Anjos e Demônios escrita por dobreva


Capítulo 9
Amores do passado




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Ele foi embora, e eu piscava e tentava me certificar se isso não foi um sonho. Não foi, foi realidade, o beijo, as lembranças... Foi tudo real.

Jon também? Será que... Não, não. Isso tudo está me deixando confusa demais.

Quando volto pra casa, meu pai ainda não havia chegado. Então subi as escadas e fui tomar um banho. Ainda pensando em tudo aquilo, coloquei meu pijama e fui tentar dormir, só assim poderia descobrir o que Max estava tentando me dizer. Mas eu não conseguia nem pegar no sono. Peguei meu celular e os fones, e coloquei no máximo, tentando me distrair com ela e dormir, mas não conseguia. Tirei os fones, e fui para a cozinha, fiz um sanduiche e sentei-me na mesa. Tentei ligar pro meu pai, mas ele deixou o celular em casa, mas ainda era cedo, então não me preocupei. Depois de um tempo fitando o relógio, que parecia ter parado. Pulei quando ouvi alguém batendo na porta.

Jon disparou pra dentro de minha casa, sem esperar eu abrir a porta.

– Seria mais educado se você perguntasse se pode entrar. – ele parou na minha frente, e ficou a centímetros de mim. Depois voltou pra frente da porta.

– Desculpe. Será que eu posso entrar? – eu revirei os olhos e ele sorriu.

– Tudo bem. Mas só porque sou uma boa amiga, não como certas pessoas que voam em cima de garotos.

– Tecnicamente, eu não voei. Não tenho asas. E depois, ele mereceu.

– Por que ele mereceu? Ele só... Me beijou Jon. – ele me olhou sério.

– Não pode ter significado pra você, mas para mim, significou.

– O que significou? – eu disse baixo.

– Significa que não quero você com ele, só vai te fazer mal. Estou tentando te proteger.

– Ele me disse sobre passado. – ele engoliu em seco. – o que ele quer dizer com isso?

– O que ele te disse exatamente?

– Bom, ele não me disse, acho que ele...me mostrou. – seus olhos ardiam em raiva.

– Não me diga que ele te beijou de novo. – ele disse cada palavra lentamente.

– Jon, eu... – no mesmo instante ele gritou e socou a parede. – Ah meu deus Jon, sua mão.

– Não tem nada de errado com ela. Me solte. – e não tinha mesmo, ficou intacta. Pelos meus cálculos, iria no mínimo quebrá-la. E não aconteceu nada.

– Como você...

– Sou mais forte do que pensa. – disse ele, depois se sentou no sofá. Ele bateu a palma da mão no sofá para que eu sentasse ao seu lado. – me conte melhor, prometo me comportar.

Eu fui hesitante, não queria brigar com ele. Depois que me sentei, respirei fundo e contei a ele, as imagens em minha cabeça, sobre “as vidas”, sobre ele também estar nisso. Ele pareceu ouvir atentamente, mas ficava irritado também.

– Amanda, você acredita em reencarnação?

– Não muito, quer dizer, pode haver pessoas no mundo com a mesma aparência de outra pessoa, mas em outra vida? Não.

– Quantos anos você acha que eu tenho? – ele me pegou de surpresa.

– Hmmm...17? – ele riu. – 18? 19? Vinte?! Uau você parece bem novo.

– Não, pare – continuava rindo. – Eu posso ter experiência o bastante para várias pessoas. Mas eu posso afirmar que o que Max disse é verdade, infelizmente. – eu fiquei incrédula. – Tenho certeza que quando você dormir, você vai entender tudo. E... – ele me entregou um pacote com documentos dentro. – só abra isso amanhã de manhã. E mais uma coisa. Pense bem se quiser ficar mesmo com Max. Por favor, por mim.

Eu assenti, tentando entender tudo. Ele deu um beijo na minha testa e foi embora.

Eu fiquei muito curiosa com o que tinha dentro do pacote. Mas não abri, prometi a Jon que iria abrir só amanhã, então vou cumprir a promessa. De repente a porta se abre novamente. São meus pais. Eles passaram por mim, me abraçaram, e disseram que estavam cansados demais, e iam se deitar. Eu fiz o mesmo, e por um milagre, logo peguei no sono.

Meu sonho foi muito, mais muito estranho. Eu estava com o mesmo vestido do outro sonho, mas estavam em uma casa, quer dizer uma mansão. E Max estava lá. E Jon também. Os dois brincavam como dois amigos, mas quando me olharam a brincadeira parou na hora. Depois, eu estava numa cabana com Max que estava me desenhando. Flash backs na minha cabeça de mim com ele passaram repetidamente, eu o amava, ele me amava. Mas depois, eu me vi sentada num banco conversando com Jon, e ele disse que me amava também. Mas não queria ser egoísta o suficiente, para trair a amizade de Max. Em outra cena, eu me vi toda machucada, cheia de cortes e queimaduras, vi Jon e Max no chão. Vi um homem fugindo. Vi tudo ir pelos ares. Eu estava apavorada. E finalmente, a última cena que tive foi esclarecedora.

– Amanda, eu não posso colocar você em risco. – disse Jon. – Pegue. Ele me um livro, que continha um nome em uma língua que nunca havia visto, e símbolos na capa, dentro havia, poemas, não, não eram poemas. Eram...orações, feitiços. – Fuja com ele Amanda. Não volte. Se ele descobrir vai te matar. Entendeu?

– Mas Jon, eu não posso deixar você. Nem o Max, ah Max.

– Max concordou com isso. Agora vá. Eu... – ele hesitou. – Eu...tenho que ir. Adeus. – ele deu me beijou na testa como sempre faz pra se despedir e correu. Eu não sabia pra onde ir, corri, corri, corri até bater de frente com um homem alto e forte.

– Achou que iria embora sem se despedir Senhorita Araujo? – eu não consegui focar no rosto dele. – Você tem algo que é meu. E eu quero de volta.

No mesmo instante senti algo em volta de mim, tentava me soltar mas não conseguia.

– Você não pode ir não. Fez uma péssima escolha. Adeus! – e nesse instante eu acordei gritando. Estava suando como na noite do sonho com o anjo. Meu pai veio até meu quarto.

– Está tudo bem filha?! – ele me olhou assustado.

– Está pai... – eu respirei fundo, de novo, e de novo. – Foi só...um sonho ruim.

Depois do café da manhã, corri pro meu quarto e fui abrir o pacote. Continha data de nascimento, fotos e um colar. Eu o abri e tinha uma foto minha. Quer dizer, eu nunca tirei aquela foto. Eu estava com um penteado elegante, mas eu parecia de outra época. Meu nome estava lá:

Amanda Araujo.

24/11/1864

Depois haviam fotos minhas com Max, no mesmo vestido de meus sonhos. E uma foto de Jon. Seu cabelo estava arrumado, mas a foto era em preta e branca.

Tudo havia se esclarecido. Havia uma antiga “eu”. Eu sou uma reencarnação de mim mesma. Eu peguei o livro, eu fui a causa da briga de Max e Jon, sempre fui eu. Tudo isso, por minha culpa. E esse homem, e o que matou Samantha, poderiam ser a mesma pessoa? Se ele não estivesse brincando? Poderia matar minha família toda. Todos. Papai, mamãe, May, Jon. Eu fiquei num canto por um tempo chorando, depois fitei minha escrivaninha, e pensava que o tempo havia passado, mas ainda eram 13:40. Eu sabia o que deveria saber. Para acabar com tudo isso, e assegurar as vidas das pessoas que amo. Eu preciso, urgentemente, achar esse livro.


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