Puta merda! E agora? Minerva vai me matar, vai me expulsar e com toda a razão, mais um dia que eu chego atrasado, durmo na sala e sou levado para detenção, tudo bem, eu tenho outras prioridades, eu prefiro fazer outras coisas a noite, dormir a noite não é meu forte, e agora Minerva quer falar comigo, merda, mil vezes merda. Eu corria em direção a sala da diretora, obviamente, eu estava ferrado, então, só queria saber de chegar la na hora que combinamos, para pelos menos demonstrar um pouco de responsabilidade, e quando eu virei o corredor, minha cabeça foi de encontro a algo duro, o que me fez perder o equilíbrio.

– Ai. – no momento em que escutei a voz dela, levantei o rosto, entre todas as pessoas, eu tinha que ir de cabeça na cabeça dela? Sério isso? Rose estava com a mão na cabeça, e caída no chão, seus livros e pergaminhos espalhados pelo chão.

– Perdão Rose, não queria fazer isso. – seus olhos me encararam de forma mortal, eu podia sentir toda a sua ira sobre a minha pessoa, eu nunca soube o porquê de ela me odiar tanto, comecei a recolher o material dela, enquanto ela se levantava e me ajudava.

– Se realmente não quisesse, não estaria correndo pelos corredores, sabe as consequências de seus atos, você não é nada bur... – ela se interrompeu por um segundo. – Ah, por um segundo esqueci que era você. – ela grunhiu, eu não a culpava por me chamar de burro, ela estava certa sobre isso.

– Certo, bem... – eu entreguei suas coisas a ela. – Tchau. – após dizer isso, comecei a andar, ainda ouvi ela dizer um “obrigada”, não é como se ela fosse sempre grossa comigo, na maior parte do tempo, ela me ignora, e quando nós nos falávamos, ela era o mais monossilaba possível, ela simplesmente não gostava de mim, e só Merlin e ela sabiam o porquê, talvez Lanna também soubesse, só que ela nunca me diria.

– Scorp, você não deveria estar na sala da McGonagall? – ouvi a voz de Ems e olhei para ela com pavor.

– Obrigado! – após dizer isso, corri o mais rápido que pude até a sala da diretora, ao chegar perto, ela me esperava em frente.

– Está atrasado... – eu abaixei a cabeça. – Não esperava diferente de você. – eu pude ver ela balançar a cabeça em negação.

– Desculpa, não vai acontecer de novo. – ela riu.

– Espero que sim Sr. Malfoy. – eu finalmente levantei meu olhar, ela tinha um brilho de decepções. – Os NIEMs estão chegando, e parece que você não melhorou nada. – eu bufei, era verdade.

– Eu sei. – ela negou com a cabeça novamente.

– O que eu faço com você Malfoy? Eu te arrumei três tutores, mas, você simplesmente não vai as aulas, você irá reprovar, eu sei que foi uma infância difícil, você foi expulso de casa, seu lar foi totalmente conturbado, eu sei disso, entretanto, você tem um lar agora, seus pais se ajustaram de novo, e você é quase um adulto, você precisa aprender a lidar com as responsabilidades da escola. – eu respirei fundo.

– Na verdade, eu assisto a primeira aula e não consigo entender ou suportar ficar naquele lugar, então, paro de ir. – ela suspirou.

– Eu tenho uma ultima opção Malfoy, é a ultima chance que eu te dou, se você não melhorar com ela, você deverá procurar ajuda sozinho ou reprovará. – eu suspirei aliviado.

– Quem é? – ela deu um sorriso nada simpático.

– Rose Weasley. – meus olhos se arregalaram.

– Ela já sabe disso? – ela franziu o cenho.

– Não acho que ela vá se importar em te dar aulas, por que o faria? – dessa vez eu que franzi o cenho.

– Eu não sei se é pessoal ou o que é, só sei que ela não me suporta. – Minerva levantou as sobrancelhas e deu um sorriso leve.

– Então, você deverá fazer com que ela entre de acordo, não posso obrigá-la a isso, mas, ela é a minha unica esperança, todos conseguem aprender com a Rose, até mesmo o mais arrogante corvino. – após dizer isso, ela apontou para o corredor. – Boa sorte Malfoy, agora, eu tenho muito o que fazer, preciso ter uma conversinha com a senhorita Potter. – ao me virar, vi Lily vermelha de raiva chegar batendo os pés.

– Oi Lils. – ela sorriu para mim, e depois bufou.

– Hey Scorps. – após dizer isso, Minerva colocou a mão nas costas dela, e a conduzio até a sala. Enquanto isso, eu tenho que pensar em um plano brilhante que fará com que a Rose me ajude a passar de ano, e isso provavelmente vai ser difícil.

...

– O que eu vou fazer? – Albus murmurou enquanto se jogava na cama.

– Qual foi? – ele me olhou com ódio em seu olhar, era obvio que isso possuia nome e sobrenome.

– Lanna Longbottom, quem mais seria? – eu revirei os olhos.

– Deixe-me adivinhar, ela está te deixando louco? – ele riu nervosamente, Albus havia se apaixonado por ela a cerca de dois anos atrás, quando eles acidentalmente se beijaram após Chudley Cannons terem ganhado a copa quadribol, o que há anos não acontecia.

– E quando não está? – ele bufou. – Então, o que a diretora queria? – eu dei um tapa na minha própria cabeça.

– Me jogar para os leões. – Albus me olhou confuso. – Ela arrumou mais um tutor para mim... – ele revirou os olhos. – calma, eu não terminei. – respirei fundo. – Minha nova tutora é Rose Weasley, sua doce prima. – os olhos dele se arregalaram.

– Cara, você tá muito fudido. – foi a minha vez de rir nervoso.

– E a melhor parte, eu tenho que convencê-la. Então, de todo jeito eu me ferro. – Albus coçou a cabeça e franziu o cenho.

– Pelo menos, se você a convencer, você passa de ano, ela é muito boa nisso. – eu bufei.

– Se você diz, então é. – levantei-me da cama e fui até a minha vassoura, senti um travisseiro bater em minha costas e me virei.

– Hoje não cara. – Albus me olhava preocupado. – Amanhã você vai enfrentar a fera, e se você demonstrar um pouco de responsabilidade, talvez você ganhe pontos com a senhorita perfeição. – talvez ele estivesse certo, soltei a vassoura e me joguei na cama.

– Amanhã a ultima aula é de poções, não é?

– Sim, com a grifinória. – eu encarei o teto, após a aula, eu a chamaria para conversar, teria o dia inteiro para me preparar, mas, eu precisaria estar descansado para isso.

– Amanhã, depois da aula de poções. – murmurrei, porém, quando olhei para o lado, Albus já dormia. – Boa noite Al. – eu era muito grato a ele, por muita coisa.

...

Eu encarei a cabeça ruiva durante toda a aula de poções, pensando em como chamá-la para conversar, e criando coragem, toda vez que ela levantava a mão para responder as perguntas do professor, eu criava mais coragem, e eu tinha toda a coragem necessária, até que a aula acabou e com o coração acelerado, eu toquei seu ombro.

– Rose. – chamei, ela virou para mim com os olhos nervosos.

– Oi. – foi tudo o que ela disse.

– Posso falar com você? – ela mordeu o lábio.

– Você não já está falando? – suas sobrancelhas estavam franzidas, e seus olhos se mexiam de forma agitada.

– Em particular. – ela levantou-se de súbito e pegou as suas coisas, então me encarou e assentiu, como eu nem havia mexido em minhas coisas, apenas as peguei, e levantei. Caminhamos até um lugar afastado e nos sentamos.

– Então, o que foi? – ela parecia nervosa, ou melhor, ela estava muito nervosa, o que era estranho, poucas vezes eu a vi nervosa, isso meio que me deixou mais desconfortável, não me pergunte o porquê, eu não sei.

– É que, hum... – isso mesmo babaca, é assim que se fala, você fica tão preocupado em como chamá-la para conversar que esquece de se preocupar com o que você deve falar na conversar, idiota, idiota, idiota, triplamente idiota, burro. Respiro fundo, e sinto minhas mãos soarem, droga, estou demorando muito a falar, que merda. – Rose, é, tipo, eu meio que queria saber se você poderia ser minha tutora... – eu tenho vontade de estapear a minha própria cabeça, mas, não o faço, obviamente, ela já me odeia, não precisa me achar louco também. – Quer dizer...

– Eu entendi. – e quando então eu olho para ela, e vejo que seus olhos estão aliviados e um leve sorriso está em seus lábios. – Você quer ajuda para estudar para o NIEMs, não é? – ela ri. – Pelo menos você é sincero. – ela fica de pé.

– Então...? – eu pergunto ficando de pé também, aquele comportamento de Rose para comigo não era um tanto estranho, poucos momentos ela falava comigo dessa forma, raramente mesmo, quase nunca, quer dizer, até o terceiro ano era diferente.

– Tudo bem. – ela respirou fundo. – Eu te ajudo Malfoy... – senti um sorriso tomar conta de meus lábios. – com duas condições. – o sorriso sumiu.

– Quais? – ela mordeu o lábio.

– Você não pode perder as aulas, se for faltar, tem que ser justificado e com antecedência, essa é a primeira, e a segunda é que eu posso desistir de te dar aulas a qualquer momento. – eu assenti.

– Certo, eu posso com isso. – ISSO NÃO VAI DURAR UMA SEMANA, ME FERREI. Como assim faltas justificadas? Merda, merda, merda.

– Ótimo. – ela agora estava séria novamente. – Amanhã, depois do jogo, pode ser Malfoy? – eu sorri.

– Sim. – eu franzi o cenho. – E Rose, pode me chamar de Scorpius, você sabe disso. – ela piscou algumas vezes.

– Se te chamar de Malfoy é desconfortável, tudo bem Scorpius. – ela parecia abaixou os olhos por alguns segundo. – Bem, eu vou indo, tenho um livro a terminar. – Espera, ela me deu satisfação do que iria fazer? Sério isso? Ok, algo errado, muito errado.

– Boa sorte então. – ela mordeu o lábio novamente.

– Scorpius, é, começa a ler Hogwarts, uma história. Você precisa começar com alguma coisa. – eu assenti.

– Farei isso. – assim que ela falou isso, ela tomou o seu caminho para só Merlin sabe, e foi ler seu livro, eu acho, e eu fui até a biblioteca procurar o bendito livro.

...

– Scorp... – ouvi uma voz me chamar e uma mão tocar me ombro, virei me de súbito com o susto.

– Credo Ems, que susto garota. – ela riu levemente.

– O que você está fazendo? – eu revirei os olhos e mostrei o livro. – Eu vi o livro, mas, desde quando você ler? – eu bufei.

– O que você está insinuando? – ela riu e lentou ao meu lado no sofá.

– Nada, só que eu nunca te vi lendo. Qual o livro? – eu mostrei a capa do livro e ela deu um risinho. – Nossa, que mal gosto. – eu arregalei os olhos, tudo bem, eu nunca fui de ler livros, mas esse livro era muito interessante, havia muita coisa nele que eu nunca havia prestado atenção, e era muito interessante mesmo.

– Na verdade, eu estou achando esse livro muito legal. – ela revirou os olhos, Emilly era uma garota interessante, seus cabelos negros contrastava com sua pele branca e seus olhos de cor mel, ela era muito bonita, muito bonita mesmo, além de bonita, conversar com ela sempre era interessante, só que ela sempre encontrava o cara errado para se apaixonar, sempre era um merda de garoto, eu tinha uma queda por ela durante metade do terceiro, quarto e quinto ano, o que me fez perder muitas oportunidades na minha vida, uma parte da minha vida a qual eu me arrependo profundamente, suspirei.

– Ei, só porque eu não gostei, não significa que você também não deva gostar. – ela deu um sorriso torto. – eu vou subir, já é tarde, você deveria fazer o mesmo. – eu assenti e voltei a ler o meu livro.

Duas horas depois:

Senti algo puxar o livro de minhas mãos, e levantei minha visão. Albus estava todo descabelado, usando seu pijama e segurando meu livro em uma mão e um travesseiro na outra.

– Scorpius Malfoy, levante a sua bunda gorda do sofá e vá para o quarto dormir. – eu bufei e ele apontou o travesseiro para mim. – Não queira que eu tenha que usá-lo, já são quase duas da manhã. – ele estava certo, eu deveria ir dormir, seria uma cena cômica, se eu não quisesse tanto ler o livro, caminhei até as escadas me arrastando com Albus no meu encalço e fazendo cara feia toda vez que eu olhava para trás.