Como assim um bebê?! escrita por MariGuedes


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Ei gente linda! Perdão por demorar, mas hoje é meu aniversário de 15 anos!! Fiz um POV especial, tá? Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/438074/chapter/6

POV Effie

Foi o maior choque da minha vida, descobrir que o presidente Snow foi capaz de mandar Katniss grávida para a Arena. Algo absurdamente abominável e cruel.

Eu sempre odiei meu trabalho. Ia infeliz ao distrito 12, com meu sorriso mais convincente e sorteava crianças esfomeadas para os Jogos. Quando me candidatei para o cargo, eu acreditava piamente que os jogos eram apenas diversão, que era normal. Mas isso foi até eu desembarquei no 12. Vi o quão cruel e injusta Panem podia ser, mas me mantive fiel na crença de um Snow bom e justo por um motivo que eu nem mesmo sei.

Mas então conheci Peeta e Katniss e minhas crenças começaram a cair por terra. Pela primeira vez me apeguei pelos tributos e torci por eles. Eles me lembravam de meus filhos, de quem eu ficava muito tempo afastada. Nossa relação ficou muito abalada depois que eu comecei a trabalhar com os tributos, assim que enviuvei e precisei de dinheiro. Pela primeira vez tive medo de não ter dinheiro para meus filhos.

–Effie – Haymitch me chamou, entrando no meu quarto no trem.

–Sim?

De uns tempos pra cá, meus sentimentos andam confusos. Não me senti atraída por nenhum homem desde que fiquei viúva, mas Haymitch é diferente. É rústico, e de uns tempos pra cá, tem ficado cada vez menos bêbado.

–Está melhor?

–Estou, foi só o choque. O que eu não queria ver foi jogado em cima de mim.

Ele me abraça. É estranho não sentir vontade de empurra-lo e fugir dele. Muito pelo contrario, senti vontade de não só ficar, mas de beijá-lo. E parece que ele pensou o meso, pois sem cerimônias, ele me beijou.

Não senti vontade de empurra-lo, só de puxa-lo para mais e mais perto. O mundo poderia parar que eu não me importaria. Poderia ficar fazendo isso para sempre sem me cançar.

Quando o ar se fez necessário, nos separamos. Meus sentimentos, mais confusos do que nunca.

–E-Eu não, eu... –digo confusa e entro correndo no banheiro.

Não podia dizer o que eu sinto, por que eu não faço ideia do que sinto. Lembro-me de quando eu conheci meu marido. O mesmo nervoso,a mesma confusão de sentimentos. Meu falecido marido era totalmente oposto a Haymitch, tinha no sangue toda a extravagância da Capital, consumista ao extremo, mas tinha muito dinheiro e uma empresa de sucesso, e muitos inimigos...

Um dia, logo depois de Omenia ter nascido, Kantov foi assassinado com um tiro no peito quando saia do trabalho. Fiquei arrasada e acabada. Ele não tinha parente e fiquei impossibilitada de assumir a presidência. Resultado: Em questão de semanas, uma grande empresa se tornou nada e a vendi a preço de banana. Fiquei com medo de não ter como sustentar as crianças e me candidatei ao meu atual emprego.

Mas só esse não mantinha um padrão de vida como o que eu tinha. Passei a trabalhar em outros empregos também e deixava as crianças com minha irmã. E hoje me arrependo de ter posto meu emprego e o dinheiro na frente de meus filhos. Hoje, eles, principalmente os gêmeos, não são muito ligados a mim.

O cansaço me atinge e durmo no banheiro, com medo de ter de encara-lo.


Acordo dolorida por ter dormido no banheiro. Saio de fininho e verifico se ele já foi. Ele já tinha ido, então peguei minhas roupas e fui tomar banho. Resolvi mudar um pouco hoje, ser um pouco menos Capital, mas ainda Effie.

Vesti um vestido colorido, salto alto e me maquiei, pois apareceria na televisão e meus filhos me veriam. Eles sempre veem. Não posso parecer abatida e abalada, como realmente estou. Resolvo não colocar uma peruca, algo que uso desde os dezesseis. Meu cabelo é castanho bem claro, mas não loiro e liso. Sempre o achei comum demais, mas nunca o pintei.

Entro no vagão restaurante. Ele e as crianças conversavam. Sinto seu olhar sobre mim, mas resisto e não o olho de volta.

–Então dormiram bem? – pergunto como se nada tivesse acontecido.

–Ah, claro – Peeta responde.

–Tão bem quanto poderia – Katniss responde amarga.

Também, pudera! Condenada a ir com o namorado e o filho para uma armadilha, sem chance de escapar. Sinto-me culpada por gostar e incentivar os Jogos por tantos anos. Como pude ser tão estúpida?

–Depois do desfile, vamos fazer um ultrassom. Você já fez algum – ela nega – Como não? É perigoso para vocês! – digo preocupada.

–Não pude, ninguém sabe da gravidez além de nós, Gale e Prim.

O clima fica mais denso conforme nos aproximávamos da Capital. Ninguém se sentia a vontade lá, nem mesmo eu agora, depois de tudo o que passou.

Hoje é aniversario da minha caçula e não poderei passar com ela. Omenia ficou bem chateada quando soube, mas marquei de fazer uma videoconferência com ela assim que eu acordasse. Terminei rapidamente o café da manhã e segui para o ultimo vagão, que estava vazio.

–Mamãe! – minha filha me cumprimentou.

–Parabéns filha! – digo com lagrimas nos olhos.

Ela é a cara do pai, o rosto, tamanho. Tudo. Puxou a mim só na cor dos olhos e do cabelo. Ela fez mechas roxas e rosas no cabelo, assim como todas as crianças de sua idade.

–Achei que não fosse ligar...

–É seu aniversário, querida! Não podia deixar passar! O que vai fazer hoje com a sua tia?

–A gente vai ao cinema e vai jantar no meu restaurante preferido!

Eu daria tudo para estar lá com eles, comemorando e levando café da manhã na cama, como eu sei que ela adora.

–E comeu o que no café? Sei que sua tia fez algo bem especial.

Ela começou a enumerar delicias que minha irmã havia feito. Amarilie é mestre cuca, muito bem sucedida e muito talentosa. Tudo o que faz é uma delicia.

–Fico com fome só de ouvir.

–Estava uma delicia.

–E como estão seus irmãos?

–Navie saiu ontem de noite e não voltou e a Jayoty tá trancada no quarto ouvindo musica alta. Nenhum deles me deu parabéns! – diz triste.

–Eu falo com eles quando chegar. Prometo!

Olho pela janela e vejo que estamos chegando.

–Tenho que desligar, meu amor. Estou quase na Capital. Ligue a TV, meu amor.

–Beijo, mamãe.

–Beijo, filha.

E desligo. Minha relação com Omenia é boa, pois me toquei a tempo, já os gêmeos eu não tive noção da besteira que estava fazendo. Navie já sai tarde e volta tarde com dez anos! Não tenho controle, que dirá minha irmã. Jayoty isola-se cada vez mais da família e eu não consigo fazer nada para impedir.

–Vamos? – Haymitch entra e me dá um susto.

–Céus, Haymitch ! Que susto! Quer me matar?

–Estamos quase na Capital. Por que essa cara?

–É aniversario da minha caçula e eu não posso estar lá.

–Tenho certeza que ela entende.

–E espero.

Falamos-nos sem nos olhar nos olhos. Sinto-me obrigada a usar todas aquelas roupas e maquiagem bem Capital e os outros fazem o mesmo. Os flashes e o barulho me perturbam e me cegam. Sigo com meu sorriso mais verdadeiro que consigo, tentando não xinga-los.

O casalsinho segue para a preparação e tenho que ficar no prédio, mesmo que eu não esteja fazendo nada. Queria que as crianças estivessem comigo. Queria que interagissem comigo e me perdoassem.

Fico horas esperando o desfile começar.

–Effie? – Haymitch fala – Tenho uma surpresa.

–O que é? – pergunto sem animo.

–Se eu te contasse não seria surpresa – ele diz num bom humor impressionante – Vem aqui fora. Tem alguém que quer te ver.

Sigo para o corredor e vejo minha pequena saltitante.

–Filha! – eu a abraço- Parabéns!

–Eu estou tão feliz que vai estar comigo no meu aniversário!

–Não mais que eu, minha flor!

–Ele é seu namorado? – ela aponta para Haymitch e eu não respondo e ele também não.

Fico o máximo de tempo que posso com ela e depois minha irmã a leva.

–Eu não sei como agradecer – eu digo estranhamente tímida, o que é estranho, o levando em consideração que o conheço há anos.

–Não achei justo que sua filha ficasse sem a mãe no aniversário.

–Não sabia que se importava.

–Não sabe muito de mim – ele dez misterioso.

Ele envolve minha cintura. Minhas pernas bambeiam, meu coração acelera e percebo que eu o amo. O amo a mais tempo do que quero assumir então beijo e sou prontamente correspondida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem aqui por que seu review é o melhor presente que eu poderia ganhar! - clichê, eu sei - Mas, vai, por favor!
BeijoBeijo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Como assim um bebê?!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.