Como assim um bebê?! escrita por MariGuedes


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Perdão por demorar, mas vocês sabem que fiz 15 anos e fiz uma pequena festa ontem. Só que fizemos tudo sozinhas, eu e minha mãe. Ocupou todo o fim de semana e só tive tempo de postar agora.
Senhoras e senhores, apresento-os, o capítulo 7!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/438074/chapter/7

Sigo para encontrar com minha equipe de preparação. Sei que são cachorrinhos da Capital e tudo mais, mas me apeguei a eles. Como se fossem meus. Sinto pena por eles terem sido tão manipulados desde que nasceram e, céus! Logo verão minha barriga!

–Que roupas são essas?! – Octavia exclamou, horrorizada com o que estava vestindo – O que os outros vão pensar?

Penso em dizer algo, mas eles me despem e não tem nada que eu possa dizer para amenizar o espanto deles. Lágrimas brotam em seus olhos, sei que sentem enorme dó de mim. Como todos sentirão quando vier a tona.

–M-mas como? – Flavius indaga chocado.

–Não quer que eu dê uma aula de ciências, quer? – digo com tom de zombaria.

–E de quem é? – Venia se manifesta.

–Do meu noivo. Peeta.

–Os Jogos tem que parar! – Octavia diz em pânico – Isso é desumano! Cruel demais até para o Massacre Quaternário!

–Octavia, ele já sabe da gravidez. Antes mesmo da leitura do cartão.

Ela chora convulsivamente e sai do cômodo para se acalmar. Venia e Flavius seguem me arrumando como se nada estivesse acontecendo, mas vejo pelo espelho suas expressões, outrora tão alegres que me irritavam, vazias e tristes. Um tempo depois, Venia retornou, com um sorriso nada convincente. Eu a via enxugar as lagrimas todas as vezes que olhava minha barriga protuberante.

–Uh, Katniss? – Effie entra com algo em mãos.

–Aqui! – eu a chamo para o banheiro, onde estou de roupão.

–Trouxe a cinta. E você fará o ultrassom ainda hoje, antes do desfile.

–Ok, muito obrigado, Effie. Você fez muito por mim – seguro suas mãos, agradecida.

Eu a abraço, surpreendendo a ela e a mim. Nunca fui de contato físico, mas sua atitude ontem me mostrou seu verdadeiro lado. Ela sai e eu fico lá, olhando para o nada. As duvidas martelavam minha cabeça, que estava a mil por hora. Sentia o peso do mundo e não sei por quanto tempo posso suportar.

Os três terminam seus devidos trabalhos comigo e fico lá, esperando por Cinna. Minha inquietação é tanta, que fico andado de um lado para outro e de vez em quando, olhava o corredor. Vazio sempre. Mas então eu vejo uma menininha com os cabelos e olhos de Effie, com carinha de choro.

–Oi, querida. O que aconteceu? – me agacho mesmo de roupão, para falar com ela.

–E-Eu me perdi da minha tia quando vim falar com a minha mamãe.

–Eu conheço a sua mamãe. Effie, certo? – ela assente – Não tenho certeza de onde ela está, mas sei de alguém que sabe. Haymitch. Siga o corredor, a ultima porta a esquerda. Ele deve estar lá. Se não estiver, pode voltar aqui que eu fico com você.

–Obrigado! – ela beija minha bochecha e segue andando pelo corredor e eu fico zanzando pelo quarto, inquieta.

–Vejamos se a Garota Em Chamas não está impaciente hoje! – ele entra no seu costumeiro bom humor – Como vai o bebê?

–Como sabia? – eu pergunto, assombrada.

–Achava mesmo que eu não ia perceber o nítido aumento do seu quadril e dos seus seios. Enjoando o tempo todo e com oscilações de humor mais frequentes. Estava na cara.

Desmorono e abraço meu amigo. Tem tempo que não converso com um. Tem tempo desde que fui a casa de Madge pela ultima vez. Sei que ela gosta de Gale e , apesar de gostar muito de mim, precisa de um tempo para se resolver com seus próprios fantasmas.

–Eu estou com medo – confesso.

–Eu também.

–Por quê? – eu pergunto.

–Você verá, agora vista a cinta coisinha sem valor – diz, brincando.

Sério, como essas mulheres podem usar isso?! Mal posso respirar. Não sei como andar sem morrer por falta de ar.

–C-Cinna, isso é uma armadilha. Tira isso de mim.

–É assim mesmo. Depois você se acostuma. Agora tire que Effie vem aqui com o médico e Peeta.

Fico de roupão, esperando quando Effie entra com uma mulher, que julgo ser a médica e Peeta. A médica trás consigo um ultrassom portátil, eu me deito na cama e ela passa o gel gelado na minha barriga.

–Querem ouvir o coração dele batendo?

Nós confirmamos e logo batidas rápidas preenchem o silencio. Lágrimas brotam com rapidez em meus olhos. Esse barulhinho tornou essa loucura mais real na minha cabeça. Um bebê de verdade, que vai precisar de mim.

–E o sexo, querem saber? – Confirmamos – Parabéns, tributos. É uma menina!

Choro muito. Muito mesmo. Agora o bebê que até então só se mexia dentro de mim, agora tem um coração pulsante e sexo. Uma menininha, como Prim.

Peeta se abaixa, chorando muito também, e beija minha testa.

–Nossa menininha, Katniss.

–Nossa.

–Desculpe interromper o momento família, mas temos que nos apressar para o desfile. Com quantos meses ela está?

–Ela está com sete meses, o bebê ainda está ganhando peso, por isso a barriga ainda é razoável.

–Eu posso usar a cinta?

–Pode, mas não por muito tempo.

–Obrigado – agradeço – Mas, por favor, não conte a ninguém!

–Não vou, prometo – e ela sai pela porta.

Lembro da menininha que estava no corredor.

–Então, Effie, viu sua filha?

–Vi. Hoje é aniversario dela e minha irmã e Haymitch se organizaram para trazê-la.

Noto um brilho diferente em seu olhar ao falar o nome de Haymitch, sei que tem alguma coisa acontecendo entre os dois e eu vou saber.

–Peeta, você tem que ir se arrumar.

Não quero deixa-lo ir. Quero ficar na minha bolha de felicidade por mais tempo até sair para o mundo real, que quer meu sangue.

Peeta se abaixa e murmura um “Tchau, filha”, que parte meu coração e me dá um beijo e segue com Effie para encontrar Portia. Visto um vestido preto, bem diferente dos vestidos que usei desde o começo dos Jogos.



Desço já procurando por Peeta. Aproximo-me de minha carruagem e logo Finnick Odair se aproxima. Um dos que ganhou os Jogos mais cedo, com apenas 14 anos. Muito belo e tem muitas admiradoras por toda Panem.

–Onde estão seus vestidos?

–Ficaram pequenos.

Não sei se é pelo fato dele ser belo demais, mas não sinto nada por ele. Nem uma atração física, sequer.

Ele vem numa enrolação e por fim ele pergunta:

–E você, Garota em chamas, tem alguém segredo que valha meu tempo?

–Não. Sou um livro aberto, todos sabem tudo.

–Bem, é o que parece.

Ele se afasta e logo Peeta aparece e eu o abraço.

–O que Finnick Odair queria?

–Nada, só saber meus segredos.

Eu dou de ombros e observamos os outros tributos. Johanna Maison – eusou a tática de se fazer de fraca, mas matou varias pessoas na Arena. Vejo os morfinácios, Beete, Wiress...

A campainha soa e entramos nas carruagens.

–Portia e Cinna disseram para mantermos uma postura superior e nada de acenos ou sorrisos. Olhamos só para a frente.

–Isso não vai ser difícil.

Pego sua mão, entrelaço com a minha e a beijo. Ele faz o mesmo e nossa carruagem segue seu percurso.



Os treinamentos foram bem fáceis, tirando o fato de que a cinta é insuportável de apertada. Atirei com o arco-e-flecha, também treinei técnicas de sobrevivência e nós. Haymitch havia me perguntado que aliados eu queria. Prontamente disse que queria Mags, Beetee e Wiress.

–Eu disse “aliados”, não peso morto! – ela não gostou, obviamente, mas era em quem eu confiava e assim seria.

Eu estava treinando com Wiress e Beetee – vulgo Panaca e Faísca – e eles me contaram da “brecha na armadura”. Uma falha no campo de força. Todos têm. Algo bem curioso.

–Peeta, nós não decidimos o nome da nossa filha.

–Eu estive pensando em Rue. Não sei se vai gostar, mas pensei em homenagear quem te salvou e cuidou de você quando não pude.

–Eu a principio posso até ficar triste em dizer seu nome, mas quero homenagear minha amiga.

–Ouviu isso, bebê? – Peeta fala com o bebê no meu ventre e ele se move – Você agora é Rue. Sinta-se muito honrada. Era o nome de uma menina muito especial.

Sinto lagrimas nos olhos e não posso mais culpar a gravidez por isso. Peeta está decidido que se sacrificará por nós duas, mas eu sei, no fundo da minha alma, que não tenho forças para continuar sem ele. Puxo-o para um beijo, já temendo a hora que não poderei mais fazê-lo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, gente, não custa lembrar que comentários são mais que bem vindos! Leitores fantasmas, eu não mordo. Juro! Se quiserem recomendar, então... Me faria a autora mais feliz do Nyah!
BeijoBeijo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Como assim um bebê?!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.