–Oh, Hermione, como você poooooode?!

Todos já haviam se recolhido para dormir naquele dia fatídico, logo após Malfoy levar sua namorada até a escadaria que levava para a Grifinória, depositando um leve beijo em sua testa, seguido de um boa noite. Gina ainda se fazia de desentendida, numa tentativa de enrolar o sermão dos garotos.

–Hermione... Quanto tempo tem isso? – Rony tentava se controlar, com um pouco de ressentimento na voz, devido ao fato de não tê-la esquecido completamente.

–Depende: que eu gosto dele ou do namoro?

–O... Namoro.

–Deixa eu ver... uns... – Hermione nunca completou aquela frase.

–Sete meses. -... e sim Gina, que a interrompeu animada.

–Ginevra Weasley, sua traíra, você já sabia?

–Mas é claro, com quem você acha que ela vinha desabafar depois de uma noite quente com o galã ali? –Gina provocava o irmão, arrependida da comitiva Romione do início do ano.

–GINA! Isso nunca aconteceu, meninos. Ela que quer me envergonhar. Harry, tudo bem com você? Está mais branco que o normal.

–Claro, claro. Ainda estou absorvendo isso... tudo. Sabiam que durante o jogo o Malfoy me alertou que eu ainda ia me surpreender com ele?

–Uau. –Gina cruzou os braços, apoiando-se na perna esquerda, enquanto encara Hermione maliciosamente.

–Gente, se a Mione ‘tá namorando com a doninha, ela com certeza sabe se ele é ou não um Comensal. –Rony contestou o óbvio.

–Ah, gente...

–É mesmo, como não pensei nisso antes? Então Hermione, eu tinha razão? –Harry pergunta exasperado.

Com pesar estampado na face, Granger não sabia como reagir. Não podia entregar o namorado, já havia até interferido demais nesse quesito ao dar a maquiagem a ele.

–Isso é assunto dele, Harry. Não seria certo eu contar a alguém, mesmo se eu soubesse alguma coisa. – ela havia deixado implícito naquela frase de que, sim, era verdade.

–Você está mentindo, Mione! Está protegendo ele, ao invés do mundo bruxo! –Rony aumentava a situação.

–O que o fato de Draco ser comensal mudaria na guerra? – pergunta Gina.

–Vocês não entendem! Eu não tenho o direito de interferir na vida dele.

–Mas pode aconselhar.

–Não nas escolhas dele...

E saiu deixando o trio sozinho, com Harry ainda chocado com a “ousadia” da amiga.

***

O dia seguinte havia amanhecido chuvoso, fazendo o passeio por Hogsmeade ser baseado em esconder-se em um lugar com telhado. Os dois amigos haviam arrastado o mais recente casal para o Três Vassouras, a fim de comemorar a missão cupido bem sucedida.

–MADAME ROSMERTA, MANDA CINCO CERVEJAS!

–Zabini! Precisa de escândalo?

–Ah, querida Hermione, você arruma O escândalo ontem e vem reclamar de um gritinho meu?

Draco apenas bufa com um balanço de cabeça, passando o braço pela cadeira da garota. Luna apenas observa atentamente, esperando o grande momento em que os meninos iam ficar decepcionados. De novo.

–Não foi tão chamativo assim...

–Só fez Crabbe quase desmaiar. Ele realmente achou que eu não tinha te conquistado com aquela cantada.

–Ele vai desistir da Parkinson? –perguntou enquanto levava o copo até a boca.

–Na verdade... Ela agarrou ele ontem.

–O que disse, Luna?

–Eu estava com Neville, voltando do jantar, quando ela simplesmente se jogou nele.

–Quer dizer, mas em parte é verdade, não é, Zabini? Eles só estão juntos hoje por nossa causa. –Neville comemorou.

–Ah não... –Luna disse baixinho, rindo abertamente da cara deles.

–O que foi loirinha? Seu namorado não te contou da operação Dramione?

–OPERAÇÃO O QUÊ?! –Draco e Hermione perguntaram juntos, cuspindo a cerveja que bebiam.

–Ora, amigos, realmente acham que aquele encontrão no trem foi sem querer? Já estava tudo planejado. Essa sem vergonhice tinha de acabar.

–Quer dizer então que aquelas vezes que você me chamava pra conversar, e no lugar ia o Malfoy, era parte do plano Neville? –Hermione se fingia de desentendida.

–Exatamente. E vocês finalmente se entenderam quando obrigamos a pedirem desculpas.

–Tecnicamente vocês não fizeram isso, Neville.

–Eu sei Luna. Mas a gente aconselhou e eles se resolveram, não? Tá certo que não esperávamos um primeiro beijo na frente da escola toda, mas tá valendo mesmo assim.

Não se ouviu mais nada em seguida. Draco, Hermione e Luna gargalhavam estrondosamente.

–Acho melhor vocês explicarem logo. –Luna disse entre risos.

–Rapazes, sinto decepcionar vocês, mas não foram seus conselhos de desculpa que fizeram a gente ficar. –Hermione explicou calmamente, olhando apaixonadamente para Draco.

–O quê...?- ambos estavam boquiabertos.

–Crabbe mereceu perder a aposta. Eu realmente conquistei ela.

–Mas aquela cantada era totalmente sem sentido Draco!

–Mas não foi ela, Blás. Sinto que devo uma ao Weasley.

–O que você quer dizer, Malfoy?

–Estou dizendo, Longbottom, que estamos juntos a sete meses.

–O QUÊ?!

–Oficialmente namorando tem só um. –Hermione completa rindo da cara dos garotos.

–Mas... Esse tempo todo... Você até sofreu per ele, Herm’s!

–Nada que não fosse muito bem resolvido.- respondeu piscando para o namorado, de forma maliciosa.

–Danadinho...- Blásio ria da expressão de conquistador de Malfoy.

–Você já sabia disso Luna?

–Me surpreende vocês não terem notado.

–O que importa é que agora não pretendo te soltar tão cedo, gatinha.

Respirando fundo, contendo a irritação, responde um simples:

–Nem eu de você, doninha.

Eles sempre seriam Draco Malfoy e Hermione Granger, a implicância sempre seria presente entre eles. Após as duas últimas frases e uma encarada provocativa, começaram a se beijar desesperadamente, disputando o comando do beijo. Definitivamente, estavam quase se engolindo.

Antes que pudessem ao menos levantarem as sobrancelhas, Neville é puxado, sendo beijado timidamente pela namorada, que pela segunda vez tomava a iniciativa com o namorado gato.

–Ahn, pessoal... Eu ainda estou aqui. –Zabini se assustou com a pegação.

–Blás, cala a boca. Você que inventou de juntara a gente. Agora aguenta. – Draco havia rosnado entre o beijo, voltando a atacar os lábios da morena furiosamente.

–Neville?

–Estou ocupado no momento, deixa recado.

–Já vi que vou ter que arrumar um candelabro na próxima vez.