Como assim um bebê?! escrita por MariGuedes


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Por favor não me matem - isso se ainda tiver alguém ai, né?
A escola voltou louca e eu só tomei vergonha na cara e escrevi no Carnaval. Senhoras e senhores, com vocês o Capítulo 19!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/438074/chapter/19

A ida ao 2 foi bem conturbada. Deixar a minha filinha aos cuidados de terceiros partiu meu coração em pedacinhos. Olhar Peeta e não poder estar em seus braços sem correr risco de vida perturbava e doía.
Fui com Finnick, Gale e mais alguns soldados. Convencemos os residentes de lá a nos apoiarem, mas em compensação estou no hospital com varias costelas quebradas. Um tiro acertou minhas costelas, mas por sorte, Cinna projetou a roupa à prova de balas. Eu tinha em meus braços Rue. Ela crescia saudável e feliz. Vez ou outra eu pegava Peeta observando nós duas, confuso.
O meu rancor por Snow tomou proporções inimaginaveis. Ele machucou e maltratou aqueles que eu mais amava. Torturou e manipulou um país inteiro. Ele teve Panem em suas mãos por tempo demais. Mas aqui estou eu, lutando por uma Panem melhor para a pequena Rue. E se nós queimarmos, ele queimará conosco.
As vezes fico admirando minha filha. Apesar de ser totalmente oposta fisicamente, minha Rue é meiga e doce com minha pequena aliada. Como eu havia dito a Peeta quando decidimos o nome da nossa filha, não sentia mais a dor alucinante quando epensava no pequeno tributo feminino do 11, mas um amor muito grande. Sinto algo como o que sinto por Prim, algo fraternal. Carregado das lembranças boas do período curto em que fomos amigas.
Olho pela janela do hospital e o vejo lá. Sorrio e ele retribui fracamente. Ponho a bebê já adormecida no berço ao lado e me dirijo a ele com dificuldade.
–Não devia falar comigo - ele diz.
–Não deviamos ter tido uma filha tão cedo, e adivinha, nós tivemos.
–O que quer? - ele pergunta seco.
–Eu que pergunto. Você está sempre aqui, observando. Por quê?
–Porque eu quero cessar a confusão que está na minha cabeça.
–Permita-me.
Num impulso impensado, selei meus labios nos seus. Senti que ele hexitou, mas passou os braços na minha cintura e me puxou para mais perto. O beijo se tornou urgente, cheio de significado e de saudades por ambas as partes. Nos separamos já sem folego.
–Desculpe - ele murmurro e saiu rapidamente.
Fiquei ali no corredor, estática, descabelada e muito, muito feliz com aquele momento como aqueles antes do telessequestro. Andei até a cama e ali fiquei, olhando o teto, como uma adolecente que no fim das contas eu sou.

No dia seguinte Finnick veio me avisar que eu não estava nos planos de Coin para ir até a capital e acabar com Snow. Deixei Rue com Prim e fui furiosa falar com Coin.
–Como assim eu não vou para a Capital?! - perguntei furiosa.
–Está machucada, além disso, já cumpriu sua missão.
–Minha missão só acaba quando Snow tiver morto. Ele tirou mais coisas de mim do que imagina. Tenho ceteza de que existe tecnologia o suficiente para me curar até lá. Eu vou e pronto.
–E a sua filha?
–É também pur ela que eu faço. Para que ela não precise passar pelos Jogos, pela miséria e a dor que todos os distritos de Panem passou. Eu vou.
Saí sem esperar resposta. Esbarrei em Peeta no corredor. Meu coração falhou uma batida quando meus olhos encontraram os dele. Precisava daqueles lábios nos meus. Vi qie seu maxilar estava contraido e ele olhava minha boca da mesma forma que eu. Acabei com a agonia, beijando-o e ele retribuiu na mesma intensidade. Ele prensou-me na parede e logo achamos uma quarto vazio.
Já estava na cama quando ele pareceu voltar a si.
–N-não consigo - ele disse e saiu em disparada.
Virou costume dele me deixar desse jeito. Louca por ele. Descabelada, sem blusa e morta de saudades. Meu coração ainda batia descompasado. Lembranças dos dias - ou melhor, noites - ao lado dele, vivas e palpáveis na minha meméria, e tinha certeza de que na dele também.
Ageitei-me, de forma que não parecesse que eu acabei de me agarrar com meu - talvez - ex-namorado. O que de fato aconteceu. Peguei Rue de minha mãe já que ela e Prim precisariam voltar ao trabalho em breve. Minha filhota crescia a olhos vistos. Saúdavel e feliz. Estava distraida com ela quando Johanna bateu a minha porta.
–Podemos conversar? - ela perguntou.
–Claro.
Estiquei um cobertor no chão, com alguns brinquedos que ela gosta. Sentei-me na cama e ela sentou ao meu lado.
–Não sei o que fazer. Os médicos não querem me liberar para sair do hospital e ficar sozinha. Eles acham perigoso - ela fez aspas com as mãos. Dá pra acreditar neles?
Johanna, mesmo que careca, pálida e bem magra, ainda me parecia ameaçadora. Mas acima de tudo, é uma mulher experiente, vivida e muito, muito corajosa. Isso sem comentar que esteve com a Rue quando eu não pude. Eu ainda devo muito a ela.
–Podemos dividir um quarto. Acho que assim eles liberam.
–Mesmo?! - ela pareceu feliz.
–Não é como se a gente fosse morar em outro distrito. Espero que você não se incomode com a manhã desse bebê que a avó estragou.
–O quê? Eu sou louca por essa menininha - ela fez carinho em Rue e vi suas barreiras desmoronarem com a ação.
–Nunca poderei te agradecer o bastante.
–Não agradeça, Everdeen. Não fiz por você, fiz por ela.
–Eu sei disso. Mas ela é tudo que eu tenho. Ela é a única coisa que me impede de ir naquele banheiro e cortar os pulsos.
–Everdeen, você tem sua mãe e sua irmã. Eu não tenho absolutamente ninguém e nunca cortei os pulsos, apesar de algumas vezes, a ideia me parecer muito tentadora. Acho que nunca te contei o que aconteceu com todo mundo, contei? - eu fiz que não com a cabeça - Quando eu venci os Jogos, pouco depois, Snow fez a mesmíssima proposta que ele fez ao Finnick - elembro-me com exatidão de quão chocada eu fiquei com o que Snow fez: obrigou Finnick a se prostituir, ou mataria aqueles que ele mais ama, incluindo principalmente Annie - Pois bem, eu ignorei. Pouco depois, meu namorado, minha familia e meus poucos amigos morreram em "acidentes" com dias de intervalo.
–Eu sinto muito - foi tudo o que eu podia dozer.
–Depois de tudo, passei a morar sozinha naquela casa imensa e me tornei a pessoa simpática que vocês conhecem - ela limpou rapidamente uma lágrima que escorreu por seu rosto.
Instintivamente eu a abracei. Uma amiga minha, afinal, eu não poderia deixá-la desamparada, não é mesmo? Ela pareceu chocada, mas retribuiu e pôs tudo para fora, chorando como uma criança. Em alguns minutos ela se recompos.
–Se contar isso a alguém eu te mato, Everdeen, e pego a menina para mim.
–Minha boca é um tumulo - fiz como se fechasse a boca com um zíper.
–Ah - ela já ia saindo - Obrigado.
–De nada - ela saiu, me deixando sozinha com Rue e meus pensamentos.
A bebê de olhos azuis estava deitadinha no cobertor, dormindo suavemente, alheia a guerra que acontece lá fora. Pego-a no colo, ela acorda, mas rapidamente se aconchega em mim e dorme pesado. Não tenho coragem de deitá-la no berço, então a ponho na cama, ao meu lado. Mergulho em pensamentos enquanto acaricio os cabelos escuros de minha filha.
O que seria de mim se fosse só eu aqui? Se Snow tivesse matado a minha familia inteira, incluindo Rue? Com certeza eu teria me matado no mesmo dia. Elas que me mantem viva. E com esses pensamentos, adormeci.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, pessoinhas lindas do meu coração! Não me amaldiçoem, eu imploro! Seria abuso demais pedir review? Espero que não, pois estou fazendo.
Nos vemos nos reviews e nos comentários.
BeijoBeijo