Jogos Vorazes - Reerguendo das Cinzas escrita por Herdeira de Sonserina


Capítulo 8
Capitulo 8


Notas iniciais do capítulo

Aceito Sugestões sobre a Lisa dentre os outros personagens!



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Acordei. Gary estava ao meu lado cochilando. Estava com uma bata branca, coberta por lenções grossos. Meus braços estavam presos por alguns tubos de plástico. Fiquei nervosa.

– Gary... Oque aconteceu? – Digo um pouco Zonza.

– Há... A querida você acordou...Esta bem? – Diz ele ainda saindo do sono.

– Um pouco enjoada... – Não acabo a frase e vomito uma espécie de liquido viscoso verde. Gary não expressa nojo. Ele simplesmente corre ate o corredor e grita.

– Enfermeira! Aqui, a Sr. White não esta se sentindo muito bem! – Diz ele.

– Não precisa alertar aos outros que eu sou fraca. – Digo.

– Você é orgulhosa demais. – Diz ele beijando minha testa.

Alguns minutos depois a enfermeira entra e troca meu lençol, atrás dela vem James com uma bandeja com alguns sanduiches e uma rosa branca.

– Ai, ainda bem que você trouxe esses sanduiches, estava morrendo de fome.. – Digo.

– São para o Gary querida. Você esta numa dieta rigorosa. – Diz James. – Mas eu te trouxe isso aqui! – Diz ele beijando minha mão e me entregando a rosa.

– Porque é branca? – Pergunto.

– ‘’White’’ é branco não é? – Diz ele rindo. – Não fale muito você ainda esta se recuperando.

Depois de a enfermeira me alimentar com uma substancia pastosa – com gosto horrendo – adormeci por causa do frio da enfermaria. Como eu estava fraca. Não duraria duas horas na arena. Por que eu desmaiei? Por que eu estou comendo a base de tubos? Porque?

Sonho com o pai de Phil levando meus irmãos para guilhotina. Eles não iriam usá-la. Vejo Nicolas observando a lamina que atravessou a cabeça do meu pai, toda ensanguentada. Os pacificadores ao redor rindo da cara deles e eu não estava lá para defendê-los. O pacificador que jogou a cabeça do meu pai para os corvos aponta com o dedo indicador para a cesta embaixo da lamina. E um ninho de corvos negros começa a devora-los. Escuto os gritos. Escuto os pedidos de socorro e ninguém vê. Nem mesmo Phil. Acordo com os olhos cheios de lagrimas gritando!

– Meus Irmãos! Salvem meus irmãos! Ahhh! – Não consigo me controlar. Acho que acordei todos os pacientes do recinto. Começo a estranhamente me debater, os corvos queriam minha carne. Gritava como louca. Acho que os tributos do 12 davam para me ouvir gritando. Gary acordou assustado dava para ver sua expressão. James tentava me acalmar. Mas não conseguia. Em minha mente os corvos estavam nos matando. Matando os restos da família. Sentia os dedos quentes de James em meus braços. Tentando me retirarem da loucura. Ate que vi uma mulher com uma cabeça não de corvo mais sim de um tordo, injetando uma agulha em meu braço. Apaguei.

Acordei novamente. Já haviam retirados os tubos do meu braço. Aliviei - me. Não havia ninguém na sala. As janelas estavam entre abertas e um vestido branco foi deixado no pé da cama. Me vestir rapidamente. Queria sabe o Porquê de toda aquela situação. Sai da enfermaria e encontrei Lindsey. Ela me deu um abraço e disse que estava feliz por me ver melhor. Melhor de que? Não tinha visto nada depois do treinamento. Ela me levou para o nosso andar. Tudo como sempre. Tributos fechados. Nenhum pio entre cada andar. Quando entrei no quarto todos sorriram e me deram o abraço coletivo. Ninguém falou nada. Nada sobre meu desmaio. Sobre meu sonho. Absolutamente nada.

Mirla com o sorriso de sempre, convidou todos para um grande jantar. Mentores e o estilista.

Não tinha, mas a rigorosa dieta da enfermaria. E comia de tudo. Tudo mesmo. A cada garfada que eu dava, era uma lembrança dos meus irmãos. Será que eles estão passando fome? Com frio? Ou ate mesmo sendo ridicularizados? Um banquete desses os faria tão felizes. Comi mais um pouco, e dispensei a sobremesa.

– Lisa, não vai deixar de comer de novo! – Diz Derick.

– Tudo bem papai já estou satisfeita. – Digo num tom irônico. – Derick, quando é que vocês iram começar a ser nossos mentores de verdade? – Digo deixando todos com os olhos arregalados.

– Eu sou seu mentor! Sempre fui! – Diz ele com um tom grave.

– ate agora, só vi vocês bebendo, comendo, falando! Nada de dicas, de estratégias, de treinamento intensivo! – Digo, o interrogando.

– Sr. White! Nossas seções de etiquetas iram começar amanhã! – Diz Lindsey atenciosa.

– Finalmente! Alguém se manifestou! – Digo.

– Enquanto isso, eu e James fazemos a aula pratica tudo bem? Depois é só trocarmos! – Diz Derick com uma coxa de frango na mão.

– Perfeito! – Diz James. Agora parece que as coisas no Distrito 8 estão andando.

Um avox me traz uma pequena taça de sorvete – Avox é uma pessoa que teve sua língua decepada pela capital, uma das crueldades, que esses ricos sem direitos praticavam! – Comi com certo tedio da vida, olhando para as luzes brilhantes na janela. Quando sinto as mãos quentes de Derick em meus ombros.

– Vamos querida, as notas iram ser transmitidas. – Diz ele com entusiasmo.

Depois do jantar sentamos no sofá para assistir as notas. Sua foto aparecia e logo após a sua nota embaixo. Carreiristas como sempre com suas notas de 8 para cima. As outras notas como sempre. Distrito 6. Distrito 7. Ai vem o distrito 8. James ainda com o visual ultrapassado da colheita aparece, e o numero nove pisca embaixo dele. Depois uma foto ridícula da colheita aparece.

Um Dez de cara. – Melhor do que nada! – Digo.

Todos na sala me cumprimentam, mas vejo o resto das notas. Estou esperando a do 12. Quero saber a do 12. Se ela tirar uma nota maior que a minha é por que ela sabe alguma coisa que só quer mostrar na arena.

Distrito 11. A incrível Rue ganha um 7. Impressionante. Oque será que aquela pequenina mostrou no treinamento para ganhar esta nota? Loucuras. Thresh poderia surpreender mais, penso.

Ai vem os do 12. Primeiro o Mini Marcus com nota 8. Nossa. Ou ele mostrou algo impressionante ou os idealizadores já estavam muito bêbados para dar notas aleatórias. Alguns segundo depois vem a garota. A garota em chamas. Tive ate um arrepio. E ela conseguiu um onze. Obvio que ela esta escondendo alguma habilidade espontânea.

Depois das notas, cumprimentei, festejei e ate dancei! Não estava muito para festas, ainda estava em observação. Dei aquele velho ‘’ Boa Noite’’ e me trancafiei em minha jaula de concreto. Meu quarto parecia mais fechado do que nunca. Retirei o vestido branco e deitei sobre a cama.

Pensei em meus irmãos. A culpa tinha subido em minha cabeça desde meu sonho terrível. Tudo que eu quero nesse mundo é que deixem minha família em paz. Quero que não destruam o resto que sobrou de nossas forças. Phil deve estar cuidando deles, isso me conforta. Mas estou com medo. Não medo de a Capital me prejudicar. Estou com medo de a Capital descontar sua fúria em meus irmãos que não tem nada haver com essa historia. De transformar eles em Avox – Traidores – Ou ate mesmo mata-los.

Amanhã era o dia. O dia da entrevista. Qual vestido. Quais perguntas. Era o ultimo momento de dignidade dos tributos nesse mundo. Era extremamente ridículo. Num dia ele estão vivos. Lindos. Graciosos e gloriosos. No outro estão mortos. Caídos. Sem vida alguma. E a Capital adora isso. Ver os rostinhos lindos das crianças que morreram sem dignidade alguma. A Capital adora ver as famílias em seus Distritos. Vendo seus filhos serem inçados por um aerodeslizadores. As dores das mães vendo seus filhos num sono de eternidade. Isso é triste e doloroso. Isso é ridículo.

Começo a ficar sem ar naquele cubículo. Tento abrir a enorme janela, mas percebi que o vidro era introduzido na parede, e eu só conseguia respirar ali por causa de uma enorme tubulação de ar. Visto minhas roupas para dormir. Vou ate a sala, mas ela está vazia. Escura. Sem sinais de vida. Bebo um pequeno copo de água, olhando para a Capital pela enorme janela da sala.

Viro-me e olho o elevador de cristal. Quem sabe eu não poderia descer. Não para fugir, mas para tomar um ar puro. Caminho ate ele, e uma energia me puxa para dentro dele. Desço andar por andar. Todos silenciosamente aterrorizantes. Quando chego a o térreo sento em um banco ainda no jardim do centro de treinamento. Estava tão lindo. Sem as cores agonizantes do dia. Só o luar iluminando o recinto. Descanso um pouco meus ombros sobre os bancos do jardim. Sentindo o friozinho nem tão natural assim. Percebo um vulto no meio da escuridão. Fico nervosa. Se for um pacificador estou frita. Se for o Derick ou a Lindsey também estou frita.– irei voltar ao meu quarto com um velho sermão. – .

A luz fosca da lua ilumina o ser que estava me seguindo. Avisto a velha cabeleira vermelha e percebo que James estava me seguindo.

– Iria fugir Sr. White? – Diz ele com um riso.

– Para onde? Mesmo que quisesse não conseguiria! – Digo.

– Também esta nervosa não é? Para amanhã? – Diz ele.

– Só estou tomando um ar mais ‘’Natural’’ sabe. – Digo.

– Sei... Meu quarto também está um tedio. – Diz ele com os lábios rosados.

– James... Queria abrir o jogo com você! Contar meus segredos! – Digo, enquanto ele me abraça por causa do frio.

– Eu certamente irei morrer Lisa e seus segredos iram morrer junto a mim! – Diz ele rindo.

– Por isso que queria falar com você. No Distrito 8 eu certamente iria falar com Phil, mas aqui não posso confiar em ninguém! – Digo.

– Eu também queria me abrir para você, não vou mentir! – Diz ele.

– Então está bom, vamos falar nossos segredo certo! – Digo.

– Primeiro quero te conhecer. – Diz ele acariciando meus cabelos.

O vento ali embaixo havia aumentado. Então nos enroscamos um ao outro no pequeno banco daquele pequeno e artificial jardim. Uns sinos do vento começavam a tocar melodias magnificas. Comecei.

– Meu nome é Lisa White. Tenho 16 anos e me voluntariei para a 74° dos Jogos Vorazes! – Digo com uma voz sínica.

– Lisa você pode me responder uma coisa? – Pergunta.

– Diga! – Falo.

– Por que você se voluntariou para os Jogos? No nosso distrito é a mesma coisa que sacrificar sabe. – Diz ele com um tom mais baixo.

– É uma historia muito longa... – Digo.

– Eu gosto de historias longas... Queria que essa fosse a minha ultima historia longa antes de morrer. – Diz ele me apertando contra seu corpo. Que se se dane os pacificadores e os idealizadores dos jogos. Eu iria focar ali a noite inteira. Contando minha historia de vida para James.

– Bom tudo começou com a morte do meu pai. – Digo. – Éramos uma família feliz, tudo que queríamos era que nos deixassem em paz! Mas quando você meche com um White, nos tornamos sua vida um inferno. – Falo rindo.

– Sei pai morreu? – Diz ele. – Meu pai foi um dos que morreram! –Digo.

– Meu irmão com raiva da Capital decidiu se voluntariar para os jogos! – Falo aflita. – Mas ele não queria simplesmente vencer! Ele queria mostrar para Capital que ela não mandava nele! – Falo.

– Mas como ele iria fazer isso? – Fala James.

– Marcus tinha uns amigos do Distrito 4. Criavam máquinas incríveis. O seu plano era simples. Fugir da arena e começar uma revolução em Panem. Mostrar para as pessoas que elas poderiam sim mudar! – Falo.

– Ele queria mostrar para a Capital, que quem mandava no pais era os Distritos e não ela. – Digo.

– Seu irmão tinha muitas ideias. Quem sabe ele não conseguiria? – Diz James.

– Marcus era um garoto confiante, ate ouvimos aquele triste tiro de canhão! – Minhas lagrimas caem e rapidamente James as enxuga. – Se quiser parar tudo bem! – Diz ele tentando me acalmar.

– Não agora que comecei vou continuar! – Falo quase num grito. – Quando Marcus morreu, tive que sustentar minha família. Caçando. Colhendo. Vendendo. Fazendo de tudo para que nenhuns dos três ficassem sem nada. Ate que veio o inverno. – Falo. – Nossas roupas não eram novas, mas nem tão velhas assim. Lembro-me das tardes nevadas no Distrito. Ficava cortando lenha para aquecer minha mãe e meus irmãos. Quando cheguei em casa minha mãe estava encolhida em uma cama velha mofada, por que não tínhamos condições de comprar uma nova. – Digo e vejo-o me encarando com seus olhos azulados. – Pneumonia. Doença que se não for tratada com antibióticos, leva a morte. Foi o fim da minha mãe. Deitei junto a ela tentando esquentá-la, mas seu corpo só ficava mais frio. Ate que ela adormeceu e não quis, mas acordar.

– Nossa...Parece que o destino não está a seu favor! – Diz ele me aquecendo.

Os sinos dos ventos começam a cantar melodias alternativas. Parecíamos um casal de namorados apaixonados a luz do luar. Mas não éramos. Claro que não éramos.

– Agora. É minha vez... De terminar o trabalho que Marcus não fez! – Digo sem medo. – Tenho dispositivos que podem me ajudar a fugir daquela jaula. Depois, voltarei para buscar meus irmãos e começarei a espalhar o verdadeiro ‘’terror’’ na Capital! – Falo.

– Como é valente! Aposto que você conseguirá! – Fala ele me tanto um beijo na testa.

– Claro que irei conseguir! A Capital não manda em mim! Eu danço na cara da Capital! – Falo dando risos histéricos.

– Agora me diz, oque foi que aconteceu comigo? Quando entrei na sala e desmaiei. – Falo seriamente.

– Excesso de doce. Você estava com o estomago vazio e comeu caramelos demais. – Diz ele me acariciando.

– Nossa! Sabia que aqueles caramelos tinham veneno. Aposto que foi um dos carreiristas que implantaram veneno, para me matar antes da arena! – Falo aos risos.

– Aquilo é uma bomba para você, muita glicose! E seu estomago estava vazio. Mas o medico disse que estava tudo bem com você! – fala ele.

– Nunca mais chupo esses caramelos industrializados! Umas miseras balas poderiam ter acabado com meu plano. Imagina se eu adoeço-me.

James olha nos meus olhos e me rouba um beijo. Poderia ser o beijo mais especial do mundo. A luz do luar. Com sinos tocando musicas melosas. O vento embaraçando nossos cabelos. Mas não poderia continuar com aquele beijo. Resistir.

– James eu...Eu não posso.

– Oque? Me beijar? – Diz ele indignado.

– Eu... Não quero sofrer quando você morrer na arena! Por favor, já sofri demais com mortes inesperadas. Não posso me apaixonar por você. – Digo chorando.

– e se eu fugir-se também! – Fala.

– Comigo? – digo. – Só se você quiser o Snow na sua cola.

– Por você...eu fico com o Snow na minha cola! – Fala rindo.

– Você só pode ser louco! Nós nos conhecemos na colheita! – falo.

– Sempre na escola eu te observava. Via você andar com aquele garoto. Seu namorado. Tinha vergonha de falar com você! – Diz ele me abraçando.

– Quem? O Phil! Haha! Eu e Phil não somos namorados, nós nos damos bem só isso. – Falo.

– Eu ficava te olhando. Suas expressões. Seus sorrisos melancólicos. Seus lábios. – fala.

– James, você quer mesmo ter um romance comigo? – Falo. – Logo Comigo!

– Quero. Você é a garota mais espontânea que já vi em minha vida. desde aquele dia no telão. Lembro daquele dia todas as horas. Eu poderia te amparado. Poderia ter te ajudado. – fala.

– Não se preocupe. Sou daquelas meninas que odeia ser amparada. – Falo.

– Queria te provar alguma coisa. Então veio a colheita. Foi a oportunidade que tive de te conhecer. – Ele falava abrindo os dentes.

– Então tá! Esta pronto, para aventura mais louca de todas suas vidas? – falo num sussurro.

– Sempre estive. Lisa, sempre estive... – Seus olhos brilhavam na luz do luar, seus lábios estavam azuis por causa do frio. Como louca roubo um beijo dele. Seus lábios frios se juntam com os meus quentes. Minhas mãos estão grudadas em suas costas. O banquinho parecia tão pequeno. Mas tão romântico. Subimos depois do grande papo sobre minha vida.

James Histon. Um garoto loucamente apaixonado por mim. Pelo meu jeito. Não sei oque estava sentindo. Acho que tinha caído na lábia do garoto ruivo. E se ele quiser me matar? Esta inventando toda essa resenha para me matar mais rápido? Que se danem os pensamentos negativos.

Estava prestes a amanhecer quando ele me deixou em meu quarto. Soltei um pequeno – Fica! – Para não me deixar sozinha na escuridão. James se deitou comigo sobre as almofadas. Não estava um clima romântico. Ele acariciava meu couro cabeludo louro enquanto eu dormia sem pesadelos. – finamente! – Dormir como um anjo ao lado de um. Acordei e ele não estava mas lá. Fiquei um pouco chateada. Mas James também queria dormir. Seria um dia cansativo.

Dia das entrevistas. O dia mais insuportável de todos os Jogos Vorazes!


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