It's not a Fairy Tale escrita por Emmy


Capítulo 7
Um Dia Cheio de Surpresas


Notas iniciais do capítulo

"Coração com dupla personalidade pensa que é intestino e passa a fazer somente merda! O complicado disso tudo está no tipo de sentimento que é defecado..."
Laíza Reis



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Meu Deus o que eu estava fazendo? Eles eram irmãos. Marcos jamais machucaria John, não depois de tudo que ele tinha feito. Me senti uma boba, e comecei a me acalmar. O que eu tinha na cabeça? Marcos era esquentado, não um assassino. Acho que tinha sido atingida por uma crise temporária de insanidade mental. Comecei a rir da minha estupidez.

Depois do que pareceu uma eternidade ouvi alguém subindo a escada, tudo o que eu tinha eram expectativas.

– Mary sou eu o John- falou batendo na porta.

Corri para abri-la, ele entrou e fechou a porta. Abracei ele o mais forte que pude.

– Está tudo bem, mas será que tem algum espaço pra mim aqui? Marcos vai ficar no outro quarto. Amanhã te conto tudo. Vamos dormir, descansar, clarear os pensamentos e depois resolvemos tudo.

– Que isso! Eu sou uma moça direita, não durmo com o cara logo depois do primeiro beijo- falei com falsa indignação, sabia que John era um cavalheiro.

– Quando falei dormir, era realmente só dormir. Jamais lhe pressionaria desse jeito- falou carinhoso- Mas eu posso dormir no sofá da sala- continuou se dirigindo a porta.

Fui até ele e segurei sua mão, coloquei meus braços em volta de seu pescoço e dei-lhe um beijo. Como era bom beija-lo, isso poderia acabar se tornando um vício para mim, minha heroína particular.

– Nossa como você desiste fácil, anote isso na sua lista, gosto de ser paparicada, e você pode ficar seu bobo- falei manhosa e o levando para cama.

Deitamos de frente um pro outro, ficamos observando nossas fisionomias, enquanto ele acariciava meus cabelos. Não queria fechar os olhos, pois assim não poderia mais vê-lo. Mais após algum tempo acabei adormecendo.

Acordei de manhã, e John não estava mais ao meu lado, mas em seu travesseiro havia um bilhetinho que estava escrito:

Bom dia, minha criatura angelical! Assim que estiver pronta, estarei esperando para tomarmos café da manhã.

Com carinho seu Querido John!

P.S: eu sei que isso faz lembrar o nome do filme.”

Abri minha janela para arejar um pouco o quarto, não tinha aberto-lhe desde que chegara aqui. Resolvi tomar banho. Logo após vesti uma camiseta rosa e uma calça roxa, desci as escadas e vi John e Marcos tomando café da manhã.

– Ah! Olha ai minha cunhadinha!!- provocou Marcos.

– Saiba que eu não tenho obrigação nenhuma de ser gentil com você, seu cenoura ambulante- retruquei. Seu bronzeamente era tão forte que sua pele quase beirava ao laranja.

– Pessoal vamos tomar o café da manhã civilizadamente- tentou apaziguar John.

Sentei na mesa, estava repleta de variadas comidas. Marcos deve ter trago suprimentos para geladeira e com certeza John havia preparado o café da manhã.

– Qual é o plano? - perguntei sem muita enrolação.

– Bem boneca, estava explicando pro John que o cara que mandou te sequestrar fez isso pra te proteger. Ele não deu explicações do que, mas decidiu te contar tudo. É para te levar em segurança até ele, depois de amanhã. Essas foram as instruções que recebi. E é o que vamos fazer - terminou Marcos.

– Isso quem decide sou eu- falei com raiva.

– Não enquanto minha pele estiver em jogo- retrucou Marcos.

– Já conversamos sobre isso- interrompeu John- Vou te dar dinheiro suficiente para fugir do país.

– Só porque nós conversamos não quer dizer que concordei- resmungou Marcos. - Não entende que eles são da pesada, eles me achariam até no inferno.

– E você quer que eu entregue Mary pra eles? - gritou John.

– Você não entende, ele quer ela viva, por algum motivo que nunca vou entender, e me quer morto, o motivo disso é mais fácil entender- retrucou Marcos.

– Mary que vai decidir e ponto final. - John falou firmemente.

– Me dê até a noite para pensar- falei indo para o meu quarto sem tomar café da manhã.

Passei o dia no meu quarto, pensando se deveria ir ao encontro, apesar de saber lá no fundo que ele ia acontecer um dia ou outro. John vinha de vezes em quando saber se eu queria comer algo, mas sempre recusava e pedia para ficar sozinha. E foi assim que foi a minha tarde. Já estava anoitecendo quando uma raiva começou a se apoderar de mim. Quem aquele cara era pra fazer tudo isso comigo? Eu iria aquele encontro e com certeza ele iria me ouvir, e o processaria até arrancar seu último centavo, não pelo dinheiro, mas pelo prazer de lhe deixar sem nada. Nunca senti tanta determinação na minha vida. Desci para contar a notícias para os rapazes.

– Eu vou- falei determinada.

– Tem certeza? – perguntou John.

– Certeza absoluta- falei.

– Ah! Coitada acreditava mesmo que tinha opção- disse Marcos e caiu na gargalhada.

– Cala a boca- resmunguei.

Os dois estavam assistindo televisão, sentados no sofá. Me sentei ao lado de John, o mais afastado possível de Marcos. O celular de John tocou, ele se levantou e foi atender. Enquanto isso Marcos ficou encrencando comigo. Ele colocou a mão na boca e me jogou um beijo, finge que peguei, joguei no chão e pisei em cima. John voltou dando as notícias.

– Eu vou ter que dar um pulinho no trabalho, estão tentando invadir o sistema da empresa- falou olhando pra mim tristemente.

– Quando tens que ir? - perguntei.

– Agora, para chegar lá pela manhã, mas prometo que volto amanhã ao final da tarde- respondeu.

– Por mim tudo bem, eu cuido da loirinha- disse Marcos olhando pra mim.

Estava muito triste, e ainda mais de ficar sozinha com o insuportável do Marcos, não tinha mais medo dele só o que restou foi a antipatia. Não disse mais nada e subi para o meu quarto. Ao chegar, deitei na cama e fiquei observando as estrelas pela janela, tentando conter minhas lágrimas.

Eu não tinha o direito de pedir pra ele ficar, acabamos de nós conhecer. John não tinha nenhum compromisso comigo, iria parecer uma garota mimada implorando que ficasse, e essa era a última coisa que eu era. Também não podia me tornar dependente dele, não sabia se o que nós tínhamos daria certo, e se desse errado? Um profundo vazio tomaria conta do meu coração. Tinha que me afastar de John, até tudo isso acabar. Poderíamos tentar depois, quando estivéssemos no “mundo real”. Era o que tentaria com todas as minhas forças, até resolvermos tudo. Acho que só posso ter transtorno de personalidades múltiplas, não tem outra explicação.

Depois de mais ou menos vinte minutos, John bateu na porta. Logo depois entrou, e estava com uma bandeja de comida, sentou ao meu lado na cama. Sentei e fiquei de frente pra ele.

– Eu preciso ir, se não vai levantar suspeitas. É importante, eles precisam de mim. Não posso atrair a atenção pra você e estragar tudo. Quando a gente entra na empresa eles colocam um rastreador no celular, outro motivo que tenho que ir o mais rápido possível. - falou John, logo se explicando.

– Você não me deve explicações John- respondi friamente.

– Do que você está falando? É claro que te devo explicação. Além do mais, falei com Marcos, ele vai cuidar de você, meu irmão não é tão ruim quanto parece. - continuou.

– Não tô nem ai pra ele, e se você tem que ir o mais rápido possível, o que ainda está fazendo aqui? - resmunguei. É, agora estava parecendo uma pessoa mimada.

– Só vou quando comeres alguma coisa- falou, e senti em seu tom de voz que o tinha magoado. Porém, continuaria firme.

Enfiei um pão de queijo pequeno na boca, e praticamente o engoli.

– Agora já pode ir- falei.

– Mary, por que está agindo assim? - perguntou.

– John por favor, vai logo embora. – falei.

– Quando eu chegar a gente conversa, está bem? - falou melancólico.

– Tá- respondi simplesmente.

Ele me deu um beijo rápido, e saiu pela porta. Estava morrendo de fome, então comi o que ele trouxe. Logo depois, levantei, tranquei a porta do quarto e me deitei. Algum tempo depois ouvi passos subindo a escada.

– Boa noite, boneca. Não vejo a hora de chegar amanhã- gritou Marcos as gargalhadas, antes de entrar no seu quarto.

Acho que tratei John tão mau, pois estava nervosa pelo encontro. E principalmente por ele ter prometido nunca mais me deixar sozinha com aquele encrenqueiro. Aposto que ele nem se lembrava disso, e era o que me deixa com mais magoa dele. Também tinha o fato de esperar até tudo isso acabar, para entendermos melhor o que sentimos um pelo outro. Mas enfim, teria que suportar o Marcos praticamente o dia todinho amanhã. Argh! Isso se sobrevivêssemos passar o dia sem um matar o outro.


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Notas finais do capítulo

Aproveitem meus amores!!



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