Jogos Vorazes - Reerguendo das Cinzas escrita por Herdeira de Sonserina


Capítulo 25
Capitulo 23


Notas iniciais do capítulo

Gente quero agradecer a todos que ainda estão seguindo minha fic :)
Eu sei que ela é um pouco grandinha, pois eu falo dos 3 livros :3
Mas estou tentando encurtar, e espero que gostem dos resultados :S
( Estou querendo saber se estou agradando mesmo :S comentem pfv )



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– Phil, eu só tenho 16 anos... E a revolução...

– Casa comigo? – Ele repete a pergunta com o mesmo tom de voz.

– E se eu aceitasse, você esperaria? – Digo lhe encarando.

– Eu esperaria todo o tempo do mundo! – Suas palavras se esvaem no vento e seus lábios tocam as minhas mãos. Casamento? Eu? Ele deveria estar louco, ou ate mesmo bêbado! Nunca namoramos, ou tivemos um “caso”. Somos simplesmente amigos.

– Casar, Phil? Oque os outros vão dizer!?

– Que se dane os outros! Você mesmo diz que não precisa da opinião alheia... – Isso era pura realidade. Desde que meus pais morreram, as pessoas ficam falando de mim pelas costas. E eu sei. Mas não ligo. – Eu sei... Só tenho 17 anos... Mas aquela noite...

– Phil... Nós juramos um ao outro que não iriamos falar daquela noite! – Digo seria. Não foi uma noite qualquer.

– Você sentiu algo por mim... E eu sei disto, eu senti! – Fala ele. Aquela noite já estava esquecida de minha memoria e eu mesma não queria lembrar. Foi há alguns meses atrás quando estávamos no galpão. Começamos a conversar civilizadamente sobre assuntos cotidianos. Ate que veio uma vontade louca de roubar um beijo dos lábios de Phil. E ele retribui. Mas não só com o beijo, mas sim com sua alma. Naquela noite, fomos um só e entregamos nossas almas um para o outro. Então aconteceu! O amor havia nos controlado! Mas não queria lembrar... Nós parecíamos que já éramos casados! É uma sensação boa, não vou negar... Mas, estava com medo de me apegar muito a ele.

– Tenho que pensar! – É a resposta que dou a ele.

– Tudo bem... Só quero que saiba que eu te amo! – Diz ele com a cara de desapontado.

– Eu também... – As palavras saem secas de minha garganta. Um som estridente, mas macio. – Nós poderíamos nos casar hoje, mas as chances de eu continuar viva serão minúsculas...

– Um pode sair vivo! Então ainda temos esperanças! – Diz ele me reanimando. – Mesmo que isso doa a mim, irei te amar para sempre!

– Não sou a garota mais romântica da terra... Mas se eu continuar viva... Quero poder passar o resto da minha vida ao seu lado! – Digo. Soa como um “Sim”. Isso é verdade. Phil é uma das pessoas que tenho o prazer de compartilhar os momentos de minha vida. Ser por ventura de o destino eu conseguir sair viva do Massacre, eu iria gostar de viver ao seu lado. Pescando em lagos menos poluído. Contando as estrelas. Ate mesmo tomando o venho suco de cacau que ele costuma fazer no inverno. Filhos? Se o tempo trouxer, serão bem acolhidos.

– Isso é um sim? – Pergunta ele segurando meus dedos.

– É um sim, dito por uma garota desesperada que esta prestes a dançar com a morte! – Digo.

– Como fui me apaixonar por você? Logo por você? – Diz ele rindo.

– Foi você que me pediu em casamento! – Respondo com um riso entre a boca. Eu poderia estar mais ansiosa do que nunca pelo levante. Mas o pedido de casamente de Phil foi inesperado. Se quiséssemos poderíamos nos tornar Amantes agora. No Distrito 8 á um tipo de ritual que as pessoas fazem para se tornarem oficialmente casadas. Elas simplesmente acendem uma vela no lugar mais inesperado possível. Bom, isso foi oque meu pai me disse. Era um costume dos costureiros ficarem as noites costurando com as luzes das velas. Muitos casais se conheceram a luz de velas a noite nas fabricas. Então virou uma espécie de ritual. Acenda uma vela junto a seu esposo e vocês estão literalmente casados! Tento retirar a palavra “casamento” de minha mente.

Devia estar gastando os miolos com coisas uteis como o levante que terá inicio hoje! Casamento é para toda vida... Levante só tem uma vez! Casamento não é uma coisa tão seria quanto à liberdade do povo. É só assinar um papel. Casamento... Com 16 anos! Ele deveria estar louco! Penso.

Quando voltamos para casa o Dromo estava sendo todo enfeitado. Fotos e cartazes dos vitoriosos sendo postos nas paredes das casas, um palco central rodeado de flores sendo posto na frente do edifício da justiça, dois palanques sendo postos para as famílias dos mortos. Quem viria representar James? Margo. Sua mãe, talvez. Ele nunca conheceu seu pai. Meus irmãos estariam lá encima, para representar a garota que se voluntariou por loucura. E na mente vazia das pessoas da Capital, ela ainda estar morta.

Chego em casa e eles estão se arrumando. Nicolas com as calças de Dan e uma blusa branca encardida que Phil havia lhe emprestado. Arrumei seus cabelos num pequeno topete como o de James. Seus cabelos estavam idênticos aos de Cato.

Anna estava mais centrada na atuação. Em como iria reagir quando os vitoriosos citassem meu nome. Chorar. Era seu maior dom. Ela vestiu um vestido alaranjado da minha mãe que estranhamente havia sobrevivido ao incêndio.

– Você estar linda! – Digo a ela, tentando acalmá-la.

– Quis lembrar-se da mamãe... Seria tudo diferente se ela estivesse aqui com nós! – Fala ela mirando o vestido para não olhar em meus olhos.

– É... Poderia ser muito diferente! – Digo. – E você garotão! Crescendo a cara dia! – Digo a Nicolas, tentando mudar bruscamente de assunto.

– Oque seriamos sem você... – Diz ele com um tom de desanimo.

– Vocês seriam vocês mesmos... – Digo. – Eu poderia ter morrido... Ou eu posso morrer! Mas vocês tem que abrir seus olhos, eu não vou poder guiá-los pelo resto da vida!

– Disto nós sabemos! – Diz Anna. – Mesmo que você morra na arena... Sua missão já foi cumprida!

– Eu consegui fugir! E isso é tudo! – Digo rindo.

– Você conseguiu mais que fugir! Você conseguiu nosso respeito... Sua honra! – Fala Anna. Eu fiquei tão feliz de escutar isso dela. Anna era a única pessoa que não acreditava em mim. Não acreditava que eu poderia sair viva da arena. Mas agora ela tinha uma espécie de orgulho por mim. E isso me fazia muito feliz.

– Obrigado irmã, me sinto aliviada de ter escutado isso de você! – Digo a abraçando. Olho de relance para Nicolas e vejo que ele esta com dificuldade de dar um nó de gravata. – Deixa eu te ajudar pequeno!

– Não precisa...

– Pronto! Agora esta aconselhável! – Digo dando um nó decente em sua gravata, como o papai me ensinava quando pequena. Ela curva as costas e me beija na testa. Depois disto dois pacificadores chegam à casa de Phil e os levam para o Dromo, para se posicionarem nos palanques montados. Um deles é familiar. Thobias. Um cara branquelo, com uns 2 metros de altura e cabeça raspada que sempre conversa comigo. Era um dos únicos pacificadores que eu conhecia afinal.

Tomei um banho por alguns minutos e pela janelinha do banheiro eu via um carro negro rodilhado de pacificadores. São eles! Penso. Termino de lavar meus cabelos e esfregar minha pele. Phil não tinha dado as caras, e Dan estava organizando os grupos para o levante. Vesti uma calça branca que deveria ser de alguma das filhas de Margareth e uma blusa da Anna, meio rosada. Tomei uma caneca de café com biscoitos e sai de casa.

As ruas estavam completamente vazias. Todos foram obrigados a ver os tributos vitoriosos do 12. Meus sapatos tropeçavam na poeira negra que vivia no chão. O vento estava mais tenebroso do que nunca. O sol ardente secava meus cabelos ainda molhados e meu olhar frio estava pousado em meu rosto. Ao chegar ao Dromo vejo que milhares de pessoas estão esperando pelo casal vitorioso. Todos em silencio por sinal.

– Vem comigo! – Sussurra Phil me puxando pelo braço.

Corremos entre a multidão que estava organizada tanto para a turnê dos vitoriosos quanto para o levante que ocorreria alguns dias depois.

– Lembre-se... Na frente do edifício da Justiça e ao lado da Padaria! – Sussurra ele. Esse era meu ponto de partida. Mirando o chão dava para ver um pequeno folheto com uma foto dos vitoriosos. Com o a frase. Os amantes Desafortunados do Distrito 12! Katniss com uma cara de convencida portando um buque de rosas brancas entre as mãos, atrás dela, Peeta aparece mirando o céu, com um olhar amedrontador e cabelos cor de ouro como os meus. Esses são os vitoriosos. Graças às amoras.

Primeiramente o hino é pronunciado em grandes altos falantes. Os barulhos estridentes das trombetas gritam em meus ouvidos. A multidão espera silenciosamente amedrontada. Mirla sai do edifico da Justiça e apresenta os vitoriosos. Katniss com um vestido negro como carvão e Peeta vestido com uma calça social marrom e uma camiseta branca.

O prefeito Wilson começa um discurso interminável em memoria dos tributos vitoriosos. Ele era um cara barrigudo e careca que sempre estava trancafiado em problemas de nosso Distrito. Já houve boatos de que ele era perseguido por pacificadores, pois roubava investimentos da Capital. Ninguém nunca afirmou tal acusação, mas quem sabe! Nos dias de hoje, qualquer um pode ser ladrão.

Eles entregam uma placa de metal para cada um deles e um buque de rosas. Um dos telões filmam a cara de meus irmãos. O outro filma o rosto da única pessoa que foi representar James. Margo. Lá estava ela, sozinha encima do palanque. Sua expressão estava seria e seus olhos negros. Anna estava fazendo seu papel de irmã chorona enquanto Nicolas a abraçavam e encarava os vitoriosos.

Peeta se posiciona para começar a falar e é interrompido por murmúrios. – Fale oque pensa! – Grita algumas pessoas na multidão. Ele olha de relance para Katniss como se quisesse falar algo para ela e pega um papel em seu bolso. Quando ele iria começar a pronunciar as palavras, Katniss pousa a mão sobre seus ombros e sussurra em seu ouvido algo. Ele deixa ela falar e volta para junto a Mirla um pouco atrás do microfone.

Ela olha para meus irmãos e diz.

– Estamos aqui hoje, para honrar seus Tributos... – Diz ela com os lábios serrados. – Elizabeth era uma garota determinada, não a conheci pessoalmente, mas mesmo se oferecendo como tributo ela fez sua parte...

Estava com vontade de gritar em meio à multidão “Eu não morri!”. Mas eu tinha que me controlar ou o levante iria ser um desastre. Ela estava certa eu havia feito minha parte. A parte de não desistir. A parte de não deixar eles rirem de meu rosto. A parte de ser forte.

– Soube que James me ajudou de certa forma na arena... E devo muito a ele! – Olho para Margo e vejo que ela não expressou raiva. Ao contrario um sorriso brotou de seus lábios. Acho que ela estava com orgulho do irmão.

– Então... – Ela da uma pequena pausa. – Estamos todos aqui, os vitoriosos e os derrotados!

Olho para a multidão e vejo que as pessoas estão felizes. Ou estão fingindo muito bem. Quando ela acaba de pronunciar a ultima frase, seus olhos me acham em meio a multidão. Ela faz uma expressão de “Como assim? Não pode ser você!” e volta a acabar o discurso.

– Panem hoje... Panem amanhã... Panem para sempre! – Com certeza o Snow deveria estar controlando ela. Pois a garota das amoras não iria pronunciar tal frase para um Distrito como o 8.

Ela simplesmente se vira e entra para o edifício da Justiça. As pessoas falam uma com as outras sobre o levante e sobre o discurso da garota das amoras. Eu teria que falar com ela de algum modo. Não sei. Ela deveria estar sendo vigiada, 24 horas por dia, graças a vitória dos Jogos.

Tentei chegar perto de Phil, mas ele estava organizando o resto do grupo em seu respectivo lugar. Dan estava levando as tochas para as casas nas redondezas. Tudo estava saindo como combinado. Não vi Anna ou Nicolas, eles deveriam estar falando com alguém sobre mim.

Decido procurar por Margo. Era uma das garotas que queria trocar algumas palavras. Via seus cabelos aparados e negros dentre a multidão. Sua pele branca como a neve e seu vestido azulado caminhando entre as pessoas.

– Margo! – Grito. Ela vira a cabeça e volta a caminhar. – Espere!

Consigo alcançá-la e pouso minha mão sobre seu ombro. A encaro e penso nas palavras que vou dizer.

– Você me conhece não é? – Pergunto.

– Você não foi à louca que queria saber sobre meu irmão na escola? – Diz ela.

– É... Eu... Queria lhe dar meus pêsames! – Digo. – Seu irmão era um garoto esplêndido!

– Eu sei... James era tudo para mim! Agora eu estou sozinha...

– E seus pais? Bom... E sua mãe? – Pergunto.

– Ela não aguentou... Ver James morrendo naquela arena... Tive que enterrar os dois de uma só vez! – Fala ela deixando escorrer uma lagrima.

– Me desculpe por perguntar...

– A culpa não é sua! – Completa ela. – Eu... Só quero viver minha vida!

– Qualquer coisa, eu estou aqui para lhe ajudar! – Digo dando um abraço. Eu sei qual é a dor que ela esta sentindo. A dor de perder tudo que você já teve de mais precioso nessa vida. A dor de um coração vazio. A dor de falar e não ter resposta. A dor que muitas pessoas como a mãe dela não sabem suportar! Essa dor me perseguia por anos. E Snow adorava ver milhares de pessoas sentido essa dor.

Volto para casa chorando e soluçando como louca. Margo havia me lembrado de algo que eu já tinha me esquecido. Da minha dor. Da minha perda. Meus pés estavam tropeçando uns nos outros e meu rosto estava avermelhado devido as lágrimas.


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Notas finais do capítulo

Como será a reação da Lisa depois do descurso de Katniss em seu nome?
Será que ela ainda ira consolar Margo?
E o levante, ira mesmo acontecer?
No proximo capitulo



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