Como assim um bebê?! escrita por MariGuedes


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Gente, mil perdões por não ter postado o capítulo antes, mas tive de viajar ( e eu nem sabia!) e minha irmãzinha estava com raiva de mim e apagou o capitulo quase pronto. Sem delongas, o novo capítulo!



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Entrei no trem com todo aquele terror que eu havia reprimido até então. Involuntariamente, passeia a mão pela barriga. Tenho feito muito isso, ultimamente. Acho que é devido ao fato de entrar na Arena responsável por mais uma vida.

–Katniss, querida – Effie começou – Sua situação financeira melhorou, por que suas roupas não? – ela perguntou tentando amenizar o clima, sem sucesso.

Rolo os olhos impaciente e ponho uma de suas mãos sobre minha barriga. O bebê nota a movimentação e chuta. Não tem nem sentido não contar, cedo ou tarde ela descobrirá e ficaria muito chateada se eu mesma não tivesse contado.

–Temos que contar ao Presidente – ela exclama – ele tem que parar os Jogos.

–Effie, ele sabe e mesmo assim me mandou para os Jogos, não temos o que fazer.

Sua ficha caiu. Todos na Capital sabem o verdadeiro Snow, até por que são eles que vivem às custas de Distritos explorados, eles só não querem ver.

Ela chora como uma criança que perdeu os pais. E foi mais ou menos isso. Como se ela tivesse perdido os pais para sempre. Retirada de seu mundinho e jogada na realidade da esmagadora maioria da população, tendo a nítida visão do caráter de Snow.

Para surpresa geral, Haymitch a abraça de forma desajeitada. Ela não parece notar ou se importar dele estar sem jeito, o abraça forte e chora. Ele tenta, em vão, consola-la.

Indico com a cabeça, o corredor e saio seguida por ele. Nenhuma palavra é dita e ele me abraça. Como sou mais baixa que ele, este por sua vez descansa sua cabeça sobre a minha. Meu porto seguro. É onde quero estar para sempre.

–Amo você – ele sussurra em meu ouvido.

–Amo você – eu repito e ele sorri.

–Desde criança eu sonho em te ouvir dizer isso.

–Amo você, amo você, amo você... – digo quantas vezes forem necessárias.

–Você vai sair de lá com ele ou ela. Faço o que for necessário para que saiam vivos.

–Eu não consigo sem você. Sabe que é você que me deu forças depois da primeira Arena. Preciso de você para me ajudar a cria-lo. Vou sucumbir!

–Você tem sua irmã e sua mãe, que precisam de você. Eu não tenho quem precise de mim. Só me resta morrer por quem amo.

–Aí que você se engana. Eu preciso de você tanto quanto de ar. Eu vou fazer o mesmo que minha mãe.

–Não podemos condenar nosso filho à morte. Sabe disso.

–Eu nunca faria isso. Amo nosso filho desde agora. É um pedaçinho meu e seu crescendo aqui.

–Uh, crianças? – uma Effie chorosa nos chama.

–Sim, Effie – diz Peeta.

–Na Capital, as mulheres não gostam do barrigão de grávida, então elas usam uma cinta especial que as deixa como se não estivessem grávidas e não machuca o bebê. Eu mesma usei em todas as gravidezes.

–Espera, você é casada?!- Haymitch fica chocado e arrasado. Eu e Peeta já sacamos a dele, quando ele passou a perguntar todo dia se tínhamos noticias da nossa querida pessoinha rosa.

–Não. Sou viúva tem bastante tempo. Eu tenho a Jayoty e o Navie de dez, os gêmeos e a Omenia de cinco. Perdi meu marido tem quatro anos. Não quero falar sobre isso. A cinta esconde uma gravidez de até três bebês com perfeição.

–Qual o problema dessas mulheres? – Haymitch pergunta assombrado.

–Ei, eu era uma delas! - ela se sente ofendida.

–Era? – indago, estranhando o "era".

–É uma decepção que eu jamais podia imaginar. Claro que sabia que o presidente não é santo, mas tamanha maldade... Eu não sei de mais nada.

–É melhor descansar – Haymitch recomenda a ela – Foi um dia de grandes emoções. Daqui a pouco eu vou para meu quarto e levo alguma coisa para você.

Ela o olha estranhando, mas beija levemente sua bochceha o deixando desconcertado e segue pra seu quarto.

–Quem te viu quem te vê!- provoco – Nunca esperei que nosso bêbado preferido fosse se apaixonar.

–Apaixonar? Como se isso fosse acontecer comigo!

–Você percebeu que está sóbrio? – pergunto.

–Bem, mais ou menos.

–Ela afasta seus fantasmas, não é? – pergunto e ele assente – Algumas pessoas tem esse poder – olho para Peeta.

–Se forem ficar de melação, me avisem que eu vou embora.

–A gente tá saindo. Se precisar de nós estamos no quarto da Katniss – Peeta fala – então, por favor, não precise.

Haymitch lança um olhar malicioso e eu ignoro. Entro no quarto e sigo direto para o banheiro.

–Planos para essa noite, Mellark? – brinco.

–Muitos - ele diz divertido, mas com um tom de verdade.

Tomo um banho comum, mas relaxante.

–Droga! – exclamo ao ver que esqueci minhas roupas.

Coro ao entrar no quarto só de toalha.

–Serio, depois de tudo você ainda sente vergonha de mim?

–Eu estou feia. Com estrias e tudo mais. Mais feia do que o comum.

Ele se levanta e afasta a toalha da minha barriga e a beija.

–Linda – ele sussurra no meu ouvido.

–Não fale assim Peeta, ou não me controlo... – ameaço.

–E quem disse que quero que se controle? – Ele diz divertido e me beija. A toalha cai e segue como essa confusão começou.


Acordo com a claridade em meu rosto. Irritada, já ia levantar quando reparo em minha nudez. Coro com as lembranças da noite anterior, então me enrolo no lençol, fecho as cotinas e vou tomar banho. Quando saio de roupão, Peeta está acordado.

–Bem que podia ser assim todos os dias – Ele suspira.

–Bem que eu queria – me inclino para beija-lo - Temos que tomar café, se não formos logo, vão comentar.

–Que comentem. Não posso acordar e te ver todos os dias.

Ele toma banho e seguimos para a sala onde tomamos o café. Haytmitch está sozinho, tomando café.

–Tiveram uma noite boa, não é? – ele diz malicioso e coro- Uma droga ficar acordado de noite e ouvir tudo o que os OUTROS – ele frisa – fazem a noite.

Eu ia retrucar quando Effie entra, com roupas mais comuns, se é que pode chamar aquela mistura louca de cores de comum. Só que com um salto bem menos, maquiagem menos extravagante e, céus!, seu cabelo real é o que está a mostra, um tom loiro quase dourado.

–E-Effie, você está linda – Haymitch baba em seu novo visual mais discreto.

–Obrigado – ela cora.

Nunca, em todo esse tempo, vi Effie Trincket corar. Céus, esse trem parece ter só adolescentes bobos!

Fomos nos arrumar para encarar a Capital. Aquele poço de futilidades. Simplesmente nojento. Se eu estivesse nos primeiros meses, provavelmente vomitaria de nojo.

Ao chegar, a gritaria, a muvuca e os flashes quase mi tiraram do sério. Tive vontade de gritar para que fossem cuidar de suas vidas e me deixar em paz, com meu sofrimento que parece não solução que não envolva morte.


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Notas finais do capítulo

Ei, pessoas lindas! Se quiserem comentar, criticas, elogios e tudo é bem vindo! Amo de paixão todos os comentários e adoro saber que não os cobro, apesar de lembra-los.
BeijoBeijo