falo segurando sua mão.

– Rica? Minha família já teve que catar comida do lixo para sobreviver! – fala ele murmurando.

– É... A vida não é fácil para ninguém! – falo. – vamos mudar de assunto! – digo com um tom de voz aguçado.

– Você quer mesmo fugir comigo? – falo.

– Claro. Quero honrar meu Distrito. Como você, eu não quero fazer parte desse grande reality falso! – fala ele me encarando.

– Depois que fugimos da arena iremos nos disfarçar de pacificadores. – digo.

– Pacificadores? Aonde vamos arrumar roupas e armas? – diz ele.

– Não confia em mim Deus Dourado? – falo.

– Conheço muita gente de Panem sabia? Gente que pode ser útil! Que tem o poder de mudar essa realidade. – digo.

– Sim e depois...

– Iremos voltar para o Distrito 8 e pegar nossas famílias. Iremos dar um jeito de fugir! – falo entusiasmada. – Dizem que tem vida no 13! – falo.

– Distrito 13? Todos sabem que aquilo virou uma pilha de lixo nuclear! – fala ele.

– Iremos começar por lá! Fazer rebeliões, mostrar para as outras pessoas que podemos mudar! – falo.

– Mas se o Snow nos pegar? Se acabarmos morrendo? – pergunta.

– Se morremos, iremos morrer honrados! – falo. – não iremos morrer que nem animais nessa arena! – digo.

– Essa historia de 13 está muito estranha, mas iremos conseguir! Eu sei disso! – diz.

Seus músculos se contraem na cama. Seu peitoral largo caminha entre seu tronco. James era um cara definidamente musculoso. Seus braços eram cheios de veias e cicatrizes, graças a seu trabalho forçado.

Agora eu entendia James. O conhecia melhor. James era o tipo de garoto que criava seu próprio mundo. – Que livro é esse? – digo.

– É a historia de um bruxo. – fala ele me mostrado sua capa. Um pequeno garoto flutuava em uma vassoura portando uma varinha. – Que tenta vingar a morte de seus pais! – fala ele.

– Tipo eu! – dou risos. – A historia deve ser interessante.

– Eu gosto. Achei este livro na velha biblioteca do Distrito 8. – diz ele vestindo uma camisa amarelada.

– vamos comer! Antes que eu começa a sangrar de novo! – falo.

Saímos do quarto de James e caminhamos entre os corredores. Mirla ficou entusiasmada quando me viu de pé, há aquela hora.

– Nossa garotinha já está de pé? Que coisa maravilhosa! – diz ela com o tom capitalizado.

– Tentei acordar mais cedo hoje! – falo.

– Mas que roupas são essas? – diz ela.

– Minhas roupas comuns, por quê? – falo.

– Nada. Por que não usou o uniforme? – diz ela.

– Por que não quis. Tem alguém aqui que ira me obrigar? – digo sentando entre a mesa.

– Não iremos discutir sobre seu vestuário. – diz ela sem querer arrumar problemas.

– Acho bom! – digo sussurrando.

O banquete estava fabuloso. Pães de todos os tipos. Sucos de todas as cores. Decidir tomar uma xicara de chocolate quente e comer algumas fatias de pão. Que pão maravilhoso. Não era o grude de grãos que torrávamos no forno para não passar fome.

Lindsey diz que ira começar nossa aula. Não expresso muito entusiasmo. Demoramos mas um pouco conversando até que Lindsey me puxa para seu quarto. Um quarto organizado. Não era como o meu.

Trancamo-nos e ela começou a conversar comigo. Falou sobre os jogos em si. Disse algumas dicas favoráveis. Como arrumar abrigo em 5 minutos. Fazer fogueiras sem ser localizado. Coisas básicas. Treinei por algumas horas etiqueta. Andar de salto alto – Obviamente iria cair naquele palco! -. Comer adequadamente. Falar sem interromper os outros. Depois de algumas horas, ela começou a me interrogar.

– Vamos falar sobre sua vida tudo bem? Tente ser um pouco ‘’adorável’’! – fala ela.

– Tudo bem...

– Hoje é o dia da entrevista. O dia dos patrocinadores. Você tem que mostrar para os patrocinadores que eles tem o dever te bancarem. – fala ela.

Lindsey Dunt era uma mulher determinada. Ela estava capaz de fazer o impossível para me deixar viva. Mesmo sendo do Distrito 8 a Capital tinha lhe mudado. Seus cabelos brancos. O tom amarelado de sua pele. Mudaram ate seu sotaque. Ela começa me perguntando sobre coisas do cotidiano. Tipo: Oque você achou da Capital? E do vestido dourado? Depois ela começa a envolver meu irmão entre as perguntas, não consigo segurar o choro.

– Você não pode chorar, iram te chamar de fraca! – diz ela.

– Meu irmão é a única coisa que me faz chorar... Se Caesar envolver meu irmão, certamente irei chorar! – digo aflita.

– então chore sem aquela carinha mimada. Chore com os lábios e o olhar enterrado. Quero que você pareça forte! – diz ela.

– Não se preocupe, Irei fazer minha melhor atuação! – digo rindo.

Conseguimos acabar com as tenebrosas perguntas. E Derick me chama para o almoço. Ainda estou satisfeita pelo café da manhã, mas não quero desmaiar novamente. Como um pequeno prato de grãos ensopados e um copo de suco avermelhado. James estava com uma cara de ‘’ Irei morrer de tedio’’. Sentou-se entre nós e comermos silenciosamente. Mirla quebra o silencio – Como está as aulas? – Diz ela.

– Tudo bem com a Lisa! Ela ira se dar bem na frente do Caesar! – Diz Lindsey.

– Digo a mesma coisa de James, o garoto sabe se virar na frente das câmeras! – Diz Derick.

– Para mim, tudo bem! – digo.

– Irei ter aulas com a Lindsey não é? –diz James com um pedaço de bife entre os dentes.

– Após o almoço Sr. Histon. Iremos consertar seus modos! – diz ela.

– Não tínhamos tempo para modos no 8! – diz ele resmungando.

Derick conversa com todos na mesa sobre ‘’ carreiristas’’. Suas táticas. Suas artimanhas. Seus objetivos. Ele nos da uma aula na mesa do almoço. Alguns Avoxes invadiram a sala levando os pratos sujos, e trouxeram a sobremesa. Comi duas pequenas bolas de sorvete e fiquei satisfeita.

Lindsey leva James para o mesmo quarto de nossa aula. Oque será que ela ira arrancar daquele brutamonte do Distrito 8? Aposto que ele iria levar sermões pela tarde inteira. Derick me leva para um lugar mais reservado. Uma sala com belíssimas cadeiras de couro e com algumas garrafas de bebida.

– Gary disse que queria te ver Daqui a duas horas, então irei indo direto ao assunto. – Diz ele.

– Aposto que é para me transformar em uma barra de ouro novamente! – Digo rindo.

– Ele é adorável. Gary disse que o vestido iria ser mais fabuloso que o primeiro. – fala.

– Espero que não seja algo ‘’ vulgar’’ demais.

– Não. Gary sempre fez roupas adequadas, para cada tipo de apresentação. – fala ele. – vamos começar? Temos pouco tempo! – fala.

– Esta bem! – Digo concordando.

– Primeiramente sente-se querida! – Diz ele com gentileza. – Oque você sabe sobre os jogos? – pergunta.

– Eu sei que são 24 almas e só uma continua viva! – digo.

– E se você quiser ser esta alma viva, você não pode correr para cima das mochilas! – Fala.

– Claro que eu não vou para Cornuncópia! É um ato suicida! – falo.

– Você é bem espera Lisa! – Fala ele rindo. – Se vire sozinha. Só vá para Cornuncópia se achar que pode sair de lá viva! – fala ele alto e claro.

– Não se preocupe, não irei me amostrar para as câmeras como os carreiristas! – falo.

– Você tem capacidade de sair de lá viva querida. Você é a garota ousada não é? – diz ele beijando minha mão.

– Derick... Como você conseguiu ganhar? – digo.

– Sendo esperto! Muitas vezes tive que me fingir de morto para despistar os carreiristas da minha época! – fala ele. – Os carreiristas estavam desgovernados, todos matavam uns aos outros! – diz ele. – Mataram os outros e esqueceram-se de mim, acabou que só eu sobrei. E venci! – diz ele.

– Que sorte! Não precisou tirar vidas para se tornar vitorioso. – digo.

– É... Sorte! Não tenho toda essa sorte. Tenho que ver todos os anos 2 jovens morrerem naquela arena! – fala ele.

– Mas esse ano vai ser diferente! – digo segurando forte sua mão. – irei ‘’vencer’’ por você Derick.

Ele sorri e me dá um abraço. Sou dispensada. Sento-me no sofá da sala e penso ‘’ Derick. Mais um pessoa, entediada’’. Derick era mais forte do que eu possa imaginar. Todos os anos. Todas as mortes. Derick e Lindsey tinham que aturar as perdas, as mortes, os choros. Mirla me arranca do sofá e me leva ate Gary. Gary me arrastou até uma pequena sala. Sempre salas pequenas. Abafadas. Odeio isso.

Primeiro quem entra é Tania, para dar um jeito em minhas unhas! – Você precisa ficar fantástica hoje! – diz ela com brilho entre os olhos.

– Tania, Quero que você não pinte as unhas de dourado. Ok? – fala Gary.

– Tudo bem... Mas que cor, eu pinto nessas unhas? – Diz Tania.

– Hum... Pinte de preto. Iremos explorar o preto! – fala ele.

– Minhas unhas de preto? Não é um tom meio...

– Ousado? Você tem que se acostumar garota, ousadia está em seu sangue! – fala ele entusiasmado.

Esqueci-me das unhas quando Gunter entrou no recinto. Iria mexer em meu cabelo, com certeza. Seus dedos grossos penetravam os fios loiros do meu cabelo. Enquanto isso Gary havia sumido. – Sei vestido está incrível! – Diz Gunter – Só não sei se prendo esses fios ou os deixo soltos.

– Que tal corta-los? – diz Gary com um saco preto entre as mãos.

– Faça oque quiserem com eles. Não irei precisar de cabelos longos na arena! – digo. Não faria diferença se cortassem ou não meu cabelo. Poderia ate me ajudar em minha fuga. Então Gunter decidiu cortar.

– Quero que ele fique o mais curto possível! – Digo. Não quero arranjar problema por causa dos cabelos.

Primeiramente Gunter os penteia com um pente fino. Os lava em aguas mornas e os hidrata. Gary com uma cara de animo tira uma foto minha para que podermos comparar com o resultado. Então Gunter começa. Fios e mais fiou longos e loiros caem em quantidade. Meu cabelo. Minha única riqueza. Enquanto isso Tania ainda estava tirando as unhas ecravadas do meu pé. Gemia. Gritava, enquanto ele riam.

Depois de algumas horas Ginger entra na sala que parecia ter encolhido.

– Já posso começar a colori-la? – Diz Ginger com o sotaque.

– Espere um pouco até Gunter termina seu trabalho! – fala Tania.

Depois de alguns minutos conversando, Gunter diz o tão esperado ‘’ está pronto’’. Os olhos de Gary brilharam! – Está absolutamente perfeita! – diz ele com um grande sorriso no rosto.

Gunter vira a cadeira giratória me deixando de frente para o espelho. Fabulosa. Nem parecia aquela garota do Distrito 8. O corte me deixou com as feições mais jovens. Estava totalmente curto. Com um estilo ‘’Ousado’’. Gunter cortou meu cabelo completamente.

– É o novo look da Capital. O estilo ‘’ Joãozinho’’. Todas as garotas modernas estão usando. – diz Gunter.

Nesse ponto eu poderia concordar. Um cabelo natural com um corte ‘’joãozinho’’ era atraente. Eu iria soltar suspiros. Meu novo look iria chocar muita gente entre a Capital.

– Ginger pode começar sua obra de arte agora! Aposto que com esse corte e com suas magnificas pinturas iremos arrangar alguns patrocinadores! – fala Gary.

– Ei, oque ela ira fazer? Pintar-me. Qual é sua loucura agora Gary? – digo.

– Relaxa Deusa de Ouro. Esta comigo esta com Deus! – fala Gary rindo.

Deusa Dourada! Diga meu apelido certo! – falo rindo histericamente.

Via Ginger pintar pequenos raios em minha pele branca. Gary havia sumido novamente. Acho que ele foi ver como James está se saindo com os preparativos. Tania havia acabado com minhas unhas. Ate que estava bom. Negras mas com pequenas gotas douradas nas pontas. Belo trabalho. Ginger pintava minhas pernas com um tom dourado. Não queria que ficassem chamativas demais. Mas estava um tom acentuado, um dourado límpido.

– Querida está na hora! – fala Ginger.

– Hora de que? – digo.

– Do Vestido. Irei chamar Gary! Você estava magnifica! – fala Ginger.

Gary não deixa eu ver o vestido. Idiotice. Vendam meus olhos com um tipo de pano. Eu visto e sinto que o tecido é macio. Graças a deus a roupa não era feita totalmente de lata. Algumas partes eram duras como o aço. Outras eram macias como seda. Visto completamente e Gary o ajusta a meu corpo.

– Está pronta? – diz Gary.

– Sempre estive! – digo rindo.

– Agora você de Deusa Dourada se transformou em Deusa da Ousadia! – Diz Gary tirando minha venda.

O vestido era fantástico. Nunca vestir nada igual. Parecia uma realeza. Não uma guerreira. O vestido ia ate meus joelhos. Era negro com tons de dourado. Tinha o tom de ousadia sim. Tinha que concordar. E meu cabelo dava um realce a roupa. Existiam fios dourados que puxavam o vestido para um dos meus ombros. E uma faixa estava modelando minha cintura. O vestido era simplesmente perfeito.

– Eu amei! – digo quase chorando.

Percebi que em algumas partes do vestido havia partes da armadura antiga. Meu vestido negro me deixava ousada.

– Gostou mesmo? - diz Gary me abraçando.

– Você não poderia me proporcionar tanta felicidade! – digo a ele.

Tania faz uma maquiagem delicada. Começa a por pó de todos os tipos de cor. Tons de rímel e lápis de cor esquisitos. Ela fez uma mistura bem louca em meu rosto. Ao final de tudo Gary me trouxe os sapatos. Dois belíssimos saltos de puro cristal.

– Você merece! – diz ele.

Os sapatos são delicados. São totalmente transparentes. Parecia que eu estava voando no ar ou andando com as pontas dos dedos, descalças. Eram lindos. Olhei-me no espelho. Estava irreconhecível. Não era, mas o tributo feminino do Distrito 8. Parecia que outra garota tinha ocupado meu lugar. Não sentia meu cabelo entre os ombros. Sentia-me mais autoritária do que nunca. Os três transformadores me cumprimentaram e desejaram sorte. Gary me deu um longo abraço. Não chegava a ser um abraço como o de Phil, mas era um abraço que confortava minha alma. Deixava-me mais tranquila.

Caminhei sobre o corredor de paredes de platina. Quando estranhamente esbarrei em James.

– Está louco garoto! – digo rindo.

– Me desculpe senhorita. Mas isso aqui é o departamento do Distrito 8, você está perdida? – diz ele, olhando nos meus olhos. – Perai! Eu conheço esse olhar... Lisa! – diz ele gritando.

– Ei... Sou eu sim! Não estava me reconhecendo? – falo indignada.

– Você esta tão diferente.. – Diz.

Um grupo de loucos cortou meu cabelo! – Repito a frase que ele me falou na cerimonia.

James estava com um modelito um pouco diferente. Mas muito atraente. Gary fez um terno sem mangas. Dava para ver seu Prisma a mostra. Haviam realçado o desenho com uma espécie de pintura. Seu terno era negro como meu vestido. Tinha algumas partes pintadas de Dourado.

Seu rosto estava liso. Seus cabelos ruivos num topete esvoaçante. Suas sardas estavam mais lindas do que nunca. James foi transformado em um garoto sensação. Um garoto totalmente diferente do garoto que saiu do Distrito 8 . Como eu.

Andamos entre os becos subterrâneos do setor de preparação e encontramos um pacificador que nos direcionou para junto com os outros tributos. Vi a roupa dos outros. Nada de interessante. Garotos de terno. Garotas com peteados ridículos e vestidos fantasmagóricos. Os mais anormais foram o Distrito 1 e 2 como sempre. Eu e James éramos os únicos tributos com a mesma tonalidade de roupa. As garotas ficaram com as bocas entre abertas e com os olhos arregalados quando me viram com o corte de cabelo novo. Meu cabelo não tinha como não ser notado. Sai do Distrito 8 com os cabelos na cintura e agora estou com o mesmo corte de James.

Fizemos uma fila organizada. Todos os tributos em seu respectivo lugar. Mulheres primeiras como sempre. Via as apresentações pelas mini televisões implantadas na parede.

Para abrir a noite Glimmer com um vestido infantil demais – diz ela que foi de sua autoria -. Marvel o garoto do 1 estava confiante. Rindo. Soltando piadinhas. Nem parecia que poderia ser morto amanhã. Seguiram o Distrito 2. Clove uma pequena garota de sorriso sádico e de grandes cabelos negros. Ria das péssimas piadas de Caesar só para enganar a Capital. Cato o garoto que soltava ironias para Caesar, seu grande orgulho o tornava ridículo. Distrito 3. Distrito 4. Mesmas coisas. Mesmas perguntas. Mesmas respostas. Distrito 7. Finalmente era minha vez. A Deusa Dourada. Sabia que grande parte das pessoas queria saber mais sobre mim, mas outras nem ligariam para minha historia de vida.

Um pacificador me conduziu para trás do palco central. Escutava Caesar Flickerman Fazer adoráveis comentários sobre o meu apelido. Sobre mim.

– Ela é uma das favoritas. Não só pelos patrocinadores mas também pela população... – Diz Caesar.

Favorita? Eu? A 12 poderia ser favorita, mas eu não acho isso de mim.

– Vocês a conhecem como Deusa Dourada e eu a chamo de Elizabeth White! – Grita Caesar num barulho ensurdecedor.


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