Lilian e James - o 7°ano escrita por Swiper


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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No dia seguinte ao acontecimento um pouco estranho, tratei logo de tentar ajeitar as coisas com Lily. Ela não podia achar que não estava mais interessado nela, porque eu ainda estava. Mais do que interessado, estava totalmente apaixonado por ela.

– Calma, Romeu, ela deve entender – disse Aluado quando desceram para ir tomar café.

– Romeu?

– É um personagem de uma história que é loucamente apaixonado por uma garota.

– E no final eles ficam juntos?

– Bem... – Aluado fez uma careta – De certa forma.

Aquilo não tinha ajudado muito, mas talvez Lily realmente entendesse que eu não gostava de Cath.

No Salão Principal, já comendo mingau de aveia, avistei Lily. Ela estava rindo com suas amigas, mas era perceptível que estava triste.

– Droga, será que ela está triste por minha causa? – perguntei para Rabicho.

– Ela não parece estar triste, até está sorrindo.

– Você não percebe, ela está triste sim, o sorriso dela não está tão aberto.

– Pontas, é você o apaixonado, não eu. Vai falar com ela.

– Você está certo, eu vou.

Levantei-me e me direcionei para Lily.

– Oi Lily.

– Oi – disse com aquele sorriso que não parecia ser verdadeiro.

– Er, sobre ontem eu...

– James – ela me interrompeu ainda sorrindo – A vida é sua, não tem que me dar explicações e eu espero que seja feliz com ela.

– Mas Lily...

– James – disse Lily tocando meu braço.

Só com aquilo ela me fez calar. Eu queria dizer tantas coisas para ela, explicar tantas coisas tanto do passado como do presente. Queria me explicar sobre o beijo que Cath havia me dado. Queria dizer o quanto a amava. Mas só com aquele olhar ela me calou. Era incrível o poder dela sobre mim e ela ainda duvidava que eu não gostava mais dela.

Ai. Como mulheres são complicadas.

Mais tarde naquele dia, depois de sair da aula de herbologia, enquanto andava por um corredor deserto, encontrei com Ranhoso. Na verdade, acho que ele mais me encontrou do eu a ele.

– O que você fez à Lily? – perguntou Ranhoso com a maior cara de desprezo e raiva.

– Como assim?

– Quando eu a vi no corredor, ela estava triste.

– Ah, ótimo. Você percebe que Lily está triste.

– Diga logo, seu imprestável.

– Não devo explicações a você.

– Quando se trata de Lily, deve sim – disse Ranhoso. Quando ele falou aquilo, senti uma coisa esquisita. Um pouco de ciúmes, nojo, ódio, pena, entre outras coisas.

– Só que você se esqueceu que ela não liga mais para você – disse com tom de desprezo.

Ranhoso se aproximou ameaçadoramente. Eu nunca iria admitir, mas aquele garoto sabia como meter medo em alguém. Claro, ele tinha aqueles cabelos sebosos, o nariz de gancho e aparência macilenta, mas ele estava mergulhado de magia das trevas, ou seja, devia conhecer feitiços horríveis. No entanto, eu era um grifinório e não era covarde. Me firmei e correspondi ao seu olhar.

– Não me importo se Lily liga ou não para mim. Se souber que fez alguma coisa à Lily eu...

– Eu não fiz, seu grande imbecil.

– É bom mesmo.

E antes que eu pudesse retrucar, ele saiu. A raiva interna em mim explodiu. Tentei controlá-la, contorci os dedos das mãos, grunhi, arranquei fios do meu cabelo, mas não consegui me conter. Joguei meu livro de Herbologia no chão, gritei e esmurrei os muros.

Era extremamente angustiante ter que se sentir culpado por uma coisa que não era sua culpa, ter que ficar atrás da garota que você gosta para tentar explicar o ocorrido e ela nem querer ouvir, sem falar do sujeitinho quase comensal da morte que a qualquer momento pode te atacar por trás por ter feito algo ruim com a ex-amiga dele.

– Argh.

Balancei minha cabeça e deu alguns pulos. Depois de me sentir um pouco mais relaxado, peguei meu livro do chão e caminhei para o Salão Principal para jantar. Sentei com os marotos, mas infelizmente Lily havia arrastado Marlene, Dorcas e Alice para um pouco mais longe.

– Que droga. Até quando ela vai me evitar?

– Calma, Pontas – disse Aluado – Fale com calma com ela e ela vai entender.

– E procure ir falar com ela em um momento que ela não possa recusar – aconselhou Rabicho.

– Vocês tem certeza?

– Claro.

Decidido a conversar com Lily, depois do jantar, esperei um pouco para ter certeza que Lily já fosse para o Salão Comunal. Depois de alguns minutos, fui para lá.

Quando cheguei, logo a avistei sentada junto às suas amigas e ela ainda continuava triste.

– Olá, será que eu posso falar com Lily um instante? – perguntei para as meninas.

– Claro – disse Alice sorridente. Eu adorava Alice, ela sempre foi a favor de mim e Lily.

Marlene e Dorcas também saíram, deixando uma Lily desconfortável no sofá. Aproximei-me e sentei ao lado dela.

– Então – comecei.

– Então.

Um silêncio desconfortável se instalou entre nós. Mas qual é? Como você pode saber o que fazer numa situação dessas?

– Bem, eu – continuei – Queria explicar sobre o que aconteceu ontem.

– James, você não precisa me explicar nada – disse Lily. Ela não parecia brava ou irritada, apenas triste. O que era horrível. Se Lily estava tão magoada por algo a ponto de não explodir de raiva, era porque a situação era séria.

– Mas eu quero explicar. Vou me sentir um cafajeste se não explicar.

– James...

– Não. Você vai me escutar.

Lily fez uma careta, mas não objetou.

– Olha a Cath, er, Catherine foi que me beijou. Ela pediu para falar comigo a sós e depois me beijou.

Lily continuou quieta.

– Ela é minha companheira há muito tempo. Ela é muito legal e uma ótima batedora, além de muito confiável.

Lily revirou os olhos.

– Não, não revire os olhos, não estou aqui para falar só disso. Olha, ela é tudo isso e é por isso que eu sei que ela não fez aquilo por maldade. Ela realmente devia gostar de mim, mas eu fui um pouco cego em relação a isso. Eu realmente não esperava.

– Mas você não se afastou quando ela fez isso.

– Fala sério, você nunca ficou paralisada por algo que te surpreendeu demais?

– Uhm, já.

– Foi isso o que aconteceu comigo.

– O.k, eu entendo, não vou ficar brava. Você provavelmente deve estar gostando dela agora, tudo bem, eu estou feliz por vocês e eu...

– Lily – esbravejei – Você não entende? A única pessoa que eu gosto é você. A única pessoa que amo é você. Eu odeio te ver triste e nem tente negar, porque eu te conheço. Não consegue ver? A pessoa que quero namorar é você.

Lily arregalou os olhos e abriu a boca, mas nada saiu de lá. Ela provavelmente estava tentando falar alguma coisa, mas não saía nenhum som. Então ela lentamente se levantou. Ela engoliu em seco e começou a se afastar e logo havia disparado para seu dormitório.

Quanto a mim? Fiquei com o coração partido e com a maior cara de cachorro abandonado. O mais vergonhoso foi que eu só vim perceber que tinha plateia quando Almofadinhas pôs sua mão no meu ombro.

– Não desista amigo. Ruim com elas, pior sem elas.

Com pesar, abaixei minha cabeça e grunhi. Logo outras mãos bateram de forma consoladora no meu ombro dizendo coisas como : “Você consegue”, “Seja homem, persista”, “ Não corra mais atrás dela, procure outra”, “Eu estou disponível se você quiser”.

Sentindo-me horrível, subi para o dormitório e me enterrei nas cobertas esperando que meu sonho fosse melhor que a realidade.


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Notas finais do capítulo

E aí??



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