CAPÍTULO 13

–Lorena. – alguém chamou.

Abri os olhos e percebi que já era de manhã. Rapidamente me sentei e vi Dorothea me encarando da porta da minha cela.

–Vai se atrasar para o café da manhã. – informou-me.

Eu não disse nada, apenas assenti e me levantei, fui andando para o refeitório. Não estava com fome, mas sabia que tinha que me alimentar, portanto, peguei uma bandeja na bancada, que continha uma substância estranha longe de ser comestível, e fui me sentar ao lado de Nathan que a essa altura, já havia chegado.

– Bom dia! – disse ele cauteloso. E eu sabia o motivo de ele estar assim: a minha confusão. Eu tinha que me decidir logo.

– Bom dia! – respondi dando um meio sorriso.

– Se sentando ao meu lado de bom grado, sendo educada, sorrindo...isso sim é algo surpreendente! Tem certeza de que está bem? - perguntou, debochado. Porém detectei algo diferente no fundo dos seus olhos, que não consegui identificar o que era.

– Prefere que eu me sente em outro lugar? – perguntei, brincalhona.

– Não. – disse e ficou me olhando nos olhos por alguns segundos fazendo meu coração disparar. Quando achei que não podia ficar ainda mais constrangida, ansiosa e nervosa do que já estava, ele baixou seus incríveis olhos azuis para fitar meus lábios e soltou um suspiro de frustração, desviando o olhar para a sua refeição.

Eu fiquei atordoada me perguntando o que aquilo significava. Por que ele pareceu tão frustrado? Tentei ignorar esse pensamento enquanto me esforçava para engolir o conteúdo do prato em minha frente.

Nathan e eu, comemos em silêncio por alguns minutos. Eu estava cheia de perguntas, porém, tinha medo de lhe perguntar qualquer coisa sobre a nossa conversa de ontem à noite, com tanta gente por perto. E quando estava prestes a ignorar esse fato e despejar toda a minha curiosidade em cima dele, alguém fala comigo.

– Você é a Lorena, não é? – perguntou uma garota de cabelos ruivos e olhos cinzentos. Taylor.

– Sim. – falei simplesmente. Notei que Nathan me observava pelo canto do olho.

– Soube que você fez aquilo com a Halle. – ela disse.

– Hmm. – como se eu precisasse de mais alguém para me lembrar da pessoa horrível que eu sou.

– Não me entenda mal, eu gostei. Pelo menos ela foi punida de alguma forma, já que ela sempre sai vitoriosa quando se trata de castigo. Quem sabe agora ela aprende a lição, não é? - ela sorriu – Agente se vê! – e então ela se foi.

Tudo bem, agora eu estava realmente desconcertada. Como alguém podia ter gostado daquilo?

– Viu? Nem todo mundo acha que você é um monstro. – disse Nathan com os lábios em minha orelha. Eu estremeci, pasma por sua proximidade repentina. Mas antes que pudesse dizer alguma coisa ou me virar e beijá-lo como eu tinha vontade de fazer, Dorothea me chamou:

– Lorena! – ela estava na minha frente. – Me acompanhe. Seus pais querem vê-la.

– Meus pais? Mas não tinham suspendido minha visita? – perguntei.

– Eles conseguiram uma ordem judicial, agora venha. Vocês têm vinte minutos. – não pude controlar o sorriso involuntário que curvou meus lábios para cima. Rapidamente me levantei do banco em que estava sentada e sorri para Nathan, antes de seguir Dorothea até a sala de visitas.