Connected Spirits escrita por MidnightDreamer


Capítulo 22
Assassino


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora!



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Subimos as escadas correndo.

— Anna? Suzanne? O que está acontecendo? - Eu pergunto, um tom mais alto que o normal.

— Pessoal? O que aconteceu... - Anna sai do seu quarto, espantada. - Suzanne? Onde você está?

É nessa hora que vemos Suzanne sair do quarto onde eu e Elliot estamos alojados.

Com o porta-retratos na mão.

Minha pressão cai. Elliot provavelmente previu que eu teria essa reação e me segura pelos cotovelos. Ela... Ela bisbilhotou nosso quarto e pegou o porta-retratos... Ela com certeza viu alguma coisa. Alguma coisa aterrorizante para que ela tenha gritado daquela maneira. Olho em seus olhos e vejo a aflição, a dor... Será que ela se lembrou de Jaden? Será que ela viu a morte dele? Oh, meu Deus, será que isso chegou ao fim?

— Suzanne? Mas o que é isso nas suas mãos? - Anna pergunta.

— Eu... Entrei no quarto deles. - Ela se volta para nós. - Desculpa, mas a janela estava batendo, e eu fui fechá-la. Só que... Só que...

— O quê, Suzanne? - Anna insiste.

— Eu vi esse porta-retratos no criado mudo. Eu peguei pra ver, e achei a mulher muito parecida comigo.

Ela entrega o porta-retratos para Anna, e eu temo que ela tenha uma visão também.

— Mas essa foto é de Alice e Matthew! - Ela olha diretamente para mim. - Onde conseguiu isso?

Penso rápido.

— É a única coisa que eu tenho desse meu parente. Nós falamos que viemos atrás da minha família, não falamos?

— Falaram sim. - Ela me entrega a foto. Algo me diz que ela ainda está desconfiada. - Mas por que o grito, Suzanne?

Ela parece engasgar com a própria saliva.

— Eu não sei explicar direito... Uma cena veio em minha cabeça. - Ela desabafa. - Por favor, eu quero descansar um pouco. Pensar no que eu vi.

Anna está confusa, mas assente. Elliot diz que vai guardar a louça e eu decido entrar no quarto. Tranco a porta e vejo tudo ao meu redor assim como estava antes, somente a fotografia que não está no lugar. Espero alguns segundos até que Jaden aparece.

— Você ficou batendo a janela, pra fazer Suzanne entrar. Foi ou não foi? - Pergunto, colocando o porta-retratos novamente no lugar.

— Foi sim. - Quando olho para ele, vejo que está sorrindo. - Ela se lembrou, Vany! Eu sei que ela se lembrou! Ah, eu estou tão feliz...

— Você não podia ter feito isso. Nós precisávamos ter calma, e não fazer com que ela se lembrasse de tudo assim, tão subitamente! - Tento me conter. - Por favor, coopere comigo e com Elliot.

— Mas de qualquer maneira...

— Nós somos uma equipe. Um não funciona sem o outro, principalmente no seu caso, já que você está colado à mim. Por favor, é a única coisa que peço... Colabore.

— Tudo bem. - Ele concorda, mas ainda sim sorri. - Ela se lembrou!

Não consigo deixar de sorrir.

— Eu vou falar com ela. Acalmá-la, ou quem sabe explicar tudo. - Ando em direção a porta. - Está chegando ao fim.

— Está mesmo. - Ele suspira, antes de sumir.

Andando pelo corredor, vou até o quarto provisório de Suzanne. A porta está semiaberta, então eu entro mesmo sem bater. Ela, assim que percebe a minha presença, começa a reclamar.

— Quem te deu o direito de entrar? - As agressões verbais já começam. Estava era tarde... - Ande! Dê meia volta!

— Preciso conversar com você. Sobre a foto. - Suspiro. Ela, que estava deitada na cama, se senta rapidamente.

— O que é? - Ela resmunga, mas de uma maneira não tão feroz quanto antes.

— Você disse que viu algo. - Começo, e ela desvia o olhar. - Você se importa em me dizer o quê?

Ela me convida pra sentar na beira da cama. Eu, ainda desconfiada, aceito. Ela pega uma mecha de cabelo minha e brinca com ela.

— Era dia. Um dia frio, sem sol. - Ela fecha os olhos. - Eu estava a poucas ruas daqui. Andei por alguns metros e vi o homem mais lindo que já vi, o mesmo da foto.

Eu havia entrado com o porta-retratos na mão. Meus olhos vão até o rosto de Jaden, e percorro seu contorno com o indicador. Jaden era sim, muito bonito. Os olhos azuis - não tão azuis quanto agora — eram, com certeza, seu maior charme. Não consigo deixar de sorrir ao olhar para ele.

— Então eu fui me aproximando. - Ela continua. - Me aproximando, me aproximando... Eu o impedi de entrar na casa. Eu não consegui controlar meu corpo enquanto via aquilo. Eu acabei pegando uma faca que estava na minha cintura.

Arregalo os olhos. Ela... Ela o quê?

— Houve um diálogo, mas não me lembro muito bem... Eu só sei que... Oh, meu Deus...

Engulo em seco. Eu acho que já entendi tudo.

— Você esfaqueou o homem. - Suspiro. - Na visão, eu digo.

— Como você sabe?

Novamente, penso rápido.

— Ele é tipo um primo distante meu. Sua tia me falou que ele havia morrido, ou melhor, havia sido assassinado a facadas por um assaltante.

Ela tinha lágrimas nos olhos. Por um momento senti pena dela.

— Mas o que eu tenho a ver com isso? Por que eu tive que ver o que vi? Foi tão... Nojento e apavorante ao mesmo tempo...

— Eu realmente não sei. - Minto. - Mas às vezes eu tenho essas visões também.

— De você assassinando um cara lindo pra caramba? - Ela pergunta.

— Não. - Suspiro. - De vendo ele no chão, já pra morrer. Isso não tem explicação, Suzanne. Eu só vim ver se você estava bem depois disso.

Ela sorri.

— Você realmente se preocupou comigo? - Ela murmura. - Por que eu, desde que você chegou, venho lhe tratando mal. Eu sei disso.

— Eu admito que não gosto de você, mas sei bem como é difícil passar por isso. Sou uma pessoa solidária, Suzanne.

Ela ri desdenhosa.

— Olha, sinto muito por ser rude. - Ela confessa. - Mas eu costumo tratar as mulheres assim, quando elas me impedem de chegar no meu objetivo.

Sorrio ironicamente. Ela realmente estava falando do meu namorado?

— Nem tente chegar perto de Elliot. Ele é meu. - Levanto-me da cama dela. - Descansa.

Ela parece está comendo algo muito amargo quando diz.

— Obrigada, Vanessa.

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Por essa eu não esperava. Jaden está acreditando piamente que ela é Alice, mas a visão dela é muito esquisita. Se for exatamente o que eu estou pensando, Suzanne na verdade é...

As portas da casa parecem se fechar ao mesmo tempo, juntamente com as janelas.

Eu... Não acredito nisso! Não é verdade, Vany! DIGA QUE NÃO É VERDADE!

— Elliot! - Grito, e ele corre para a sala. - ELLIOT!

Um vaso de porcelana cai da mesa de centro, quebrando-se em mil pedaços. As poltronas parecem se mover sozinhas, e os quadros das paredes ficam tortos. Elliot me abraça, tentando me proteger do que quer que possa acontecer. Um quadro cai no chão, saindo da moldura. As portas se abrem e fecham violentamente mais uma vez. Suzanne desce as escadas, junto com Anna.

— Mas o que está acontecendo? - Elas perguntam ao mesmo tempo.

Não é verdade! Ela não pode ser meu assassino! ELA É A MINHA ALICE!

— Uma ventania muito forte. - Elliot fala, já me soltando e fechando as janelas com as trancas. - Vamos, fechem as outras!

Elas se mobilizam em ajudar, mas eu não consigo me mover. Jaden ainda grita em minha mente. Tapo meus ouvidos, apesar de que para os outros não há nenhum som escandaloso por perto. Assim que fecham tudo, Elliot volta a me abraçar.

— O que aconteceu, Vanessa? - Anna pergunta.

— É só uma dor de cabeça forte. - Afirmo, segura somente pelos braços do meu namorado. - Acho que preciso deitar um pouco.

Elas abrem passagem, e sinto o olhar de Suzanne em cima de mim. Elliot me conduz até o quarto e me deito na cama. Elliot se senta ao meu lado e afaga meus cabelos.

— O que Suzanne viu pra deixar Jaden tão furioso? - Ele pergunta, me surpreendendo ao falar de Jaden. Então ele sabe que tudo aquilo foi ele?

— Elliot... Ela viu a cena pelos olhos do assassino. - Sussurro. - Ela foi o assassino.

MENTIRA!

O quadro que enfeitava a parede do quarto cai.

— Precisamos sair daqui o mais rápido possível. - Peço. - Antes que Jaden nos mate nesse ataque de fúria.


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Notas finais do capítulo

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