Um Amor Por Acaso escrita por LunaLótus


Capítulo 7
Durante a terceira semana


Notas iniciais do capítulo

" Ela se ajeita para me olhar. Seus olhos me levam de volta ao primeiro dia em que a vi, no pátio. Aquele encontro tão inusitado. E todos os momentos em que ela me flagrava observando-a. E por uns poucos segundos, nossos olhares se prendiam um ao outro. Tudo isso, aos poucos, fez com que eu me apaixonasse por ela. "



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/439201/chapter/7

Sou o motivo de conversas por todo o campus. Klaus está saindo com um invisível. Não há nada mais emocionante e estimulante do que isso. O que Lina tem que tanto me atrai?, deve ser a pergunta de todos. Eu não me importo. Só sei que gosto dela.

Lina está recebendo ainda mais atenção. Sei que ela se sente desconfortável, mas aos poucos ela tem se adaptado a esta vida de popularidade.

Estou indo ao encontro de Lina, pensando na surpresa que preparei, quando uma garota me para. É Vicky, uma menina que, há séculos, dá em cima de mim.

– O que você está fazendo com ela? – pergunta. Eu a encaro, sem entender do que ela está falando.

– O quê? – indago.

– O que você está fazendo com ela? Ela é tão sem graça! Eu tenho muito mais a oferecer, não acha? – Vicky começa a acariciar meu peito, mas eu recuo.

– Não, não acho. Para começar, ela se valoriza. Não é qualquer uma, não fica se esfregando no primeiro cara que aparece. E também não dá em cima de caras comprometidos – falei.

Vicky ficou em choque, os olhos arregalados. Senti-me um pouco mal, mas ela merecia. Falar com sutilezas com aquela garota era o mesmo que nada. Talvez desta forma ela se tocasse. Dou às costas e saio, andando ainda mais depressa.

Eu a vejo, ela está de costas para mim, na porta da sala. Aproximo-me devagar sorrindo, quando noto a sua tão conhecida expressão corporal. Lina está tensa. Posso perceber seus músculos retesados e está paralisada. Sigo seu olhar e percebo...

A pessoa. Ele. Uma fúria inominável se apodera de mim. Tenho vontade de ir lá e bater naquela cara até que ele fosse parar num hospital. Mas não posso fazer isso. Por Lina.

O homem parece procurar algo, seus olhos percorrem todo o campus. Se for Lina quem procura, logo a achará.

Não posso permitir isso.

Viro Lina, obrigando-a a me encarar, e seguro seus braços. Quero protegê-la, se não do mundo, pelo menos daquele pesadelo.

– É ele? – pergunto.

Ela não precisa responder. As lágrimas surgem nos seus olhos e sinto que ela vai se despedaçar. Desejo abraçá-la, mas isso não impediria de ele sair procurando pelas classes.

– Vou resolver isso.

Então saio de perto dela e faço um caminho tortuoso pela multidão de alunos, para que o cara não note de onde eu vinha. Finalmenteparo em frente a ele e lhe ofereço o sorriso mais jovial que possuo.

– Oi, como vai? – pergunto. – Procura algo? Posso ajudar?

O homem sorri e uma enorme repulsa me domina. Sinto vontade de vomitar. Depois de saber tudo o que ele fez...

– Sim, procuro uma aluna. Lina Sier. Morena, cabelos longos, um metro e sessenta de altura, mais ou menos... Você a conhece? Ela está no segundo semestre de Engenharia.

– Curso o segundo semestre de Engenharia e conheço todo mundo deste campus. Não há nenhuma Lina por aqui. Acredite, eu conheço todas as garotas desta universidade.

O cara quase parece desapontado. Tenho vontade de dar um soco na cara dele. Mas tento passar o máximo de confiança que consigo, para que ele acredite em mim.

– Ah, ok, tudo bem. Recebi informações de que ela estaria aqui, mas... acredito em você. Obrigado – diz, estendendo sua mão para mim. – Foi um prazer... Qual o seu nome?

– Meu nome é Rick – digo. Não tenho medo dele, mas se ele perguntasse a qualquer pessoa daqui sobre mim, logo saberia da minha ligação com Lina. E Rick realmente é um cara muito popular e meu melhor amigo. Posso falar tudo com ele mais tarde.

– Tudo bem, Rick. Chamo-me André. Estou indo embora. Até qualquer dia.

Eu aceno com a cabeça e o observo ir. Depois de um tempo, dou várias voltas até chegar ao lado de Lina. Ela está com uma expressão apreensiva no rosto.

– Está tudo bem? – pergunto.

Ela acena, indicando que sim. Mas sei que ela não está. Não tem nenhuma condição que ela se concentre em aulas hoje. Apesar de eu ter preparado a surpresa para o horário de almoço, decido antecipar.

– Não. Você não está nada bem – digo. – Venha, eu tenho uma surpresa.

Lina não protesta, o que me surpreende muito. Pego a sua mão e a guio até o local onde preparei tudo. O meu local secreto, onde ninguém vinha, somente eu. Mas eu queria compartilhá-lo com Lina.

Muitos pensamentos passam por mim enquanto a levo para a surpresa. Será que vai gostar? Ou será que é muito ousado da minha parte? Será que vai achar romântico? Perguntas assim, sobre coisas que nunca me importei antes com as outras, agora me perturbam. Sorrio ao ver a ansiedade dela e abro as portas.

Delicio-me com a reação de Lina. Sua respiração fica presa por alguns segundos, ela olha para tudo. É um local realmente lindo. Pego sua mão e a trago até o local onde coloquei a toalha para ficarmos.

– Isso aqui era um jardim para reuniões. Os alunos que o projetaram. Mas hoje em dia está abandonado – digo.

– E quem cuida disso tudo?

– Venho aqui, às vezes, quando quero ficar sozinho e pensar, ou só relaxar.

Ela me olha. Não sei descrever a sensação que tenho. A expressão dela parece ser de surpresa.

– Vem – peço, sussurrando.

Seguro sua mão e vamos caminhando, serpenteando pelos corredores de flores. Então finalmente podemos ver a toalha.

– Klaus...

– Oi? – Olho para ela, sorrindo, e a puxo para a toalha. Sentamos e ela continua a falar:

– Obrigada. Você sabe... Pelo o que você fez lá.

– Não foi nada. – Sorriu.

– Não, na verdade, foi muita coisa. O que você disse a ele?

– Perguntei se estava procurando alguém. Ele me disse que está procurando você. Falei que não existe nenhuma Lina aqui.

– E ele acreditou? – pergunta, cética.

– Bom, ele foi embora, não foi? E vou avisar os seguranças para não deixar ele se aproximar mais.

– Obrigada – ela murmura.

Eu a encaro. Sinto a fragilidade dela naquele momento, mas sei que Lina não é frágil. Muito pelo contrário. Ela é muito forte. Tudo o que ela passou... talvez outra pessoa não tivesse sobrevivido, não tivesse erguido a cabeça.

– Ele fez algo a você, Lina. Eu... percebo isso.

– Como?

Neste momento, sinto medo que eu fale algo errado e ela se levante e vá embora. Abro a boca para responder, mas fixo-me em seus olhos e me perco.

– Como? – pergunta de novo.

– Vejo isso em você. Sabe, quando alguém é machucado, ficam marcas. Você está se escondendo, Lina. Eu sei que você não é assim. Sei que aí dentro existe uma garota divertida, louca e cheia de amigos. Mas você se fechou. Então fiquei me perguntando o que poderia ter acontecido. Aí eu percebi o quanto você evita se envolver emocionalmente – respondo.

– E então?

– Entendi que é uma ferida muito grande. E, estudando teu jeito, fui notando que você é uma garota forte e romântica. Entendi que somente um homem poderia te deixar assim.

– Isso não tem sentido nenhum...

– Ok, o que poderia ser então? A família? Ou os amigos? Pensei muito nessas opções, mas você não me parece ser do tipo que se quebra fácil.

Olho para ela, desafiando-a a mentir para mim. Tenho plena certeza do que digo e Lina não precisa se esconder, não comigo. Quero que ela confie em mim.

– Ok, tudo bem – eu digo. – Mas como você sabia... que era ele?

– Você estava lá, estática, e percebi seu medo. Você olhava fixamente para um lugar. Só fiz juntar os pontos.

Ela se ajeita para me olhar. Seus olhos me levam de volta ao primeiro dia em que a vi, no pátio. Aquele encontro tão inusitado. E todos os momentos em que ela me flagrava observando-a. E por uns poucos segundos, nossos olhares se prendiam um ao outro. Tudo isso, aos poucos, fez com que eu me apaixonasse por ela.

Pego uma maçã, mordo e sorriu. Sinto-me feliz e tranquilo, de uma forma inacreditável. Ela sorri de volta. Puxo sua mão e entrelaço meus dedos nos seus. Olha pra nossas mãos por um momento, então beijo a de Lina. Ela sorri e acaricia meu cabelo. Fecho os olhos para absorver aquele carinho. Por quanto tempo desejei um momento como esse?

Aproximo-me de Lina, encarando fixamente seus olhos. Gostaria que ela me revelasse seus segredos e me deixasse compartilhar os meus com ela. Desejo revelar minha alma para ela. E quero que ela me revele a sua.

Então eu a beijo, tentando me controlar nos primeiros segundos. Não consigo. Minha boca se move urgente contra a dela. É como se eu jamais tivesse beijado alguém, e aquele fosse meu primeiro beijo. O primeiro beijo com alguém que eu amo.

Eu a seguro mais forte e sinto suas mãos nas minhas costas. Eu a deito, um pouco receoso que ela pudesse me rejeitar. Minhas mãos exploram sua pele por baixo da blusa, suas costas e sua cintura. Suspiro e meu corpo se arrepia quando a mão dela está sob minha camisa. O toque dela é leve, suave, o que só me deixa com mais desejo. Deixo sua boca para beijar seu pescoço. Sinto sua pele arrepiada, ouço seu suspiro.

Volto ao seus lábios, beijando mais devagar agora. Acaricio seu rosto, seus braços. Lina é aquele tipo de garota surpreendente. Gentil, carinhosa. Um tipo de garota completamente nova para mim. Eu a abraço e assim o dia segue.

Não precisamos falar sobre o passado dela. Não precisamos lembrar das histórias tristes ou do medo. Quero que Lina se sinta segura comigo, quero protegê-la de tudo que a faça mal.

Sei que é tudo insano. Sei que as pessoas irão falar. Mas eu não me importo.

Enquanto eu estiver com Lina, nada mais irá importar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Primeiro, peço DESCULPAS pela demora! Não estou em casa e aqui fica ruim para ler, escrever ou postar! Mas aqui está o capítulo :D
E então, o que acharam? Lembrando que o próximo será o último!
Quero reviews! Beijos



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um Amor Por Acaso" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.