Após normalizarem as respirações, os dois decidiram que seria feio desperdiçar aquela pizza que estava sob o tapete. Apenas colocaram suas roupas íntimas e foram jantar.
–E agora, como você se sente jantando algo trouxa? –pergunta Hermione se divertindo.
–Na verdade, maravilhosamente bem.
Nesse ponto, já estavam sentados no chão, um ao lado do outro, recostados na cama.
–Posso saber o por quê?
–Estou comendo algo divino, junto da minha namorada, com quem acabei de fazer amor pela primeira vez. –finalizou dando uma mordida na fatia de Hermione, que estava boquiaberta demais para expressar alguma reação.
–Draco...
–Sim?
–Você não acha que fazer amor não é uma expressão forte demais?
–Hermione, me escuta bem. –passou um de seus braços sob o ombro da morena. –O que acabamos de fazer com certeza não foi só mais uma diversão. Então não acho que isso seja forte demais, pelo menos não agora.
Draco não soube muito bem como reagir quando a morena apenas se escondeu em seu pescoço, encolhendo-se sobre ele.
–Qual é o plano?
–‘Tá falando do que, Hermione?
–O que vamos contar a eles. Sei que você estava pegando uma corvina. - finalizou fazendo aspas com os dedos na corvina.
–Podemos dizer que conversamos...
–E que eu te perdoei. E quanto à corvina?
–Falo a verdade ué. Que a minha ficante virou namorada.
–Acha que eles vão cair?
–Te resta menor dúvida?
Num movimento rápido, o Sonserino puxou a namorada para seu colo, a impedindo de reclamar de alguma coisa, lhe roubando um beijo desesperado. Ainda surpresa, Hermione colou ainda mais seus corpos, juntando suas intimidades ainda cobertas pela roupa íntima. Arfaram quando as mãos bobas começaram. Deliciavam-se no beijo um do outro, sem nem se importarem, de novo, com o pobre jantar esquecido sobre o tapete.
–Hermione... É melhor parar, não quero te machucar.
Ao reparar nos olhos escuros de luxúria, não pode negar que realmente ficou um pouco assustada, levantando-se do colo masculino.
***
Já era tarde da madrugada enquanto Draco ainda não havia conseguido dormir. Pensava em tudo o que havia acontecido até agora, e não podia mentir: estava um pouco apavorado. Namorar alguém ainda era novo para ele, e definitivamente não queria perde-la. Em algum momento deve ter se mexido demais, já que a Grifinória acabou acordando.
–Sem sono? –ela perguntou.
–Só pensando em algumas coisas.
–Quer falar? –perguntou após algum tempo em silencio.
Ele soltou um suspiro.
–É só que você não me merece.
–Não vai me dizer que você quer terminar...
–NÃO, pelo contrário, mas você já descobriu que sou um Comensal e...
–Draco, você ser ou não das trevas não vai interferir no nosso relacionamento. E além do que, eu não tenho direito nenhum em opinar qual o seu lado da guerra. A vida é sua.
Sua resposta veio em forma de um abraço apertado.
–Agora se me der licença, vou voltar a dormir.
Pela primeira vez em muito tempo, Malfoy dormiu muito bem. Os pesadelos antes contínuos, foram resolvidos em uma só noite. Num piscar de olhos, parou de vagar pelos corredores de Hogwarts e encontrou o caminho certo. Já na porta do Salão Comunal da Sonserina, tentava entender como nunca havia ido até ali antes. Levou um susto quando entrou em seu dormitório e se deparou com todos dormindo, e as cortinas de sua cama, fechadas. Se aproximou lentamente, esticando seu braço direito para abri-las e, ao fazer isso, tudo fez sentido. Deitados sob a cama de casal estava ele e Hermione, dormindo abraçados. Se aproximou mais, sendo sugado para dentro do corpo do garoto.
Acordou na mesma hora e finalmente entendeu os pesadelos: eles tinham sentido, e Hermione fora a sua salvação. Não era em busca de uma garota todos os sinais estranhos que presenciava enquanto dormia, e sim dele mesmo. Finalmente ele havia se encontrado, um sentido para sua existência. Não importava para quem ele trabalhasse, ela continuaria com ele. Não precisaria mais ser covarde, ele tinha uma companheira.