Burning escrita por Absolutas


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas aqui etá o capítulo 11. Com bastante revelações, como prometido. Mas devo avisar que o próximo terá ainda mais dúvidas esclarecidas... Boa leitura!!



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CAPÍTULO 11

A noite em fim chegou, e com ela a ansiedade. Era impossível não ficar ansiosa e temerosa quando se está prestes a confessar que é uma aberração.

Logo depois do jantar, vou para a minha cela esperar Nathan. A única notícia que tive dele o dia inteiro foi o bilhete que ele deixou para mim na sala dos telefones. Por isso, fiquei inquieta enquanto aguardava sua chegada, sem saber qual seria sua reação quando soubesse toda a verdade.

Os minutos foram se passando e eu ficava cada vez mais nervosa, com medo de que ele não viesse.

Quando os carcereiros passaram trancando os dormitórios, mesmo no estado de incoerência mental em que estava, notei que não trancaram o meu. Estranho...porém, conveniente.

E então, eles foram embora, deixando-me livre para andar por onde quisesse, uma vez que minha cela estava aberta. No momento em que os sons de cadeados sendo fechados cessaram, vi um vulto. Ouvi o som da minha cela sendo aberta...e ele estava ali. Encarando-me. Dentro da minha cela.

– Você veio. – murmurei.

– Eu disse que viria. – falou, simplesmente.

– Temos que tomar cuidado. Eles... não trancaram o meu dormitório, podem vir aqui a qualquer momento...

– Não vão. – interrompeu-me.

– Como pode ter tanta certeza? – perguntei, incapaz de conter minha curiosidade.

– Você já vai saber. – garantiu. – Mas, você primeiro. Conte-me o seu segredo. – pediu.

– Está bem... – engoli em seco. – Bom... Eu... Eu era uma garota normal. Com uma vida normal. Uma adolescente que, como todas as outras, freqüentava a escola, tinha amigos, família, e uma melhor amiga, que era como se fosse minha irmã. Seu nome é Stella. Nós somos...Nós éramos amigas de infância. Minha vida até os dezessete anos era completamente normal.

Eu parei de falar, e ele pareceu perceber que a parte feliz da história havia acabado, então, esperou pacientemente, eu criar coragem para continuar.

– Eu estava no terceiro ano do ensino médio. Tinha sido aceita na Stanford, eu ia fazer faculdade de literatura e estava ansiosa. Estávamos a poucas semanas da formatura e o colégio decidiu organizar uma excursão de confraternização para o melhor parque de diversões da cidade. O ponto de encontro era em frente à escola. Todos estávamos ansiosos e eufóricos, tanto pelo passeio, quanto pela faculdade, o que deixava um clima agradável no ar.

– Stella e eu, estávamos conversando enquanto o ônibus não chegava. Parecia que seria um dia perfeito. Mas, então... – engoli em seco novamente. Era difícil falar essa parte, a pior parte. A parte em que eu me transformava de mocinha em vilã.

– Então..? – incentivou ele. Eu suspirei.

– Então eles chegaram. Criminosos sem escrúpulos. E anunciaram o assalto.

“De início foi realmente um assalto, ambos andavam na multidão de alunos, recolhendo os nossos pertences. Mas isso, só até encontrarem Stella. Ela é muito rica, seu pai é um grande empresário, com provavelmente milhões guardado no banco. Eles a reconheceram de uma revista, e de repente, encontraram uma excelente oportunidade de ganharem dinheiro, muito dinheiro... Um seqüestro.

“Eles a agarraram, tampando-lhe a boca, para que não gritasse. E isso doeu em mim. Vê-la na mão de dois seqüestradores. Uma raiva incomum e incontrolável cresceu dentro de mim...e quando vi um revólver sento apontado para a cabeça dela, não pude mais me segurar.

“Sem pensar, avancei neles. Queria empurrá-los, fazer com que a soltassem, que a deixassem em paz. Mas no momento em que as minhas mãos os tocaram, eles entraram em combustão. Rapidamente Stella se soltou deles, e ficou me olhando, apavorada. Enquanto eu via, com os olhos arregalados de pânico, eles queimarem. Parte por parte. Começou pelos braços, onde eu os havia tocado, mas depois as chamas foram se espalhando pelo restante de seus corpos, reduzindo-os à cinzas.”

Parei de falar novamente. Meus olhos já estavam cheios de lágrimas. Olhei para Nathan, tentando ver sua expressão. Porém foi impossível vê-la no escuro.

– E como veio parar aqui? – sussurrou. Será que ele já estava apavorado?

– A polícia chegou logo em seguida. Não sei quem a chamou. E assim que viram as duas tochas humanas em que tinham se transformados os seqüestradores, quiseram saber o que aconteceu. É claro que todos me denunciaram! – Bufei, tentando espantar a angústia. – Mas ninguém além de Stella viu que eu não usei nada além das mãos para queimá-los. E essa foi a pior parte. O olhar dela... estava cheio de medo e repulsa. Ela me olhava como quem olha para um monstro. – ri sem humor nenhum. – É claro que, é isso mesmo que eu sou. Um monstro.

– Você não é um monstro. – discordou.

Fiquei surpresa e feliz com suas palavras. Mas apesar disso, não podia me permitir iludi-lo. Ele tinha que entender verdade.

– Sim, eu sou. – disse, a voz cheia de angústia. Eu tentava inutilmente impedir as lágrimas de caírem dos meus olhos. - Não há outra forma de me descrever.

– Você não sabe do que está...

– Sim, eu sei. – o interrompi. – E também sei que uma pessoa normal não faria isso...

Fechei os olhos, e concentrei minhas energias em minhas mãos. E quando abri os olhos, elas estavam lá. As chamas. Saindo dos meus dedos, como eu sabia que estariam. Provando a Nathan que o que eu dissera há poucos segundos era verdade.

Com a luz do fogo em minhas mãos, foi possível olhar seu rosto. Examinei sua expressão por alguns segundos, enquanto ele fitava minhas mãos, e ele parecia... Fascinado?Não, não podia ser isso, eu devia estar confundindo.

– Isso...é... – ele sacudiu a cabeça, tentando encontrar a palavra certa.

– Repugnante? – sugeri.

– Impressionante! – corrigiu.

– Impressionante?Como pode achar isso – levantei minhas mãos para enfatizar o que dizia. – impressionante?

– Não só isso. – corrigiu-me novamente. – Você é impressionante. Seu poder é...

– Eu não chamaria isso de poder!

– E você chamaria do que? – seu tom de voz era de deboche.

– De uma arma de destruição em massa!

– É uma boa classificação. – concordou.

– Tudo bem, mas agora é a sua vez. – informei-lhe. – Contei minha história, e você não está apavorado, então... me diga. Qual é o seu segredo, Nathan?


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!!



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