It's not a Fairy Tale escrita por Emmy


Capítulo 6
Verdade ou Desafio


Notas iniciais do capítulo

"Se nossos olhares se cruzarem, se o nosso primeiro beijo for aquele que faz o coração acelerar, talvez eu seja feita pra você e você feito para mim."
LaryKramer



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Maryene Lucchese POV

O dia com John foi maravilhoso, estava me sentindo nas nuvens. Na verdade nunca estive tão contente. Um novo mundo apareceu pra mim junto com ele. Não podia mais negar, não tinha mais como negar, e o mais importante, eu não queria mais negar esse sentimento. Estava apaixonada por ele. Que droga! Como isso tinha acontecido? A verdade era que não tinha como não se apaixonar por ele.

Propus o jogo verdade ou desafio, pois queria conhecê-lo melhor e saber se ele sentia o mesmo. É verdade quando John disse que nunca tive um namorado, mas é por que estava esperando a pessoa certa chegar. Parecia que nunca ia acontecer, até ele conseguir me conquistar. Com seu lindo sorriso, seu jeito gentil, seus maravilhosos olhos, o jeito que me sentia segura ao seu lado, sua maneira de falar, sua paciência, tudo isso foi aos poucos me ganhando, até que quando percebi já era tarde demais. Ele me tinha em suas mãos, só ainda não estava ciente disso.

Começamos o jogo, mas como éramos só duas pessoas, a garrafa era dispensável. Tiramos ímpar ou par, para ver quem começava. Eu ganhei.

– Verdade ou desafio? - perguntei.

– Desafio- me olhou provocador.

– Foi você quem pediu, vou logo avisar que não darei moleza- avisei.

– Não se preocupe eu também não- disse sorrindo maliciosamente.

– Vamos começar com o nível fácil. Eu te desafio a fazer um poema pra mim- falei docemente.

– Vamos lá, então- dizendo isso, ele pegou minhas mãos e olhou dentro dos meus olhos e recitou o poema:

“Batatinha quando nasce

Jacaré não tem pescoço

Eu te amo

Tu me amas?

Roubaram meu patinete.”

– RÁRÁRÁ- falei. – Faça um poema de verdade- provoquei.

– Apesar de achar que isso conta como um poema, vou tentar fazer outro- John respondeu rindo.

Ele fechou os olhos, respirou fundo e depois de abri-los recitou o seguinte poema:

" Te via ao longe, mas você não podia me ver

Sem perceber levaste o meu coração contigo

Tinha que controlar minha vontade de esquecer tudo só para ouvir sua doce voz

Quando finalmente nos encontramos a culpa me dominou

Como poderia querer deixar cativo o anjo mais belo

Fui egoísta, pois queria escondê-lo só para mim

A criatura mais bela tinha se tornado o centro do meu universo

Minha razão de viver se tornou fazê-la sorrir

Meu alimento é saber de sua existência

O que me dá forças para levantar de manhã é saber que poderei vê-la

O que sinto é amor em sua forma mais pura,

Quero andar de mãos dadas com ela

Quero sussurrar palavras bonitas em seus ouvidos

Quero colher as rosas mais bonitas para lhe dar

Quero chamá-la para dançar,

Uma dança embalada pela batida de nossos corações

Não importa se ela não sinta o mesmo

Só por estar perto dela me sento privilegiado,

Já que sou um simples mortal ao lado dessa criatura angelical"

Quando percebi meu rosto estava cheio de lágrimas, John acariciou meu rosto para limpá-las. E logo depois se afastou.

– Foi lindo- eu disse simplesmente. - E tenho a impressão que essa tal criatura angelical sente o mesmo- falei não me contendo.

– Tomara que sim- falou abrindo um largo sorriso. - Mas então senhorita, Verdade ou Desafio?

– Verdade- respondi rapidamente. Ainda tinha que me recuperar de seu poema, ele realmente tinha mexido comido. John praticamente tinha se declarado para mim, não podia deixar isso passar em branco. Agora sabia que ele sentia o mesmo por mim. O que nos separava agora?

– Você sente alguma coisa pelo Jared Parks? - perguntou, tirando-me dos devaneios.

Resolvi dar lhe o troco, pelo lance da namorada dele ou melhor ex- namorada.

– Eu acho que ele é o amor da minha vida, na verdade, antes de ser sequestrada ia chamá-lo pra sair. - falei tentando fazer um olhar sonhador.

Foram várias as emoções, que vi passar eu seu rosto. Primeiramente surpresa, depois ciúmes, tristeza e decepção. Não me contive e cai na gargalhada, ele me olhou curioso.

– É brincadeira seu bobo, agora estamos quites- falei ainda rindo.

– Ah é......- falou vindo em minha direção.

Levantei e comecei a correr, corremos praticamente a casa toda antes dele me alcançar. Estávamos os dois gargalhando nas maiores alturas. Quando me alcançou, ele me encostou na parede do hall de entrada, que era onde tínhamos ido parar. Ficamos nos olhando, o céu estrelado como cenário. Ele passou as mãos em meus cabelos, e seu rosto foi se aproximando. Finalmente seus lábios tocaram os meus, abrindo-os devagar, seu beijo começou gentil e depois foi se tornando mais firme, persistente, seus lábios eram macios. Parecia que minhas mãos tinham vida própria, e começaram acariciar seus cabelos, suas mãos agora estavam na minha cintura. Meu coração estava acelerado, minha barriga parecia conter milhões de borboletas, minha cabeça começou a rodar. Queria ficar ali para sempre, mas tínhamos que tomar fôlego, então ele se afastou e ficamos ali rindo e recuperando o ar.

Seu beijo tinha sido pra mim como uma brisa gelada num verão quente, um oásis no deserto, o florescer das flores na primavera. Senti como se houvéssemos só nós dois no mundo, como se pudesse fazer qualquer coisa, como se pudesse voar se quisesse.

John sentou na cadeira de balanço e sentei em seu colo, ansiosa por mais de seus beijos.

Ele me beijou novamente, quando de repente senti uma luz forte em meu rosto. Virei, era o farol de uma caminhonete, Marcos desceu dela.

– Voltei antes do previsto irmãozinho, mas o que significa isso? – gritou para John.

– Entre e tranque a porta do seu quarto, eu vou lá com você assim que puder- John cochichou para mim.

Dei-lhe um beijo no rosto e obedeci. Várias perguntas começaram a passar pela minha cabeça. O que iria acontecer agora? John ia me saltar? Marcos permitiria isso? Será que Marcos era capaz de machucar John se fosse para salvar sua pele?

Sentei na cama abraçando os joelhos, e chorei como uma criança, esperando o que que estava por vir. Era como ver a felicidade escorrer por minhas mãos e não poder segurá-la. Quem diria que eu me apaixonaria por um dos meus sequestradores? Quem diria que ele também pudesse estar apaixonado por mim? Quem diria que isso poderia ir embora tão rápido? Quem diria que esse sequestro me despertaria para a vida?


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Notas finais do capítulo

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