The Black Cat Promise escrita por Giulhynha


Capítulo 6
Perguntando


Notas iniciais do capítulo

Vou nem ter a cara de pau de me desculpar pela demora ._.
Enfim, agradecimentos ao meu betinha Tidenhes



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Sally POV

Saímos em um corredor, consigo ver que no fundo há uma alavanca, mas o caminho é uma simples barra de ferro, em muito mal estado, posso perceber pelo nível de ferrugem que a cobre. Ao lado tem outra porta, e mais abaixo, uma outra.

– Até agora, tudo bem, não tem perigo nenhum nesse cômodo, precisamos ativar aquela alavanca para destrancar a próxima porta. – diz Black Cat.

– Como vamos fazer isso? Não me parece seguro subir nessa barra.

– Vou tentar uma coisa... – ele vai até a porta do meio do corredor e a abre. – Ah, que sorte! Sally, venha cá!

Vou até ele e paro em frente ao portal. Dentro do cômodo há uma espécie de “piscina”, e dentro dela, uma forma me olhava com olhinhos brilhantes.

– O que é?

– Nosso ajudante, ele vai ativar a alavanca, mas você precisa chamá-lo, ele não gosta muito de mim.

– Não vai pular um ser mórbido das fossas abissais dali não, né?

– Pode confiar, é inofensivo!

– Ok, ok!

Entro no cômodo enquanto Black Cat mantém a porta aberta, a luz é muito fraca, chego perto da “piscina” e tento ver o que há nela, quando...

– Croak!

– É um sapo? – pergunto surpresa. Achei que fosse ser no mínimo um diabo da tasmânia... se bem que eles não vivem na água... ah, Sally, releve!

Aproximo a mão dele, que a olha, parece pensar por uns segundos, e em seguida, sem medo algum, pula para ela.

– Olá, pequeno! – ele é realmente fofo. O coloco no colo e o levo até a porta. – Aqui está!

– Não tem nojo de pegar em um sapo? – Black Cat me pergunta com olhos de admiração.

– Eu te disse: cuidava do jardim da megera quase todo dia, e em dias de chuva, todo tipo de animal aparece, inclusive sapos. Tirei montes deles de dentro da mansão. Mas em geral são mais tímidos que esse aqui.

– Não é um sapo normal. – ele deu de ombros, como se fosse uma informação banal, tipo: “acho que o pão mofou”.

– Já desconfiava. O que é normal por aqui? Agora vamos ativar essa alavanca! – vou-me em direção a ela, largando o sapo em frente à barra de ferro. – Faça seu trabalho, pequeno.

O sapo atravessa a barra de ferro facilmente em apenas dois ou três pulos, aciona a alavanca e retorna, obediente, para mim, que o pego e ponho no bolso da saia.

– Acho que vou levá-lo comigo, algum problema?

– Não. Fique à vontade, ele gostou de você, afinal.

– Sebastião! – digo do nada.

– Quê? Olha, não vai endoidar agora, criatura! – Black Cat me olha como se eu fosse começar a plantar bananeira aqui e agora.

– É o nome do sapinho agora!

– Nem sei o que dizer... – Black Cat balançou a cabeça, consternado. - Apenas vamos seguindo. – Diz ele em meio a risadas.

E entramos na próxima porta. Uma porta a menos!

O cenário da porta seguinte é uma espécie de masmorra. Está bem escuro, e vemos à nossa frente uma mesa com um livro com cima, mais a frente, duas portas de celas, e uma mesa com uma gaiola. Há ao nosso lado um corredor subindo o local, dando para outra porta, e parece haver mais uma passagem ali perto.

– Hum, é um cenário mais tranquilo por aqui... – Ele diz com um ar de esperança na voz. Mas nesse ritmo, quem sabe, consigamos sair a tempo!? Ainda não enfrentamos nada perigoso, afinal.

Sinto uma pressão se aliviar em meus braços e vejo que Sebastião saiu pulando em direção à porta no fim do corredor.

– Sebastião! Volta aqui! Você não sabe o que tem do outro lado dessa porta! – Disparo em sua direção, com Black Cat atrás de mim. Sebastião passa por entre as barras da porta e entra no quarto que tem uma leve iluminação bruxuleante... parece água, mas que estranho! Abro a porta e entro. Descubro de onde vem a fonte de luz: algumas pétalas brancas jazem no canto do cômodo com umas gotinhas de água sobre elas, fazendo-as literalmente brilharem. Mas como isso veio parar aqui?

Sebastião está dentro de um fosso raso com um palmo e meio de água, nadando em meio a pontinhos os quais identifico como girinos.

– Oh, são seus filhos?

Ele olha pra mim como se dissesse que sim.

– Aaaaaaaaaaaaaaaaawn – Não consigo me refrear, a visão é realmente fofa a seu modo, eles parecem realmente se gostar!

– Então essas coisinhas vingativas sobreviveram? – Por um momento esqueci de BC, parece que ele tem realmente uns dons felinos.

– Vingativas?

– Eles quase mataram Ellen uma vez quando ela estava no corpo da Viola por ela ter usado seu pai para passar por uma cobra em um quarto.

– Não sei se os defendo ou se os condeno...

– É complicado mesmo, mas vamos logo, precisamos sair daqui.

– E o Sebastião?

– Ele me parece muito feliz aqui com seus filhos, vamos deixá-lo.

– Mas ele vai morrer quando a casa desabar!

– Pretende tirá-lo dos filhos?

– Não poderia fazer isso!

– Girinos não sobrevivem fora d’água, não tem jeito!

– Sempre há um jeito! – Olho em volta. Deve haver um meio de transportar esses girinos! Eu me recuso a sair daqui sem eles!

Acabo encontrando uma garrafa jogada não muito longe das pétalas, e por sorte está inteira.

A ergo a altura dos olhos de BC, como quem diz “Olha como não tem jeito!”

Coloco os girinos dentro da garrafa com uma boa quantidade de água, tampo e mostro ao Sebastião.

– Eles vem com a gente!

Ele alegremente pula em meu colo.

– Anda, a gente tem que sair daqui! – E puxo BC para fora do quarto. Estou ouvindo um riso sufocado? Ele realmente é impossível!

Black Cat POV

Como ela faz essas coisas? E eu achando que positivismo tinha limite! E ainda me remeda! Que audácia dessa criatura! Mas é divertido, de qualquer maneira... faz tempo que não me acontece nada de emocionante, acho que no fundo devo agradecer a ela por aparecer aqui quebrando tudo.

Saímos da sala dos girinos e vamos ver a masmorra onde Ellen trancou seus pais. Vejo a gaiola do pássaro invisível, que ainda está aberta. O sinto nos sobrevoando. Tanto tempo se passou desde que voltei a forma humana e ainda sinto vontade de pular nele! Esses impulsos de gato nunca vão sumir? Ouvimos um chiado vindo do fim do corredor.

– Sally, fique aí, vou ver o que é. – Ela acena em concordância. Vou em direção ao barulho, que me soa familiar. Chego ao fim do corredor e me deparo com as gramas vermelhas. – É seguro, pode vir!

– O que é isso? – Ela olha para ao arbustos com certa curiosidade.

– Sally, essas são as sabidinhas, gramas vermelhas. – Faço uma mesura como se a apresentasse a uma pessoa muito importante.

– Oh, prazer! – Ela ri.

– O prazer é nosso, querida! – Um chiado responde.

– AI! O QUE É ISSO? ELAS RESPONDERAM? – Sally dá um pulo.

– Sim. – Respondo com naturalidade.

– Como me diz isso com tanta calma? Tem uma planta falando bem ali!

– E...?

– Cara! Plantas! Falando! Isso não acontece com muita frequência!

– Aqui, sim. – Digo dando de ombros. – E elas são as mais inteligentes. Pode perguntar qualquer coisa a elas e elas te responderão corretamente. Só tem um problema: elas são mentirosas notórias. Geralmente crescem em grupos, e do grupo, apenas uma diz a verdade, por isso é um pouco arriscado confiar cegamente nelas.

– Sério? – Ela se aproxima novamente.

– Olha só. – Ele se vira para as plantas. – Qual a cor do cabelo de Sally?

– Loiro! – Moreno! – Ruivo! – Branco! – Castanho!

Os chiados explodem respostas.

– Minha nossa! Mas espere aí! Todas elas responderam a mesma coisa há um tempo atrás!

– Não fizemos uma pergunta, foi uma apresentação apenas.

– Ah, sim... Ei, e se perguntarmos quais portas devemos usar pra sair daqui?

– Não sei, é arriscado...

– É melhor uma múltipla escola que uma prova aberta, sempre digo isso! – Sally dá de ombros, e em seguida se dirige às plantas. – Ei, quais portas devemos usar para sair daqui mais rapidamente?

– Não há meio de sair. – Devem usar somente portas velhas e lascadas. – Sigam sempre em frente. – Só precisam usar 3 portas. – A direção é para cima.

Mais chiados.

– Tá, a planta que disse “para cima” ‘tava’ sem muita criatividade, hein... – Sally a olha.

– Quê? É uma pergunta complicada! E pode sim ser a resposta, sua sem criatividade!

A planta replica.

– É insolente, a baixinha...

– Sally, você não pode chamar ninguém de baixinho. – Digo, rindo.

Ela se vira pra mim de repente como se só desse conta da nossa diferença de estatura agora. O que provavelmente foi o que aconteceu.

– Ora! Você que é muito alto! Vamos logo! – Ela me puxa de novo. É o que me faltava! Sally fica vermelha quando fica com raiva!

– Ei, não querem saber em qual quarto um de vocês vai morrer?

O chiado diz do fundo do corredor. Sally estaca.

– O quê? – Ela se vira para as plantas.

– É, docinho, um de vocês pode morrer em um dos quartos...

– Quem? – Droga, plantas idiotas, Sally está indo de vermelha a branca.

Ouvimos uma sequência de ruídos perturbadores. As gramas estão rindo.

– Elas mentem, não dê ouvidos a elas! – Dessa vez sou eu quem puxa Sally em direção à porta pela qual entramos. Nem olho o que tem do outro lado, apenas entro. Quero sair desse cômodo, a risada das plantas é muito perturbadora.

Ao sair arrastada do quarto em um estranho torpor, Sally só pensa em uma coisa: ela não perguntou nada às plantas.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado (ainda tem gente lendo isso aqui?)



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