Jogos Vorazes - Reerguendo das Cinzas escrita por Herdeira de Sonserina


Capítulo 27
25 - Acabando com o medo


Notas iniciais do capítulo

25 cap gente :3 é muita historia pra uma escritora só



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Tento esquecer do levante assistindo televisão. Quando sintonizo no único programa que a Capital fornece aos Distritos, Caesar fica se gabando da chegada dos vitoriosos a Capital. “ Olhem só eles!” Grita ele mostrando uma foto de um beijo forçado dos dois. Eles não pareciam felizes pela vitória. Ao contrario pareciam mais enfadados do que nunca. A festa iria ser boa. Caesar mostra a casa do presidente Snow toda decorada para um grande baile depois da aparição dos vitoriosos. Como eu queria queimar aquela casa. Como ele fez com meu lar. Eu queria que ele engolisse todas as labaredas de fogo que ele me fez olhar.

A festa iria ser uma espécie de distração. Enquanto nós se rebelamos aqui, os outros Distritos ficam assistindo o grande baile dos desafortunados do 12. Caesar fala mais um pouco sobre eles e avisa sobre o Massacre Quaternário que irá vim cheio de surpresas novamente. Ele não cita nada sobre as surpresinhas da Capital das regras, mas fala que irá ser uma das melhores edições dos jogos vorazes. E eu irei participar, mas ninguém precisa saber disto mesmo.

Tive tanto nojo do que vi pela TV que desliguei na hora. Joguei o controle num lugar desolado do sofá e tentei ficar calma. São só mais um Jogos Vorazes. Com grandes truques e artimanhas, mas são é mais uma das edições. Eu terei esperanças de ganhar sim, mas não será como no ano passado. Quando eu tinha James para me ajudar, quando eu tinha segurança, e quando eu tinha a certeza de que se eu saísse da arena o Snow não iria maltratar ninguém que amo. Se eu pirar de novo e tentar sair da arena, meus irmãos estarão mortos antes de eu chegar no Distrito 8, isso se eles não me pegaram de novo. Então eu terei que vencer. Ou vence ou morrer. Simples assim. A morte não seria um problema, em algum dia eu teria que enfrenta-la de algum modo. Mas queria uma vida fora daqui com Phil em nosso casamento.

Quem sabe se eu lutar e conseguir sair dali de novo eu possa viver com ele. Ao seu lado como, nós bem queremos. Mas não posso sair viva e viver na imundice de novo. Eu tenho que mudar essa realidade de algum modo. Não quero que meus filhos cheirem todos os dias esse veneno toxico, não quero mandá-los para a colheita, não quero que eles vejam mortes na televisão todos os anos.

Por esses e outros motivos eu deveria que mudar e fazer a diferença. Estou tão alucinada em meu pensamento que nem percebo a presença de Phil atrás do meu corpo.

– Já estar tudo em seu devido lugar, para hoje anoite... – Sussurra ele em meus ouvidos. – Só há um problema...

– Qual? – Pergunto. Não poderia ter problemas a essa altura do campeonato. Qualquer falha é crucial para a morte de todos no Distrito.

– Você só poderá liderar a rebelião, como uma anônima... – Diz ele. – Eles não podem saber que quem esta acendendo a faísca é você!

– Que susto! – Digo dando uma tapinha em suas costas. – Eu achava que as pessoas haviam desistido nas ultimas horas!

– Elas não seriam tão loucas de abandonar o plano a esta altura! – Diz ele. – Você só terá que usar uma mascara e não pronunciar seu nome!

– Por que senão o Snow nos mata de imediato, certo? – Digo.

– Errado! Não quero que descontem toda a revolta em você, só isso... – Fala ele passando os dedos em minhas bochechas rosadas.

– Tudo bem... Não ira fazer diferença, com mascara, sem mascara! Pelo menos eu irei estar fazendo minha parte... – Falo. Não fazia questão de me expor como um tordo. Mas Phil não queria me ver pagar por atos cometidos não só por mim, mas por todas as pessoas do 8.

– Nos vemos anoite... A proposito, depois que tudo acabar eu quer te encontra no teleférico...

– Sente saudades de lá? – Pergunto – Isso não ira acabar esta noite Phil. A guerra só esta começando.

– Depois combinamos estas coisas de teleférico... Tenho que ir! – Diz ele com uma voz nua e crua.

– Se cuida... – Digo. E ele me responde com um sorriso debochado. Eu estava muito louca. Esse era o meu futuro marido. O homem em que eu iria passar o resto de minha vida. Se eu estiver vida. Imagino nossos filhos. Nossos risos. Uma amizade que loucamente se transformou num casamento. Phil estaria loucamente apaixonado por mim. Como James. Ele estava tão apaixonado que estava disposta a esperar meu resultado na arena para se casar comigo.

A tarde estava em seu término e Anna chegou de seu turno na fabrica. Suas roupas negras de poeira e seus cabelos sujos de fuligem.

– Aquela fabrica me mata a cada dia! – Diz ela se apoiando numa poltrona do sofá. – Aquela fumaça trás a mesmo sensação de ter um cigarro aceso descendo dentre sua garganta!

– Tenta relaxar e toma um banho, por que esse tempo de escravidão esta acabando...

Ela entra disparada para o banheiro. Como se não quisesse perder tempo para a revolta. Nicolas não tinha chegado ainda, algo que me preocupou. Num dia como este ele não estaria aqui no momento exato? Era como se ele deixasse de comparecer a uma colheita dos Jogos Vorazes.

– Estou muito atrasado!? – Berra ele ao entrar pela porta. Sua camisa de trabalho encharcada de suor e seus cabelos castanhos sobre suas testas.

Começamos aos preparativos. Primeiramente Phil pintou meu rosto com uma tinta negra, para camuflar minhas feições. Eu era o “tordo” misterioso. A Capital não poderia desconfiar que uma fugitiva a beira da morte fosse liderar uma rebelião.

Depois ele cobre o resto do meu rosto com um pano negro. Incluindo meus cabelos loiros e meu pescoço alongado. Anna me fornece uma jaqueta de couro negro. Como se estivesse indo mesmo para uma guerra. As calças jeans negras eram as mesmas e as botinas da minha mãe estavam acomodando meus pés.

– Pronto! Está irreconhecível! – Diz Phil. Todos olham para mim com um olhar de espanto. Viro-me para o espelho e vislumbro um ser. Um ser obscuro, que poderia facilmente se esconder na escuridão. Um ser que não poderíamos dizer se era homem ou mulher, graças ao casaco e o lenço sobre meu rosto. Um ser que poderíamos chamar de “Anônimo”.

– Não sou mais a Elizabeth... – Múrmuro. – Sou uma fênix. Uma fênix desconhecida!

Todos se arrumam perfeitamente igual a mim. Jaquetas negras. Pano sobre o rosto e calças jeans negras. Dan falou que o pano é tanto para me proteger de qualquer toxina que os pacificadores usarem contra o povo, quanto para esconder nossas identidades.

Phil nos aconselhou chegar a grupos. Para não ser desorganizado e acabar sendo um fracasso. Um grupinho de pessoas aqui. Outro lá. E assim fomos enchendo o Dromo de gente. Os centros de comunicações foram tomados pelas pessoas. As fabricas estavam cheias ao anoitecer. Tinha tanta gente incluída no levante que conseguimos dominar ate os amarzens e as linhas férreas.

Era tanta gente que comecei a suar frio dentro da minha jaqueta negra. Não sei quantas. Só sei que elas conseguiram tomar o Distrito 8 para elas. Milhões, trilhões eu acho que mais que isso! A imensidão é tão grande que ate os pacificadores começam a desconfiar.

Phil me entrega um micro fone e manda-me fazer o meu trabalho. Era agora. Eu iria guiar a todos. A milhões de pessoas que achavam que eu estaria morta!

– Povo do Distrito 8! Estamos aqui hoje para começar com algo que já deveria ter começo! – Falo com uma voz estranha para que eles não me identifiquem. – Estamos cansados de sermos tratados como um lixo medíocre que a Capital joga para fora de sua casa!

Phil olha para mim e pede para eu ser mais breve. Minhas palavras saem de minha boca sem medo. – Se tiver que lutar para conquistar a liberdade, lute! – Digo. – Não vamos se esconder na poeira novamente!

Minhas palavras estão sendo transmitidas para todo o 8. É como uma espécie de fiação faz com que meu microfone berre alto em milhares de alto-falantes.

– Em todas as lágrimas há uma esperança! – Grito e todas as pessoas começam a se manifestar. Entro na multidão sem medo do que poderá me acontecer. Phil se distancia um pouco de mim então é quando eu percebo que dois homens com mascaras de macaco colocam um saco negro em sua cabeça. – Phil! – Berro. Corro dentre as pessoas gritando. Queimando. Se manifestando. Minha expressão deveria ser de alegria, era um sonho a ser realizado. Mas quando vejo o meu marido ser brutalmente sequestrado entro em pânico. Ele sabia! Penso. Ele sempre sabia que iria ser eu quem guiaria o levante. E isso é só mais uma consequência. Quando estou prestes a agarrar sua jaqueta alguém me droga novamente em meio ao levante. Fazendo-me cair em inconsciência. A ultima coisa que vejo é um cara encapuzado colocando um saco em minha cabeça e prestes a me carregar.


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Notas finais do capítulo

Quem será que sequestrou Lisa e Phil?
Será que foi a Capital?
Será que Snow viu mesmo que foi ela quem liderou a rebelião?
No Proximo Capitulo....



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