O Salão Principal ficou em silêncio por alguns segundos, em estado de choque, antes que alguma alma não viva, os despertasse.

Pirraça também havia ficado em estado de choque, juntamente com Hagrid, Dumbleodore e até mesmo Sibila, que alegava que sua previsão havia se concretizado.

Em meio ao silêncio, apenas se escutou um estalo no “casal”

–AAI!- berrou o garoto, esfregando a bochecha vermelha.- Amor, por que você me bateu?

–NUNCA. MAIS. FAÇA. ISSO. DE NOVO!- Gritou pausadamente a castanha, com os olhos úmidos pelas lágrimas.

–Mas... Mas eu te amo, Hermione!

–NÃO! Já chega, Ronald Weasley, eu pensei que você não seria capaz de fazer uma cena desses, mas você fez. Você sabe que eu não sinto o mesmo por você, e mesmo assim me constrangeu na frente da escola. E não sou seu amor. Sinto repulsa de ouvir essa palavra saindo da sua boca.- disse, passando o braço pela sua boca, numa tentativa de apagar o que acabara de acontecer.

Em questão de segundos, ao não conseguir mais segurar as lágrimas, e sair correndo em direção ao dormitório, um “CRACK” é ecoado por todo o lugar.

–Merda.- sussurrou Draco Malfoy, ao notar que havia enforcado seu copo, e o quebrado.

Um sorriso de canto teimou em aparecer no rosto de Blásio Zabini. Ele sabia, que por mais indiferente que ele tentasse parecer estar, sabia que o show havia o afetado de alguma forma.

Ao dar o horário do toque de recolher, todos do dormitório perceberam o quão irritado Malfoy estava.

–Draco, tenho certeza que seu travesseiro é inocente. Não precisa socar ele desse jeito.- brincou Crabbe.

–Grrr.- o loiro apenas bufou e jogou-se na cama, fechando as cortinas com força.

***

–HERMIONE JEAN GRANGER, ACHO MELHOR VOCÊ SAIR DESCE QUARTO AGORA MESMO!

O som dos gritos de Neville, Harry e Gina repercutiram por todo o dormitório numa tentativa de tirar a garota do esconderijo.

Hermione passara por fazes durante a noite.

No primeiro momento, tivera uma crise de choro. Depois, um ataque de gargalhadas. E, enfim, tivera de se controlar para não sair do quarto e azarar o ruivo da maneira mais cruel. E, enquanto seus amigos berravam por ela, a garota preparava-se para sair de cabeça erguida, não ligando para os comentários maldosos dos Sonserinos.

Ao terminar de vestir seu uniforme e sair, recusou-se a comentar o assunto com os outros, apenas tomando seu café em silêncio e discutindo brevemente sobre o jogo de Quadribol do dia seguinte.

***

Draco Malfoy não dormira direito na noite anterior. Acordara com um mal humor terrível e descontava em quase todos que via pela frente. Quem olhasse direito para seu rosto, percebia sua palidez, bolsas escuras logo abaixo dos olhos e atesta franzida com perfeita confusão exposta.

Ele não fazia a menor ideia do que estava acontecendo com ele. Não sabia ao certo o que sentia. Ele jurava que a Grifinória era apenas uma amiga, ignorava a atração que sentia por ela. Pensava que era algo físico, só isso. Afinal, Crabbe e Goyle sentiam a mesma coisa. Então simplesmente não conseguia entender o porquê havia ficado tão irritado com a cena no Grande Salão.

Ele sabia que não devia fazer isso, porém matou todas as aulas do dia, se trancando na Sala Precisa, durante o período de aulas. Somente a noite resolveu sair de seu esconderijo, para o jantar.

Antes de ir de fato comer, acabou passando em outro lugar antes, meio fedido, depositanto o pedaço de pergaminho e vendo sua coruja negra partir com ele.

***

“BIC, BIC,BIC”

O barulho das bicadas na janela acordaram as garotas do dormitório. Revoltadas e sonolentas, não perceberam como ela era, apenas amaldiçoaram Hermione por serem acordadas por culpa dela.

Ainda grogue de sono, a castanha apenas teve energia para sussurrar um Lumus e fechar as cortinas de sua cama, antes de dar total atenção a sua breve carta.

“Me encontre amanhã, às 23h, na torre de Astronomia. Preciso falar com você. Urgente.

D. M.”

E algo dentro dela sabia que era a vez da sua previsão tornar-se realidade.