Lilian e James - o 7°ano escrita por Swiper


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Oi gente vocês ainda se lembram de mim? Prazer, Swiper.
Eu sei, eu sei, muito tempo né. Desculpem, é que eu estou em uma rotina mais puxada esse ano, com muito estudo e realmente me dedico a isso. Então me desculpem e espero que aproveitem.
Boa leitura!



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Lily.

Nas semanas seguintes, eu e James fomos o assunto principal de toda Hogwarts. As pessoas ficaram surpresas com o meu noivado precoce e o de Alice e Franco, mas nós dois éramos mais improváveis que isso acontecesse, afinal passamos 6 anos brigando. Realmente muitas garotas ficaram decepcionadas, o que eu não pude deixar de não ficar satisfeita, apesar delas ainda ficarem olhando ele descaradamente.

Nessa última semana, Dorcas começou a namorar um garoto da Corvinal, Jason. Sinceramente fiquei surpresa com Dorcas, ela não é muito de namorar, mas devo dizer que ela escolheu bem. Inteligente, bonito e educado. Era quase um James da minha vida, mas não era atleta e nem... bom... James. Jason tinha cabelos ruivos como o meu, olhos verdes e uma estatura um pouco baixa para os garotos, mas ainda ficava uns quatro dedos maior que Dorcas.

Minha situação com James não podia estar melhor. Posso dizer até que tudo está perfeito.

– E aí, minha linda – disse James ao beijar minha bochecha e passar o braço pelos meus ombros – Quer saber uma novidade?

Estava saindo da última aula de sexta-feira e estava totalmente cansada. Estava saindo da sala quando James chegou.

– Hum?

– Estou mais desejado que nunca. Nada mais legal que um garoto jovem comprometido, as mulheres caem em cima.

– O que você tá querendo? Divórcio?

– Eu nunca, minha Lily linda do meu coração – ele disse isso intercalando suas frases com mais beijos na minha bochecha.

– Ai, chega, James.

– Só estava comentando algo interessante, não queria lhe deixar com raiva – disse com aquele sorriso maroto.

– Sei, me dá só um instantinho, acho que o Amos Diggory está me chamando.

– Não, o que é isso, ele pode vir aqui falar com nós dois – disse ele me abraçando mais.

– Sei, agora dá para você me beijar de verdade.

– A última palavra é sempre minha. Sim senhora.

James olhou para os lados e me levou para um corredor que quase ninguém usava.

Ela segurou meu rosto sorrindo e me beijou. Eu joguei minha mochila no chão e coloquei minhas mãos em seu pescoço. James era hábil nessa arte e eu adorava. Suas mãos passeavam pelas minhas costas enquanto aprofundava o beijo. Aquilo era uma sensação ótima que não se pode descrever. Apenas sabia que aquilo era o certo.

A única dúvida que eu tive foi quando a mão dele chegou mais embaixo.

– Hey – disse, ofegante, o empurrando.

Ele também estava com a respiração descompassada e parecia meio zonzo e perdido.

– O que? O quê?

– Pode me chamar de careta, mas não gosto que suas mãozinhas fiquem passeando por essas áreas.

– O quê? Foi por causa disso? Mas, mas, nós não somos noivos?

– Isso não significa que precise descobrir novos lugares.

– Você sabe que uma hora eu vou.

Eu fiquei totalmente vermelha com essa afirmação. Não que isso já não estivesse passado rapidamente pela minha cabeça, mas agora parece tão próximo que me assusta. Foi quando realmente eu percebi o que ia acontecer.

Nossa. Eu vou me casar!

Pus uma de minhas mãos sobre a face e fiquei olhando para ele.

– O que foi?

Balancei a cabeça e minha mochila.

– Vamos voltar para o Salão Comunal.

– Mas aqui estava tão bom.

– James.

– Mas...

– James!

– Sim senhora – disse ele abrindo os braços e revirando os olhos.

Só para não ficar um clima pesado eu o deixei passar seu braço sobre meus ombros e voltamos.

– Oi Pontas, até que enfim, hein. Estava aproveitando o tempo livre não é? – disse Almofadinhas com aquela piscadela irritante.

Eu passei por ele e dei-lhe um tapa na cabeça. Sentei em uma poltrona perto das minhas amigas enquanto James conversava com os marotos.

Então meus pensamentos voltaram àquele corredor. Realmente James não fez nada demais, vendo a condição que estamos, noivos. Claro que um dia acabaremos deitando na mesma cama, pagando as mesmas contas, talvez até teremos filhos. Eu sempre sonhei em formar uma família, mas isso nunca me pareceu tão próximo quanto esse dia. E nunca me pareceu tão assustador e interessante quanto esse dia.

Não sei se vai ser estranho, se vai ser bom, se vai ser muito diferente do que imagino. Apenas espero que me faça feliz

– Lily? Está aí?

– Ahn? Desculpe, estava distraída.

– É, eu percebi – disse Marlene.

– Estávamos falando do passeio de Hogsmeade amanhã. Você e o James vão para algum canto especial? – perguntou Dorcas.

– Não sei, eu – então me lembrei do corredor e voltei a ficar vermelha – Acho que sim.

– Por que está vermelha? Está com febre? – perguntou Dorcas.

– Não, Dorcas, isso aí é outro tipo de febre.

– Marlene! – dissemos eu e Alice.

– Que é? Estou mentindo?

Revirei os olhos e tentei me livrar dos pensamentos. Até que deu certo, enquanto eu eu me distraia com aquelas malucas, mas não deixei de pensar nisso quando fui dormir.

Na manhã seguinte, acordei com Marlene e Dorcas arrancando meu cobertor.

– Vamos lá, garota, hoje é dia de se divertir – disse Alice toda sorridente.

– O passeio à Hogsmeade, não é?

– Isso, se levanta que hoje vai ser um dia bom.

Levantei-me preguiçosamente e fui tomar um banho para me livrar do sono. Depois de vestida, penteada e perfumada, desci com minhas amigas.

– Então Lily – disse Marlene enquanto andávamos para o Salão Principal – Eu não perguntei ainda, como está se sentindo? Sabe por estar noiva?

– Estupidamente entusiasmada – eu ri – Mas também um pouco nervosa.

– Ah sim, vai começar a dormir na mesma cama não é? Talvez fazer umas coisinhas a mais.

– Marlene!

A idiota riu descaradamente.

– Você é muito pervertida, Marlene – comentou Dorcas.

– Lilly – James me chamou com um sorriso no rosto.

– Bom dia.

– Ei meninas, será que eu posso roubar a Lily um instante?

– O quanto quiser – implicou Marlene, mas acabou levando um beliscão de Alice.

James ficou meio confuso, mas tratou logo de me arrastar para um canto do Salão antes de partirmos para Hogsmeade.

Ele segurou minhas mãos e ficou olhando para o chão por um tempo. Vê-lo assim era tão estranho que suspeitei que algo ruim tivesse ou fosse acontecer. Ele entortava a boca e fazia algumas caretas ainda não olhando para mim.

Enfim ele levantou a cabeça e fez uma pergunta bem inesperada.

– Você está com raiva de mim? Sabe, por causa de ontem.

– O quê? Não, James, claro que não.

– Ufa, já estava ficando preocupado.

– Tudo bem James, só não estou acostumada que... sabe... agarrem minha bunda.

– Ok, ok, agora em diante só tocarei sua mão.

Eu ri.

– Ok, não precisa ser assim, também.

Fiquei de ponta de pé e joguei meus braços em torno de seu pescoço e o beijei. As mãos de James foram parar na minha cintura enquanto me puxava ainda mais.

Quando percebi, o beijo tinha se tornado um pouco intenso demais para o lugar em que estávamos. Cheia de vergonha, me separei de James, que ficou meio confuso.

– Está cheio de pessoas aqui, James, vamos mais devagar.

James suspirou desapontado – Pessoas. Que tal irmos para um lugar mais afastado da multidão quando estivermos em Hogsmeade?

– Claro, eu ia me sentir meio enjoada na Madame Puddfoot.

– Concordo – disse James sorrindo.

Os professores chamaram os alunos e todos se moveram.

Ao chegarmos em Hogsmeade, percebemos um clima tenso. As lojas e bares estavam abertos, pessoas riam, crianças brincavam, mas era perceptível o número de bruxos protegendo o vilarejo.

– Que sinistro – disse Sirius – Parece que estão esperando um ataque a qualquer momento.

– Bem, estamos em tempos perigosos – disse Dorcas.

– Bem, eu sei me defender, Lily sabe se defender e agora vamos nos separar. Com licença.

Eu ri com sua fala e o segui enquanto ele ia me levando para uma área afastada, espaçosa e com um lago mais a diante. Próximo a esse lago havia um banco de madeira.

– Aqui fica bem melhor depois que o gelo derrete. Mais bonito.

Ele sorriu e nós fomos nos sentar no banco olhando para a água totalmente transparente do lago. Ficamos em um silêncio confortável até eu decidir perguntar.

– O que você acha de tudo isso?

– Isso o quê?

– Sabe, ficarmos noivos. Por mais que eu esteja feliz, ainda tem uma parte de mim que acha que somos muito jovens.

– Lily - James se ajeitou no banco ficando de frente para mim e olhou bem no fundo dos meus olhos - Eu amo você e não acho que amarei outra pessoa a não ser você. Tanto faz para mim me casar agora ou depois, sempre vou sentir o mesmo. O problema é que não temos o luxo de ter muitas expectativas para o futuro. Vamos lutar? Sim. Vamos nos defender para vivermos com dignidade? Sim, mas esse mundo está muito perigoso agora e podemos morrer a qualquer instante. Então, para que esperar se nosso futuro é tão incerto?

Diante do seu desabafo não consegui falar nada. Eu sabia dos perigos que nos rondavam, sabia que depois que saíssemos de Hogwarts tudo ficaria mais difícil e que poderíamos não ter uma chance de nos casar adequadamente. Claro que eu sabia disso tudo, mesmo assim...

– Eu não estou lhe forçando a nada, Lily – continuou James – Tanto faz para mim me casar com dezessete ou com trinta. Só estou expondo minha opinião.

Fiquei um bom tempo absorvendo suas palavras e quanto mais eu pensava, mais lógica elas pareciam, mas apesar de tudo, eu ainda me sentia uma criança. Me sentia um pouco despreparada para tudo o que ocorreria.

Entretanto meu fluxo de pensamentos foi interrompido quando ouvi gritos e explosões.

– O que foi isso? – perguntei amedrontada para James.

– Acho que estamos sendo atacados.

– Comensais?

– Acho que sim.

– Então vamos.

Levantei-me rapidamente do banco sendo seguida por James. Corremos de volta à rua principal e encontramos caos instalado naquele lugar.

Homens vestidos de preto atacavam o vilarejo enquanto moradores, guardas e alunos tentavam revidar e sobreviver. O chão já estava cheio de corpos, alguns estáticos e outros agoniando.

Pela primeira vez eu vi um comensal da morte e também pela primeira vez vi alguém morrer na minha frente. Era uma aluna do terceiro ano e foi atingida pela maldição da morte. Sempre ouvi falar sobre cenários de batalhas, mas nunca me pareceram tão real, tão horrível e tão assustador.

Ao meu lado James conjurou o protego quando percebeu um raio amarelo vindo até nós. Foi aí que despertei e comecei a ficar atenta para poder sobreviver.

Logo eu e James estávamos um cobrindo o outro enquanto tentávamos ajudar o máximo de pessoas ali. Gritos e explosões ensurdeciam meus ouvidos e sentia meu sangue gelar, mas me negava a ficar parada. Entre tantos feitiços lançados, percebi que acertei alguns comensais, mas vários outros apareciam.

E tudo se repetia, feitiços, maldições, corpos caindo, sangue, feitiços, comensais, sangue.

Então uma pessoa aparatou de frente para nós. Ele não usava máscaras como os comensais, vestia-se de preto e tinha uma face assustadora, tinha olhos de cobra e não possuía nariz.

Foi nesse momento que conheci o verdadeiro pavor. Essa pessoa era o próprio Voldemort.

Sem pestanejar eu e James começamos a lutar contra ele. Talvez estivéssemos loucos, talvez em um estado agudo de idiotice, mas sabíamos que teríamos que lutar contra o inimigo número um do mundo bruxo.

Então nós dois começamos a duelar contra Voldemort e o que mais me surpreendeu foi que conseguimos não sermos mortos no instante seguinte. Um pouco inconscientemente, criamos uma tática para tentarmos sair vivos, enquanto um atacava o outro e o outro defendia e vice versa. E na melhor oportunidade os dois atacavam. Era simples, mas parecia funcionar contra Voldemort, pelo menos nos primeiros minutos do duelo.

Voldemort começou a ficar com raiva e logo seus feitiços eram lançados mais rapidamente e eram cada vez mais poderosos. Foi, também, pela primeira vez que temi verdadeiramente pela minha vida e a de James. Algo dentro de mim sabia que se ficássemos mais tempo ali iríamos ser mortos.

Então, quando Voldemort lançou sua maldição no mesmo instante que nós, em um gesto de total desespero. Os dois feitiços colidiram e ouve um clarão enorme. Foi a distração perfeita.

Agarrei a mão de James e aparatei para o local mais seguro possível naquele momento, os limites de Hogwarts onde não tinha mais os feitiços protetores.

Quando bati meus pés novamente no chão, minhas pernas ficaram moles e desabei no chão, totalmente apavorada. Percebendo o quão perto da morte eu estava, senti uma leve tontura e enjoo. Naquele local vários alunos estavam ali. Muitos pensaram o mesmo que eu e assim que chegaram, foram correndo para dentro das propriedades da escola. Os alunos que ficaram no colégio ajudavam seus amigos que chegavam ou aqueles que estavam feridos.

– Santo Merlim.

Passei minha mão no rosto e percebi James ao meu lado deitado de frente no chão. Mas algo estava errado, muito errado. Pois um líquido vermelho escorria do corpo dele e não era pouco.

Senti meu coração se apertar e grossas lágrimas começaram a se formar e cair. Temendo o que eu fosse encontrar, com as mãos trêmulas, virei o corpo de James.

Assim que vi as marcas, comecei a gritar. Um som estridente e totalmente agonizante. No corpo de James havia um corte enorme que vinha desde o final do pescoço e ia até suas costelas esquerdas e o pior de tudo era que James estava perdendo sangue rapidamente. Seus lábios estavam brancos e os olhos estavam semicerrados, beirando à inconsciência.

– James – gritava desesperada – James!

Mas era como se ele não escutasse, não me ouvisse o chamando. Eu tentava estancar o sangue, mas não parecia adiantar. Era simplesmente horrível.

Rapidamente os alunos começaram a vir para perto e dois deles levantaram James. Assim que fizeram isso, me levantei rapidamente temendo ficar longe dele. Eles correram para a ala hospitalar e entraram gritando por madame Pomfrey. Então tudo começou a correr mais devagar que meu coração podia aguentar. Via em câmera lenta, os garotos colocando James na maca e madame Pomfrey examinando as feridas. Eu chorava continuamente até a enfermeira me viu e pediu que me tirassem dali, mas eu não podia aceitar. Eu esperneei, gritei e chutei enquanto os garotos tentavam me arrastar.

Eles ainda tentavam me segurar quando escutei uma voz conhecida.

– O que está acontecendo aqui? – perguntou Nick que me olhou horrorizado – Você foi ferida, Lily?

– Foi James, ele está morrendo e não me deixam ficar perto dele - eu gritava e me contorcia contra os braços que me seguravam.

Nick se aproximou e pediu aos garotos – Deixem ela comigo, está tudo bem, precisam de vocês de novo lá fora.

Eles me soltaram, mas assim que tentei invadir a ala hospitalar, Nick me segurou pelos ombros e me fez olhar para ele.

– Tudo bem, Lily, está tudo bem. James vai sair dessa, ele está nas mãos de madame Pomfrey, esqueceu? Ele vai ficar bem. Ele vai ficar bem.

– Eu estou com medo – disse com a voz embargada.

– Eu sei, Lily, eu também.

Assim, eu o abracei e chorei em seu ombro, sem saber o que fazer. Nick apenas ficou ali me suportando e acariciando minhas costas. Eu nunca fui muito próxima de Nick, ele era amigo mesmo da Marlene, mas naquele instante, eu agradeci de todo meu coração por ele estar ali.

– Você sabe da Marlene? – ele perguntou.

– Não, ela estava com Dorcas, eu e James nos separamos deles – eu disse chorosa.

– Tudo bem. Você quer se limpar? Quer que eu te leve para o Salão Comunal?

– Uhum.

Desse modo, Nick me levou até o salão da grifinória e pediu que uma menina ficasse comigo, mas essa pessoa era Catherine, a garota que também gostava de James. Eu me senti incomodada e desconfortável, mas ela, ao contrário do que pensava, foi gentil comigo. Me fez entrar debaixo de um chuveiro e depois ficou sentada ao meu lado no sofá sem falar nada. Apenas ficou me fazendo companhia enquanto esperava ter notícias de James ou de qualquer um dos meus amigos.


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Notas finais do capítulo

"Armaria nam, a pessoa posta há não sei quanto tempo e quando posta é desgraça."
Pois é.
Calma, calma, vai melhorar!



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