Connected Spirits escrita por MidnightDreamer


Capítulo 24
Perdão




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Eu volto para meu quarto, abraçando-me a Elliot e não o soltando. Quando dá seis horas, Anna nos chama para jantar.

— Vocês estão bem? - Anna pergunta.

— Sim. - Faço questão em sorrir. - Não se preocupe, eu tenho essas enxaquecas frequentemente.

— Devia ir ao médico. - Suzanne fala pela primeira vez comigo depois do que conversamos. - Isso não é algo banal.

— Tudo bem. Quando voltar pra casa eu vou.

Casa. Saí do país sem avisar a Isabel, nem a Catarine, nem mesmo a meu pai. E então me sinto ainda mais só, por que eu pensei que eles iriam pelo menos ligar pra mim, pra saber onde estou.

Pelo visto, só Elliot e Jaden se preocupam comigo.

No dia seguinte, convenço Elliot a ir para a última casa de Jaden.

— Tem certeza que quer ir mesmo? - Ele fica me perguntando a cada dez minutos.

— Tenho. - Ponho meu gorro e minhas luvas. - O que você tem contra isso?

— Nada. - Ele suspira. - É que eu estou preocupado. E se você tiver outra visão? E se eu não puder fazer nada pra te ajudar?

Sorrio, me aproximando dele e beijando sua bochecha.

— Eu amo você. - Enrolo seu cachecol em seu pescoço. - E se acontecer alguma coisa, e você não puder fazer nada, não ficarei com raiva ou triste de você; por que eu sei que você faria de tudo para me amparar.

Então ele me abraça, e eu deito minha cabeça em seu peito.

— Eu te amo também. - Ele respira fundo nos meus cachos, apertando-me entre seus braços de uma maneira tão forte e seguro. - Então vamos.

Ele segura minha mão e descemos as escadas. Anna está cozinhando waffles para todos nós, mas Suzanne não está em casa.

— Ela teve que voltar para o campus. - Ela põe os pratos na mesa. - Acho que vai ser bom pra ela ficar afastada de Gayle. Ela estava tão transtornada com tudo que aconteceu... Ela falou alguma coisa pra você sobre a tal visão que ela teve?

— Não. - Minto. - Concordo que isso será melhor para ela.

Sentamos na mesa e Anna fica olhando para nós com curiosidade.

— Aonde vão hoje? - Ela pergunta.

— Nós vamos na casa da mãe de Matthew. - Assim que falo isso, ela se espanta. — Ela ainda mora aqui, sim?

Ela engole secamente o pedaço de waffle. Quase se engasgando.

— Sim, mas... - Ela olha para mim. — Para quê?

— Queremos conversar com ela. - Elliot olha para mim, respondendo a pergunta dela. - Nós só temos poucos dias aqui em Gayle e queremos ver se conseguimos esclarecer alguma coisa. Por exemplo, por que essa parte da família de Vanessa não manteve contato ela e seus pais.

Suspiro aliviada. Deus, esse homem pensa rápido demais.

— Sim... Vocês sabem onde ela mora?

— Na verdade não. - Encolho os ombros. - Nós iríamos procurar na lista telefônica.

— Ah, não precisa... - Ela se levanta e vai até a mesinha de centro da sala, pegando um bloquinho e anotando algo no papel para logo depois entregar a Elliot. - Aqui está o endereço. Ela ainda mora na mesma casa desde que Matthew foi assassinado.

— Qual o nome dela? - Pergunto.

— Elizabeth Julia. - Ela me responde. - Mas todo mundo a conhece por Lizie.

Sorrio.

— Obrigada, Anna. - Abraço-a. - Por nos acolher e por nos ajudar um pouco.

Ela parece um pouco assustada, mas retribui o abraço calorosamente. Eu não sei bem por que abracei aquela mulher. Ela, na minha opinião, é muito mais culpada do que Suzanne, por que ela não fez nada de mais nessa vida, apesar de ter assassinado Jaden numa passada. Agora, no caso de Anna, ela fez muita coisa ruim nessa vida. Mas algo me diz que ela se arrependeu sinceramente. E eu perdoo ela pelo que fez.

— Não há de quê, mas lembre-se que vocês estão me pagando pela estadia. - Ela sorri e eu sorrio também.

— Bem, agora vamos. - Olho para Elliot, que se levanta da cadeira. - Nós voltaremos logo, tudo bem?

— Sim. - Ela suspira.

Espera, Vany.

Não o vejo, mas sinto que ele se aproxima de Anna. Encolho-me, pensando que ele pode fazer alguma coisa de ruim a ela. Continuo observando ela, que começa a sorrir lentamente.

— Nunca me senti tão bem. - Ela abre os olhos novamente e continua sorrindo. - Agora vão. Vocês precisam ajudar ele.

Arregalo os olhos, e noto que Elliot fez o mesmo.

— Como... Como você... - Eu e ele falamos em uníssono.

— Quando vocês voltarem eu explico melhor. - Ela continua alegre, pegando os pratos da mesa e os levando pra pia.

Como não há mais nada a perguntar mesmo, eu e meu namorado saímos da casa. Não sei por que, mas sinto que Jaden está feliz.

— O que você falou pra ela, Jaden? - Pergunto enquanto sigo Elliot, que está com o endereço.

Eu disse... Eu disse que eu a perdoei.

— Isso é sério? - Sorrio. - Isso é muito bom, Jaden.

Elliot olha discretamente pra mim, mas não pergunta nada.

Mas você quer saber por que eu a perdoei?

Paro no meio da calçada, esperando a resposta dele. Elliot ainda caminha mais cinco passos pra depois parar.

— Por que você a perdoou?

Porque, se não tivesse acontecido isso tudo... Muito provavelmente eu não teria te conhecido logo. E você foi a melhor coisa que me aconteceu depois de morto.

Elliot volta até mim e me abraça. Não sei por que ele fez isso, mas é exatamente o que eu precisava. Como ele pôde dizer que achou bom morrer, só por minha causa? Não... Isso não faz sentido. Ele está maluco. Quem acha bom morrer?

— Vamos, Vanessa. - Elliot fala, mas olha fixamente para o ar.

Continuo o seguindo, e Jaden não fala mais nada. Depois de cinco minutos, chegamos a uma grande casa de madeira escura. É aqui.

— Vamos tocar a campainha. - Elliot diz, enquanto se aproxima ainda mais da porta.

E depois que ele aperta o botão, esperamos alguém atender.


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Notas finais do capítulo

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