Childhood Blues escrita por TheDilusionist


Capítulo 10
Choro de Criança




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/438529/chapter/10

“Enquanto minha meus olhos lutavam para conseguir entender o que se passava ao meu redor, minha mente procurava um saída para toda aquela enorme confusão. Presa sem um turbilhão de emoções, meu coração estava a ponto de delirar com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Era como se aquilo estivesse para se prolongar por um bom tempo ainda.”

Naquela mesma quarta feira, já estava de noite. O por do sol, como sempre estava bonito, contudo, ele também não tinha aparecido naquele dia. Sentada sobre a cadeira em frente a sua escrivaninha, ela olhava o pequeno caderno onde havia um calendário, onde fazia um traço em vermelho a cada dia que havia visto o por do sol. Até então, não tivera deixado de ir nenhum dia. Mas parecia que cada vez que ia, mais as coisas ficavam diferentes.

Não sabia no que deveria pensar e agora aquele pedido vindo de Fujikawa Suzumu estava meio que a fazendo delirar um pouco. Não sabia o porque de não ter conseguido dar a resposta a ele naquele momento. Seu corpo havia se movido rapidamente, saindo pela porta da sala do conselho estudantil e não disse nem uma palavra.

Com aquilo ela levou ambas as mãos ao rosto enquanto fazia o ultimo risco vermelho na agenda que contava aquele dia que fora na colina.

Capítulo 10 – Choro de Criança.

Os olhos fixados no céu que tinha visão da janela da sala pareciam olhos de peixe morto. Não conseguiu dormir quase nada na noite passada pensando em um monte de coisas. Olhou para a carteira de Takeru, mas ainda não o tinha visto. Algumas pessoas lhe perguntaram se sabia onde estava, mas tudo que podia responder era que ele estava doente em casa, assim como pediam para desejar melhoras a ele. Contudo, nem mesmo as mensagens ele estava respondendo e aquilo a fazia ficar um pouco mais deprimida.

Não sabia nem se apareceria no conselho estudantil aquele dia, em vista do que tivera ocorrido no dia anterior. Os minutos da aula passavam vagarosamente assim como sua vontade de ir para casa. Ela estava realmente nervosa e assim que ouviu o soar do sinal, ela pegou suas coisas, decidida a ir para casa, afinal, não conseguiria falar com Suzumu da maneira que estava. Contudo assim que saiu da sala, o presidente do conselho estava ali a aguardado.

– O-ola Takemiya-san, eu preciso falar com você – ele disse de maneira calma enquanto os outros alunos iam saindo.
– Hai... – Ela respondeu timidamente, enquanto aproximou-se dele para segui-lo.

Não disseram nenhuma palavra até chegarem à sala do conselho estudantil. O rosto de Ayumi estava completamente corado e as mãos estavam juntas na frente do corpo, uma apertando a outra com força para tentar cessar o nervosismo. Assim que entraram na sala, Suzumu fechou a porta ficando ainda de costas.

– Desculpe-me por ter sido tão repentino ontem... – ele começou a falar calmamente. – eu peço que esqueça o que eu pedi ontem, eu fui muito precipitado. – Ele terminou
– ... hai... – Ela respondeu olhando para ele. – E-eu...

Porém naquele momento Suzumu havia se virado caminhando rapidamente até ela que estava próxima a mesa, segurando-a de leve no braço enquanto permaneceu olhando-a nos olhos. A face de Ayumi ficou completamente vermelha com aquilo.

– Mas, eu realmente estava falando sério sobre aquelas palavras, mesmo que não seja agora, eu não desistirei de você, mesmo que esteja apaixonada por outro. – ele declarou, soltando-a e então sentando no sofá.

Ela resolveu não dizer nada sobre aquilo. Apenas disse que ia sair mais cedo e foi andando na direção de saída do colégio. Os passos rápidos ditavam um pouco seu nervosismo até que saiu pelos portões da escola. Passou a andar calmamente, os olhos voltados para baixo olhando seus próprios pés. Pegou o celular, mas não havia nenhuma resposta de Takeru. Resolveu caminhar na direção da colina, pois estava quase na hora do sol se por. Aquele dia não estava tão quente então aquela podia ser uma boa ideia para firmar seus próprios pensamentos.

Os passos que usava para subir a colina eram pequenos, já que não queria se cansar, e cada vez que subia, conseguiu sentir a brisa que continuamente passava por ali. Aquele era um dos lugares mais frescos da cidade e de certa forma, ela amava aquele lugar, tanto por ter estado em sua infância, tanto pelo quão agradável era fica ali. Contudo, assim que chegou ao topo os olhos dela se abriram mais ao ver uma pessoa de pé na grama onde se sentava para ver o por do sol.

–Ta..keru... – ela pronunciou enquanto dava pequenos passos se aproximando.
–...Ayumi. – Ele ficou com os olhos bem mais abertos enquanto a via se aproximar. – você não tinha que aj...

Não conseguiu terminar suas palavras, sentindo um tapa sobre sua face que o fez virar completamente o rosto enquanto os arregalados olhos, se franziram, cerrando os dentes em seguida um pouco nervoso. Contudo mais uma vez seus olhos se arregalaram ao senti-la abraçando-o enquanto afundava o rosto em seu peitoral chorando desesperadamente. Naquele momento, ele sentiu uma profunda pontada em seu peitoral.

– N-nunca mais suma, Baka! – Ela exclamou em meio ao choro apertando a face contra o peitoral dele.
– Me desculpe... – Ele respondeu enquanto, mesmo com olhos tristes fez um pequeno sorriso nos lábios. Aquilo era tão angustiante, porém tão confortável. Então ele levou a mão até a cabeça dela onde afagou os cabelos dela por alguns instantes. – Vamos, pare de chorar, você parece uma criança assim. Olhe, o sol está começando a se por.
– Calado, eu te odeio – ela o respondeu enquanto tentava parar de chorar. Virou a face na direção do final da cidade onde o sol começava a se por. Colocou a mão sobre o peitoral dele o afastando um pouco.

Ela abriu bem os olhos enquanto ainda via tudo meio embaçado por causa do choro e então ao olhar para o lado o viu sentar-se na grama. Ela logo fez o mesmo, encolhendo as pernas e abraçando ambas enquanto colocou a cabeça próxima aos joelhos. Os pequenos olhos que agora já havia parado de lacrimejar fixaram-se no horizonte enquanto sentiu que em seu peito, um grande peso havia sido liberado. Como se aquelas lagrimas tivessem carregado grande parte de sua angustia. Como se tudo tivesse sido levado por seu Choro de Criança.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Childhood Blues" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.