POV (Carol)

Acordei mas permaneci com os olhos fechados, minha cabeça parecia que ia explodir a qualquer momento. Sentia a respiração quente de Daryl batendo contra meu pescoço, seus braços me prendiam a ele de forma possessiva. Eu o amo, tenho certeza que o amei desde que ele a trouxe de volta. Ele me faz feliz, eu digo... Realmente feliz, estar com ele não é como uma obrigação, isso é muito novo para mim, já que minha idéia de felicidade era não estar sozinha. Amar Ed era um costume, não era real e eu tenho pensado muito nessas coisas ultimamente, e muitas das vezes, eu acabo chegando a conclusão de que meu sentimento por Daryl é a coisa mais real que ja senti em toda minha vida.

Senti os lábios de Daryl tocando meu pescoço com leves beijos, ele passou a ponta dos dedos em meu braço em uma caricia suave, enquanto alternava bejos entre meu ombro e pescoço. Me virei e colei meus lábios aos dele, dando inicio a um beijo calmo. Suas mãos deslizaram sobre o lençól branco, fazendo o mesmo cair no chão e revelar meu corpo totalmente nú.

. . .

Tomei um gole do café enquanto folheava as páginas de algum livro velho. Daryl havia ido para a fazenda e Sophia estava com Beth e Lizzie na cidade. A imagem de Merle me veio a mente, parei de ler por alguns segundos e, me peguei pensando no que poderia ter acontecido. Estremeci ao pensar na possibilidade de Ed ter feito isso, sabendo que isso não tinha passado despercebido por Daryl ou Rick. Já tinham passado duas semanas desde que o homem foi encontrado quase sem vida. Daryl não fala sobre isso comigo, ele diz que não quer me encher com seus problemas, mas eu sei que isso tem haver com o fato de que meu ex marido seja um dos principais suspeitos.

– Alguém em casa? - Lori pergunta entrando. Sorrio ao vê-la. - Bom dia.

– Bom dia. - Respondo sorrindo.

– Onde está Sophia? - Lori pergunta olhando em volta.

– Na cidade com Beth. - Digo e ela faz uma careta. - O que?

– Minha sobrinha está me trocando. - Ela fala e eu rio. - Agora ela não sai mais daquela fazenda.

– Deixe de bobagens. - Digo fechando meu livro e colocando no sofá. - Como está?

– Bem. - Ela fala olhando para o livro. - Quantas vezes já leu isso?

– Lori. - Ela me olha e suspira pesadamente.

– Ele me odeia... Eu disse que tava grávida e ele não apareceu em casa durante três dias. - Ela diz olhando para os próprios dedos.

Fico calada, não sei o que dizer na verdade. Decido que o melhor a se fazer é deixa-la desabafar.

– Eu acho que já me conformei... Sabe... Eu fico esperando ele pedir o divórcio ou dizer algo do tipo: "não é você, sou eu". Mas nós chegamos a um ponto em que nem nos falamos mais. - Lori passa a mão por uma lágrima solitária que escorre por sua bochecha. - Eu o amo tanto, Carol... E eu estou me sentindo tão vazia, como se nada fosse preencher o buraco que ficaria em meu peito caso ele me deixasse.

Ouço os soluços de Lori, e fico me perguntando o que deveria fazer. Repasso várias frases de consolo por minha mente, mas nenhuma me parece boa o bastante para uma mulher grávida e com o casamento quase no fim. Minha mente viaja até um certo caipira de olhos azuis, sei que deve ser pelo o menos egoísta pensar em Daryl com minha melhor amiga aos prantos mas... Um medo absurdo toma conta de mim, ao pensar na possibilidade dele me deixar.

Envolvo meus braços ao redor de Lori, na esperança de poder consola-la.

POV (Daryl)

Merle olha para mim e depois para sua mão amputada, ele passa os olhos pelo o quarto, sua testa franzida e seus dentes serrados. Posso ver raiva e medo em seus olhos.

– A quanto tempo... Quanto tempo estou aqui? - Pergunta em um sussurro.

– Pouco mais de duas semanas. - Digo e o olho com calma. - Você se lembra de algo?

Merle fecha sua única mão boa em um punho, ele aperta os olhos e então sussurra algo que não consigo entender.

– Não. - Ele fala.

Antes que eu pudesse perguntar mais alguma coisa, uma enfermeira entra no quarto dizendo que meu irmão precisa descansar.

sai do hospital e segui para a fazenda. Não paro de pensar em quem poderia ter feito isso, Merle sabe de alguma coisa... Por que ele teria medo de dizer? O que seria tão ruim a ponto de fazer meu irmão temer algo?

Paro o carro e posso avistar Hershel e Otis perto de um dos poços de água.

– Daryl. - Ele vem até mim sorrindo. - Eu já soube.

– É... - Dou um meio sorriso.

– Como ele está? - Pergunta começando a andar.

– Acho que ele está escondendo algo... - Falo sem olha-lo. - Isso não deve ser bom.

– Por que acha isso? - Ele pergunta.

– Não sei Hershel... Talvez Rick tenha alguma coisa, vou passar na delegacia depois.

– É coisa da sua cabeça filho. - Ele sorri dando uns tapinhas em meu braço. - Merle está bem, pare de pensar em bobagens e venha nos ajudar.

Não respondo nada, sigo ele até o poço aonde Otis e mais um homem discutiam por algo.

– Otis encontrou isso essa manhã. - Ele diz apontando para a carcaça de um dos cavalos de Hershel... Ou pelo o menos o que restou do animal. - Não sabemos como foi parar ai... Não acho que essas malditas cercas estão ajudando.

– As cercas não são o problema. - Falo olhando o animal de perto. - Isso não foi feito por outro animal, ele não teria arrastado isso até aqui. Tem pegadas aqui, de pelo o menos duas pessoas. Isso foi feito por uma lâmina.

– Tá dizendo que um psicopata invadiu a fazenda e esfaqueou essa égua? - O outro homem pergunta.

– Uma faca não... Um machado ou algo mais longo. Merle encontrou carcaças de animais na frente de casa. - Falo me levantando. E olhando fixamente para aquele animal morto. - Quem fez isso, usou a mesma coisa para tirar a mão de Merle.

POV (Carol)

A noite já havia caído quando Andrea entrou pela a porta junto com Sophia. Ela tinha um olhar preocupado, Sophia estava tremendo e parecia assustada.

– O que aconteceu? - Pergunto me levantando do sofá e sendo seguida por Lori.

Sophia me abraça forte e eu posso sentir minha camisa sendo molhada por suas lágrimas, olho para Andrea que está pálida.

– Diga. - Lori fala quase gritando. - O que aconteceu?

– Ed... - Ela sussurra.