Minha Amada Vítima 2 escrita por Livia Dias


Capítulo 12
Esperteza


Notas iniciais do capítulo

Hellooo Sasuketes!!! Estão todas bem?

Ficamos um bom tempinho sem postar, mas está sendo complicado conciliar tudo nesses últimos dias :P Além de termos outras fics, e vida pessoal...

Mas finalmente tomamos vergonha na cara e resolvemos aparecer u.u Esperamos que gostem do capítulo. Talvez esteja meio confuso, no entanto certas dúvidas e automaticamente "surtos" irão acontecer, com certeza ;)

Queremos agradecer, antes de mais nada, a todas as leitoras lindas que comentaram no capítulo anterior, e que favoritaram a fic! Graças a vocês, alcançamos 112 reviews õ/

Muito, muito obrigada! Estamos realmente animadas com essa fic!

Boa Leitura!

— Manu, Bianca, Livia Dias.



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O bar era tão sujo e podre, que parecia impossível qualquer policial ou espião ir parar justamente ali. Era perfeito para uma trégua.

Uma música qualquer tocava, e a iluminação precária apenas possibilitava que alguns casais se atracassem perto das máquinas de fliperama.

Naruto surgiu com as bebidas, colocando-as à frente dos amigos.

– O chop daqui é o melhor! – comentou, embora a tensão não fosse favorável para um brinde.

Hinata analisava minuciosamente cada canto daquele ambiente, desde as brigas dos marginais, até o barman importunado pelos “ogros” que não tinham nada melhor para fazer.

Sasuke e Itachi estavam absortos em seus próprios devaneios, perdidos em qualquer lembrança ou solução cabível que pudesse colocar aquela missão em seu curso certo novamente.

Naruto bebia seu chop, e o impacto leve de sua caneca contra a mesa, era o único ruído metálico que Hinata conseguia captar com atenção. O resto parecia-se com um barulho de fundo, sem merecer qualquer tipo de importância real.

– Isso está errado – disse, repentinamente.

Qualquer que fossem os pensamentos dos outros, deixaram de importunar suas mentes naquele momento. Três pares de olhos voltaram-se para a morena, enquanto as brigas mesquinhas no centro do bar – ou seja lá o que aquele cubículo fosse -, alcançavam um nível mais sangrento.

– O que está errado? – perguntou Sasuke, com seu típico ar de desinteresse.

A Hyuuga demorou a responder, usufruindo, do silêncio para colocar seus pensamentos em ordem.

Tudo parecia errado naquele instante.

A gravidez de Ino... A morte dela... O ataque... O curso daquela missão... A traição de Ino... O sumiço de Sakura e o cessar repentino das mensagens anônimas...

Obviamente que tais situações não eram previstas, portanto se tornavam, realmente, erros. No entanto tais fatos se conectavam de uma maneira assustadora, como jogadas de xadrez.

– O que está errado, Hinata? – foi à vez de Itachi quebrar o silêncio, chamando a morena para a realidade novamente.

A garota encarou-os, com uma expressão de surpresa e ao mesmo tempo, descrença.

– Tudo.

(...)

Sakura cruzou os braços, desconfiada com a repentina saudação vinda de Shizune.

– O que estava procurando entre as minhas coisas? – questionou, sem delongas, com umquê de frieza.

A médica afastou-se da escrivaninha, com um sutil movimento de quadris. Exibiu um sorriso mínimo que aos olhos desconfiados e perspicazes da Haruno, não passou de uma tática para tentar fugir da questão principal.

– Eu não sou sua inimiga...

– Prove. – cortou a rosada, dando um passo a frente.

– Podemos falar da Ino. – disse a morena, de modo desafiador. – Não foi ela quem te traiu?

O movimento seguinte foi tão veloz que uma pessoa comum não poderia ter desviado. Entretanto, Shizune demonstrou habilidade em desviar da rasteira que Sakura lhe daria, saltando sobre as pernas da rosada, como um felino, e escolhendo a cama para firmar-se de pé novamente.

A Haruno deslizou pelo piso, respirando fundo, analisando de olhos cerrados o perfil da médica a sua frente. Nunca pensou que Shizune fosse capaz de executar um movimento como aquele.

– Já disse que não sou sua inimiga – o tom foi mais impaciente e firme, fazendo com que Sakura cerrasse os dentes. – Seria ótimo se você me escutasse antes de me atacar novamente.

Os minutos de silêncio que se estenderam, serviram para a Haruno acalmasse os ânimos de uma vez. Shizune soltou o ar dos pulmões e saltou da cama igualmente tranquila.

– Estou esperando – incentivou Sakura, com um manear de cabeça. – Me dê seus motivos para que eu não bata sua cabeça na parede.

A morena fez uma careta com as palavras da outra, que não durou muito perante o turbilhão de problemas que a perturbava.

– Eu não sou exatamente uma médica, como muitos pensam – disse, com lentidão. – A profissão me atrai, no entanto não sou completamente formada.

Sakura não a interrompeu, mas sua expressão indicava total confusão naquele momento.

– Há muitos anos meus pais foram mortos a mando do governo. Eles os perseguiam por conta do serviço secreto dos Estados Unidos, para o qual meus pais trabalharam. – Shizune baixou os olhos para o chão por um instante, até erguer a cabeça e fitar a rosada com o semblante sério. – Depois disso, descobri que o Governo de Tóquio estava sendo comandado por Kisashi Haruno, e que o assassinato dos meus pais, não foi o único exemplo de crueldade em seu “Império”.

Mais uma pausa, onde Sakura refletiu sobre as palavras da pessoa que pensava conhecer.

Nem sempre temos acesso ao verdadeiro “eu” de cada um. Suas angústias, passado e tristezas, são totalmente desconhecidos às pessoas de fora.

São como um livro proibido, que ao ser aberto, nos revela os pensamentos - e automaticamente sentimentos -, totalmente contrários aos da pessoa que pensávamos conhecer.

– Eu tinha quatorze anos na época, então não foi difícil compreender quão injusta e sádica uma pessoa pode ser pelo dinheiro e poder. Contudo, eu não sabia como agir e precisava de alguém para me dar apoio. – O ar tímido e hesitante de uma garota mais jovem, era fácil de ser retratado na mente de Sakura. Shizune, mesmo parecendo segura e forte ao contar sua história, tinha uma fragilidade surpreendente por trás de sua faceta. – Fiquei com meus avós por alguns anos e até pensei que poderia seguir um caminho diferente, ser normal. – Um mínimo sorriso repuxou os lábios dela, como se tal pensamento lhe trouxesse boas lembranças.

“Mas o tempo passou, e a sede de justiça tornava-se mais forte que a vontade de ser médica. Para ser normal, eu tinha de acreditar que meus pais haviam sido vingados”.

Sakura sentiu seu peito apertado com tais palavras, imaginando o que sua mãe estaria passando naquele momento, e em como tudo era confuso e incerto demais.

Quem era confiável? O que era verdade?

– Eu entrei na Universidade Konoha aos dezoito, e conheci Tsunade-sama. Como você, Sakura, tinha iniciado Medicina. Entretanto, Tsunade sabia do meu passado e eu recebi sua proposta.

– Que proposta? – A Haruno quis saber, incentivando-a a falar.

Shizune respirou fundo.

– Uma chance de prosseguir com minha vingança, entrando para sua Legião.

Sakura refletiu por breves instantes, não se vendo surpresa com tal revelação. Por saber do “segredo” de sua mestra, que pediu a Tenten para realizar devidas ordens que seriam extremamente úteis para seus planos darem certo.

– O que tudo isso significa? – questionou, ao perceber que Shizune não diria mais nada. – Por que me contou tais coisas? No fim, minha questão continuou sem resposta...

Os olhos escuros se voltaram para ela novamente mostrando quão confusa e perturbada a morena estava.

– Quero dizer que na Legião conheci Ino, antes mesmo que Hinata, e sei que não existem motivos lógicos para explicar o que ela fez a vocês.

Sakura não perguntou como Shizune sabia do ocorrido. Achou melhor não ouvir que estava sendo monitorada pela Legião, e que o maior trunfo deles era ter a rosada dentro da mansão de Kisashi mais uma vez, fingindo uma amnésia para no fim tentar descobrir algo que fosse útil naquele momento.

Descruzou os braços, liberando o ar dos pulmões, como se assim todo o peso da história e das atitudes recentes de Ino, pudessem deixar seu interior para sempre.

– Mas ela fez não foi? – Um balançar negativo de cabeça foi suficiente para calar Shizune. – Se está mesmo do nosso lado, sugiro que não interfira. Sei o que vou fazer, e você não está em nenhum dos meus planos.

A outra a encarou com certo desdém, e Sakura limitou-se a preservar sua expressão paciente. Por fim, Shizune levou as mãos à cintura, indicando seu desinteresse.

– Como queira – concordou, assumindo sua postura de antes. – Mas já iniciei minha missão aqui, e acredite a Legião não depende nem um pouco dos seus “planos”.

A ironia fez Sakura cerrar os punhos, contudo não chegou a acertar o rosto perfeitinho de Shizune.

– Bem vinda à ação novamente, Haruno. – Ciciou ela, antes de deixar o quarto.

E o soco reprimido pela rosada, foi enfim descarregado em uma das paredes do cômodo, criando uma rachadura difícil de ocultar.

(...)

– Como assim “tudo”? – Naruto fez aspas no ar, de cenho franzido.

Hinata batucou os dedos na mesa, inquieta. Sua mente estava a mil.

– Quando fomos ao Olho de Vidro... E Ino foi baleada...

– Hinata – interrompeu Itachi, com um suspiro pesado. – Sei o que quer dizer, mas já aconteceu. Não adianta revirarmos cada ponto até aqui, em busca de uma solução. Ino está com os terroristas e fim.

A cadeira afastou-se repentinamente, arranhando o chão empoeirado. A Hyuuga estava de pé, com a expressão de alguém que mataria sem qualquer remorso ou arrependimento posterior.

Bateu a mão contra a mesa, inclinando-se na direção de Itachi, de modo que seus olhos se encontrassem e seu sussurro fosse perfeitamente audível.

– Ino nunca esteve grávida! Se esse foi o motivo por ter terminado com ela, e agora estar tentando esquecê-la, pode deixar de se preocupar. Você não é culpado de nada, certo, Itachi? – O sorriso irônico no semblante da morena, indicava sua diversão em ferir o Uchiha, o máximo que conseguisse. – Sabe de algum segredo dela, e finge que a traição de Ino não te afeta... Pode fingir, mas não vai durar. E sabe do que mais? – Hinata afastou-se, com a raiva contorcendo seu semblante, e as lágrimas prestes a caírem, indicando que seus ataques não durariam por muito tempo. – Ino te amava! E ainda te ama! Então é bom colocar um pouquinho mais de esperança na merda do seu coração, antes que seja tarde!

Passou a mão pelos cabelos, um gesto de, talvez, arrependimento por ter falado demais. Em um movimento brusco, virou-se e iniciou sua saída por entre os caras que se esmurravam, provavelmente tirando sangue de alguns antes de finalmente partir.

Itachi, embora difícil de desvendar, tinha adquirido um ar extremamente tenso e reflexivo. Talvez, qualquer que fosse o segredo de Ino, deixava de fazer sentido depois de tais palavras.

– Isso muda tudo, não? – comentou Naruto, levantando-se também, e refazendo o mesmo caminho pelo qual Hinata seguira.

Sasuke permaneceu em silêncio, com as mãos entrelaçadas à frente do rosto, fingindo não perceber o momento em que seu irmão esteve cara a cara com o passado, derramando as primeiras lágrimas por alguém que há muito se fora, e por alguém que ele mesmo deixou fugir.

(...)

Aproximavam-se das oito e meia da noite, quando seu telefone tocou. O filme que passava na TV podia ser ouvido por todo o apartamento, e já que se encontrava na cozinha, tal medida era extremamente útil.

Quando o toque do aparelho tornou-se mais alto que as vozes dos atores de Lembranças, Tenten tirou-o de cima da mesa, e atendeu sem nem ao menos olhar para a tela. A princípio pensou que fosse Sakura, perguntando se a morena, na manhã seguinte - o segundo dia após o encontro com Shikamaru no Starbucks -, resolveria certa questão pendente.

Surpreendeu-se quando ouviu algo totalmente diferente do típico “Olá”.

“Alô?”, falou, cutucando um ferimento em seu dedo, completamente entediada.

“Socorro!”, uma voz em desespero sussurrou totalmente desconhecida, sob um silêncio arrepiante. “Ajude-me”.

“Quem é você?”, questionou a Mitsashi, sentando-se no sofá. “Como sabe meu número?”.

Os ofegos tornavam-se mais fortes à medida que os segundos passavam. De repente, os sons foram abafados, como se algo cobrisse o telefone. Tenten ficou em completo silêncio, tentando escutar algo além dos estranhos ruídos.

“Você continua do mesmo jeito”, uma voz forte quebrou a quietude, enquanto barulhos desconexos continuavam a soar sob os tímpanos da morena, fornecendo-lhe a certeza do que estava acontecendo.

Mesmo sem saber de onde conseguiu forças para se mover, em um rápido movimento, pegou o controle da TV e tirou o som.

Pressionou a opção “gravar chamada” no celular, e concentrou-se no que ouvia.

“Quanto tempo mais... Vai me fazer sofrer?”, a voz da garota estava próxima, e Tenten ficou estática, tentando não gritar ou emitir qualquer ruído.

Um estalar, e o silêncio repentino. Um estrondo, e o bipe de que alguém encerrara a chamada.

Com o telefone pressionado contra o ouvido, Tenten buscava um jeito de agir. No entanto, nada surgia em sua cabeça.

Sem opções, discou o número de Sakura, e aguardou. Na terceira ou quarta vez chamando, foi atendida.

“Tenten? O que houve?”, a Haruno pareceu-lhe, de certa forma, irritadiça.

Não perguntou o porquê, decidindo ir logo ao assunto.

“Posso passar aí?”, tentou manter-se calma, lembrando-se das recomendações anteriores da rosada. Alguém poderia estar observando-os naquele instante. “Estou precisando conversar”.

Uma pausa momentânea e um tom mais ansioso, respondeu-lhe por fim.

“Claro. Estou te esperando”.

E sem esperar, desligou.

Tenten puxou um casaco qualquer do guarda-roupa, e colocou seu celular no bolso. Em poucos instantes sentia o ar noturno em forma de fina garoa, e as passadas largas eram indícios de sua ansiedade.

O que tinha firmemente seguro em uma de suas mãos, e em sua mente, eram provas de algo inimaginável. Tais coisas poderiam acarretar problemas diversos, e consequências devastadoras.

Pegou um táxi, rezando para que Sakura estivesse de bom humor, e calma.


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Notas finais do capítulo

Temos que admitir; é engraçado demais escrever essa fic. Sabem por quê? Bom, planejamos tudo nos mínimos detalhes, e vivemos colocando um personagem bonzinho como malvado, posteriormente. Aí, nos reviews, já vemos que vocês estão meio "paranoicas", desconfiando até de gente inocente O.O E isso é realmente muuuuuito legal! Obrigada mesmo pelo carinho *-* Amamos os reviews de vocês, mesmo que não tenhamos tanto tempo para respondê-los :P

Para quem está desconfiando da Shizune... Relaxem um pouco. Para quem está desconfiando da Hinata... Esperem. E para quem quer um pouco mais de romance... Paciência ;)

Gracias!

Logo logo, postamos um novo capítulo, garotas. Fiquem espertas, muahahahaha :D

Beijokas!

— Bianca, Manu e Livia Dias (Fanáticos Por Fanfics).


PS: Ia esquecendo, gente. Estou escrevendo uma outra fic SasuSaku com uma amiga, e para quem se interessar, aqui vai o link:

http://fanfiction.com.br/historia/482711/Games_Of_Love/

Provavelmente amanhã posto nela ;) Quem passar por lá, não deixe de comentar, ok? Obrigada.

(By Livia Dias).