Minha Amada Vítima 2 escrita por Livia Dias


Capítulo 13
Esotérico


Notas iniciais do capítulo

Hellooooo! Tudo bem?

Capítulo saiu rápido, né? Esse será para dar um "choque de realidade" na pobre Sakura (que de pobre não tem nada u.u)

Agradecemos aos reviews mandados por:

Ana Oliver

GabbySaku

NatiiYoshino

Lover Of Books

MikuMisaki

Daniela Nicacio


Vocês estão em nossos corações *-* Agradecemos imensamente pelo carinho que recebemos até aqui, tanto com MAV 1 quanto com esta segunda temporada!

Antes de vocês lerem; mais para o fim do capítulo, terão algumas frases/pensamentos divididos em "[...]". Esses são, como colocamos em alguns capítulos anteriores, fragmentos de narrações da Sakura do futuro, em 1ª ou em 3ª pessoa.

Esperamos que não tenha ficado confuso demais :P

Boa Leitura!






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– Hina, espera aí! – gritou Naruto, acelerando o passo.

A morena pisava com força na grama úmida que transpunha seu caminho, enquanto os braços balançavam aos lados de seu corpo, e seus cabelos escuros seguiam o curso do vento.

“Ela estava linda, e ao mesmo tempo perigosa demais”, pensou Naruto, com certo receio de cometer alguma besteira capaz de irritá-la.

Aos poucos os passos ágeis tornaram-se lentos, e Hinata virou-se com seu ar de fúria. O Uzumaki parou derrapando à frente dela, e respirou fundo.

– Você não vai embora.

E seu pedido pareceu mais uma ordem, algo que queria e não queria. Talvez tal atitude deixasse a situação ainda pior para seu lado.

– Tenho que resolver tudo isso – falou a Hyuuga, com um dar de ombros. – A missão está indo pelo ralo. Com o ataque do Governo e a Akatsuki com suas estratégias... Não podemos permanecer sozinhos.

– Mas não estamos sozinhos – Naruto embicou os lábios, cruzando os braços. – Meus pais e os Uchiha estão buscando auxílio...

– Não é o suficiente! – interrompeu Hinata, taxativa. – Sakura sumiu! E Ino está do lado dos terroristas! Quer mesmo que eu acredite que nada mais vai dar errado? Eu não sou uma pessoa de erros, Naruto!

– Não estou dizendo que seja – defendeu-se o loiro, balançando a cabeça. – Só não quero que você suma por aí. Eu não quero perder você, Hinata... Não para esses caras. – Aproximou-se da morena, segurando o rosto dela entre suas mãos, analisando os olhos claros, e as poucas sardas que cobriam seu nariz pequeno. – Você não pertence a esse mundo, Hina. Nós praticamente... Arrancamos vocês do seu lugar, para uma luta sem sentido... E eu realmente sinto muito por isso. Talvez, Itachi e Sasuke não reconheçam a merda que nós fizemos. – ponderou Naruto, com um ar reflexivo. – Mas eu reconheço, e sei que vou ficar realmente depressivo se algo acontecer com você.

Hinata sorriu. Um sorriso sincero, e não um mínimo repuxar de lados. Aquele era um sinal de que a antiga Hyuuga não se fora totalmente. A tímida, que deixou seu telefone escrito na mão do Uzumaki, à porta da faculdade, meses atrás, e que semanas depois agarrou o loiro pela falta de atitude dele, ainda vivia dentro daquela assassina sem preceitos. E tal percepção foi suficiente para que Naruto unisse seus lábios aos dela, torcendo para que um dia tudo voltasse a ser como era antes daquele inferno começar.

A garota ficou na ponta dos pés, acariciando a nuca do loiro com as pontas dos dedos. Sentia a quentura dos lábios, a paixão que aquele beijo transmitia, e o quão completos estavam por apenas terem um ao outro naquele instante.

Separaram-se lentamente, e Hinata emitiu um suspiro pesaroso, antes de afastar-se do loiro. Os olhos cerrados se abriram, revelando a tristeza que a Hyuuga nutria em seu peito.

– O que eu menos quero, é te magoar. – murmurou ela, sorrindo entristecida. Naruto respirou fundo, assentindo, percebendo que nada faria com que a morena mudasse de ideia. – Eu tenho de agir, do meu jeito. – acariciou o rosto dele, por um breve instante. – Eu não pertencia a este mundo, mas entrei nele antes mesmo disso tudo começar. Certamente que eu não queria voltar, só que... Eu não posso ignorar os fatos. Entende?

Naruto assentiu mais uma vez, e Hinata beijou sua bochecha, com lentidão. Poderia ser engano, mas o Uzumaki jurou ter visto lágrimas percorrendo a face da Hyuuga, antes dela afastar-se para longe, prosseguindo com suas largas passadas, encaminhando-se para algum lugar distante demais.

(...)

Sakura manteve o olhar distante, com seu BlackBerry firmemente seguro em uma de suas mãos. Tinha a sensação de que Tenten não estava bem, e tal percepção a incomodou.

– Sua amiguinha virá aqui de novo? – perguntou Shizune, vasculhando as gavetas da escrivaninha de Kisashi.

Ambas estavam no escritório do presidente, e a agente buscava por algo que “Sakura não deveria ter conhecimento”. No entanto, a Haruno manteve-se vigilante, curiosa com a verdadeira missão de Shizune.

– Não te interessa – foi curta e grossa, guardando seu celular no bolso do jeans. Cruzou os braços. – Gostaria de saber qual seu objetivo nesta casa. Seu verdadeiro objetivo.

– Além de cuidar da filhinha do presidente, e inventar que perdeu a memória no acidente com os terroristas? – debochou a morena, lendo alguns documentos. – Acredito que não te interesse.

– Mas uma coisa me interessa – Sakura ignorou o arquear de sobrancelha da agente. – Você cuidou da Ino enquanto ela esteve no hospital por conta de seu desmaio.

– Grávida? - perguntou em um sussurro.

Shizune, a médica que havia feito os exames necessários na garota desde que ela chegara ali, assentiu lentamente, de modo pesaroso.

– Você deveria ficar feliz, não? - perguntou, sorrindo.

Ino balançou a cabeça.

– Não agora - lágrimas brotavam de seus olhos e caíam por suas bochechas. - Não agora! Não!”

– Ino ficou desesperada quando soube que estava grávida – continuou a rosada, pausadamente. Shizune parou de folhear os documentos. – E Itachi disse a ela para abortar a criança...

“– Itachi... - Ino sorriu-lhe. - Eu não acredito nisso...Nós...Você vai assumir essa criança?

– Não - o Uchiha levantou-se da cama e foi em direção à porta, ficando de costas para Ino. - Nós não teremos esse filho. Você não terá essa criança.

Ino levantou-se, confusa.

– O q-que...

Itachi a encarou. Não havia rancor ou dor nas palavras pronunciadas por ele. Muito pelo contrário. Havia frieza.

– Ino, você vai abortar essa criança.”

– Mas ela não quis. – Sakura manteve os pensamentos distantes, lembrando-se dos momentos passados. – E fugiu. Ia para a casa dos pais quando a Akatsuki efetuou o ataque, e nos fez pensar que Ino havia morrido.

Shizune a encarava, com o olhar frio.

– Aonde quer chegar exatamente? – questionou, em desafio.

Sakura avançou um passo, com a expressão severa.

– Se Ino estava grávida – levou os dedos ao queixo, cerrando os olhos em seguida. – E vocêera a médica dela... Não, espera um pouco... – Fez de cínica, levando as mãos à boca e sorrindo em fingida surpresa. – Você não é médica!

– Está insinuando que Ino mentiu? – Shizune fez-se de confusa. – Não entendo porque ela faria isso sendo que na época, estava de folga da Legião...

– Não sou idiota, Shizune! – Sakura apontou um dedo na face da morena, cerrando os dentes. – Não estou dizendo que Ino mentiu, mas que você a enganou!

(...)

Durante o caminho até um ponto de parada, conhecido por Itachi, nem Naruto ou Sasuke disseram qualquer coisa. O silêncio tomou conta da van por todo o percurso.

Quando Itachi estacionou, uma tensão pareceu dominar o veículo, deixando-os incomodados. Não era a falta das garotas, mas a sensação de que algo estava errado, e que eles haviam deixado de fazer muitas coisas até ali.

– Vamos deixar a poeira baixar, então? – perguntou Naruto, voltando um olhar ansioso para os amigos.

Como resposta, Itachi saiu de seu lugar e saltou para o banco de trás, largando-se em um assento próximo a janela. Parecia refletir a respeito de algum fato, e a dedução lógica de que tinha a ver com Ino, fez Naruto sentir certa pena do amigo, mesmo que detestasse tal sentimento.

– Acho que podemos fazer isso – concordou ele, suspirando pesarosamente. - Se Hinata está agindo de alguma forma, talvez encontre Sakura e ambas montem um plano.

– Hn... – Sasuke olhou ao redor, pensativo. – Hinata provavelmente foi encontrar a Legião. E Sakura...

– Não sabemos onde ela está, mas possivelmente está bem. – afirmou Naruto, cheio de convicção. – Ela é a Sakura. Não foi pega pela Akatsuki, tenho certeza.

Eles mergulharam no silêncio mais uma vez, cada um em seus próprios devaneios. Novamente, Itachi quebrou o gelo.

– Depois do que Hinata me disse... – começou, atraindo a atenção dos colegas. – Fiquei pensando no que havia proposto para Ino.

Sasuke e Naruto entreolharam-se, entretanto não interromperam o Uchiha. Seria melhor que ele desabafasse agora.

Itachi batucou os dedos no descanso de seu braço, maneando a cabeça conforme o curso de seus pensamentos.

– Percebi que estava tentando protegê-la, mas eu não pensei no que aconteceria com a criança – o moreno cerrou os dentes e os pulsos, baixando os olhos por um instante. – E eu me sinto um lixo por imaginar que Ino não estava grávida, mas que mesmo assim, fui um babaca com ela.

Seu olhar era direcionado ao chão, indicando a dor das lembranças, e do arrependimento que o importunava.

– Eu a usei e depois prometi não deixá-la, apenas se ela abortasse a criança. – Itachi balançou a cabeça, umedecendo os lábios. - Errei com Ino, e por isso ela nos traiu. Talvez, se eu tivesse apoiado-a, ela reconhecesse o meu melhor lado e estaria conosco. Não teria tentado fugir naquele dia, sendo pega pela Akatsuki...

Uma pausa, que durou por alguns segundos.

Sasuke levantou-se de seu lugar, levando as mãos ao bolso da calça, e se dirigindo ao fundo da van.

– Qual é o segredo de Ino? – questionou ele, parando no meio do corredor. Encarou o irmão por cima do ombro. – O que você ainda tem para esconder sobre ela?

Itachi cruzou as mãos à frente do rosto, fechando os olhos, e mergulhando no silêncio.

Ela ia preferir que você revelasse. – comentou Sasuke, voltando os olhos para o banco a sua frente. – Talvez isto ainda salve a Ino. E você está errando novamente, por não tentar tirá-la dos terroristas.

Largou-se no último lugar da van, tentando aconchegar-se da melhor forma possível, enquanto Naruto prometia ficar a espreita durante a noite.

Itachi, no entanto, não conseguiu dormir tão rápido; imaginava se seu irmão estava certo, e se Ino poderia ter uma chance.

(...)

– Eu não faria isso – defendeu-se Shizune, com um sussurro rouco. – Jamais enganaria Ino.

Ambas encaravam-se no escritório de Kisashi, desafiando-se silenciosamente. Não haveria perigo de serem descobertas, já que o presidente estava em uma viagem que duraria alguns dias, negociando com alguns políticos em uma Conferência Internacional.

– Então, o que houve? – instigou Sakura, com o olhar de desconfiança. – Você mesma disse que não era formada em Medicina, então não estava no hospital para realmente atender os pacientes. Ino foi mandada para lá depois de um desmaio, e você confirmou minhassuspeitas de que ela estava grávida. Pergunto-me porque faria isso, sendo ela uma agente da Legião, sua amiga, e as regras serem fundamentais. Provavelmente, é proibido ter um filho quando está dentro deste ramo, e conhecendo Ino como achava que conhecia era óbvio que ela levaria o trabalho muito a sério e tomaria todos os cuidados necessários, mesmo que me negasse o contrário.

“ - Eu não me importo! - gritou, sobressaltando Sakura e Hinata, que se entreolharam. - Por causa dessa criança que minha vida acabou!

– Como pode dizer isso? - Sakura estava incrédula com as palavras da amiga. - Pelo contrário, Ino, sua vida está apenas começando!

– Apenas começando? - Ino gargalhou, com puro sarcasmo. - Começando? Sakura, eu não vou mais continuar com a faculdade de moda, não vou mais frequentar festas, não vou mais curtir os rapazes e vou perder o meu emprego. Como minha vida está começando, Sakura?

– Deveria ter pensado nisso antes! - Sakura levou as mãos à cabeça, buscando paciência. - Deveria ter sido responsável!

Ino bufou.

– Acha mesmo que Itachi e eu nos preocupávamos?”

– E então vem a questão; se Ino não se preocupava com a criança – Sakura começou a circundar o escritório, a passos lentos. – Mas resolveu fugir, ignorando a sugestão de Itachi para abortá-la, significa que o bebê era importante no fim das contas...

Shizune a fitava, com igual desconfiança.

– Entretanto, como já disse, Ino jamais deixaria algo assim atrapalhar seu trabalho. Ela parecia, acima de tudo, responsável demais, embora eu acreditasse no contrário – a rosada exibiu um mínimo sorriso, antes de encarar a morena mais uma vez. – E como você era a “médica” dela, suponho que haja algo a mais que sirva para encaixar as peças do quebra-cabeça de uma vez.

Um suspiro demorado veio por parte da agente, que levou as mãos à cintura, enquanto baixava os olhos por breves segundos.

– Tudo bem, você venceu – concluiu Shizune, com um gesto de mãos significando redenção. – Ino tinha a missão de protegê-la e desvendar os terroristas do Grupo Uchiha. Ela foi treinada para “desligar” suas emoções em qualquer missão, e aparentemente ela sempre dominou isso muito bem.

“Mas depois que essa missão começou, Tsunade-sama percebeu o quanto Ino estava envolvida com Itachi, descobrindo a relação de ambos algum tempo depois. Eu cheguei a dizer que ela tinha desligado suas emoções e que aquilo era um truque, no entanto Tsunade sempre conheceu Ino bem demais para saber o que era verdade... E o que era mentira”.

Shizune maneou a cabeça, pensativa.

– Ino era um trunfo para a Legião, por saber controlar cada situação perfeitamente bem – prosseguiu, de certa forma inquieta. – Ela chegava a ter várias personalidades diferentes, e muitas vezes esquecíamos quem era a verdadeira Ino.

“Sabíamos de seu passado, e principalmente de sua fama. Tsunade a prestigiava pelo fato dela ser uma excelente agente dupla, conseguindo se infiltrar em dois lados completamente diferentes, sem ser descoberta por ninguém”.

Sakura franziu o cenho, mas não a interrompeu. Shizune respirou fundo, fitando-a atentamente.

– Há dois anos Ino tinha feito uma missão para se infiltrar na Akatsuki. Ela acabou se envolvendo com o Pain, e chegou a ficar noiva dele.

A Haruno arregalou os olhos, perplexa.

– Mas... – Interrompeu. – Se Ino foi envolvida com o Pain... Isso explica tudo.

– Deixe-me terminar – alertou Shizune, fazendo a rosada se calar. – Eu não sei muito sobre o resultado da missão, mas sei que Tsunade ficou tão satisfeita a ponto de promovê-la. Ouvi falar que Pain queria a cabeça de Ino, então posso concluir que ela o deixou realmente putona época.

“Com o tempo, Ino e Hinata ficaram mais próximas, e eu comecei a trabalhar diretamente com o hospital, na intenção de te vigiar, Sakura. Tsunade me pediu para que eu o fizesse, com o objetivo de ‘preparar o terreno’ para Hinata e Ino caírem de Para-Quedas na sua vida, e felizmente consegui as informações necessárias com louvor. Tsunade percebeu que a raiva de Pain e a relação ‘carnal’ de Ino e Itachi seriam úteis, com o decorrer da missão. Ela apenas espreitou, até conseguir montar uma tática que pudesse jogar Ino dentro da Akatsuki novamente, e fazê-la desaparecer da sua vida por um tempo”.

Sakura cerrou os punhos. Quem Tsunade pensava ser, para usar as pessoas de tal forma, como se fossem seus peões? A forma como Shizune a retratava, fazia com que a Haruno deixasse de valorizar sua mestra, para adicionar em seu lugar uma pessoa que faria qualquer coisa para ter o que queria.

Uma comandante de pulso firme, que não aceitava negativas como resposta.

– Hinata não sabia de nada, então não foi difícil – comentou Shizune. – Ino fingiu um desmaio, e eu organizei os papéis para comprovar o diagnóstico de sua gravidez. Tudo estava combinado, perfeitamente. Depois que Itachi fez a sugestão, e Ino atuou um drama no qual fugiria para a casa dos pais – a morena deu de ombros. – Pain e o pessoal dele a apanharam na estrada. Ino o conquistou novamente, e ficou sabendo do ataque que aconteceria na Universidade Konoha. Na “prisão” dos terroristas, ela já recebia o melhor tratamento, e passava todas as informações sobre você, seu papai, sua mamãe, e os seus amiguinhos. – Ironizou, cruzando os braços. – Depois ela arrumou um telefone, e Pain a mandou de volta para espionar você e os outros.

Ao fim, um som de ossos quebrando, e Shizune ao chão, com o nariz ensanguentado.

– Sua louca! – a morena levou a mão à face, tentando se levantar. – Por que fez isso?

– Vá até a Tsunade e diga o que fiz. – ordenou Sakura, dirigindo-se a porta. – Quem sabe ela não monta uma estratégia para ferrar com a sua vida também?

Saiu do escritório, dirigindo-se a escadaria de mármore, refletindo. Então, havia uma chance de Ino estar do lado deles?

Imaginou quem era confiável naquele momento. Certamente que Shizune não estava na lista, mas também não era, de todo, ignorável; estava com a Legião, e por mais desprezível que fosse, no fundo possuía um bom coração.

Assim como Tsunade.

E Tenten.

Momentaneamente, Sakura acreditava que poderia confiar nas três. Estavam próximas, e certamente colaborariam com o que fosse necessário.

Alcançou seu quarto, atravessando a soleira da porta. E no exato momento que se sentou na cama, uma lembrança vagou por sua mente.

“ – Engraçado, você tem medo do escuro...

O sussurro gélido preencheu o cérebro de Sakura, fazendo-a estremecer de pavor.

– Você está...

– No Inferno? Não, não. Eles não me quiseram por lá. – E gargalhou, de modo zombeteiro.

A Haruno cerrou os punhos, tentando controlar-se. Aquilo não era real... Não poderia ser.

– Você não existe. – afirmou, calmamente. – Estou em pânico porque estou presa aqui. Esse lugar não me deixa bem. Ele possui algum truque, algum gás, que trás alucinações. Você é fruto da minha imaginação, do meu medo.

– Como você é criativa... Eu deveria aplaudi-la por sua tamanha inteligência.

Sakura deu as costas para a figura de preto, se dirigindo a porta novamente, a passos lentos. Com sua determinação em acreditar que aquilo não era real, a razão pareceu voltar a sua mente, e o frio se extinguiu por completo.

Teria dado certo, se aquela pessoa não fosse fruto de sua imaginação.

Seus cabelos foram puxados, e seu corpo caiu para trás, com um baque surdo. Sakura se debateu, tocando as mãos frias de seu oponente, e recebendo uma bofetada como recompensa por sua tentativa de fuga.

– Eu não sou real? – a pergunta soou debochada, e o ar faltou nos pulmões da Haruno. – Acredite Sakura, eu sou mais do que real.”

Será que ele era mesmo? Ou será que aquela noite fora apenas uma ilusão desagradável?

Sakura passou a ponta dos dedos pelos cabelos rosados, imaginando se deveria se preocupar com tal lembrança de um inimigo antigo.

(...)

Atravessando os jardins mais que bem cuidados da mansão dos Haruno, Tenten alcançou a soleira principal em poucos instantes.

Uma das empregadas atendeu a porta, e a morena avançou, agradecendo pela gentileza da copeira, enquanto Sakura descia as escadas, lentamente.

– O que houve, Tenten? – A Haruno deslizou a mão pelo corrimão impecável, caminhando até sua amiga.

A Mitsashi não deixou de reparar nas vestes da rosada, que parecia pronta para ir a um shopping ou a um passeio elegante. Os saltos brancos combinavam perfeitamente com o vestido azul claro coberto de rendas sutis, tal como as jóias e os cabelos encaracolados.

– Eu... Neji e eu discutimos... – Ela balançou a cabeça, reprimindo um falso choro. – Foi... Horrível.

Sakura a abraçou de imediato, com delicadeza em cada movimento. Parecia graciosa e de acordo com os padrões de riqueza e perfeição dos Haruno.

– Vamos, você precisa conversar, certo? – Ela exibiu um mínimo sorriso para a amiga. Puxando-a pela mão, guiou-a até o andar superior da casa, sob um olhar perspicaz de Shizune.

(...)

Sasuke encarava o teto da van, refletindo. O cochilo que tirara fora extremamente proveitoso, no entanto, com um ronco mais forte de Naruto, despertou facilmente.

E o Uzumaki ainda prometia ficar de vigia durante a noite.

O moreno ajeitou-se da melhor forma possível, enquanto seus pensamentos seguiam até a noite que conheceu Sakura na boate, vagando para os incontáveis dias em que realizava tentativas de se aproximar, e que acabou por salvá-la do perverso Sasori. Mais tarde, quando a beijou pela primeira vez, e quando finalmente conquistara a confiança da rosada na noite de seu aniversário de dezoito anos.

Imaginava como teria sido se não fosse um terrorista/assassino de aluguel, e sim um típico estudante de Engenharia Civil. Será que teria se interessado por Sakura, e seus destinos estariam entrelaçados eternamente?

No fundo, sentia falta da Haruno. Eles estavam mais distantes, é verdade, no entanto o sentimento ainda permanecia intacto nos corações de ambos, pronto para ser liberto na primeira oportunidade que surgisse, após o caos.

Colocou os braços atrás da cabeça, tendo a perfeita visão do céu estrelado, pela janela com vidro fumê. Sorriu de canto. Quando soubesse onde Sakura estava, não mediria esforços para conseguir um modo de falar com ela, pelo menos uma vez.


[...] Ninguém sabe o futuro, ou o que o espera no próximo dia. Sentimentos devem ser revelados, antes do fim do mundo, e da destruição iminente. [...]


(...)

– Quanto tempo mais... Vai me fazer sofrer?

Um estalar, e o silêncio repentino. Um estrondo, e o bipe de que alguém encerrara a chamada.

A gravação encerrava-se ali. Sakura tirou os fones de ouvido, enquanto Tenten a encarava com certo receio.

– Acha que... – a rosada parecia um pouco abalada com o que a amiga lhe mostrara. – É a anônima das mensagens?

Tenten mordeu os lábios, tomando cuidado ao dar a notícia para a amiga. Talvez Sakura levasse numa boa, porém, ninguém é capaz de aceitar tal fato de maneira tão sutil.

– Saky... – a Mitsashi mexeu distraidamente em um fio que estava solto em sua blusa. – Antes de eu gravar a ligação, ouvi claramente a voz de um homem...

Sakura inclinou-se na cama, interessada.

– Você o reconheceu pela voz? – questionou, com curiosidade acentuada. – Tenten, você sabe o que podemos fazer caso saibamos quem abusa da “anônima”. Se você sabe quem é, é bom que fale de uma vez.

A morena abriu e fechou a boca diversas vezes, arrumando as palavras certas. Sakura bateu as mãos nas pernas, com impaciência.

– Tenten, o que há com você? – perguntou. – Vamos, diga logo! Caso saiba quem é o homem que abusa da garota...

– É o presidente.

A rosada estacou, com os lábios entreabertos, e os olhos levemente arregalados.

Tenten respirou fundo algumas vezes, encarando a cama e novamente a face perplexa de Sakura. Finalmente, a Haruno pareceu encontrar a voz, e moveu os lábios com lentidão.

– O que disse?

A Mitsashi mordeu os lábios.

– Sinto muito, Saky. – murmurou. – Seu inimigo é forte demais.

Os olhos esmeraldinos fitaram a parede do quarto demoradamente, transportando a garota para longe dali.


[...] Quando somos obrigados a tomar decisões importantes, é comum refletirmos mansamente as opções que temos. [...]


– Vamos lá, papai! – gritava a garotinha de cabelos róseos, aos seus três anos de idade, atravessando a campina em uma corrida veloz. – Mamãe está nos esperando!

Mebuki Haruno acenava para eles, radiante em seu vestido florido esvoaçante. Seus cabelos róseos e longos seguiam o curso do vento, tal como as flores da Cerejeira mais atrás da moça.

Kisashi sorria para a filha, que alcançou a mãe e foi recepcionada por um abraço reconfortante. O patriarca admirava-as e aproximou-se para selar os lábios aos da mulher, e acariciar os cabelos de Sakura com carinho.


[...] Geralmente, o passado serve para nos atrapalhar. Mostra-nos o quanto tínhamos tudo, e não sabíamos. Revela a inocência do momento, que hoje significa muito para nós. [...]


Os olhos da rosada encaravam a foto da família Haruno, cuidadosamente empoleirada acima da cômoda. Sentiu as lágrimas próximas de caírem.


[...] E sabe aquela pessoa que você confiava e amava mais do que tudo? [...]

Kisashi gargalhava na foto, em uma das poucas (e últimas) vezes que esteve tão próximo da família.

[...] Hoje você tem que matá-la. [...]



Mas ele não era seu pai. Madara Uchiha ocupava tal cargo, apesar de tudo. Kisashi fora apenas... Alguém que passou.

E naquele instante, ele era um monstro.

Precisava ser detido.

Precisava ser exterminado.

Precisava morrer.



[...] Mas seria eu, capaz de ir contra meu passado e minhas raízes? [...]


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Notas finais do capítulo

Para quem quiser me adicionar no Facebook, podem mandar solicitações de amizade: https://www.facebook.com/livia.dias.50746

Mas antes, me avisem por MP dizendo algo como "HEY LIVIA! VOU TE ADICIONAR NO FACE, BELEZA?", hahahahahahahahaha. É que eu não costumo adicionar todo mundo, então é só para eu não perder o controle e adicionar gente que eu nem conheço :P

Será ótimo conversar com vocês, diga-se de passagem :D

O que acharam do capítulo? Bom? Ruim?

Não sabemos bem quando o próximo vai sair, mas tentaremos ser o mais rápidas possíveis õ/

Beijos nos corações de vocês!

Até logo *-*

— Livia Dias, Bianca, Manu - Fanáticos Por Fanfics.