Anjos e Demônios escrita por dobreva


Capítulo 10
Descoberta




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Max

Encontre-me no parque central agora, preciso falar com você.

Deixei uma mensagem pra ele, e fui correndo ao parque. Preciso tirar tudo isso a limpo, hoje.

Quando eu cheguei, não o avistei, então sentei em um banco do parque e fiquei observando crianças brincando, casais apaixonados, e até um cara ser atropelado por um bicicleta, acho que ele vai pensar bem antes de olhar pra trás novamente. Eu ri de mim mesma falando aquilo, porque foi olhando para trás que conheci Max. O cara com quem eu estava me apaixonando. O cara que viveu comigo em vidas passadas, que me protegia. E que me deixou ir. E voltar séculos depois. Bom, não é tão ruim assim, eu acho.

– Está falando sozinha Mandy? – olhei pra trás, Max ria de mim. Eu estava falando tudo aquilo em voz alta?

– O que exatamente eu disse?

– Algo sobre voltar séculos depois, e não ser tão ruim assim, e você fazia caretas, mas sabe que, eram até fofinhas. – eu o empurrei, ele riu de mim e se sentou ao meu lado. Depois ele me olhou com aquele misterioso olhar que ele sempre fazia. E me beijou, antes que terminasse de me beijar, eu o afastei.

– O que foi? – disse Max confuso.

– Viemos aqui conversar, não beijar. – só uma garota como eu escolheria conversar do que beijar um garoto tão gato como ele.

– Desculpe, não resisti. – ele sorriu, e eu corei de vergonha. – sobre o que você quer conversar?

Eu coloquei o pacote com tudo que Jon me deu nas mãos dele.

– Sobre isso. – ele me olhou sério, e abriu o pacote. E suspirou depois, sabendo do que se tratava. – Eu sonhei como você disse. Eu sei de tudo. De que eu sou...quer dizer, era. De você, do Jon.

– Uma hora você tinha que saber, não é?

– Quem era esse homem, o nome dele?

– Não posso te dizer, não quero te colocar em risco.

– Você vai me dizer, ele pode ser o mesmo que matou Samantha, você precisa me dizer. – ele respirou fundo, e pegou minhas mãos.

– Eu não vou te dizer, você não precisa saber.

– Tudo bem então. – eu soltei minhas mãos e me levantei. – Adeus.

– O que? Não! Espere, fique. – ele agarrou meu braço. – Por favor.

– Só vou ficar se me dizer quem era aquele homem. – primeiro, ele teve a sensação de que iria me deixar ir,depois derrotado ele suspirou.

– Tá. Ele é um místico, em outras palavras, algo com magia.

– Um bruxo?

– Não é exatamente um bruxo. Mas a magia que ele usa é negra. É mortal. E o torna imortal também.

– Você é?

– Sou o que? – disse ele confuso.

– Imortal?

– Sim. E sim, Jon também é.

– E por que eu não sou?

– Você era uma mortal, uma pessoa normal, não como nós. Somos...diferentes.

– Diferentes como?

– Depois falaremos disso está bem? Agora – ele pegou minha mão de novo, a segurou firme nas dele. – me prometa que não contará nada à ninguém.

– Eu prometo.

– De dedinho? – eu sorri, um sorriso verdadeiro, de felicidade.

– De dedinho. – e fizemos o juramento dos dedinhos, depois ele me abraçou.

– Eu queria ter mais tempo pra, fazer do jeito certo entende? – eu assenti. – mas, espero funcione do mesmo jeito. Eu gosto muito de você Amanda.

– Eu também gosto de você.

– Pode até ser. Mas você não entende, o quanto eu gosto de você. É inexplicável. Eu te amo Amanda. – não conseguia dizer nada naquele momento, acho que nem estava em meu corpo, porque só conseguia olhá-lo, não me mexia nem falava nada, só o observava.

– Amanda?

– Desculpe. – ele sorriu.

– Tudo bem. E então, o que tem a dizer sobre isso?

– Sobre o que?

– Sobre eu te amar. O que você acha?

– Ah... Isso é bom. – eu corei. – Talvez eu sinta o mesmo.

– Talvez é? – ele riu.

– É. Talvez.

– Você é incrível.

– Por quê?

– Porque,você não pode se lembrar, mas todas as vezes que disse isso, todas as vezes você disse “Talvez eu sinta o mesmo”. – fiquei pasma.

– Se já sabe a resposta, por que pergunta?

– Porque eu queria ouvir você dizer.

– Tudo bem. Mas, eu não sou muito boa nisso, não tenho muita experiência, mas desde que eu esbarrei com você, não tem uma parte do dia que eu não pense em você. E agora, com todas essas lembranças, só fez meu sentimento por você crescer. Mas quero que o presente seja muito melhor que o passado. E enquanto você tenta me reviver, eu tento resistir a você.

– Por quê?

– Porque tenho medo de o que está acontecendo, nos separar novamente. – ele segurou meu rosto com suas mãos quentes.

– Não vou deixar ninguém separar a gente. Eu prometo pra você. – eu sorri. Ele encostou levemente seus lábios nos meus, e suspirou. – Eu amo você.

– Eu amo você.

– E você está disposta a ficar comigo, mesmo sabendo que correremos perigo?

– É Amanda, está disposta a ficar com o cara que vai te deixar morrer? – disse alguém atrás de mim. Quando eu me virei, Jon estava me odiando com os olhos.

– Jon? Eu...

– Não diga nada, já passei por isso.

– Jon, por que não a deixa em paz? – Jon chegou mais perto de Max, e o fitava por minutos.

– Por que você não a deixa em paz? Em todas as vezes, a deixou partir. Talvez ela precise de alguém melhor que você.

– Por favor, vocês dois, parem. – eu não agüentava mais brigas entre os dois.

– Já contou a ela sobre o segredo do que realmente somos? – eu franzi a testa, segredos. Claro sempre segredos. – Não contou. Bom, não é tão verdadeiro como pensou.

– Por que você não vai embora? – Max disse devagar, odiando cada palavra.

– Que segredo é esse? Max- Max se virou por um segundo, depois voltou a Jon.

– Você tinha que se intrometer não é? – ele respirou fundo, depois se virou novamente e me pegou pelo braço. – Venha.

– Aonde vamos? Espere! Está me machucando! – ele afrouxou a mão, mas não parou.

– Vou te mostrar o que escondemos do mundo.

Depois de uma meia hora, chegamos num penhasco que fica depois da floresta ao norte.

– Por que viemos aqui? – ele me soltou, logo vi Jon passar por mim.

– Aqui é seguro.

– Ah é, super seguro, com um penhasco enorme. – disse Jon ironicamente.

– Por favor, me diga o que está acontecendo aqui! – eu comecei a me irritar.

– Quero que você veja o que somos. – Max disse.

– E O QUE VOCÊS SÃO ENTÃO? – eu gritei

– MAS QUE DROGA AMANDA! SOMOS ANJOS! – Jon disse jogando o casaco no chão.

– Anjos?

– É Amada, anjos! O que foi? Não está impressionada o bastante?

– Com... asas e tudo? – Max e Jon reviraram os olhos.

– É claro.

– Eu posso...ver? – eu corei ao dizer isso. Max riu de mim, depois tirou a jaqueta, e a blusa, seu tórax era bronzeado. Ele fechou os olhos e se virou de costas. Fechou as mãos em punhos, de repente duas asas enormes aparecem em suas cosas. Max abriu os olhos que já não eram castanhos e sim, um tom cinza e azulado.

– Ah meu deus! Você é ... lindo! – eu disse incrédula. Max sorriu. Mas depois se virou novamente e as asas sumiram. Seus olhos voltaram a ficar castanhos.

– Ah, por favor, lindo? – Jon fez cara de nojo.

– E você Jon, ele disse “somos”

– Também sou um anjo,e igual á ele, quer dizer, muito melhor, bonito e tem mais aventura. – ele disse sarcasticamente.

– Que tipo de aventura?

– Se lembre, você disse, é esse tipo de aventura. – ele correu até mim, me abraçou forte e nos jogou contra o penhasco.

– JON NÃO! – gritou Max.

– JON! O QUE ESTÁ FAZENDO!? ME SOLTA. – eu lutava mas não conseguia me soltar.

– SE EU TE SOLTAR, VOCÊ MORRE. AGORA FIQUE QUIETA. VOCÊ CONFIA EM MIM? – eu olhei pra ele, fechei os olhos, e me segurei bem firme nele. Ele riu baixo. – ACHO QUE FOI SIM.

Num instante vi suas asas se abrindo, elas pareciam tão leves e macias, e quando percebei não estávamos mais caindo. A vista de cima era esplendida.Tudo parecia imenso e ao mesmo tempo pequeno demais.

– É lindo. – eu disse sorrindo.

– Se você quiser, posso lhe mostrar muito mais. – sussurrou em meu ouvido.

Eu gelei. E pensei em Max. Ele deve estar furioso.

– Jon volte, temos que voltar.

– Não temos não.

– Max deve estar muito bravo.

– Essa é a intenção. E, quem liga?

– Eu. Eu ligo. – eu o fitei.

– Tudo bem, tudo bem. – disse ele derrotado.

Quando voltamos ele me pôs no chão. Max correu em minha direção.

– Ah Mandy, você está bem? Ele te machucou? Você está morto Jon! Morto.

– Calma Max, estou bem não aconteceu nada. – Max pegou Jon e o jogou no chão.

– Se fizer isso de novo, eu te mato. – Jon ria, como se fosse um piada.

– Já não é a primeira vez que tenta.

– Parem os dois! Estou cansada disso, por favor.

– Amanda, não aguento mais esse idiota.

– Não o chame assim.

– Escolha, ele ou eu. – tudo se silenciou.

– Max não faça isso comigo. – eu disse.

– Escolha. – ele ordenou. Como poderia fazer isso? Jon é meu amigo, ele me entende, e me faz questionar porque as vezes sou tão idiota. E Max desperta em mim um sentimento de amor tão grande. Não posso fazer isso. Mas...não quero perder Max, eu o amo.

– Jon, eu... Me desculpe... – ele suspirou, e pegou seu casaco.

– É claro. Ele. Sempre vai ser ele não é? – eu estava começando a chorar.

– Jon espere. – eu toquei em seu braço, mas ele hesitou.

– Eu tenho que ir, tenha uma boa breve vida Amanda, adeus.

– Me desculpe. Mas eu...

– Você o que? – ele disse baixo.

– Eu o amo. – disse com minha voz falhando.

– Faça bom proveito disso. Adeus Amanda. – então ele saiu correndo. Eu fiquei ali chorando como uma idiota, vendo meu melhor amigo partir. E no ganho de um amor, a perda de um amigo.


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