Após remover grande parte da pele, não muito bem, devo admitir, arrumei o fogo para que eu pudesse preparar um bom assado, claro que eu tentava conservar tanto a raposa como a comida já preparada da melhor forma possível, mas nem sempre era possível, ocorrendo que eu precisava colocar partes do animal fora. Os ossos maiores eu usava para fazer pontas para as flechas, afinal, a madeira estragava muito facilmente e perdia o fio muito rápido e eu não possuía um tempo diário reservado para afiar facas ou flechas.
Quando voltei a caminhar, dentro de dez minutos, ouvi vozes e o crepitar de uma fogueira. Segui no sentido do som que eu ouvia. Quanto mais perto chegava, mais corria. Então lembrei que não havia apagado a fogueira. Pouco me importava. Era a primeira vez que eu ouvia vozes em semanas. Avistei uma garota. Ela era morena. Andava como um menino de cabelos castanhos que possuía uma menininha loura no colo. Armei minha flecha e eles me viram.
Indaguei de onde viam. A menina morena olhou para o garoto e ele apontou para mim com a cabeça. "De onde você vem?", perguntou ela. "Estamos em maior número, e, pela determinação com a qual segura o arco, não é muito experiente." Atirei a flecha encostando nele e armei outra. "Tenho certeza de que sei mais de meu arco do que você sabe de qualquer arma.", a garota calou-se. "Somos de Kureth, perdoe a minha irmã, eu sou Kameron. E você é?", atirei-lhe uma cara curiosa. Kureth? Já havia ouvido falar desse lugar. Pat possuía parentes lá. "Sou Georgia, de Maryon".