“Mesmo que eu estivesse me sentindo daquele jeito, eu não podia depender apenas de mim mesmo. Depois daqueles pequenos quatro dias, me veio a vontade de, não só procurar expressar aquilo que eu sentia, mas também de relembrar o passado. Eu gostaria de saber se aquelas palavras ainda estariam de pé. Gostaria de saber se eu ainda poderia confiar naquilo que eu acreditava fielmente.”

– Uuwaaaah! – Ayumi levantou os braços acima do corpo espreguiçando-se após o término das aulas. – Que aula cansativa... – disse ela vagarosamente.
– O que você está dizendo, você passou a manhã inteira dormindo novamente. – Reclamava Takeru enquanto guardava as coisas. – Eu vou parar de te emprestar meu caderno, assim você vai ter que achar outra pessoa para te emprestar o caderno.
– Que? Isso não é justo! – Ela fez um pequeno bico com os lábios enquanto falava.
– Não é justo você dormir ai do lado e eu ter que copiar tudo. – Ele reclamou um pouco
– Tá, tá... – Ela disse colocando a bolsa no ombro. – Enfim, lá pelas três nós nos encontramos em frente àquele parque para irmos comer bolo. – Animada ela exibia um sorriso, afinal, aquele era seu lugar preferido. – Yaaay! Bolo! Bolo! – Disse andando para fora da sala.

Capítulo 5 – Aquela Promessa.

Faltava pouco menos de uma hora para irem se encontrar, Ayumi estava olhando diretamente para suas roupas. Certamente não sabia o que escolher para usar. Seu rosto estava um pouco vermelho, devido a lembrar que mesmo apenas tendo o convidado para comer bolo, aquilo ainda era um encontro e pensar naquela ideia a fez ficar um pouco mais nervosa que o normal.

– Que roupa eu devo escolher?! – Ela procurava em seu armário, passando blusa por blusa, calças, shorts e alguns vestidos. – Aaaah! – Ela levou as mãos até a cabeça um pouco desesperada. – Eu não sei o que escolher!

Contudo, por ter ficado naquele dilema por muito tempo, acabou que, quando olhou as horas, viu que estava quase na hora em que já devia estar lá. Por fim, ela olhou para se armário mais uma vez e nervosa, escolheu sua roupa na pressa. Terminando de arrumar-se, ela calmamente olhou no espelho ficando corada novamente.

– Será que ele vai gostar? – Perguntava enquanto se olhava ali e logo ficando toda corada com aquele pensamento batendo no próprio rosto com ambas as mãos. – No que estou pensando, nós só vamos comer bolo. – Assim como uma criança ela escondia o rosto com as mãos. – Eu estou seu sendo muito boba.

Saindo de casa as pressas ela correu até onde haviam combinado de se encontrar. Ao olhar para o lugar viu Takeru a esperando bem onde havia falado e ao se aproximar ela percebeu que este estava a olhando, mas ele não estava falando nada, havia ficado maravilhado com a roupa que ela estava usando. Um leve vestido branco com uma sandália rasteira. Aquilo foi algo surpreendente para si, o que o fez ficar corado.

– O-Oi Takeru-kun. – Ela tentou puxar uma conversa. – Esperou muito?
– A-ah! Oi! – Ele respondeu meio que no susto enquanto seu rosto estava completamente corado ali. – N-não, acabei de chegar aqui.
– Entendo... Então vamos? – Ela perguntou enquanto tinha os braços juntos, com as mãos entrelaçadas a frente do corpo enquanto esperou a resposta dele.
– Vamos... – Ele respondeu calmamente começando a caminhar.

Poucos minutos depois, ambos estavam diante de uma pequena doceria que se chamava Sparks, assim como dizia o grande letreiro que havia em cima da entrada da loja. Entrando no lugar ambos foram bem recebidos e sentando-se a mesa fizeram seus pedidos, como planejado, ambos pediram bolo de chocolate. Os olhos de Takeru correram ao redor do lugar.

– Está igualzinho como antigamente... – Concluiu ele.
– Sim, exatamente igual as vezes que nós viemos aqui quando éramos menores . – Ela disse, completando aquilo que ele havia dito. – Eu acho isso bom, pois consigo pensar que como não mudou, o bolo continua delicioso como sempre. – Em meio àquilo os olhos dela brilhavam.
– Hahaha, você realmente ama esse bolo. – Disse ele soltando uma pequena risada.

Como sempre, era bom relembrar dos tempos antigos, pois daquele jeito, ela conseguia falar mais normalmente com ele. Logo bolo que havia pedido chegou e ambos se colocaram a comer. Ayumi fazia expressões muito felizes enquanto comia este e Takeru ficava rindo um pouco daquilo. Então, ao terminarem de comer o bolo, a garçonete trouxe dois potinhos médios de Parfait que pareciam ser simétricos, entrando uma para cada um.

– Uma sobremesa de cortesia da casa para vocês dois. – disse a garçonete dando um sorriso e voltando para a cozinha da doceria.
– Isso parece muito bom! – exclamou Takeru enquanto começou a comer.

Do mesmo jeito, Ayumi começou a comer enquanto ficava olhando para Takeru. Então, por um momento seus olhos se viraram para uma pequena plaquinha que estava em cima da mesa, com uma frase que lhe chamou a atenção. Nesta plaquinha estava escrito assim:

“Você sabia que comer um Parfait divido em duas partes em potes simétricos pode fortalecer a união entre você e seu amado?”

Aquilo fez os olhos de Ayumi Se arregalarem ficando um pouco desesperada e corada com o que havia acabado de ler.

– Pffffff – Quase cospiu todo o sorvete que tinha na boca, engolindo este rapidamente e dando umas pequenas tossidas. Olhando para Takeru. – T-takeru-kun, você pode ir pegar um pouco de papel para mim?
– O-ok. – Ele se levantou sem entender e foi buscar papel, afinal ela tinha sujado um pouco o braço.

Enquanto ele se levantou ela pegou a pequena plaquinha e escondeu esta no banco ao seu lado. Ao voltar Takeru viu que ela havia terminado de comer o Parfait muito rapidamente e assustado foi entregar o lenço a ela.

– Você foi rápida! – Disse ele entregando o lenço a ela.
– He he he... isso não é nada. – Ela queria desvia sua atenção daquilo enquanto se limpava.

Após comerem, ambos foram para a colina andando. Ayumi ainda tinha no rosto uma expressão corada, contudo estava um pouco chateada. Queria ter usado essa oportunidade para falar com ele um pouco sobre quando eram crianças. E naquele momento, enquanto caminhava ela começou a pensar sobre aquelas coisas olhando de leve para ele. Não sabia ao certo se ele ainda se lembrava daquelas palavras que havia dito. Foram poucas, mas foram palavras que fizeram lhe acender uma pequena chama dentro de seu coração.

Naquele momento, começou a desejar saber se ele ainda se lembrava dos pequenos momentos que passaram juntos, e acima de tudo, começou a querer saber se ele se lembrava das palavras que tinha dito. Queria saber se ele lembrava Aquela Promessa.